🔴 [NO AR] TOUROS E URSOS: QUEM FICOU EM BAIXA E QUAIS FORAM AS SURPRESAS DE 2025? – ASSISTA AGORA

Felipe Saturnino

Felipe Saturnino

Graduado em Jornalismo pela USP, passou pelas redações de Bloomberg e Estadão.

fim do dia

Tudo para cima: Ibovespa fecha em alta com vacina de Oxford 70% eficaz, enquanto risco fiscal pressiona dólar e juros

Principal índice da B3 fecha no maior patamar desde 21 de fevereiro e acumula ganhos de 14% em novembro. Paralisia com reformas e crescente dívida pública instigam alta da moeda americana

Felipe Saturnino
Felipe Saturnino
23 de novembro de 2020
19:02 - atualizado às 19:14
alta - dólar - bolsa
Imagem: Shutterstock

Todo mundo para um lado, ninguém para o outro.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Esta foi, em resumo, a segunda-feira (23) dos mercados locais: na bolsa, a tomada de risco foi estimulada pela perspectiva de uma vacina contra o coronavírus cada vez mais próxima, permitindo ao Ibovespa manter os ganhos vigorosos em novembro — no mês, o índice registra alta de 14,29%.

No câmbio, a recuperação da economia americana e a cautela com o risco fiscal (sempre ele) prevaleceram, elevando o preço do dólar. A visão de que a agenda econômica não deverá ser pautada no Congresso Nacional no curto prazo continuou a afligir os investidores e motivou, também, a alta dos juros futuros, que refletem mais fielmente o agravamento da dívida pública.

Primeiro, vamos com o que houve de bom.

A farmacêutica AstraZeneca anunciou pela manhã que sua vacina experimental contra covid-19, desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford, obteve eficácia média de 70% em testes realizados no Brasil e no Reino Unido.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A taxa pode chegar a 90% de eficácia, no máximo, e de 62%, no mínimo, a depender do regime de dosagem a ser testado. Você pode conferir este assunto em mais detalhes nesta matéria do Seu Dinheiro.

Leia Também

AstraZeneca e Oxford pretendem submeter os primeiros resultados às diversas autoridades de saúde que têm programas de aprovação antecipada e vai pedir autorização emergencial para a Organização Mundial da Saúde (OMS), para distribuir a vacina em países de baixa renda.

Tal notícia, como tem sido frequente, anima os investidores a se aventurarem nos mares das rendas variáveis. Hoje não foi diferente. Os principais índices americanos fecharam em alta — o Dow Jones teve forte alta, de 1,2%; o S&P 500, de 0,6%; e o Nasdaq, de 0,3%.

Por aqui, o Ibovespa também fechou em forte alta, de 1,3%, cotados aos 107.380 pontos, no maior patamar de fechamento desde 21 de fevereiro, quando encerrou a sessão cotado aos 113.681 pontos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

As ações de empresas da chamada "velha economia", como as ligadas a commodities, tiveram forte alta hoje no principal índice acionário da B3, com a visão de um imunizante contra a covid-19 cada vez mais próximo da realidade e a possível volta à "vida ao normal" estimulando a entrada de investidores nesses papéis.

Destaques da bolsa

Bom exemplo desse ímpeto comprador foram as ações da Petrobras: seguindo a forte do petróleo de barril tipo Brent lá fora, os papéis suportaram o ganho do índice — as ações da gigante estatal avançaram no mínimo 3,9% hoje.

Ações PetroRio ON foram outras que subiram forte na esteira do petróleo, refletindo também crescente confiança do investidor com os planos de expansão da empresa.

Os papéis BRF ON, CSN ON e Usiminas PNA lideraram os ganhos do Ibovespa.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Maior exportadora de frangos do mundo, a BRF renovou a habilitação de duas de suas plantas para exportações de cortes de aves para a Coreia do Sul na sexta (20). A ação está muito descontada em 2020, acumulando queda de 40% no ano.

As siderúrgicas CSN e Usiminas também surfaram a onda do potencial de vacina, tirando vantagem da valorização dos preços de commodities.

À Broadcast, a CSN informou que vai aumentar em 10% o preço do aço plano (laminados e folhas metálicas) a partir de 1º de dezembro, enquanto o aço longo (vergalhões) será elevado em 12%.

Os papéis de companhias aéreas voltaram a reagir em alta com uma notícia positiva sobre o desenvolvimento da vacina e, neste momento, Azul PN e Gol PN sobem mais de 2%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Empresa fortemente afetada pelas medidas de isolamento social e pelo desmantelamento da joint venture com a americana Boeing, papéis Embraer ON também ficaram entre os destaques de alta, marcando avanço de 4%.

As ações de bancos também contribuíram decisivamente com a alta do índice — Santander units, Itaú PN, Bradesco ON e Banco do Brasil ON subiram ao menos 0,8% e, no máximo, 2,6%.

