🔴 NO AR: ONDE INVESTIR EM DEZEMBRO – CONFIRA MAIS DE 30 RECOMENDAÇÕES – VEJA AQUI

Victor Aguiar

Victor Aguiar

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.

Estresse no câmbio

Mercado espreme as moedas emergentes e dólar à vista chega aos R$ 4,06

Apesar do clima mais ameno nas bolsas globais, um movimento de aversão ao risco pressionou as moedas emergentes e fez o dólar à vista subir mais de 1,5%

Victor Aguiar
Victor Aguiar
19 de agosto de 2019
10:24 - atualizado às 10:59
Laranja espremida
Com as moedas emergentes sofrendo intensa pressão no exterior, o dólar à vista teve alta forte e tocou os R$ 4,06 - Imagem: Shutterstock

A segunda-feira (19) começou tranquila nos mercados globais. As bolsas subiam em bloco e as moedas tinham uma manhã de calmaria, sem grandes movimentações nas negociações de câmbio — e tudo por causa dos sinais mais amistosos no front da guerra comercial ao longo do fim de semana.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Só que, conforme as horas foram passando, esse cenário foi mudando de cara. E não é que alguma novidade tenha trazido ruído às negociações — a sessão foi relativamente tranquila em termos de noticiário. O que aconteceu foi que os agentes financeiros adotaram uma estratégia típica dos momentos de maior nebulosidade.

Com o cenário incerto no num horizonte mais amplo, mas passando por um alívio no curtíssimo prazo, os mercados optaram por recuperar parte das posições nas bolsas americanas, mas continuar na defesa no câmbio. Assim, os índices de Nova York tiveram altas firmes, mas as moedas emergentes perderam terreno em relação ao dólar.

E, uma vez definida essa estratégia, as divisas de países emergentes — ativos considerados mais arriscados no mercado de câmbio — começaram a ser espremidas. O real, o rand sul-africano, a lira turca e o peso mexicano começaram a perder força em relação ao dólar, e esse movimento só foi piorando durante a tarde.

Ao fim do dia, o dólar à vista encerrou em alta de 1,58%, a R$ 4,0662, maior cotação de fechamento desde 20 de maio, quando a moeda estava cotada a R$ 4,1034. Na máxima intradiária, a divisa americana chegou a ser negociada a R$ 4,0749 (+1,79%).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Essa pressão no mercado de câmbio acabou afetando o Ibovespa: o principal índice da bolsa brasileira até chegou a subir 1,14% nos primeiros minutos do pregão, as 100.947,60 pontos, mas terminou o dia em baixa de 0,34%, aos 99.468,67 pontos.

Leia Também

Assim, o Ibovespa destoou das bolsas americanas, que mantiveram o desempenho visto durante a manhã e fecharam em alta: o Dow Jones teve ganho de 0,96%, o S&P 500 subiu 1,21% e o Nasdaq avançou 1,35%.

Suco de moedas emergentes

Para Jefferson Luiz Rugik, diretor de câmbio da Correparti, houve  uma espécie de "ataque" às moedas emergentes nesta segunda-feira — uma sinalização de que, apesar de o clima no exterior permitir uma recuperação nas bolsas, os agentes financeiros seguem cautelosos em relação ao cenário global ainda incerto.

Por um lado, a despressurização no front da guerra comercial faz os mercados ficarem mais dispostos a assumirem riscos nas bolsas, aumentado as posições em ações. Mas, por outro, os agentes usam o câmbio como proteção: saem de ativos arriscados, como as moedas emergentes, e buscam a segurança do dólar.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

"Teremos indicadores importantes nessa semana, em especial a ata da reunião do Federal Reserve (Fed) e do Banco Central Europeu", diz Rugik. "E, num cenário como esse, o mercado às vezes se prepara para o pior".

Além disso, uma fala de Eric Rosengren, presidente da sucursal de Boston do Fed, contribuiu para trazer mais pressão aos ativos de risco. Em entrevista à Bloomberg, ele disse que "não necessariamente" será preciso relaxar mais a política monetária dos Estados Unidos.

