Os melhores e piores investimentos de setembro: ativos de risco brilharam, mas bitcoin ficou na lanterna
Ações e títulos públicos prefixados e atrelados à inflação tiveram as maiores altas do mês; bitcoin foi o único ativo com retorno negativo

Em setembro, os humilhados no mês passado foram exaltados. Ativos que se deram mal em agosto viram uma recuperação, apresentando retornos formidáveis. Os títulos públicos de longo prazo atrelados à inflação e as ações, representadas pelo Ibovespa, foram os melhores investimentos do mês. Já o bitcoin aparece na lanterna, com o único retorno negativo do ranking.
Dentre os ativos que tiveram rendimento positivo, os piores desempenhos ficaram por conta dos títulos públicos atrelados à Selic, da caderneta de poupança e do dólar. Confira a lista completa:
Melhores investimentos de setembro
(*) Fechamento em 27 de setembro de 2019.
(**) Poupança com aniversário no dia 28.
Fontes: Banco Central, Broadcast, Tesouro Nacional e Coinbase, Inc..
Obs.: O retorno do bitcoin foi calculado para as cotações em reais.
Queda de juros beneficiou ativos de risco
Os títulos públicos prefixados e atrelados à inflação, bem como as ações e os fundos imobiliários, foram muito beneficiados, em setembro, pelos cortes de juros realizados pelo Federal Reserve (Fed), o banco central americano, e o Banco Central do Brasil, conforme esperado pelo mercado. Por aqui, a Selic foi reduzida de 6,0% para 5,5% ao ano.
Leia Também
Além disso, o Banco Central Europeu (BCE) lançou um novo pacote de estímulos para tentar reaquecer a atividade econômica no continente, que vem dando sinais de fraqueza há algum tempo.
Isso animou bastante o mercado, uma vez que o BCE tinha dado indícios, na sua última reunião, de que não via urgência para lançar mão de estímulos extras à economia da região.
Cortes de juros beneficiam ações e imóveis, pois diminuem o retorno da renda fixa, tornando os investimentos de risco mais atrativos, além de baratearem o crédito e estimularem a economia real. Acompanhe a nossa cobertura completa de mercados.
- Importante: Fausto Botelho, um dos maiores especialistas de análise gráfica do Brasil, está reunindo um grupo para ganhar ao lado dele. Você pode conseguir um lugar. Veja como aqui.
Já os títulos públicos prefixados e atrelados à inflação costumam ser beneficiados pela queda de juros porque seus preços sobem quando suas taxas de juros caem, e vice-versa.
Assim, o retorno mostrado na tabela acima se refere ao retorno que o investidor teria se tivesse comprado o título no início do período analisado e vendido no final.
Títulos de renda fixa privados e que são remunerados da maneira semelhante seguem a mesma lógica. É o caso das debêntures, títulos de dívida de empresas.
Na tabela, você vê que esses papéis tiveram um desempenho similar ao dos títulos públicos, notadamente as debêntures incentivadas, comumente atreladas à inflação.
Nesta matéria eu explico melhor como funciona a dinâmica de preços dos títulos de renda fixa prefixados e atrelados à inflação.
Por outro lado, os ativos cuja remuneração está atrelada à Selic, a taxa básica de juros, só viram sua remuneração minguar neste mês. É o caso do título público Tesouro Selic e da caderneta de poupança, que atualmente remunera 70% da Selic mais Taxa Referencial (TR).
Guerra comercial deu uma amenizada, mas ainda há riscos
Outro fator que contribuiu para a queda nos juros futuros e valorização dos ativos de risco foi o abrandamento da guerra comercial entre Estados Unidos e China.
No início do mês, ambos os países colocaram em vigor novas tarifas de importação aos produtos um do outro.
Mas a imprensa chinesa informou que uma nova rodada formal de negociações ocorrerá em outubro - o encontro foi acertado após conversas telefônicas entre autoridades de alto escalão dos dois países.
Já em meados de setembro, o governo chinês anunciou a isenção de 16 tipos de produtos americanos da lista de sobretaxas de importação, enquanto Trump adiou para 15 de outubro o início da cobrança de novas tarifas sobre produtos chineses.
Tudo isso contribuiu para um alívio nos mercados locais. Mas mais para o fim do mês, novos riscos surgiram no horizonte.
Na terceira semana de setembro, uma delegação chinesa que foi para Washington acertar as bases da nova rodada formal de negociações entre os dois países encerrou os diálogos antes do previsto.
E, na semana passada, foi noticiado que a Casa Branca estaria avaliando mecanismos para limitar os fluxos de investimentos americanos para a China.
Outros sinais de otimismo no Brasil e no exterior
Por aqui, os avanços na tramitação da Reforma da Previdência no Senado animaram os investidores, embora alguns atrasos tenham sido considerados como um mau sinal.
Lá fora, também tivemos boas notícias, fora o alívio na guerra comercial. O governo de Hong Kong retirou o projeto de extradição que desencadeou a onda de protestos populares; o parlamento britânico aprovou uma lei que pode impedir a saída do Reino Unido da União Europeia sem acordo; e a China divulgou dados econômicos mostrando uma recuperação no setor de serviços, reduzindo temporariamente a percepção de que a guerra comercial estaria provocando a desaceleração da atividade no gigante asiático.
Um ataque a duas refinarias de petróleo na Arábia Saudita na segunda metade do mês, comprometendo a produção da commodity pelo país, tinha tudo para causar um belo choque nos mercados.
Mas embora os preços do petróleo tenham disparado no dia seguinte ao evento, sinais de que a produção saudita não seria tão afetada derrubaram os preços em seguida, não causando maiores estragos nos mercados.
Dólar no meio do cabo de guerra
O dólar terminou o mês em alta, a R$ 4,15, mas sua valorização foi bem menor do que no mês anterior, graças a alguns fatores que mantiveram a cotação sob controle.
Desta vez, não houve aquele movimento desenfreado para o dólar em razão de um aumento na aversão a risco.
Mas, ainda assim, os agentes financeiros mantiveram uma certa postura defensiva, uma vez que as bolsas estão em níveis elevados e há muitos riscos em torno de questões como a guerra comercial e uma possível desaceleração da economia global.
Além disso, a redução do diferencial de juros entre Estados Unidos e Brasil também contribui para a valorização da moeda americana ante o real, uma vez que as taxas aqui estão caindo com um ímpeto maior do que as taxas por lá.
Melhores e piores ações do mês
A maior alta de setembro na bolsa ficou por conta do frigorífico Marfrig. Já as maiores quedas foram das ações da Eletrobrás.
*Matéria atualizada com correção do retorno da poupança antiga.
Quer ter um Porsche novinho? Pois então aperte os cintos: a Volkswagen quer fazer o IPO da montadora de carros esportivos
Abertura de capital da Porsche deve acontecer entre o fim de setembro e início de outubro; alguns investidores já demonstraram interesse no ativo
BTG Pactual tem a melhor carteira recomendada de ações em agosto e foi a única entre as grandes corretoras a bater o Ibovespa no mês
Indicações da corretora do banco tiveram alta de 7,20%, superando o avanço de 6,16% do Ibovespa; todas as demais carteiras do ranking tiveram retorno positivo, porém abaixo do índice
Small caps: 3R (RRRP), Locaweb (LWSA3), Vamos (VAMO3) e Burger King (BKBR3) — as opções de investimento do BTG para setembro
Banco fez três alterações em sua carteira de small caps em relação ao portfólio de agosto; veja quais são as 10 escolhidas para o mês
Passando o chapéu: IRB (IRBR3) acerta a venda da própria sede em meio a medidas para se reenquadrar
Às vésperas de conhecer o resultado de uma oferta primária por meio da qual pretende levantar R$ 1,2 bilhão, IRB se desfaz de prédio histórico
Chega de ‘só Petrobras’ (PETR4): fim do monopólio do gás natural beneficia ação que pode subir mais de 50% com a compra de ativos da estatal
Conheça a ação que, segundo analista e colunista do Seu Dinheiro, representa uma empresa com histórico de eficiência e futuro promissor; foram 1200% de alta na bolsa em quase 20 anos – e tudo indica que esse é só o começo de um futuro triunfal
Mais um banco se rende à Cielo (CIEL3) e passa a recomendar a compra da ação, mesmo após alta de quase 200% neste ano
Com potencial de alta de quase 30% estimado para os papéis, os analistas do Credit Suisse acreditam que você deveria incluir as ações da empresa de maquininhas no seu portfólio
IRB lança oferta primária restrita, mas limita operação a R$ 1,2 bilhão e antecipa possibilidade de um descontão; IRBR3 é a maior alta do Ibovespa hoje
Resseguradora busca reenquadramento da cobertura de provisões técnicas e de liquidez regulatória para continuar operando
Dividendos: Porto Seguro (PSSA3) anuncia quase R$ 400 milhões em JCP; Kepler Weber (KEPL3) também distribuirá proventos
Data de corte é a mesma em ambos os casos; veja quem tem direito a receber os proventos das empresas
Oi (OIBR3) confirma venda de operação fixa para subsidiária da Highline; transação pode alcançar R$ 1,7 bilhão
Proposta da NK 108, afiliada da Highline, foi a única válida no leilão realizado ontem; negócio envolve cerca de 8 mil torres da Oi
Depois de bons resultados nos setores de gás e energia, gigante de infraestrutura está conquistando espaço, também, na mineração – e promete assustar a Vale (VALE3)
Um crescimento mínimo de 50%: é isso que time de analistas espera para uma ação que custa, hoje, 20% a menos do que sua média histórica; saiba como aproveitar
Ibovespa interrompe sequência de 4 semanas em alta; veja as ações que mais caíram – e um setor que subiu em bloco
Ibovespa foi prejudicado por agenda fraca na semana, mas houve um setor que subiu em bloco; confira as maiores altas e baixas do período
Dá pra personalizar mais? Americanas (AMER3) fecha parceria com o Google em busca de mais eficiência e melhor experiência para clientes
Acordo entre a Americanas e o Google prevê hiperpersonalização da experiência do cliente e otimização de custos operacionais
Bed Bath & Beyond desaba mais de 40% em Wall Street — e o ‘culpado’ é um dos bilionários da GameStop; entenda
Ryan Cohen, presidente do conselho da GameStop, vendeu todas as suas ações na varejista de itens domésticos e embolsou US$ 60 milhões com o negócio
Unindo os jalecos: acionistas do Fleury (FLRY3) e Hermes Pardini (PARD3) aprovam a fusão entre as companhias
Os acionistas de Fleury (FLRY3) e Hermes Pardini (PARD3) deram aval para a junção dos negócios das companhias; veja os detalhes
JBS (JBSS3) é a ação de alimentos favorita do BofA, mas banco vê menor potencial de alta para o papel; ainda vale a pena comprar?
Analistas revisaram para baixo o preço-alvo do papel, para R$ 55, devido à expectativa de queda nas margens da carne bovina dos EUA, correspondente a 40% das vendas da empresa
Irani anuncia recompra de até 9,8 milhões de ações na B3; o que isso significa para o acionista de RANI3?
A empresa disse que quer maximizar a geração de valor para os seus investidores por meio da melhor administração da estrutura de capital
Vale (VALE3) perdeu o encanto? Itaú BBA corta recomendação de compra para neutro e reduz preço-alvo do papel
Queridinha dos analistas, Vale deve ser impactada por menor demanda da China, e retorno aos acionistas deve ficar mais limitado, acredita o banco
Soberania da (VALE3) ‘ameaçada’? Melhor ação de infraestrutura da Bolsa pode subir 50%, está entrando na mineração e sai ganhando com o fim do monopólio da Petrobras (PETR4) no setor de gás; entenda
Líder na América Latina, papel está barato, está com fortes investimentos na mineração e é um dos principais nomes do mercado de gás e do agronegócio no Brasil
Nubank (NU; NUBR33) chega a subir 20% após balanço, mas visão dos analistas é mista e inadimplência preocupa
Investidores gostaram de resultados operacionais, mas analistas seguem atentos ao crescimento da inadimplência; Itaú BBA acha que banco digital pode ter subestimado o risco do crédito pessoal
Briga do varejo: Qual é a melhor ação de atacadista para ter na carteira? A XP escolheu a dedo os papéis; confira
O forte resultado do Grupo Mateus (GMAT3) no 2T22 garantiu ao atacadista um convite para juntar-se ao Assaí (ASAI3) na lista de varejistas de alimentos favoritas dos analistas