🔴 A TEMPORADA DE BALANÇOS DO 1T25 JÁ COMEÇOU – CONFIRA AS NOTÍCIAS, ANÁLISES E RECOMENDAÇÕES

Victor Aguiar

Victor Aguiar

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.

Turbulência

A Embraer deu prejuízo e cortou a projeção de dividendo. O mercado não gostou do que viu

O balanço da Embraer no terceiro trimestre ficou abaixo das expectativas do mercado, pressionado pelos custos ligados à transação com a Boeing. Como resultado, as ações caíram forte

Victor Aguiar
Victor Aguiar
12 de novembro de 2019
12:29 - atualizado às 18:41
Embraer
Imagem: Divulgação

Desde o anúncio formal da transação com a Boeing, no início de 2019, a Embraer tem enfrentado céus carregados. No mercado, ainda há muitas dúvidas quanto ao futuro da empresa, especialmente em meio ao momento delicado enfrentado pela companhia americana. E as ações da empresa brasileira refletem esses questionamentos.

Desde o começo do ano, os papéis ON da Embraer (EMBR3) acumulam baixa de mais de 20% — o quarto pior desempenho entre as ações que compõem o Ibovespa. E a hesitação dos investidores tende a aumentar ainda mais nesta terça-feira (12), após a companhia brasileira reportar um balanço trimestral com diversos pontos de fraqueza.

Começando pelo resultado líquido: a fabricante de aeronaves encerrou o terceiro trimestre de 2019 com um prejuízo de R$ 314,4 milhões — um salto de mais de 500% em relação às perdas de R$ 52,3 milhões contabilizadas há um ano.

Os problemas não param por aí. A receita líquida da Embraer ficou praticamente estável na mesma base de comparação, registrando um leve aumento de 1,8%, para R$ 4,692 bilhões. O resultado operacional ficou negativo em R$ 80,4 milhões — há um ano, a linha estava positiva em R$ 208,6 milhões.

Por fim, um detalhe trouxe frustração extra aos agentes financeiros: em meio ao imbróglio para a aprovação dos órgãos concorrenciais e conclusão da operação com a Boeing, a Embraer cortou a projeção para dividendos especiais relacionados à transação. Antes, a empresa projetava um pagamento de US$ 1,6 bilhão; agora, a estimativa é de um desembolso entre US$ 1,3 bilhão e US$ 1,6 bilhão.

Toda essa turbulência no plano de voo fez com que os investidores reagissem negativamente aos resultados trimestrais da Embraer: os papéis ON da empresa fecharam em queda de 3,43%, a R$ 17,19, mas, na mínima, chegaram a cair 6,69%, a R$ 16,61 — o Ibovespa recuou 1,49%, aos 106.751,11 pontos.

Leia Também

Tensão nos ares

Como já foi dito acima, a receita da Embraer cresceu num ritmo pouco expressivo no terceiro trimestre. No entanto, os custos dos produtos e serviços prestados avançou 8,7% na mesma base de comparação, para R$ 4,074 bilhão. Assim, o lucro bruto da empresa brasileira somou R$ 618,3 milhões — uma baixa de 28,2% em um ano.

Como se não fosse o bastante, os resultados da Embraer ainda foram negativamente impactos pelos custos de separação do negócio de aviação comercial, no âmbito da operação com a Boeing, no total de R$ 138,1 milhões. Esse gasto, somado às demais despesas operacionais, levaram ao resultado operacional negativo no trimestre.

Outro ponto de preocupação foi o uso de caixa por parte da Embraer entre julho e setembro deste ano, que chegou a R$ 984,4 milhões — um crescimento de 50,1% em relação ao visto no mesmo período de 2018, de R$ 655,5 milhões.

Mais decolagens

Do ponto de vista operacional, a Embraer já havia divulgado a entrega de 17 aeronaves comerciais e 27 executivas no trimestre. Assim, no acumulado do ano, a empresa brasileira já passou às mãos dos clientes 54 jatos comerciais e 55 executivos.

Considerando os resultados obtidos nos primeiros nove meses do ano, a Embraer manteve suas projeções de entregas de aeronaves em 2019: entre 85 e 95 jatos comerciais e entre 90 e 110 executivos.

Além disso, a Embraer divulgou nesta manhã que a companhia aérea holandesa KLM realizou um pedido firme de 21 aeronaves E195-E2, com direito de compra de mais 14 unidades — as entregas começarão no primeiro trimestre de 2021.