Veja as maiores altas do Ibovespa:

CÓDIGOEMPRESAPREÇO (R$)VARIAÇÃO
PRIO3PetroRio ON           46,51 7,64%
CSNA3CSN ON           21,35 6,80%
PETR4Petrobras PN           25,10 6,13%
BRFS3BRF ON           22,03 5,91%
PETR3Petrobras ON           25,48 4,86%

Na ponta negativa, as ações Carrefour ON lideraram as quedas do índice, em um movimento que reflete a repercussão negativa à morte do cliente negro, Beto Freitas, por dois seguranças do supermercado da marca em Porto Alegre.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Os papéis GPA ON e Magazine Luiza ON também recuaram forte e ficaram entre as maiores quedas percentuais do Ibovespa, em uma sessão de baixa para os papéis do setor do varejo como um todo.

"Investidores aproveitaram para ir com commodities e se desfizeram um pouco do setor de varejo", diz Ari Santos, operador de renda variável da Commcor. "Siderurgia, por exemplo, é um setor que se sustenta com exportações e a retomada da economia."

Veja as maiores quedas:

CÓDIGOEMPRESAPREÇO (R$)VARIAÇÃO
CRFB3Carrefour Brasil ON           19,30 -5,35%
PCAR3GPA ON           70,10 -3,97%
CIEL3Cielo ON             3,77 -3,33%
MGLU3Magazine Luiza ON           23,42 -3,22%
HYPE3Hypera ON           30,40 -2,81%

Cautela fiscal e PMI pressionam dólar e juros

No câmbio, o dólar a princípio deu sinais de fraqueza que vem tendo recentemente, reforçados pela vitória do democrata Joe Biden na eleição americana, em meio a um ambiente de tomada de risco e alta das bolsas nos Estados Unidos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A partir das 11h40, no entanto, a moeda voltou a ser aquela que tem sido nos últimos anos: forte em relação às demais. O dólar virou refletindo a persistência dos problemas fiscais do Brasil e intensificou a alta com um sinal da retomada da economia americana.

O Dollar Index (DXY), que compara o dólar a uma cesta de moedas fortes como euro, libra e iene, também avançou, mostrando a força global do dólar.

A divulgação do índice de gerente de compras (PMI, da sigla inglesa) para serviços e indústria mostrou avanço de 56,3 em outubro para 57,9, segundo a leitura preliminar de novembro. Foi o maior nível do PMI em 68 meses, de acordo com a IHS Markit, o que aponta uma recuperação da maior economia do mundo. Um resultado acima de 50 indica expansão da atividade.

Além disso, persistem as avaliações pessimistas do mercado sobre a morosidade da pauta econômica no Congresso.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

"O que pesa mais e explica esse desempenho tanto de dólar como de juros é essa lentidão da pauta econômica no Congresso, o que estressa os juros longos", diz Daniel Xavier, economista-sênior do Banco ABC Brasil.

Xavier ressalta que o prêmio de risco implicado na ponta longa da curva reflete a incerteza com o andamento da questão fiscal.

As taxas de longo prazo, diz ele, passaram a se deslocar para cima com as discussões iniciais acerca do Renda Cidadã, a partir de agosto.

Depois que se aventou a possibilidade de usar o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e os precatórios para financiar o programa, esses juros longos se deslocaram ainda mais. "A expectativa nossa agora é de que algo mais concreto ocorra apenas no 1º trimestre do ano que vem."

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Em live nesta segunda promovida pela Empiricus e pela Vitreo, o ministro da Economia Paulo Guedes admitiu atraso nos planos do governo, por exemplo, no processo da venda de estatais. "Eu acho que já estamos atrasados", disse ele. "Mas dependemos de um eixo político".

O ministro admitiu hesitação de alguns ministérios a respeito da necessidade de se privatizar algumas empresas e disse que a culpa é do próprio governo na demora do processo. "Não conseguimos nos entender para acelerar a pauta".

"Privatizações eram importantes para derrubar a relação dívida/PIB. Mas ainda estamos carregando ativos disfuncionais", afirmou o ministro.

Além disso, a pesquisa Focus do Banco Central mostrou que os economistas preveem uma inflação maior para 2020 e 2021, de acordo com a mediana das estimativas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

No fim do dia, as altas mais intensas dos juros foram nos vencimentos mais longos, continuando a precificar um risco fiscal crescente, embora a os juros para janeiro/2022 também tenha subido razoavelmente.

Veja as taxas dos principais vencimentos:

  • Janeiro/2021: de 1,929% para 1,934%
  • Janeiro/2022: de 3,36% para 3,42%
  • Janeiro/2023: de 5,11% para 5,24%
  • Janeiro/2025: de 6,96% para 7,06%

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
AINDA MAIS PRECIOSOS

Os recordes voltaram: ouro é negociado acima de US$ 4.450 e prata sobe a US$ 69 pela 1ª vez na história. O que mexe com os metais?

22 de dezembro de 2025 - 12:48

No acumulado do ano, a valorização do ouro se aproxima de 70%, enquanto a alta prata está em 128%

BOMBOU NO SD

LCIs e LCAs com juros mensais, 11 ações para dividendos em 2026 e mais: as mais lidas do Seu Dinheiro

21 de dezembro de 2025 - 17:10

Renda pingando na conta, dividendos no radar e até metas para correr mais: veja os assuntos que dominaram a atenção dos leitores do Seu Dinheiro nesta semana

B DE BILHÃO

R$ 40 bilhões em dividendos, JCP e bonificação: mais de 20 empresas anunciaram pagamentos na semana; veja a lista

21 de dezembro de 2025 - 16:01

Com receio da nova tributação de dividendos, empresas aceleraram anúncios de proventos e colocaram mais de R$ 40 bilhões na mesa em poucos dias

APÓS UMA DECISÃO JUDICIAL

Musk vira primeira pessoa na história a valer US$ 700 bilhões — e esse nem foi o único recorde de fortuna que ele bateu na semana

21 de dezembro de 2025 - 11:30

O patrimônio do presidente da Tesla atingiu os US$ 700 bilhões depois de uma decisão da Suprema Corte de Delaware reestabelecer um pacote de remuneração de US$ 56 bilhões ao executivo

DESTAQUES DA SEMANA

Maiores quedas e altas do Ibovespa na semana: com cenário eleitoral e Copom ‘jogando contra’, índice caiu 1,4%; confira os destaques

20 de dezembro de 2025 - 16:34

Com Copom firme e incertezas políticas no horizonte, investidores reduziram risco e pressionaram o Ibovespa; Brava (BRAV3) é maior alta, enquanto Direcional (DIRR3) lidera perdas

OS MAIORES DO ANO

Nem o ‘Pacman de FIIs’, nem o faminto TRXF11, o fundo imobiliário que mais cresceu em 2025 foi outro gigante do mercado; confira o ranking

19 de dezembro de 2025 - 14:28

Na pesquisa, que foi realizada com base em dados patrimoniais divulgados pelos FIIs, o fundo vencedor é um dos maiores nomes do segmento de papel

MEXENDO NO PORTFÓLIO

De olho na alavancagem, FIIs da TRX negociam venda de nove imóveis por R$ 672 milhões; confira os detalhes da operação

19 de dezembro de 2025 - 11:17

Segundo comunicado divulgado ao mercado, os ativos estão locados para grandes redes do varejo alimentar

MERCADOS

“Candidatura de Tarcísio não é projeto enterrado”: Ibovespa sobe e dólar fecha estável em R$ 5,5237

18 de dezembro de 2025 - 19:21

Declaração do presidente nacional do PP, e um dos líderes do Centrão, senador Ciro Nogueira (PI), ajuda a impulsionar os ganhos da bolsa brasileira nesta quinta-feira (18)

ENTREVISTA

‘Se eleição for à direita, é bolsa a 200 mil pontos para mais’, diz Felipe Miranda, CEO da Empiricus

18 de dezembro de 2025 - 19:00

CEO da Empiricus Research fala em podcast sobre suas perspectivas para a bolsa de valores e potenciais candidatos à presidência para eleições do próximo ano.

OTIMISMO NO RADAR

Onde estão as melhores oportunidades no mercado de FIIs em 2026? Gestores respondem

18 de dezembro de 2025 - 17:41

Segundo um levantamento do BTG Pactual com 41 gestoras de FIIs, a expectativa é que o próximo ano seja ainda melhor para o mercado imobiliário

PROVENTOS E MAIS PROVENTOS

Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025

18 de dezembro de 2025 - 16:30

Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira

ONDA DE PROVENTOS

Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall

18 de dezembro de 2025 - 9:29

A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão

HORA DE COMPRAR

Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo

17 de dezembro de 2025 - 17:22

Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic

TOUROS E URSOS #252

Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade

17 de dezembro de 2025 - 12:35

Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva

ESTRATÉGIA DO GESTOR

‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú

16 de dezembro de 2025 - 15:07

Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros

RECUPERAÇÃO RÁPIDA

Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander

16 de dezembro de 2025 - 10:50

Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores

RANKING

Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI

15 de dezembro de 2025 - 19:05

Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno

SMALL CAP QUERIDINHA

Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais

15 de dezembro de 2025 - 19:02

O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50

HAJA MÁSCARA DE OXIGÊNIO

Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa

15 de dezembro de 2025 - 17:23

As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores

HORA DE COMPRAR?

Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema

15 de dezembro de 2025 - 16:05

Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar