Estrangeiros injetam R$ 161 bilhões em aquisições no Brasil
Depois de um 2018 permeado por incertezas provocadas pela corrida eleitoral, o ambiente voltou a ficar mais favorável para fechar operações de fusões e aquisições no Brasil
As operações de fusões e aquisições atingiram até novembro um total de R$ 275,8 bilhões, um valor recorde, superando em quase R$ 90 bilhões o movimentado durante todo ano passado: R$ 188,7 bilhões, de acordo com a consultoria TTR Transactional Track Record.
Até novembro, foram mapeadas 1.217 transações, 10,2% acima de 2018. Os grupos estrangeiros responderam por quase 60% dos negócios, ou R$ 161,3 bilhões, com 281 operações fechadas.
O diretor responsável pelo levantamento da TTR, Wagner Rodrigues, diz que os valores computados até novembro foram "inflados" pela Petrobrás, que arrematou no leilão do pré-sal, no início do mês passado, duas das quatro áreas do bloco de Búzios, da Bacia de Santos, por R$ 68 bilhões.
Mesmo assim, se excluído este negócio, a marca é recorde em valor na série histórica da consultoria, batendo o desempenho de 2018, até então a melhor marca.
TAG
A estatal brasileira foi a protagonista este ano das operações de fusões e aquisições no mercado tanto do lado comprador quanto do vendedor. Em abril, a Petrobrás vendeu o gasoduto TAG para a francesa Engie, por US$ 8,6 bilhões.
Foi o maior negócio fechado por um grupo estrangeiro em 2019. No ano passado, as transações lideradas por estrangeiros somaram R$ 85 bilhões.
No início de novembro, a petroleira também se desfez da Liquigás, divisão de gás de cozinha, por R$ 3,7 bilhões. A empresa foi adquirida por um consórcio liderado pela brasileira Copagaz - Itaúsa e Nacional Gás também participaram.
Multinacionais americanas, após três anos consecutivos de queda de investimentos no País, voltaram a aumentar seu interesse em ativos brasileiros.
De janeiro a novembro, elevaram em 6% o volume de transações, com 112 negócios registrados. As empresas dos Estados Unidos investiram cerca de R$ 15 bilhões em aquisições no Brasil, com a maior parte deste investimento direcionado para as empresas locais que atuam no segmento de tecnologia e internet.
Até o fim de novembro deste ano, o setor de tecnologia se afirma como o grande líder em número de transações com 302 negócios registrados, o que representa um crescimento de 31% em relação ao mesmo período do ano passado. O setor financeiro aparece como o segundo mais ativo, com 181 transações, alta de 21%.
Previdência
A aprovação da reforma da Previdência e o crescimento da economia devem impulsionar os negócios no País. Se no mercado de capitais a participação do investidor estrangeiro foi mais tímida, as transações de fusões e aquisições seguiram firmes.
Para Bruno Fontana, chefe da área de banco de investimento do Credit Suisse, o crescimento do PIB, acima do esperado, deverá estimular o mercado fusões e aquisições nos próximos meses.
"O investidor estratégico tem uma visão de longo prazo. Oscilações de câmbio, por exemplo, têm um impacto menos relevante nas análises de retorno no longo prazo", diz.
O PIB mais robusto que o esperado, segundo Fontana, reforça a perspectiva de mais negócios envolvendo ativos brasileiros. O Credit Suisse prevê um crescimento do PIB de 2,5% em 2020.
Incertezas
Depois de um 2018 permeado por incertezas provocadas pela corrida eleitoral e um cenário político ainda incerto nos últimos meses, o ambiente voltou a ficar mais favorável para fechar operações de fusões e aquisições no Brasil, afirma Daniel Wainstein, presidente da Greenhill no Brasil, uma das maiores butiques globais de M&As.
O banco de investimento assessorou importantes negócios, como a venda das participações do IFC e do fundo Victoria para o Itaú da plataforma de crédito estudantil Pravaler, a corretora Ouroinvest para o BTG e a venda da Nextel.
Para Wainstein, a desvalorização do real afugentou investidores financeiros, mas esse cenário deve mudar. "O Brasil está barato e a economia vai voltar a crescer. As pessoas podem até não gostar da agenda moral do presidente Bolsonaro, mas a equipe econômica agrada ao mercado financeiro e investidores.
O risco, segundo ele, poderá vir no fim do ano que vem, quando começarão a se traçar cenários para a corrida eleitoral para 2022. "A depender dos candidatos, se um nome da esquerda ganhar força, o câmbio poderá ficar mais volátil e isso poderá voltar a travar negócios.
*Com informações do jornal O Estado de S. Paulo e Estadão Conteúdo
Teste para a Sabesp? Em primeira privatização de Tarcísio, fundo arremata Emae por R$ 1 bilhão
Com ágio de 33,68%, o fundo arrematou a estatal e passará a gerir um ativo com 906 megawatts (MW) em geração hidrelétrica
A explicação do ex-conselheiro da Vale (VALE3) após a acusação de interferência do governo na mineradora
O assunto voltou à tona na resposta a um ofício da CVM, que solicitou esclarecimentos sobre as recentes declarações de José Luciano Eduardo Penido
Tchau, Vale (VALE3)? Por que a Cosan (CSAN3) vendeu 33,5 milhões de ações da mineradora
A Cosan também quitou R$ 2 bilhões do saldo remanescente do endividamento e liquidação dos derivativos atrelados às ações da Vale
E agora, Ozempic? Caneta emagrecedora Zepbound se mostra promissora no tratamento da apneia do sono
De acordo com dados preliminares de ensaios clínicos, a Zepbound foi mais eficaz que um placebo na redução da gravidade da apneia obstrutiva do sono
Petz (PETZ3) mira fórmula “Raia Drogasil” em fusão com a Cobasi, mas mercado ainda é cético com modelo de negócios
Fundador da Petz, Sergio Zimerman falou sobre a fusão em teleconferência com analistas, que não contou com a presença de ninguém da Cobasi
Log (LOGG3) garante mais de R$ 500 milhões para o caixa com nova venda de galpões para fundo do BTG
Vale relembrar que o FII foi criado justamente para investir nos imóveis da companhia e já havia comprado cinco outros galpões da Log no ano passado
Petz (PETZ3) e Cobasi selam acordo para fusão que cria gigante do mercado pet; ações disparam mais de 40% na abertura na B3
Juntas, Petz e Cobasi formarão rede de 483 lojas e faturamento de aproximadamente R$ 6,9 bilhões. Cada rede terá 50% do negócio combinado
Credores aprovam plano de recuperação judicial da Oi (OIBR3) após assembleia se estender até madrugada; veja detalhes
O documento obteve o aval de 79,87% dos credores presentes no encontro desta quinta-feira (18)
CCR (CCRO3) e Vibra (VBBR3) anunciam mais de R$ 1,2 bilhão em dividendos; confira o cronograma de pagamento de cada uma das companhias
O maior valor será distribuído pela Vibra, que pagará R$ 676 milhões em duas parcelas; já a CCR depositará R$ 536 milhões na conta dos acionistas
Dividendos da Petrobras (PETR4): governo pode surpreender e levar proposta de pagamento direto à assembleia, admite presidente da estatal
Jean Paul Prates admitiu a possibilidade de que o governo leve uma proposta de pagamento diretamente à assembleia de acionistas
Leia Também
-
E agora, Ozempic? Caneta emagrecedora Zepbound se mostra promissora no tratamento da apneia do sono
-
BTG Pactual lança conta com taxa zero para quem mora no exterior e precisa fazer transações e investimentos no Brasil
-
Fundo que detém direitos de músicas de Beyoncé e Shakira anuncia venda de US$ 1,4 bilhão a investidor
Mais lidas
-
1
Tchau, Vale (VALE3)? Por que a Cosan (CSAN3) vendeu 33,5 milhões de ações da mineradora
-
2
Sabesp (SBSP3): governo Tarcísio define modelo de privatização e autoriza aumento de capital de até R$ 22 bilhões; saiba como vai funcionar
-
3
Dividendos da Petrobras (PETR4): governo pode surpreender e levar proposta de pagamento direto à assembleia, admite presidente da estatal