🔴 NO AR: ONDE INVESTIR EM DEZEMBRO – CONFIRA MAIS DE 30 RECOMENDAÇÕES – VEJA AQUI

Victor Aguiar

Victor Aguiar

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.

Amplitude térmica

Num mês dominado pela guerra comercial, o Ibovespa reagiu à temperatura no exterior

O Ibovespa teve uma semana bastante positiva, mas ainda fechou o mês com perdas acumuladas de 0,67%, influenciado pelas oscilações no clima da guerra comercial

Victor Aguiar
Victor Aguiar
30 de agosto de 2019
10:26 - atualizado às 10:58
Termômetro
O Ibovespa aproveitou o clima mais ameno na guerra comercial e retomou os 101 mil pontos, mas ainda fechou o mês no vermelho - Imagem: Shutterstock

Agosto foi um mês com temperaturas voláteis em São Paulo. Tivemos dias de muito frio e de muito calor — para mim, termômetros abaixo de 10 ºC ou acima de 30 ºC já caracterizam climas extremos. E, muitas vezes, essas oscilações bruscas ocorreram do dia para a noite, pegando todo mundo de surpresa.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

De certa maneira, os mercados financeiros também tiveram que lidar com uma amplitude térmica elevada neste mês. As idas e vindas na guerra comercial elevaram a aversão ao risco e trouxeram volatilidade aos ativos globais — e o Ibovespa e o dólar à vista foram diretamente afetados pelo clima no mundo.

O principal índice da bolsa brasileira, por exemplo, oscilou dentro de uma faixa relativamente ampla: em termos intradiários, o Ibovespa chegou a tocar os 104.848,18 pontos em 9 de agosto, mas também bateu os 95.855,30 pontos no dia 27 — uma banda de quase nove mil pontos.

Nesta sexta-feira (30), o Ibovespa registrou ganhos de 0,61%, fechando aos 101.134,61 pontos. Com isso, o índice acumulou ganhos de 3,55% apenas nesta semana, mas esse desempenho não foi suficiente para zerar as perdas no mês: a carteira encerrou agosto com uma perda de 0,67%.

E toda essa oscilação — para cima ou para baixo — se deve às constantes mudanças na temperatura da guerra comercial. Quando as tensões entre Estados Unidos e China aumentaram, o índice brasileiro e as bolsas globais foram para baixo; quando os atritos diminuíram, os mercados acionários se recuperaram.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Já o dólar à vista não se mostrou tão responsivo às frentes frias que trouxeram alívio às bolsas. A moeda americana até caiu 0,68% hoje, a R$ 4,14,25, mas fechou agosto com um ganho acumulado de 8,45%. No mercado de câmbio, a temperatura foi às máximas e não desceu mais.

Leia Também

Aquecimento global

O mês começou com uma onda de calor atingindo que pegou os mercados despreparados: logo em primeiro de agosto, o presidente americano, Donald Trump, anunciou a imposição de tarifas de 10% sobre US$ 300 bilhões em produtos importados da China, no âmbito das disputas comerciais entre os dois países.

A nova sobretaxa trouxe uma onda de pessimismo aos agentes financeiros, uma vez que já havia a percepção de que a guerra comercial estaria tirando força da economia global. E, de fato, as coisas esquentaram ainda mais a partir daí.

A escalada nas tensões foi gradual: num primeiro momento, o yuan começou a perder força em relação ao dólar, movimento que foi entendido como uma espécie de retaliação por parte do governo de Pequim, uma vez que a desvalorização da moeda chinesa tende a aumentar a competitividade das exportações do gigante asiático.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Num segundo instante, dados econômicos da China e da Alemanha mostraram que as economias dos dos países já estavam perdendo tração, o que trouxe calafrios aos mercados. Mas não parou por aí: na semana passada, a China contra-atacou e também anunciou tarifas a serem aplicadas sobre as importações americanas.

E, é claro, Trump não deixou barato: elevou ainda mais as sobretaxas a serem aplicadas sobre os produtos chineses. Esses constantes atritos entre Estados Unidos e China acabaram gerando faíscas e incendiaram os mercados.

Dilatações e contrações

Do mesmo jeito que uma barra de ferro contrai e dilata de acordo com a temperatura, as bolsas também reagem diretamente aos termômetros. Só que, no caso dos mercados acionários, a relação é inversa: quanto mais quente a temperatura da guerra comercial, mais contraídas ficam as bolsas — e vice-versa.

Assim, o Ibovespa e as bolsas americanas passaram o mês reagindo ao noticiário referente às disputas entre Estados Unidos e China: sinalizações mais agressivas de Trump ou do governo chinês jogavam os ativos para baixo, e indicações mais amenas faziam os investidores partirem para a compra.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Com isso, o principal índice da bolsa brasileira teve um mês de altos e baixos, perdendo o nível dos 100 mil pontos no meio do mês e chegando a tocar os 95 mil pontos no momento de maior tensão. Mas, nesta semana, as sinalizações mais amenas de americanos e chineses abriram espaço para uma certa recuperação nos ativos.

Afinal, tanto Trump quanto as autoridades da China mostraram-se mais abertas ao diálogo, como se quisessem mostrar ao mundo que não estão dispostos a entrar numa espiral crescente de tensão. Com isso, tanto o Ibovespa quanto as bolsas americanas conseguiram registrar ganhos nesta semana.

"Lá fora, os mercados ficaram muito estressados nesse mês, em meio à tensão na guerra comercial e aos riscos de desaceleração global", diz Rafael Passos, analista da Guide Investimentos. "Mas os discursos mais conciliadores dos últimos dias trouxeram mais alívio aos ativos de risco".

Dólar febril

Já o mercado de câmbio não teve alívio: para o dólar, o crescimento da aversão ao risco foi um caminho sem volta. A moeda americana, afinal, saiu do nível de R$ 3,80 no início do mês e chegou a tocar os R$ 4,19 nesta semana, voltando aos patamares de setembro do ano passado.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Toda essa pressão no câmbio se deve, em grande parte, à postura dos agentes financeiros em meio às tensões na guerra comercial. O crescimento na aversão ao risco se traduziu num movimento de fuga dos ativos mais arriscados, como as moedas de países emergentes, em busca de opções mais seguras, como o dólar.

Mas, enquanto as bolsas conseguiam se recuperar com as sinalizações mais amenas no front das disputas comerciais, o dólar seguiu pressionado. Trata-se de uma estratégia calculada: por um lado, o clima menos tenso abre espaço para aumentar a exposição às ações, mas, por outro, a incerteza quanto ao futuro faz com que o mercado permaneça posicionado no dólar.

Em outras palavras: a moeda americana serve como proteção — caso a aposta nas ações dê errado porque a guerra comercial voltou a pegar fogo, o dólar funcionará como um 'hedge'.

E, em meio à escalada do dólar, o Banco Central (BC) começou a atuar de maneira mais incisiva no câmbio. Fazendo jus às declarações de que não tinha problema em adotar mecanismos variados para corrigir disfuncionalidades no mercado, a autoridade tirou algumas cartas da manga ao longo de agosto.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A principal delas foi a realização de um leilão surpresa de dólares no mercado à vista, algo que não era visto desde 2009. Ao promover uma operação sem aviso prévio, o BC colocou os investidores que apostavam na alta do dólar em estado de alerta, já que não é possível prever quando — ou se — a autoridade irá inundar o mercado com dólares.

Calor argentino

Por fim, o noticiário referente ao país vizinho também contribuiu para dar um suadouro nos mercados: a vitória de Alberto Fernández, candidato de oposição, nas prévias presidenciais da Argentina —  e com ampla vantagem — provocou uma onda de pessimismo nos mercados em relação aos portenhos.

A incerteza quanto às políticas econômicas a serem adotadas por Fernández fez com que tanto o Merval — principal índice acionário do país — quanto o peso argentino fossem duramente castigados ao longo do mês. E, nesta semana, o governo portenho anunciou que iria renegociar as dívidas com o FMI, confirmando os temores dos agentes financeiros.

E o pregão de hoje?