Esses dados, no entanto, não amenizam a preocupação do mercado em relação ao desempenho dos segmentos da Embraer no trimestre. Dos R$ 4,692 bilhões de receita líquida, R$ 1,62 bilhão foram obtidos com a divisão de aviação comercial, o que representa 34,5% do total.

Assim, o setor de aviação comercial até mostrou alguma evolução em relação ao terceiro trimestre do ano passado, quanto a receita da divisão somou R$ 1,52 bilhão. No entanto, há uma forte tendência de contração ante o segundo trimestre de 2018, quando esse segmento gerou R$ 2,47 bilhões — ou 45,7% da receita total daquele trimestre.

A aviação executiva ocupou boa parte do terreno perdido pela comercial: entre julho e setembro, a divisão obteve R$ 1,477 bilhão de receita, ou 31,5% do total — no trimestre anterior, esse setor gerou R$ 1,161 bilhão, o que equivale a 21,5% da receita total.

Defesa e Segurança, por sua vez, perdeu espaço: no terceiro trimestre deste ano, respondeu por 13,6% da receita total da Embraer, ou R$ 638 milhões, ante 14,2% da receita no segundo trimestre, ou R$ 766,8 milhões. O setor de serviços ficou com R$ 947,5 milhões (20,2%), ante R$ 1 bilhão nos três meses anteriores (18,5%).

Analistas descontentes

Em relatório, os analistas Vitor Mizusaki, Gabriel Rezende e Paula Athanassakis, do Bradesco BBI, disseram que os resultados da Embraer foram piores que o esperado, com maiores descontos nas vendas de aeronaves e custos mais elevados referentes à separação do segmento de aviação comercial.

A instituição possui recomendação de compra para os recibos de ações (ADRs) da Embraer, mas cortou o preço-alvo dos papéis ao fim de 2020 para US$ 30,00 — na bolsa dos EUA, os ativos operam em forte baixa de 6,08% nesta manhã, a US$ 16,07.

Também em relatório, os analistas Renato Mimica e Lucas Marquiori, do BTG Pactual, também classificaram os números como abaixo das expectativas. "Os ativos da empresa devem continuar a ser direcionados pelos desenvolvimentos relacionados à operação com a Boeing, mas esperamos que os resultados fracos e a revisão nos dividendos pesem sobre os papéis no curto prazo".

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O QUE VEM POR AÍ

Petrobras (PETR4) opera em queda, mas nem tudo está perdido: chance de dividendo bilionário segue sobre a mesa

30 de abril de 2025 - 12:37

A estatal divulgou na noite de terça-feira (29) os dados de produção e vendas do período de janeiro e março, que foram bem avaliados pelos bancos, mas não sobrevive às perdas do petróleo no mercado internacional; saiba o que está por vir com relação ao balanço

ABRINDO A TEMPORADA

Santander (SANB11) divulga lucro de R$ 3,9 bi no primeiro trimestre; o que o CEO e o mercado têm a dizer sobre esse resultado?

30 de abril de 2025 - 11:58

Lucro líquido veio em linha com o esperado por Citi e Goldman Sachs e um pouco acima da expectativa do JP Morgan; ações abriram em queda, mas depois viraram

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado

30 de abril de 2025 - 8:03

Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos

BANCÕES NA PARADA

Santander (SANB11) bate expectativas do mercado e tem lucro de R$ 3,861 bilhões no primeiro trimestre de 2025

30 de abril de 2025 - 6:34

Resultado do Santander Brasil (SANB11) representa um salto de 27,8% em relação ao primeiro trimestre de 2024; veja os números

BOLSO CHEIO

CPFL (CPFE3), Taesa (TAEE11), Embraer (EMBR3) e SLC Agrícola (SLCE3) vão distribuir quase R$ 4 bilhões em dividendos

29 de abril de 2025 - 20:25

A maior fatia é da CPFL, que pagará R$ 3,2 bilhões em proventos adicionais ainda sem data definida para pingar na conta dos acionistas

RELATÓRIO DO 1T25

Petrobras (PETR4): produção de petróleo fica estável em trimestre marcado pela queda de preços

29 de abril de 2025 - 18:35

A produção de petróleo da estatal foi de 2,214 milhões de barris por dia (bpd) entre janeiro e março, 0,1% menor do que no mesmo período do ano anterior, mas 5,5% maior na comparação trimestral

DERRETENDO

Azul (AZUL4) volta a tombar na bolsa; afinal, o que está acontecendo com a companhia aérea?

