Ibovespa respira com alívio da queda em Wall Street e fecha em alta em dia de fortes oscilações
Bolsa brasileira abriu em alta, sucumbiu à forte queda em Wall Street e recuperou-se até fechar em alta antes do feriado, ao término de uma semana de intensa volatilidade

Pode ter faltado muita coisa no último pregão desta semana no Ibovespa. Só não faltou emoção. Depois do forte tombo registrado ontem pelas bolsas americanas, os mercados financeiros globais viveram uma sexta-feira de intensa oscilação.
O Ibovespa começou o dia buscando o território positivo, mas logo passou a cair acompanhando o segundo dia seguido de forte recuo nos índices de ações dos Estados Unidos.
Em Nova York, as bolsas abriram com sinais mistos, mas pioraram já nos primeiros momentos de negociação. No fim da tarde, uma melhora - ou despiora - no ambiente em Nova York levou Wall Street a apagar parcialmente a queda.
Os três principais índices de Wall Street recuaram pelo segundo dia seguido - Dow Jones (-0,56%), S&P 500 (-0,81%) e Nasdaq (-1,27%) -, mas fecharam longe das mínimas.
Os mercados de ações europeus de ações não ficaram abertos por tempo suficiente para acompanhar esse movimento, mas a bolsa brasileira aproveitou a onda, apagou a queda e passou a subir até fechar em alta de 0,52%, aos 101.241,73 pontos. No acumulado da semana, porém, o Ibovespa recuou 0,88%.
Ações de tecnologia na berlinda
Assim como ocorreu na véspera, a maior parte das perdas foi refletida no Nasdaq e – no caso do Ibovespa – nos papéis do setor de e-commerce, que no fim acabaram apagando a maior parte das perdas.
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O consenso inicial em torno deste primeiro impacto gira em torno de uma realização de lucros, mas não se descarta uma eventual correção em um momento no qual parte dos investidores questiona o nível de preços dos ativos ligados ao setor de tecnologia. “Pode-se dizer que a realização de lucro é o principal motivo. Nenhum dado mostra mudança estrutural”, constata Alexandre Silverio, CIO da AZ Quest.
De acordo com ele, as empresas de tecnologia mudaram de patamar com base em percepções de longo prazo. “Num ambiente de juro baixo e percepção de que vai continuar sendo assim por mais tempo, quando você olha o valor de uma companhia, quanto de retorno ela vai trazer, boa parte disso não vem do lucro de curto prazo, mas pela capacidade de gerar lucro num prazo mais dilatado”, explica Silverio.
“No caso das empresas de tecnologia, essa capacidade foi antecipada e percebida como um desfecho mais provável. Mas em alguns momentos do ciclo isso vai ser questionado”, conclui o CIO da AZ Quest.
Confira a seguir as maiores altas e as maiores baixas do dia entre os componentes do Ibovespa.
MAIORES ALTAS
- Qualicorp ON (QUAL3) +7,68%
- CCR ON (CCRO3) +4,35%
- Braskem PN (BRKM5) +4,09%
- GOL PN (GOLL4) +3,68%
- Cogna ON (COGN3) +3,62%
MAIORES BAIXAS
- Hering ON (HGTX3) -4.95%
- BTG Pactual Unit (BPAC11) -2,42%
- Cyrela ON (CYRE3) -1,85%
- Totvs ON (TOTS3) -1,81%
- Natura ON (NTCO3) -1,63%
Payroll dentro da expectativa não dissipou cautela
O resultado do payroll foi insuficiente para que os investidores deixassem a cautela de lado nesta sexta-feira. Segundo o relatório de emprego divulgado nesta manhã, o país criou 1,371 milhão de novas vagas em agosto, em linha com o esperado pelos analistas. A leitura dos investidores é de que o número representa o reaquecimento do mercado de trabalho na maior economia do mundo.
Tensão em Brasília
A queda generalizada nos mercados de ações durante a maior parte do dia colocou em segundo plano a deterioração da relação entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Logo depois de receber a proposta de reforma administrativa do governo, Maia disse que a partir de agora irá tratar apenas com o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos.
Em entrevista concedida ontem à noite à GloboNews, Maia disse que o ministro Paulo Guedes proibiu sua equipe de falar com a dele.
Apesar do aparente rompimento entre Maia e Guedes, o presidente da Câmara disse que em nada irá atrapalhar o andamento das reformas.
Ontem, na entrega da proposta da reforma administrativa a Maia, a ausência de Guedes no evento chamou a atenção. O ministro não se manifestou sobre o assunto.
Dólar e juro
O dólar começou a sessão em queda, mas passou a subir com a desaceleração das moedas emergentes no exterior.
O mercado de câmbio também foi influenciado por comentários do diretor de Política Econômica do Banco Central, Fabio Kanczuk, nos quais ele praticamente descartou mais cortes na taxa Selic.
Ainda segundo ele, o Tesouro vai ter que emitir quantidade grande de títulos no decorrer dos próximos meses, antecipando problemas de liquidez para o refinanciamento da dívida pública.
Ao fim do pregão, o dólar à vista subia 0,21%, cotado a R$ 5,3071. Na semana, porém, a moeda norte-americana recuou 2% em relação ao real.
Já os contratos de juros futuros fecharam em queda com os investidores otimistas quanto à velocidade de saída da crise provocada pela pandemia depois da divulgação do payroll.
Confira as taxas negociadas de alguns dos principais contratos negociados na B3:
- Janeiro/2022: de 2,790% para 2,740%;
- Janeiro/2023: de 3,960% para 3,900%;
- Janeiro/2025: de 5,760% para 5,690%;
- Janeiro/2027: de 6,720% para 6,640%.
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