Boa parte dos ganhos do Ibovespa foram sustentados pelas ações da Vale e das siderúrgicas , que apareceram no campo positivo e recuperam parte das fortes perdas acumuladas em agosto. Os ativos foram beneficiados pela recuperação nos preços do minério de ferro: a commodity subiu 3,92% na China.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Os papéis ON da mineradora (VALE3), por exemplo, sustentaram ganhos de 1,04%. Gerdau PN (GGBR4) e Usiminas PNA (USIM5) avançaram 2,71% e 3,27%, respectivamente. No acumulado do mês, contudo, esses ativos ainda tiveram perdas superiores a 5%.

Outro destaque do Ibovespa ficou com os papéis PN das Lojas Americanas (LAME4), que fecharam em alta de 4,00%. A empresa assinou um memorando de entendimento com a BR Distribuidora para avaliar uma parceria estratégica na gestão das lojas de conveniência dos postos.

Fora do índice, destaque para as units do Banco Inter (BIDI11), que fecharam em baixa de 0,13%, aR$ 61,12, apesar de o BTG Pactual ter elevado o preço-avo para os ativos, de R$ 47,00 para R$ 74,00.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
MEXENDO NA CARTEIRA

Pátria Malls (PMLL11) vai às compras, mas abre mão de parte de um shopping; entenda o impacto no bolso do cotista

4 de dezembro de 2025 - 10:24

Somando as duas transações, o fundo imobiliário deverá ficar com R$ 40,335 milhões em caixa

FII DO MÊS

BTLG11 é destronado, e outros sete FIIs disputam a liderança; confira o ranking dos fundos imobiliários favoritos para dezembro

4 de dezembro de 2025 - 6:02

Os oito bancos e corretoras consultados pelo Seu Dinheiro indicaram três fundos de papel, dois fundos imobiliários multiestratégia e dois FIIs de tijolo

FECHAMENTO DOS MERCADOS

A bolsa não vai parar: Ibovespa sobe 0,41% e renova recorde pelo 2º dia seguido; dólar cai a R$ 5,3133

3 de dezembro de 2025 - 19:05

Vale e Braskem brilham, enquanto em Nova York, a Microsoft e a Nvidia tropeçam e terminam a sessão com perdas

TOUROS E URSOS #250

Vai ter chuva de dividendos neste fim de ano? O que esperar das vacas leiteiras da bolsa diante da tributação dos proventos em 2026

3 de dezembro de 2025 - 18:33

Como o novo imposto deve impactar a distribuição de dividendos pelas empresas? O analista da Empiricus, Ruy Hungria, responde no episódio desta semana do Touros e Ursos

AÇÃO DO MÊS

Previsão de chuva de proventos: ação favorita para dezembro tem dividendos extraordinários no radar; confira o ranking completo

3 de dezembro de 2025 - 6:04

Na avaliação do Santander, que indicou o papel, a companhia será beneficiada pelas necessidades de capacidade energética do país

UMA AÇÃO PARA CARREGAR?

Por que o BTG acha que RD Saúde (RADL3) é uma das maiores histórias de sucesso do varejo brasileiro em 20 anos — e o que esperar para 2026

2 de dezembro de 2025 - 19:20

Para os analistas, a RADL3 é o “compounder perfeito”; entenda como expansão, tecnologia e medicamentos GLP-1 devem fortalecer a empresa nos próximos anos

PERSPECTIVAS 2026

A virada dos fundos de ações e multimercados vem aí: Fitch projeta retomada do apetite por renda variável no próximo ano

2 de dezembro de 2025 - 12:46

Após anos de volatilidade e resgates, a agência de risco projeta retomada gradual, impulsionada por juros mais favorável e ajustes regulatórios

CARTEIRA RECOMENDADA

As 10 melhores small caps para investir ainda em 2025, segundo o BTG

1 de dezembro de 2025 - 18:03

Enquanto o Ibovespa disparou 32% no ano até novembro, o índice Small Caps (SMLL) saltou 35,5% no mesmo período

AÇÕES NO TOPO

XP vê bolsa ir mais longe em 2026 e projeta Ibovespa aos 185 mil pontos — e cinco ações são escolhidas para navegar essa onda