O mercado como um todo vem apostando em novos cortes na taxa de juros pelo banco central americano, de maneira a amenizar os eventuais impactos da guerra comercial com a China. E, em linhas gerais, juros menores nos EUA acabam aumentando a atratividade de ativos de risco, uma vez que possuem retornos mais atraentes.

Assim, a possibilidade de o Fed não promover mais reduções nas taxas afeta diretamente as moedas emergentes, ativos considerados mais arriscados, uma vez que as ações e outros investimentos ligados aos juros dos EUA continuarão com uma rentabilidade interessante — o que diminui o apetite ao risco por parte dos agentes financeiros.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Considerando essas duas variáveis, quase toda a cesta de moedas emergentes perdeu força em relação ao dólar. Além da lira, do real, do rand e do peso mexicano, também foram afetados — embora em menor escala — o florim húngaro, o zloty polonês, o peso chileno, o rublo russo e a rúpia indiana, entre outras divisas.

Pressão no vizinho

Por fim, operadores e analistas ainda citaram a situação da Argentina como uma possível fonte de tensão extra aos ativos brasileiros, dada a proximidade do país com os portenhos. No fim de semana, o ministro da Fazenda da Argentina, Nicolás Dujóvne, renunciou ao cargo.

Os mercados argentinos, contudo, estiveram fechados nesta segunda-feira, em função de um feriado local. Assim, o foco dos investidores acabou recaindo sobre os ativos dos países mais próximos à Argentina — no caso, o Brasil, de acordo com dois analistas.

Assim, o Ibovespa mostrou certo descolamento em relação às bolsas externas durante todo o dia — mesmo durante a manhã, quando aparecia no campo positivo, o principal índice da bolsa brasileira subia menos que as praças dos EUA e da Europa. E, na segunda metade do pregão, o Ibovespa acabou virando para queda.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Exterior mais tranquilo

Em linhas gerais, os mercados externos têm mostrado um viés de recuperação desde a última sexta-feira, quando os primeiros indícios de que os governos da China e da Alemanha estariam dispostos a tomar medidas mais firmes para estimular a atividade dos dois países — dados recentes sugerem que as duas economias estão perdendo tração.

Neste fim de semana, o Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) divulgou um plano de reforma da taxa de juros do país, com o objetivo de reduzir os custos de financiamento para as empresas que têm enfrentado dificuldades, em meio à desaceleração econômica. A medida sucede a liberação de US$ 10 bilhões pelo governo chinês para estimular o setor de infraestrutura.

No velho continente, notícias divulgadas pela imprensa alemã afirmam que a chanceler Angela Merkel estaria disposta a aumentar a dívida do governo para impulsionar a economia local.

"O Mario Draghi [presidente do Banco Central Europeu] vem pedindo aos governos que entrem com incentivos fiscais, vem pedindo ajuda", destaca Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos. "Os BCs conseguem ajudar [num cenário de desaceleração econômica], mas não seguram a barra sozinhos".

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Além dessas sinalizações de pacotes de estímulo por duas das principais economias do mundo, os agentes financeiros também reagem positivamente aos mais recentes desenvolvimentos no front da guerra comercial.

Também no fim de semana, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou via Twitter que as relações entre Washington e Pequim "estão indo muito bem", e que as duas potências "estão conversando" — o republicano, no entanto, também disse "não estar pronto" para fechar um acordo neste momento.

Para Beyruti, o mercado não acredita no fechamento de um acerto no curto ou médio prazo — assim, a ressalva feita por Trump não trouxe grandes impactos negativos às operações. O economista da Guide destaca que, além da fala referente às conversas com Pequim, os agentes financeiros também receberam bem a notícia de que as partes podem estabelecer um novo contato "nos próximos 10 dias".

Por fim, a redução nas tensões sociais em Hong Kong também foi comemorada pelo mercado, uma vez que os protestos na ilha vinham sendo usados por Washington como arma de negociação — o governo Trump dizia que não iria negociar com os chineses caso Pequim usasse força militar para conter os manifestantes.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Pressão nos juros

A curva de juros sentiu os efeitos do estresse no dólar à vista e fechou em alta, tanto na ponta curta quanto na longa. Nos últimos dias, os DIs têm passado por movimentos de ajuste, divididos entre a perspectiva de novos cortes na Selic e o fortalecimento do dólar ante o real.

Na ponta curta, as curvas com vencimento em janeiro de 2021 subiram de 5,39% para 5,46%. Na longa, os DIs para janeiro de 2023 avançaram de 6,37% para 6,43%, e os com vencimento em janeiro de 2025 foram de 6,88% para 6,93%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
FECHAMENTO DOS MERCADOS

A bolsa não vai parar: Ibovespa sobe 0,41% e renova recorde pelo 2º dia seguido; dólar cai a R$ 5,3133

3 de dezembro de 2025 - 19:05

Vale e Braskem brilham, enquanto em Nova York, a Microsoft e a Nvidia tropeçam e terminam a sessão com perdas

TOUROS E URSOS #250

Vai ter chuva de dividendos neste fim de ano? O que esperar das vacas leiteiras da bolsa diante da tributação dos proventos em 2026

3 de dezembro de 2025 - 18:33

Como o novo imposto deve impactar a distribuição de dividendos pelas empresas? O analista da Empiricus, Ruy Hungria, responde no episódio desta semana do Touros e Ursos

AÇÃO DO MÊS

Previsão de chuva de proventos: ação favorita para dezembro tem dividendos extraordinários no radar; confira o ranking completo

3 de dezembro de 2025 - 6:04

Na avaliação do Santander, que indicou o papel, a companhia será beneficiada pelas necessidades de capacidade energética do país

UMA AÇÃO PARA CARREGAR?

Por que o BTG acha que RD Saúde (RADL3) é uma das maiores histórias de sucesso do varejo brasileiro em 20 anos — e o que esperar para 2026

2 de dezembro de 2025 - 19:20

Para os analistas, a RADL3 é o “compounder perfeito”; entenda como expansão, tecnologia e medicamentos GLP-1 devem fortalecer a empresa nos próximos anos

PERSPECTIVAS 2026

A virada dos fundos de ações e multimercados vem aí: Fitch projeta retomada do apetite por renda variável no próximo ano

2 de dezembro de 2025 - 12:46

Após anos de volatilidade e resgates, a agência de risco projeta retomada gradual, impulsionada por juros mais favorável e ajustes regulatórios

CARTEIRA RECOMENDADA

As 10 melhores small caps para investir ainda em 2025, segundo o BTG

1 de dezembro de 2025 - 18:03

Enquanto o Ibovespa disparou 32% no ano até novembro, o índice Small Caps (SMLL) saltou 35,5% no mesmo período

AÇÕES NO TOPO

XP vê bolsa ir mais longe em 2026 e projeta Ibovespa aos 185 mil pontos — e cinco ações são escolhidas para navegar essa onda

1 de dezembro de 2025 - 15:00

Em meio à expectativa de queda da Selic e revisão de múltiplos das empresas, a corretora espera aumento do fluxo de investidores estrangeiros e locais

O INSACIÁVEL

A fome do TRXF11 ataca novamente: FII abocanha dois shoppings em BH por mais de R$ 257 milhões; confira os detalhes da operação

1 de dezembro de 2025 - 9:55

Segundo a gestora TRX, os imóveis estão localizados em polos consolidados da capital mineira, além de reunirem características fundamentais para o portfólio do FII

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Veja para onde vai a mordida do Leão, qual a perspectiva da Kinea para 2026 e o que mais move o mercado hoje

1 de dezembro de 2025 - 8:43

Profissionais liberais e empresários de pequenas e médias empresas que ganham dividendos podem pagar mais IR a partir do ano que vem; confira análise completa do mercado hoje

