Ações do IRB com preço-alvo de R$ 34? Cuidado ao ler os relatórios de analistas…
Relatório do Morgan Stanley traz um potencial de alta de 445% para as ações, mas o cálculo dos analistas foi feito antes da confirmação de fraude nos balanços do IRB
					Os fóruns de internet sobre investimentos em ações ferveram ontem à tarde. A razão foi a divulgação de um relatório do Morgan Stanley sobre os resultados do terceiro trimestre da empresa de resseguros IRB Brasil.
O banco norte-americano é um dos poucos no mercado a recomendar a compra das ações do IRB (IRBR3), que amargam uma queda de mais de 80% no ano.
Leia também:
- OPORTUNIDADE: Confira as ações e FIIs favoritos das carteiras das corretoras
 - IRB tem prejuízo de R$ 229,8 milhões no terceiro trimestre
 - UBS rebaixa recomendação de ações do IRB de compra para venda
 - IRB diz que não há mais ajustes a fazer no balanço e que investigações de fraude foram concluídas
 
Mas o que chamou mesmo a atenção foi o preço-alvo calculado pelos analistas: R$ 34. O valor representa um potencial de valorização de 445% para os papéis, que fecharam ontem cotados a R$ 6,23. No pregão de hoje, as ações recuavam 0,48% por volta das 15h15.
O preço-alvo do Morgan Stanley também traz um enorme contraste com os cálculos dos analistas do UBS BB, que publicaram um relatório no mês passado recomendando a venda da ação, com preço-alvo de R$ 4,60.
É claro que os investidores comprados na ação do IRB alardearam o relatório do Morgan Stanley como argumento para a tese do potencial de alta da empresa.
Mas para os que se empolgaram com as projeções, uma análise mais cuidadosa do documento assinado pelos analistas Jorge Kuri, Jorge Echevarria, Eugenia Sanchez e Alexandre Namioka traz alguns pontos que merecem atenção.
Leia Também
O primeiro é que, embora o relatório seja recente, tanto a recomendação para as ações do IRB como o preço-alvo não são novos.
Os analistas classificaram os papéis da empresa de resseguros como "overweight" (equivalente a compra) em abril de 2019 e mantiveram a recomendação desde então. O mesmo ocorreu com o preço-alvo, revisado pela última vez no dia 26 de março deste ano.
A cronologia é importante diante da enorme reviravolta sofrida pela empresa desde fevereiro deste ano, quando a gestora carioca Squadra publicou uma carta a seus investidores apontando inconsistências no balanço do IRB.
Após esse questionamento, a companhia entrou numa roda-viva que envolveu até a divulgação de informações falsas de que o bilionário Warren Buffett detinha uma participação na empresa. A antiga diretoria do IRB caiu após o desmentido da Berkshire Hathaway, a holding que concentra os investimentos do bilionário.
Como se não bastasse, a desconfiança da Squadra se revelou verdadeira e a empresa de fato encontrou problemas nos balanços. Tanto que republicou os números de 2019 e 2018 com um lucro líquido R$ 670 milhões menor do que o apresentado originalmente na soma dos dois períodos.
Da última vez em que o Morgan Stanley revisou o preço-alvo (reduzindo de R$ 49 para R$ 34), a antiga diretoria do IRB já havia caído, mas a empresa ainda não havia confirmado que os balanços estavam maquiados. Eu procurei o banco e pedi para falar com os analistas responsáveis pelo relatório, mas não obtive retorno até o momento.
Agora sob nova direção, há um consenso de que o IRB está no caminho certo. Mas o que vai dizer se as ações estão ou não baratas é a capacidade da gestão de fazer a companhia voltar a ser lucrativa.
De todo modo, fica o aviso: é preciso bastante atenção ao ler os relatórios de analistas sobre ações, e ainda mais cuidado ao tomar decisões de investimento com base em mensagens de fóruns.
Maior queda do Ibovespa: o que explica as ações da Marcopolo (POMO4) terem desabado após o balanço do terceiro trimestre?
As ações POMO4 terminaram o dia com a maior queda do Ibovespa depois de um balanço que mostrou linhas abaixo do que os analistas esperavam; veja os destaques
A ‘brecha’ que pode gerar uma onda de dividendos extras aos acionistas destas 20 empresas, segundo o BTG
Com a iminência da aprovação do projeto de lei que taxa os dividendos, o BTG listou 20 empresas que podem antecipar pagamentos extraordinários para ‘fugir’ da nova regra
Faltou brilho? Bradesco (BBDC4) lucra mais no 3T25, mas ações tombam: por que o mercado não se animou com o balanço
Mesmo com alta no lucro e na rentabilidade, o Bradesco viu as ações caírem no exterior após o 3T25. Analistas explicam o que pesou sobre o resultado e o que esperar daqui pra frente.
Montanha-russa da bolsa: a frase de Powell que derrubou Wall Street, freou o Ibovespa após marca histórica e fortaleceu o dólar
O banco central norte-americano cortou os juros pela segunda vez neste ano mesmo diante da ausência de dados econômicos — o problema foi o que Powell disse depois da decisão
Ouro ainda pode voltar para as máximas: como levar parte desse ganho no bolso
Um dos investimentos que mais renderam neste ano é também um dos mais antigos. Mas as formas de investir nele são modernas e vão de contratos futuros a ETFs
Ibovespa aos 155 mil pontos? JP Morgan vê três motores para uma nova arrancada da bolsa brasileira em 2025
De 10 de outubro até agora, o índice já acumula alta de 5%. No ano, o Ibovespa tem valorização de quase 24%
Santander Brasil (SANB11) bate expectativa de lucro e rentabilidade, mas analistas ainda tecem críticas ao balanço do 3T25. O que desagradou o mercado?
Resultado surpreendeu, mas mercado ainda vê preocupações no horizonte. É hora de comprar as ações SANB11?
Ouro tomba depois de máxima, mas ainda não é hora de vender tudo: preço pode voltar a subir
Bancos centrais globais devem continuar comprando ouro para se descolar do dólar, diz estudo; analistas comentam as melhores formas de investir no metal
IA nas bolsas: S&P 500 cruza a marca de 6.900 pontos pela 1ª vez e leva o Ibovespa ao recorde; dólar cai a R$ 5,3597
Os ganhos em Nova York foram liderados pela Nvidia, que subiu 4,98% e atingiu uma nova máxima. Por aqui, MBRF e Vale ajudaram o Ibovespa a sustentar a alta.
‘Pacman dos FIIs’ ataca novamente: GGRC11 abocanha novo imóvel e encerra a maior emissão de cotas da história do fundo
Com a aquisição, o fundo imobiliário ultrapassa R$ 2 bilhões em patrimônio líquido e consolida-se entre os maiores fundos logísticos do país, com mais de 200 mil cotistas
Itaú (ITUB4), BTG (BPAC11) e Nubank (ROXO34) são os bancos brasileiros favoritos dos investidores europeus, que veem vida ‘para além da eleição’
Risco eleitoral não pesa tanto para os gringos quanto para os investidores locais; estrangeiros mantêm ‘otimismo cauteloso’ em relação a ativos da América Latina
Gestor rebate alerta de bolha em IA: “valuation inflado é termo para quem quer ganhar discussão, não dinheiro”
Durante o Summit 2025 da Bloomberg Linea, Sylvio Castro, head de Global Solutions no Itaú, contou por que ele não acredita que haja uma bolha se formando no mercado de Inteligência Artificial
Vamos (VAMO3) lidera os ganhos do Ibovespa, enquanto Fleury (FLRY3) fica na lanterna; veja as maiores altas e quedas da semana
Com a ajuda dos dados de inflação, o principal índice da B3 encerrou a segunda semana seguida no azul, acumulando alta de 1,93%
Ibovespa na China: Itaú Asset e gestora chinesa obtêm aprovação para negociar o ETF BOVV11 na bolsa de Xangai
Parceria faz parte do programa ETF Connect, que prevê cooperação entre a B3 e as bolsas chinesas, com apoio do Ministério da Fazenda e da CVM
Envelhecimento da população da América Latina gera oportunidades na bolsa — Santander aponta empresas vencedoras e quem perde nessa
Nova demografia tem potencial de impulsionar empresas de saúde, varejo e imóveis, mas pressiona contas públicas e produtividade
Ainda vale a pena investir nos FoFs? BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos no IFIX e responde
Em meio ao esquecimento do segmento, o analista do BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos que possuem uma perspectiva positiva
Bolsas renovam recordes em Nova York, Ibovespa vai aos 147 mil pontos e dólar perde força — o motivo é a inflação aqui e lá fora. Mas e os juros?
O IPCA-15 de outubro no Brasil e o CPI de setembro nos EUA deram confiança aos investidores de que a taxa de juros deve cair — mais rápido lá fora do que aqui
Com novo inquilino no pedaço, fundo imobiliário RBVA11 promete mais renda e menos vacância aos cotistas
O fundo imobiliário RBVA11, da Rio Bravo, fechou contrato de locação com a Fan Foods para um restaurante temático na Avenida Paulista, em São Paulo, reduzindo a vacância e ampliando a diversificação do portfólio
Fiagro multiestratégia e FoFs de infraestrutura: as inovações no horizonte dos dois setores segundo a Suno Asset e a Sparta
Gestores ainda fazem um alerta para um erro comum dos investidores de fundos imobiliários que queiram alocar recursos em Fiagros e FI-Infras
FIIs atrelados ao CDI: de patinho feio à estrela da noite — mas fundos de papel ainda não decolam, segundo gestor da Fator
Em geral, o ciclo de alta dos juros tende a impulsionar os fundos imobiliários de papel. Mas o voo não aconteceu, e isso tem tudo a ver com os últimos eventos de crédito do mercado