1 de dezembro de 2025 - 15:00

Em meio à expectativa de queda da Selic e revisão de múltiplos das empresas, a corretora espera aumento do fluxo de investidores estrangeiros e locais

O INSACIÁVEL

A fome do TRXF11 ataca novamente: FII abocanha dois shoppings em BH por mais de R$ 257 milhões; confira os detalhes da operação

1 de dezembro de 2025 - 9:55

Segundo a gestora TRX, os imóveis estão localizados em polos consolidados da capital mineira, além de reunirem características fundamentais para o portfólio do FII

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Veja para onde vai a mordida do Leão, qual a perspectiva da Kinea para 2026 e o que mais move o mercado hoje

1 de dezembro de 2025 - 8:43

Profissionais liberais e empresários de pequenas e médias empresas que ganham dividendos podem pagar mais IR a partir do ano que vem; confira análise completa do mercado hoje

OS VERDADEIROS DUELOS

O “ano de Troia” dos mercados: por que 2026 pode redefinir investimentos no Brasil e nos EUA

1 de dezembro de 2025 - 6:01

De cortes de juros a risco fiscal, passando pela eleição brasileira: Kinea Investimentos revela os fatores que podem transformar o mercado no ano que vem

BALANÇO DO MÊS

Ibovespa dispara 6% em novembro e se encaminha para fechar o ano com retorno 10% maior do que a melhor renda fixa

28 de novembro de 2025 - 19:52

Novos recordes de preço foram registrados no mês, com as ações brasileiras na mira dos investidores estrangeiros

FECHAMENTO DOS MERCADOS

Ibovespa dispara para novo recorde e tem o melhor desempenho desde agosto de 2024; dólar cai a R$ 5,3348

28 de novembro de 2025 - 13:09

Petrobras, Itaú, Vale e a política monetária ditaram o ritmo dos negócios por aqui; lá fora, as bolsas subiram na volta do feriado nos EUA

OPERAÇÃO POÇO DE LOBATO

Ações de Raízen (RAIZ4), Vibra (VBBR3) e Ultrapar (UGPA3) saltam no Ibovespa com megaoperação contra fraudes em combustíveis

27 de novembro de 2025 - 14:48

Analistas avaliam que distribuidoras de combustíveis podem se beneficiar com o fim da informalidade no setor

ALOCAÇÃO GLOBAL

Brasil dispara na frente: Morgan Stanley vê só dois emergentes com fôlego em 2026 — saiba qual outro país conquistou os analistas

27 de novembro de 2025 - 14:01

Entenda por que esses dois emergentes se destacam na corrida global e onde estão as maiores oportunidades de investimentos globais em 2026

PORTFÓLIO DE IMÓVEIS

FII Pátria Log (HGLG11) abocanha cinco galpões, com inquilinos como O Boticário e Track & Field, e engorda receita mensal

27 de novembro de 2025 - 10:16

Segundo o fundo, os ativos adquiridos contam com características que podem favorecer a valorização futura

MERCADOS

Bolsa nas alturas: Ibovespa fecha acima dos 158 mil pontos em novo recorde; dólar cai a R$ 5,3346 

26 de novembro de 2025 - 18:35

As bolsas nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia também encerraram a sessão desta quarta-feira (26) com ganhos; confira o que mexeu com os mercados

TOUROS E URSOS #249

Hora de voltar para o Ibovespa? Estas ações estão ‘baratas’ e merecem sua atenção

26 de novembro de 2025 - 12:30

No Touros e Ursos desta semana, a gestora da Fator Administração de Recursos, Isabel Lemos, apontou o caminho das pedras para quem quer dar uma chance para as empresas brasileiras listadas em bolsa

FECHAMENTO DOS MERCADOS

Vale (VALE3) patrocina alta do Ibovespa junto com expectativa de corte na Selic; dólar cai a R$ 5,3767

25 de novembro de 2025 - 19:00

Os índices de Wall Street estenderam os ganhos da véspera, com os investidores atentos às declarações de dirigentes do Fed, em busca de pistas sobre a trajetória dos juros

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar