Ausência de estímulos pesa sobre a bolsa; dólar sobe pelo 4º dia seguido
Ibovespa também acompanha o sinal negativo emitido por Wall Street em dia de cautela nos EUA; dólar firma-se acima de R$ 5,50
A ausência de sinalização sobre novos estímulos monetários prevalece sobre o Ibovespa nesta quarta-feira, mantendo o principal índice de ações da B3 sem forças para reagir, enquanto o dólar sobe pela quarta sessão seguida, agora rompendo a marca dos R$ 5,50.
A bolsa brasileira até ensaiou uma reação no início da tarde, mas a ausência de sinalizações sobre a ampliação das atuais medidas de estímulo e a queda das ações em Wall Street em meio a uma bateria de testemunhos do presidente do Federal Reserve Bank (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, perante o Congresso dos Estados Unidos mantiveram o Ibovespa sob pressão.
Também pesam sobre os ativos financeiros brasileiros os persistentes ruídos políticos procedentes de Brasília e os temores com o avanço de uma nova onda de covid-19 pela Europa, realimentando o debate sobre a imposição de novas medidas restritivas.
Mais perto do fim do pregão, um recuo mais acentuado das ações de tecnologia negociadas em Nova York aprofundou a queda do Ibovespa, que chegou a perder brevemente o piso de 96 mil pontos.
Por volta das 16h40, o principal índice de ações da bolsa caía 1,26%, aos 96.065 pontos, em meio à ausência de drivers capazes de sustentar uma virada.
O fato é que o Ibovespa dá sinais de que o fôlego para a recuperação observada nos últimos meses está próximo do fim depois de os bancos centrais terem sinalizado recentemente que a contribuição da política monetária para fazer frente à crise provocada pela pandemia estaria perto de seu limite.
Leia Também
Pela manhã, os investidores mostraram-se incomodados diante da perspectiva de apresentação, por líderes do governo no Congresso, de uma proposta para a criação de um tributo sobre transações digitais nos moldes da extinta CPMF.
Novo testemunho de Powell mantém tensão no ar
Os investidores seguiam atentos hoje à bateria de testemunhos do presidente do Fed perante o Congresso dos Estados Unidos em meio a reiteradas advertências de que a política monetária teria encontrado seu limite no combate à crise.
Hoje, Powell testemunhou perante a subcomissão da Câmara dos Representantes para o combate à pandemia sem sinalizar nenhuma espécie de mudança de rumo.
Assim como fez ontem em depoimento à Comissão de Assuntos Financeiros da Câmara, Powell enfatizou hoje que o Fed segue empenhado em recorrer às ferramentas de política monetária disponíveis "pelo tempo que for necessário para assegurar que a recuperação será tão forte quanto possível".
Powell também repetiu que considera provável que estímulos fiscais adicionais por parte do governo norte-americano devem a ser necessários, uma vez que, na visão dele, a recuperação econômica norte-americana deve demorar mais tempo que o esperado.
Entretanto, prosseguiu ele, tudo o que a política monetária poderia fazer pela recuperação já foi tentado pelo Fed. "Fizemos praticamente todas as coisas que conseguimos pensar", afirmou ele aos deputados.
Além dos depoimentos de ontem e hoje, Powell será questionado amanhã pelos membros da Comissão de Assuntos Bancários, Habitacionais e Urbanos do Senado.
Os testemunhos regulares do dirigente máximo do Fed ao Congresso dos EUA costumam ser demorados e tensos - até por transcorrerem com os mercados abertos em Wall Street.
É improvável que Powell vire o disco amanhã, mas o simples fato de ele depor deve manter os investidores com um pé atrás por mais um dia pelo menos.
IRB e Localiza destacam-se com altas expressivas
Apesar do clima generalizado de cautela, os papéis da IRB e da Localiza destacam-se com altas consideráveis no Ibovespa.
As ações ON da IRB Brasil figuram entre as altas mais expressivas do índice pelo segundo dia seguido depois de a resseguradora ter reportado prejuízo líquido de R$ 62,4 milhões no mês de julho, de acordo com dados prévios e não auditados.
Mais uma vez, o resultado foi afetado pela revisão do portfólio de contratos da empresa. Sem este impacto, porém, a IRB teria apresentado lucro líquido de R$ 36 milhões.
Os papéis ON da Localiza e da Unidas também apresentam ganhos robustos hoje depois de a proposta de união entre as duas empresas ter sido bem recebida pelo mercado. Um eventual acordo poderá resultar no formação de um dos maiores players globais do segmento.
Dólar e juro
O dólar volta a operar em alta nesta quarta-feira, dando sequência ao forte avanço da moeda norte-americana sobre outras divisas observado na véspera.
Os investidores voltaram a recorrer ao dólar em busca de proteção diante dos sinais ambivalentes sobre a recuperação econômica e o avanço da pandemia pelo mundo.
Por volta das 16h40, o dólar subia 1,96%, cotado a R$ 5,5764.
Já os contratos de juros futuros fecharam em alta, próximos das máximas da sessão.
As taxas de DI acompanharam o movimento do mercado de câmbio. Ao mesmo tempo, os investidores buscaram antecipar-se ao leilão de título prefixados previsto para amanhã.
Confira as taxas negociadas de alguns dos principais contratos negociados na B3:
- Janeiro/2022: de 2,920% para 2,970%;
- Janeiro/2023: de 4,350% para 4,450%;
- Janeiro/2025: de 6,300% para 6,430%;
- Janeiro/2027: de 7,260% para 7,400%.
Veja para onde vai a mordida do Leão, qual a perspectiva da Kinea para 2026 e o que mais move o mercado hoje
Profissionais liberais e empresários de pequenas e médias empresas que ganham dividendos podem pagar mais IR a partir do ano que vem; confira análise completa do mercado hoje
O “ano de Troia” dos mercados: por que 2026 pode redefinir investimentos no Brasil e nos EUA
De cortes de juros a risco fiscal, passando pela eleição brasileira: Kinea Investimentos revela os fatores que podem transformar o mercado no ano que vem
Ibovespa dispara 6% em novembro e se encaminha para fechar o ano com retorno 10% maior do que a melhor renda fixa
Novos recordes de preço foram registrados no mês, com as ações brasileiras na mira dos investidores estrangeiros
Ibovespa dispara para novo recorde e tem o melhor desempenho desde agosto de 2024; dólar cai a R$ 5,3348
Petrobras, Itaú, Vale e a política monetária ditaram o ritmo dos negócios por aqui; lá fora, as bolsas subiram na volta do feriado nos EUA
Ações de Raízen (RAIZ4), Vibra (VBBR3) e Ultrapar (UGPA3) saltam no Ibovespa com megaoperação contra fraudes em combustíveis
Analistas avaliam que distribuidoras de combustíveis podem se beneficiar com o fim da informalidade no setor
Brasil dispara na frente: Morgan Stanley vê só dois emergentes com fôlego em 2026 — saiba qual outro país conquistou os analistas
Entenda por que esses dois emergentes se destacam na corrida global e onde estão as maiores oportunidades de investimentos globais em 2026
FII Pátria Log (HGLG11) abocanha cinco galpões, com inquilinos como O Boticário e Track & Field, e engorda receita mensal
Segundo o fundo, os ativos adquiridos contam com características que podem favorecer a valorização futura
Bolsa nas alturas: Ibovespa fecha acima dos 158 mil pontos em novo recorde; dólar cai a R$ 5,3346
As bolsas nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia também encerraram a sessão desta quarta-feira (26) com ganhos; confira o que mexeu com os mercados
Hora de voltar para o Ibovespa? Estas ações estão ‘baratas’ e merecem sua atenção
No Touros e Ursos desta semana, a gestora da Fator Administração de Recursos, Isabel Lemos, apontou o caminho das pedras para quem quer dar uma chance para as empresas brasileiras listadas em bolsa
Vale (VALE3) patrocina alta do Ibovespa junto com expectativa de corte na Selic; dólar cai a R$ 5,3767
Os índices de Wall Street estenderam os ganhos da véspera, com os investidores atentos às declarações de dirigentes do Fed, em busca de pistas sobre a trajetória dos juros
Ibovespa avança e Nasdaq tem o melhor desempenho diário desde maio; saiba o que mexeu com a bolsa hoje
Entre as companhias listadas no Ibovespa, as ações cíclicas puxaram o tom positivo, em meio a forte queda da curva de juros brasileira
Maiores altas e maiores quedas do Ibovespa: mesmo com tombo de mais de 7% na sexta, CVC (CVCB3) teve um dos maiores ganhos da semana
Cogna liderou as maiores altas do índice, enquanto MBRF liderou as maiores quedas; veja o ranking completo e o balanço da bolsa na semana
JBS (JBSS3), Carrefour (CRFB3), dona do BK (ZAMP3): As empresas que já deixaram a bolsa de valores brasileira neste ano, e quais podem seguir o mesmo caminho
Além das compras feitas por empresas fechadas, recompras de ações e idas para o exterior também tiraram papéis da B3 nos últimos anos
A nova empresa de US$ 1 trilhão não tem nada a ver com IA: o segredo é um “Ozempic turbinado”
Com vendas explosivas de Mounjaro e Zepbound, Eli Lilly se torna a primeira empresa de saúde a valer US$ 1 trilhão
Maior queda do Ibovespa: por que as ações da CVC (CVCB3) caem mais de 7% na B3 — e como um dado dos EUA desencadeou isso
A combinação de dólar forte, dúvida sobre o corte de juros nos EUA e avanço dos juros futuros intensifica a pressão sobre companhia no pregão
Nem retirada das tarifas salva: Ibovespa recua e volta aos 154 mil pontos nesta sexta (21), com temor sobre juros nos EUA
Índice se ajusta à baixa dos índices de ações dos EUA durante o feriado e responde também à queda do petróleo no mercado internacional; entenda o que afeta a bolsa brasileira hoje
O erro de R$ 1,1 bilhão do Grupo Mateus (GMAT3) que custou o dobro para a varejista na bolsa de valores
A correção de mais de R$ 1,1 bilhão nos estoques expôs fragilidades antigas nos controles do Grupo Mateus, derrubou o valor de mercado da companhia e reacendeu dúvidas sobre a qualidade das informações contábeis da varejista
Debandada da B3: quando a onda de saída de empresas da bolsa de valores brasileira vai acabar?
Com OPAs e programas de recompras de ações, o número de empresas e papéis disponíveis na B3 diminuiu muito no último ano. Veja o que leva as empresas a saírem da bolsa, quando esse movimento deve acabar e quais os riscos para o investidor
Medo se espalha por Wall Street depois do relatório de emprego dos EUA e nem a “toda-poderosa” Nvidia conseguiu impedir
A criação de postos de trabalho nos EUA veio bem acima do esperado pelo mercado, o que reduz chances de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro; bolsas saem de alta generalizada para queda em uníssono
Depois do hiato causado pelo shutdown, Payroll de setembro vem acima das expectativas e reduz chances de corte de juros em dezembro
Os Estados Unidos (EUA) criaram 119 mil vagas de emprego em setembro, segundo o relatório de payroll divulgado nesta quinta-feira (20) pelo Departamento do Trabalho