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Victor Aguiar
Victor Aguiar
Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.
Chegou lá

E o Ibovespa, quem diria, voltou aos 100 mil pontos. O que isso significa?

Depois de mais de quatro meses, o Ibovespa finalmente reconquistou o patamar dos três dígitos. Algumas boas notícias da economia doméstica ajudam a explicar o otimismo na semana, mas há mais fatores que influenciaram esse movimento

Victor Aguiar
Victor Aguiar
10 de julho de 2020
18:08 - atualizado às 18:09
Ibovespa 100 mil
Imagem: Shutterstock

Pois é, Ibovespa a 100 mil pontos. Eu não achei que voltaria a escrever isso em 2020, muito menos já em julho. Mas eis que o mundo real atropelou as projeções — e a realidade mostra que, nesta sexta-feira (10), o Ibovespa fechou aos 100.031,83 pontos, em alta de 0,88%.

Antes de debatermos o racional por trás dessa recuperação impressionante, vamos a algumas estatísticas: o Ibovespa não terminava um pregão acima dos 100 mil pontos desde 5 de março. Ou seja: o índice precisou de 97 sessões para retornar ao nível dos três dígitos.

Somente nesta semana, o Ibovespa acumulou ganhos de 3,38%; desde o começo de junho, o salto é de 5,23%. No ano, o principal índice acionário do Brasil ainda cai 13,50%, mas, convenhamos: para quem rondava os 60 mil pontos em março, é uma perda quase suave,

  • O podcast Touros e Ursos desta sexta-feira já está no ar! Eu e o Vinícius Pinheiro falamos sobre o Ibovespa a 100 mil pontos e os mais recentes dados da economia doméstica:

2020 tem sido um ano atípico, para dizer o mínimo: a pandemia de coronavírus virou o mundo de cabeça para baixo e colocou boa parte do globo em isolamento, causando uma paralisação forçada na economia global — o que, naturalmente, causou um colapso nos mercados financeiros.

Só que, de uns meses para cá — especialmente a partir da segunda metade de maio — temos visto uma recuperação das bolsas globais e uma certa estabilização no mercado de commodities. E tudo isso mesmo sem que a Covid-19 tenha deixado de existir.

Infelizmente, a doença continua se espalhando pelo mundo e deixando vítimas: segundo a universidade americana Johns Hopkins, mais de 12 milhões de pessoas já foram contaminadas no mundo, com cerca de 550 mil mortos. No Brasil, o total de óbitos causados pelo vírus já se aproxima da marca de 70 mil.

E, eu não sei quanto a vocês, mas, de março para cá, pouca coisa mudou na minha vida, em termos práticos: eu continuo trabalhando de casa, colocando os pés na rua apenas quando estritamente necessário. As projeções para a economia global em 2020 seguem péssimas e uma eventual nova rodada de quarentena no mundo ainda não está descartada.

Então, a grande pergunta é: o que se passa nos mercados? Por que tivemos toda essa recuperação, se, em termos práticos, pouco mudou? O que explica o salto de mais de 50% do Ibovespa em relação às mínimas do ano, em março?

Não há uma resposta fácil para essa questão. Há o pano de fundo da injeção de recursos por parte dos bancos centrais e governos, de modo a tentar reaquecer a combalida economia global — e, a partir dessa enxurrada de dinheiro que tomou conta dos mercados, é possível encontrar inúmeros outros fatores de influência.

No contexto doméstico, há quem diga que o cenário político, hoje, está menos turbulento do que há dois ou três meses, o que ajuda a reduzir a volatilidade na bolsa; no lado externo, a recuperação dos mercados globais, aliada aos avanços no desenvolvimento de tratamentos contra a Covid-19, também enchem os investidores de coragem.

E, nesta semana, tivemos alguns elementos novos — e positivos — por aqui: uma certa tendência de recuperação (ou, pelo menos, de não-piora) dos indicadores econômicos locais.

Mudando a tendência?

Nos últimos dias, foram divulgados dados mais atualizados a respeito do nível de atividade no Brasil: indústria e varejo surpreenderam positivamente, enquanto o setor de serviços... nem tanto.

Indo aos números: a produção industrial avançou 7% em maio em relação a abril, enquanto as vendas no varejo saltaram 13,9% na mesma base. É claro que essa recuperação intensa ocorre após dois meses de forte retração, mas, para o mercado, o dado em si é o menos importante — o que realmente é comemorado é a potencial mudança de rota.

Ainda não é possível cravar que o Brasil seguirá a tendência vista na Europa e nos EUA, que começam a ensaiar uma recuperação econômica após meses desastrosos. Mas, ao menos, é possível ver que os dados de atividade pararam de deteriorar, o que indica que o pior momento da pandemia — ao menos, em termos econômicos — ficou para trás.

A euforia só não foi maior porque o setor de serviços não mostrou o mesmo vigor dos outros segmentos: caiu 0,9% em maio ante abril, ficando abaixo das expectativas dos analistas. Um certo balde de água fria, mas que também pode ser entendido como um início de interrupção na tendência negativa.

É claro: o grande fator de influência para os mercados globais é a injeção de liquidez pelo BCs, já que, com dinheiro sobrando nos mercados, fica muito mais fácil assumir riscos e montar posições — ainda mais num cenário de juros estruturalmente baixos no mundo, o que praticamente obriga os investidores a partir para a bolsa.

Dito isso, é necessário um gatilho para estimular o movimento comprador — e, nesta semana, boas notícias no front do desenvolvimento de tratamentos para o coronavírus, aliadas a esse viés mais saudável da economia doméstica, serviram como fagulha para dar força às negociações e levar o Ibovespa de volta aos 100 mil pontos.

Dólar hesitante

Toda essa animação, contudo, não se reflete no mercado de câmbio: o dólar à vista continuou mostrando um comportamento relativamente comportado, sem grandes pressões ou alívios — a moeda americana está 'encaixotada' entre os R$ 5,30 e os R$ 5,40 desde o começo do mês.

Nesta sexta, o dólar à vista caiu 0,31%, a R$ 5,3218 — na semana, acumulou leve alta de 0,05% e, no mês, cai 2,10%. Desde o começo de 2020, contudo, a divisa ainda tem um salto de 32,65%.

É uma típica estratégia de proteção por parte do mercado em momentos de indecisão: por um lado, ninguém quer ficar de fora do rali nas bolsas; por outro, ainda há muitos fatores de risco no horizonte e não parece ser uma boa ideia ficar totalmente exposto.

Assim, ao mesmo tempo em que aumentam a alocação nos mercados acionários, os investidores também correm para a proteção do dólar: se tudo der certo e as bolsas dispararem, os ganhos estão garantidos; se tudo der errado e um novo colapso ocorrer, a tendência é de valorização da moeda americana — o que neutralizaria parte das perdas com as ações.

Afinal, a liquidez quase infinita serve como 'colchão' para o mercado, mas não apaga as incertezas ligadas ao coronavírus, à política brasileira, às eleições americanas e às tensões geopolíticas entre EUA e China, apenas para citar alguns potenciais fatores de turbulência desta segunda metade de 2020.

E, por mais que os 100 mil pontos sejam uma marca simbólica importante, mais importante ainda é não correr o risco de perder tudo — então, na dúvida, é sempre melhor ter dólares no bolso.

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