O que pode acontecer com seus dividendos?
Queda no preço das ações mexe com dividend yield e abre oportunidade na bolsa. Mas será que é assim tão simples?
Olá, seja bem-vindo ao nosso papo semanal sobre aposentadoria FIRE (Financial Independence, Retire Early). Tenho recebido nas últimas semanas diversos e-mails de leitores querendo saber mais sobre dividendos.
Os questionamentos variam de acordo com o investidor: tem o grupo dos otimistas, que estão em busca de oportunidades, e os pessimistas, em busca de proteção.
Quem está certo neste momento?
Obcecados por dividend yield
A grande obsessão dos investidores “rentistas” é a perseguição de um gordo dividend yield. Mas o que é exatamente esse dividend yield?
Vamos simular um exemplo, pois assim fica mais fácil.
Suponhamos um banco “A”, cujo lucro foi de R$ 2 por ação ao final de 2019. A diretoria desse banco decidiu distribuir aos acionistas 50% desse lucro, ou seja, R$ 1 por ação em forma de dividendos. Se a ação está sendo negociada por R$ 20, então os dividendos representam 5% do valor da ação.
Leia Também
Nasdaq bate à porta do Brasil: o que a bolsa dos ‘todo-poderosos’ dos EUA quer com as empresas daqui?
Esse é o dividend yield: a remuneração do acionista em relação ao seu investimento, neste caso, uma bela remuneração de 5% ao ano, livre de impostos (lembre-se que a Selic hoje rende 3,75%).
Por isso, quando o valor da ação cai - tal como nas últimas semanas, devido ao coronavírus - o dividend yield implícito aumenta.
Se a ação do banco “A” caiu de R$ 20 para R$ 15, então - assumindo o mesmo dividendo de R$ 1 por ação - o dividend yield subiu de 5% para 6,67%.
É a mesma renda, para um investimento menor.
Calma, não é tão simples assim
Lembre-se, estamos falando banco “A”.
No último dia 6 de abril - seguindo o exemplo de outros países - o Conselho Monetário Nacional determinou, temporariamente, que nenhum banco pague dividendos superiores ao mínimo obrigatório instituído por lei, de 25% do lucro líquido. Uma medida por tempo indeterminado.
De repente, seu dividendo por ação não é mais de R$ 1, e sim de R$ 0,50.
Esse é o grande problema do dividend yield: ele assume o valor dos dividendos no passado, não o valor dos dividendos no futuro.
A medida do CMN impacta todos os bancos, mas de maneira temporária. Menos mal. Mas para distribuir dividendos no futuro é fundamental que o banco “A” permaneça lucrativo e atravesse a crise.
Esse risco, a maioria dos investidores perseguidores de yields ignoram.
Neste caso, os bancos são o menor dos problemas
Como eu e o Rodolfo Amstalden explicamos em nosso O Pequeno Livro da Grande Renda, as empresas geradoras de renda têm algumas características particulares.
São negócios estabelecidos, em setores maduros - muita vezes decadentes - cuja a manutenção das operações exige muito pouco investimento.
A demanda pelos produtos dessas empresas geradoras de renda costuma variar muito pouco, seja para cima ou para baixo.
Por isso, são empresas com fluxos de caixa previsível e poucas alternativas de alocação eficiente para esse caixa. Como consequência, elas distribuem o excedentes dos resultados para seus acionistas.
Mas, uma crise como o coronavírus pode mudar tudo. Muitos investidores estão seguindo a receita do dividend yield que mencionei acima, sem se perguntarem sobre a viabilidade da empresa manter sua distribuição de dividendos constante.
Se as operações são interrompidas, não tem lucro. Sem lucro, não tem dividendo. No limite, pode não ter dividendo nunca mais (cenário de falência).
Por isso, eu acho que é importante ressaltar o foco em longo prazo neste momento para os investidores de renda.
Se você estiver disposto a permanecer por anos investindo em ações, essa pode ser uma oportunidade rara de construir excelentes fontes de renda.
Mas se você estiver pensando apenas nos próximos 12 meses, pode ser uma das suas maiores frustrações como investidor. Para te ajudar, nós preparamos um material especial.
Itaú (ITUB4) perde a majestade e seis ações ganham destaque em novembro; confira o ranking das recomendações dos analistas
Após voltar ao topo do pódio da série Ação do Mês em outubro, os papéis do banco foram empurrados para o fundo do baú e, por pouco, não ficaram de fora da disputa
Petrobras (PETR4) perde o trono de empresa mais valiosa da B3. Quem é o banco que ‘roubou’ a liderança?
Pela primeira vez desde 2020, essa companhia listada na B3 assumiu a liderança do ranking de empresas com maior valor de mercado da bolsa brasileira; veja qual é
Fundo imobiliário GARE11 vende 10 imóveis, locados ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), por R$ 485 milhões
A venda envolve propriedades locadas ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), que pertenciam ao FII Artemis 2022
Ibovespa atinge marca inédita ao fechar acima dos 150 mil pontos; dólar cai a R$ 5,3574
Na expectativa pela decisão do Copom, o principal índice de ações da B3 segue avançando, com potencial de chegar aos 170 mil pontos, segundo a XP
A última dança de Warren Buffett: ‘Oráculo de Omaha’ vai deixar a Berkshire Hathaway com caixa em nível recorde
Lucro operacional da Berkshire Hathaway saltou 34% em relação ao ano anterior; Warren Buffett se absteve de recomprar ações do conglomerado.
Ibovespa alcança o 5º recorde seguido, fecha na marca histórica de 149 mil pontos e acumula ganho de 2,26% no mês; dólar cai a R$ 5,3803
O combo de juros menores nos EUA e bons desempenhos trimestrais das empresas pavimenta o caminho para o principal índice da bolsa brasileira superar os 150 mil pontos até o final do ano, como apontam as previsões
Maior queda do Ibovespa: o que explica as ações da Marcopolo (POMO4) terem desabado após o balanço do terceiro trimestre?
As ações POMO4 terminaram o dia com a maior queda do Ibovespa depois de um balanço que mostrou linhas abaixo do que os analistas esperavam; veja os destaques
A ‘brecha’ que pode gerar uma onda de dividendos extras aos acionistas destas 20 empresas, segundo o BTG
Com a iminência da aprovação do projeto de lei que taxa os dividendos, o BTG listou 20 empresas que podem antecipar pagamentos extraordinários para ‘fugir’ da nova regra
Faltou brilho? Bradesco (BBDC4) lucra mais no 3T25, mas ações tombam: por que o mercado não se animou com o balanço
Mesmo com alta no lucro e na rentabilidade, o Bradesco viu as ações caírem no exterior após o 3T25. Analistas explicam o que pesou sobre o resultado e o que esperar daqui pra frente.
Montanha-russa da bolsa: a frase de Powell que derrubou Wall Street, freou o Ibovespa após marca histórica e fortaleceu o dólar
O banco central norte-americano cortou os juros pela segunda vez neste ano mesmo diante da ausência de dados econômicos — o problema foi o que Powell disse depois da decisão
Ouro ainda pode voltar para as máximas: como levar parte desse ganho no bolso
Um dos investimentos que mais renderam neste ano é também um dos mais antigos. Mas as formas de investir nele são modernas e vão de contratos futuros a ETFs
Ibovespa aos 155 mil pontos? JP Morgan vê três motores para uma nova arrancada da bolsa brasileira em 2025
De 10 de outubro até agora, o índice já acumula alta de 5%. No ano, o Ibovespa tem valorização de quase 24%
Santander Brasil (SANB11) bate expectativa de lucro e rentabilidade, mas analistas ainda tecem críticas ao balanço do 3T25. O que desagradou o mercado?
Resultado surpreendeu, mas mercado ainda vê preocupações no horizonte. É hora de comprar as ações SANB11?
Ouro tomba depois de máxima, mas ainda não é hora de vender tudo: preço pode voltar a subir
Bancos centrais globais devem continuar comprando ouro para se descolar do dólar, diz estudo; analistas comentam as melhores formas de investir no metal
IA nas bolsas: S&P 500 cruza a marca de 6.900 pontos pela 1ª vez e leva o Ibovespa ao recorde; dólar cai a R$ 5,3597
Os ganhos em Nova York foram liderados pela Nvidia, que subiu 4,98% e atingiu uma nova máxima. Por aqui, MBRF e Vale ajudaram o Ibovespa a sustentar a alta.
‘Pacman dos FIIs’ ataca novamente: GGRC11 abocanha novo imóvel e encerra a maior emissão de cotas da história do fundo
Com a aquisição, o fundo imobiliário ultrapassa R$ 2 bilhões em patrimônio líquido e consolida-se entre os maiores fundos logísticos do país, com mais de 200 mil cotistas
Itaú (ITUB4), BTG (BPAC11) e Nubank (ROXO34) são os bancos brasileiros favoritos dos investidores europeus, que veem vida ‘para além da eleição’
Risco eleitoral não pesa tanto para os gringos quanto para os investidores locais; estrangeiros mantêm ‘otimismo cauteloso’ em relação a ativos da América Latina
Gestor rebate alerta de bolha em IA: “valuation inflado é termo para quem quer ganhar discussão, não dinheiro”
Durante o Summit 2025 da Bloomberg Linea, Sylvio Castro, head de Global Solutions no Itaú, contou por que ele não acredita que haja uma bolha se formando no mercado de Inteligência Artificial
Vamos (VAMO3) lidera os ganhos do Ibovespa, enquanto Fleury (FLRY3) fica na lanterna; veja as maiores altas e quedas da semana
Com a ajuda dos dados de inflação, o principal índice da B3 encerrou a segunda semana seguida no azul, acumulando alta de 1,93%
Ibovespa na China: Itaú Asset e gestora chinesa obtêm aprovação para negociar o ETF BOVV11 na bolsa de Xangai
Parceria faz parte do programa ETF Connect, que prevê cooperação entre a B3 e as bolsas chinesas, com apoio do Ministério da Fazenda e da CVM