OS VERDADEIROS DUELOS

O “ano de Troia” dos mercados: por que 2026 pode redefinir investimentos no Brasil e nos EUA

1 de dezembro de 2025 - 6:01

De cortes de juros a risco fiscal, passando pela eleição brasileira: Kinea Investimentos revela os fatores que podem transformar o mercado no ano que vem

BALANÇO DO MÊS

Ibovespa dispara 6% em novembro e se encaminha para fechar o ano com retorno 10% maior do que a melhor renda fixa

28 de novembro de 2025 - 19:52

Novos recordes de preço foram registrados no mês, com as ações brasileiras na mira dos investidores estrangeiros

FECHAMENTO DOS MERCADOS

Ibovespa dispara para novo recorde e tem o melhor desempenho desde agosto de 2024; dólar cai a R$ 5,3348

28 de novembro de 2025 - 13:09

Petrobras, Itaú, Vale e a política monetária ditaram o ritmo dos negócios por aqui; lá fora, as bolsas subiram na volta do feriado nos EUA

OPERAÇÃO POÇO DE LOBATO

Ações de Raízen (RAIZ4), Vibra (VBBR3) e Ultrapar (UGPA3) saltam no Ibovespa com megaoperação contra fraudes em combustíveis

27 de novembro de 2025 - 14:48

Analistas avaliam que distribuidoras de combustíveis podem se beneficiar com o fim da informalidade no setor

ALOCAÇÃO GLOBAL

Brasil dispara na frente: Morgan Stanley vê só dois emergentes com fôlego em 2026 — saiba qual outro país conquistou os analistas

27 de novembro de 2025 - 14:01

Entenda por que esses dois emergentes se destacam na corrida global e onde estão as maiores oportunidades de investimentos globais em 2026

PORTFÓLIO DE IMÓVEIS

FII Pátria Log (HGLG11) abocanha cinco galpões, com inquilinos como O Boticário e Track & Field, e engorda receita mensal

27 de novembro de 2025 - 10:16

Segundo o fundo, os ativos adquiridos contam com características que podem favorecer a valorização futura

MERCADOS

Bolsa nas alturas: Ibovespa fecha acima dos 158 mil pontos em novo recorde; dólar cai a R$ 5,3346 

26 de novembro de 2025 - 18:35

As bolsas nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia também encerraram a sessão desta quarta-feira (26) com ganhos; confira o que mexeu com os mercados

TOUROS E URSOS #249

Hora de voltar para o Ibovespa? Estas ações estão ‘baratas’ e merecem sua atenção

26 de novembro de 2025 - 12:30

No Touros e Ursos desta semana, a gestora da Fator Administração de Recursos, Isabel Lemos, apontou o caminho das pedras para quem quer dar uma chance para as empresas brasileiras listadas em bolsa

FECHAMENTO DOS MERCADOS

Vale (VALE3) patrocina alta do Ibovespa junto com expectativa de corte na Selic; dólar cai a R$ 5,3767

25 de novembro de 2025 - 19:00

Os índices de Wall Street estenderam os ganhos da véspera, com os investidores atentos às declarações de dirigentes do Fed, em busca de pistas sobre a trajetória dos juros

FECHAMENTO DOS MERCADOS

Ibovespa avança e Nasdaq tem o melhor desempenho diário desde maio; saiba o que mexeu com a bolsa hoje

24 de novembro de 2025 - 19:30

Entre as companhias listadas no Ibovespa, as ações cíclicas puxaram o tom positivo, em meio a forte queda da curva de juros brasileira

BALANÇO DA SEMANA

Maiores altas e maiores quedas do Ibovespa: mesmo com tombo de mais de 7% na sexta, CVC (CVCB3) teve um dos maiores ganhos da semana

23 de novembro de 2025 - 14:21

Cogna liderou as maiores altas do índice, enquanto MBRF liderou as maiores quedas; veja o ranking completo e o balanço da bolsa na semana

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar