IPCA-15 derruba juros na B3 e amplia apostas de novo corte na Selic
Queda afeta retorno das aplicações de renda fixa e valoriza títulos prefixados e atrelados à inflação

Os juros futuros desabaram nesta sexta-feira (24) após a divulgação do IPCA-15 de julho, que veio abaixo das expectativas do mercado. O indicador veio em 0,30%, ante 0,02% em junho. Apesar da alta de um mês para o outro, a média das projeções colhidas junto aos analistas pela Broadcast - serviço de notícias em tempo real do Estadão - era de 0,35%, e a mediana era de 0,51%.
A fraqueza do índice, considerado a prévia da inflação oficial para o mês, indica que a atividade econômica ainda não está se recuperando como esperado, o que abre espaço para o Banco Central de fato efetuar um novo corte da Selic na próxima reunião do Copom, a ser realizada em 4 e 5 de agosto.
Nos últimos dias, os contratos de juros futuros negociados na B3 vinham apresentando altas ou operando estáveis mesmo com as quedas recentes do dólar, que em geral dão algum alívio aos juros.
Isso porque muitos investidores imaginavam que o IPCA-15, divulgado na manhã de hoje, poderia surpreender para cima. Com isso, talvez o corte de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros - esperado desde a última reunião do Copom e já sinalizado pelo próprio BC - poderia não ocorrer.
Em outras palavras, os agentes de mercado já começavam a trabalhar com a possibilidade de que talvez a Selic estacionasse em 2,25% até o fim do ano. A inflação abaixo do esperado divulgada hoje, no entanto, reforça as apostas nesse novo corte de 0,25 ponto, que o mercado assume que deve ser o último do atual ciclo que quedas.
Exatamente por isso, os contratos de DI com vencimentos nos prazos curtos e médios foram os mais afetados e apresentaram as maiores quedas nesta sexta. Confira o desempenho dos principais vencimentos:
Leia Também
Banqueiros centrais se reúnem para mais uma Super Quarta enquanto o mundo tenta escapar de guerra comercial permanente
Felipe Miranda: Ela é uma vaca, eu sou um touro
- Janeiro/2021: de 2,025% para 1,95% (-3,70%);
- Janeiro/2022: de 2,96% para 2,82% (-4,73%);
- Janeiro/2023: de 4,04% para 3,85% (-4,70%);
- Janeiro/2025: de 5,55% para 5,39% (-2,88%).
Perceba que os contratos de DI com vencimento em janeiro de 2021 chegam a precificar uma Selic abaixo de 2,00% no fim do ano. Até agora, 2,00% vinha sendo considerado o piso para a taxa básica de juros. Foi a primeira vez que o DI para janeiro de 2021 fechou abaixo de 2,00%.
Juros futuros afetam a bolsa e o retorno da renda fixa
A queda dos juros futuros afeta o retorno das aplicações de renda fixa prefixadas e atreladas à inflação. Devido à maneira como os títulos com essas características são precificados, quedas nas taxas futuras resultam na valorização desses papéis.
Bom para quem já tem esses títulos na carteira, que pode vendê-los com lucro, ruim para quem estava pensando em comprar, pois agora os retornos contratados para o vencimento estão mais baixos.
Investimentos de risco também se beneficiam de quedas nos juros futuros, pois retornos menores na renda fixa os tornam mais atrativos. É o caso das ações, dos fundos imobiliários e dos imóveis.
Veja as empresas que pagam dividendos e juros sobre capital próprio nesta semana
Magalu, Santander, Fleury e mais 15 empresas pagam proventos nos próximos dias; confira o calendário
Espírito olímpico na bolsa: Ibovespa flerta com novos recordes em semana de Super Quarta e balanços, muitos balanços
Enquanto Fed e Copom decidem juros, temporada de balanços ganha tração com Itaú, Bradesco e Ambev entre os destaques
Pódio triplo: Itaú (ITUB4) volta como ação mais recomendada para maio ao lado de duas outras empresas; veja as queridinhas dos analistas
Dessa vez, a ação favorita veio acompanhada: além do Itaú, duas empresas também conquistaram o primeiro lugar no ranking dos papéis mais recomendados para maio.
Trump descarta demissão de Powell, mas pressiona por corte de juros — e manda recado aos consumidores dos EUA
Em entrevista, Trump afirmou que os EUA ficariam “bem” no caso de uma recessão de curto prazo e que Powell não reduziu juros ainda porque “não é fã” do republicano
Veja as empresas que pagam dividendos e juros sobre capital próprio na próxima semana
Magalu, Santander, Fleury e mais 15 empresas pagam proventos nos próximos dias; confira o calendário
Semana mais curta teve ganhos para a Bolsa brasileira e o real; veja como foram os últimos dias para Ibovespa e dólar
O destaque da semana que vem são as reuniões dos comitês de política monetária do Brasil e dos Estados Unidos para decidir sobre as taxas de juros dos seus países, na chamada “Super Quarta”
Warren Buffett não foi às compras: Berkshire Hathaway tem caixa recorde de US$ 347,7 bilhões no primeiro trimestre; lucro cai 14%
Caixa recorde indica que Buffett não aproveitou a queda do mercado de ações no primeiro trimestre para aplicar o dinheiro em novas oportunidades
Um mês da ‘libertação’: guerra comercial de Trump abalou mercados em abril; o que esperar desta sexta
As bolsas ao redor do mundo operam em alta nesta manhã, após a China sinalizar disposição de iniciar negociações tarifárias com os EUA
As maiores altas e quedas do Ibovespa em abril: alívio nos juros foi boa notícia para ações, mas queda no petróleo derrubou petroleiras
Os melhores desempenhos são puxados principalmente pela perspectiva de fechamento da curva de juros, e azaradas do mês caem por conta da guerra comercial entre EUA e China
Rodolfo Amstalden: Falta pouco agora
Depois de lambermos a lona no início de janeiro, a realidade acabou se mostrando um pouco mais piedosa com o Kit Brasil
Santander (SANB11) divulga lucro de R$ 3,9 bi no primeiro trimestre; o que o CEO e o mercado têm a dizer sobre esse resultado?
Lucro líquido veio em linha com o esperado por Citi e Goldman Sachs e um pouco acima da expectativa do JP Morgan; ações abriram em queda, mas depois viraram
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Azul (AZUL4) volta a tombar na bolsa; afinal, o que está acontecendo com a companhia aérea?
Empresa enfrenta situação crítica desde a pandemia, e resultado do follow-on, anunciado na semana passada, veio bem abaixo do esperado pelo mercado
Para Gabriel Galípolo, inflação, defasagens e incerteza garantem alta da Selic na próxima semana
Durante a coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do segundo semestre de 2024, o presidente do Banco Central reafirmou o ciclo de aperto monetário e explicou o raciocínio por trás da estratégia
JP Morgan rebaixa Caixa Seguridade (CXSE3) para neutra após alta de 20% em 2025
Mesmo com modelo de negócios considerado “premium”, banco vê potencial de valorização limitado, e tem uma nova preferida no setor
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide
Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.
Copom busca entender em que nível e por quanto tempo os juros vão continuar restritivos, diz Galípolo, a uma semana do próximo ajuste
Em evento, o presidente do BC afirmou que a política monetária precisa de mais tempo para fazer efeito e que o cenário internacional é a maior preocupação do momento
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
FI-Infras apanham na bolsa, mas ainda podem render acima da Selic e estão baratos agora, segundo especialistas; entenda
A queda no preço dos FI-Infras pode ser uma oportunidade para investidor comprar ativos baratos e, depois, buscar lucros com a valorização; entenda