29 de abril de 2025 - 17:09

Empresa enfrenta situação crítica desde a pandemia, e resultado do follow-on, anunciado na semana passada, veio bem abaixo do esperado pelo mercado

EM ALTA

Prio (PRIO3): banco reitera recomendação de compra e eleva preço-alvo; ações chegam a subir 6% na bolsa

29 de abril de 2025 - 12:02

Citi atualizou preço-alvo com base nos resultados projetados para o primeiro trimestre; BTG também vê ação com bons olhos

SD Select

Santander (SANB11), Weg (WEGE3), Kepler Weber (KEPL3) e mais 6 empresas divulgam resultados do 1T25 nesta semana – veja o que esperar, segundo o BTG Pactual

29 de abril de 2025 - 10:54

De olho na temporada de balanços do 1º trimestre, o BTG Pactual preparou um guia com suas expectativas para mais de 125 empresas listadas na bolsa; confira

GOVERNANÇA CORPORATIVA

Tupy (TUPY3): Com 95% dos votos a distância, minoritários devem emplacar Mauro Cunha no conselho

29 de abril de 2025 - 8:30

Acionistas se movimentam para indicar Cunha ao conselho da Tupy após polêmica troca do CEO da metalúrgica

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA

29 de abril de 2025 - 8:25

Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo

EXPECTATIVAS 1T25

Weg (WEGE3), Azul (AZUL4) e Embraer (EMBR3): quem “bombou” e quem “moscou” no primeiro trimestre do ano? BTG responde

28 de abril de 2025 - 12:45

Com base em dados das prévias operacionais, analistas indicam o que esperam dos setores de transporte e bens de capital

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços

28 de abril de 2025 - 8:06

Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: Balanços, PIB, inflação e emprego estão no radar em semana cheia no Brasil e no exterior

28 de abril de 2025 - 7:03

Semana traz IGP-M, payroll, PIB norte-americano e Zona do Euro, além dos últimos balanços antes das decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos de maio

ABRINDO OS TRABALHOS

Nova temporada de balanços vem aí; saiba o que esperar do resultado dos bancos

28 de abril de 2025 - 6:05

Quem abre as divulgações é o Santander Brasil (SANB11), nesta quarta-feira (30); analistas esperam desaceleração nos resultados ante o quarto trimestre de 2024, com impactos de um trimestre sazonalmente mais fraco e de uma nova regulamentação contábil do Banco Central 

CALENDÁRIO ECONÔMICO

Agenda intensa: semana tem balanços de gigantes, indicadores quentes e feriado

27 de abril de 2025 - 17:12

Agenda da semana tem Gerdau, Santander e outras gigantes abrindo temporada de balanços e dados do IGP-M no Brasil e do PIB nos EUA

3 REPETIÇÕES DE SMFT3

Smart Fit (SMFT3) entra na dieta dos investidores institucionais e é a ação preferida do varejo, diz a XP

25 de abril de 2025 - 19:15

Lojas Renner e C&A também tiveram destaque entre as escolhas, com vestuário de baixa e média renda registrando algum otimismo em relação ao primeiro trimestre

TCHAU, B3!

OPA do Carrefour (CRFB3): de ‘virada’, acionistas aprovam saída da empresa da bolsa brasileira

25 de abril de 2025 - 13:42

Parecia que ia dar ruim para o Carrefour (CRFB3), mas o jogo virou. Os acionistas presentes na assembleia desta sexta-feira (25) aprovaram a conversão da empresa brasileira em subsidiária integral da matriz francesa, com a consequente saída da B3

DEPOIS DO BALANÇO DO 1T25

Vale (VALE3) sem dividendos extraordinários e de olho na China: o que pode acontecer com a mineradora agora; ações caem 2%

25 de abril de 2025 - 13:14

Executivos da companhia, incluindo o CEO Gustavo Pimenta, explicam o resultado financeiro do primeiro trimestre e alertam sobre os riscos da guerra comercial entre China e EUA nos negócios da empresa

RUMO AOS EUA

JBS (JBSS3) avança rumo à dupla listagem, na B3 e em NY; isso é bom para as ações? Saiba o que significa para a empresa e os acionistas

25 de abril de 2025 - 10:54

Próximo passo é votação da dupla listagem em assembleia marcada para 23 de maio; segundo especialistas, dividendos podem ser afetados

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar