O ativo que Luis Stuhlberger gosta em meio às tensões globais e à perda de popularidade de Lula — e que está mais barato que a bolsa
Para o gestor do fundo Verde, Brasil não aguenta mais quatro anos de PT sem haver uma “argentinização”
Embora o Brasil tenha sido um dos países que saíram beneficiados do tarifaço do presidente norte-americano Donald Trump, anunciado na noite de ontem (2), o país não está exatamente numa situação interna confortável.
Com dívida pública crescente, projeções para o déficit fiscal beirando os 10% e uma situação cambial que não permite à moeda se valorizar muito, o Brasil tem chances de se beneficiar do cenário externo favorável às suas exportações e ao investimento global fora dos Estados Unidos, mas ainda tem muito dever de casa para resolver as questões domésticas.
Ainda assim, Luis Stuhlberger, renomado gestor do fundo Verde, vê um ativo local como mais atrativo do que deixar o dinheiro na renda fixa conservadora e, atualmente, mais barato que a bolsa brasileira (que, na sua visão, andou mais, neste início de ano): os títulos públicos indexados à inflação (NTN-Bs) de prazos próximos a cinco anos, que vêm pagando perto de 8% ao ano acima do IPCA.
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No Tesouro Direto, esses ativos são representados pelo Tesouro IPCA+ 2029, que nesta quinta-feira (3) está pagando 7,84% + IPCA para quem o adquirir hoje e levar ao vencimento.
Stuhlberger vem falando publicamente que “o Brasil não aguenta um juro real de 8% por muito tempo” e que algo teria que acontecer para corrigir esta situação, como uma mudança de governo ou de mentalidade do atual governo.
Nesta quinta, em palestra durante evento de lançamento de um fundo de previdência da Verde junto à Icatu Seguros, o gestor voltou a bater nessa tecla.
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Ele classificou como “inexplicável” a piora na popularidade do governo Lula diante de um índice de miséria tão baixo, mas acha que o governo não vai aceitar essa desaceleração tão acentuada na sua aprovação de braços cruzados. Sendo assim, podem vir aí ainda mais medidas populistas, como as que já vêm sendo anunciadas.
“A gente não aguenta no Brasil mais quatro anos de PT sem haver uma ‘argentinização’”, disse Stuhlberger, durante o evento.
Assim, se o governo não mudar a mentalidade, uma mudança de governo poderia ser possível, dando espaço para uma valorização dos ativos de risco no Brasil.
“Uma derrota do PT [nas próximas eleições presidenciais] teria um efeito muito forte, principalmente se [a alternativa] for o Tarcísio [de Freitas, atual governador de São Paulo]. O mercado teria um ‘mega-rali’”, disse o gestor.
Diante dessa possibilidade, Stuhlberger projetou o que poderia acontecer aos títulos indexados à inflação se Tarcísio fosse alçado à presidência.
“Ontem, a NTN-B 2030 estava pagando 7,92% [de juro real], hoje deve cair para 7,80%. Quanto é o juro real com o PT? Não é mais que 8%. Com Tarcísio mais [a volta do] teto de gastos, o juro real cai para 6%. Então estamos diante de um valor médio de cerca de 7% para os próximos quatro anos”, exemplificou o gestor para indicar que a NTN-B 2030 está “fora de preço”.
Lembrando que se o juro real cai, os títulos indexados à inflação comprados a taxas mais altas se valorizam.
“Então lentamente aplicar em NTN-Bs é uma boa estratégia, por mais apetitoso que o CDI esteja”, disse o gestor do Verde.
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O novo fundo de previdência da Verde Asset
O evento desta quinta marcou o lançamento de um novo fundo de previdência da Verde Asset em parceria com a Icatu Seguros, o Icatu Verde Master Prev 60, gerido por Luis Stuhlberger.
Trata-se de um fundo de previdência privada multimercado voltado exclusivamente para investidores qualificados, aqueles que têm, no mínimo R$ 1 milhão em aplicações financeiras.
As duas casas lançaram seu primeiro fundo de previdência em parceria há dez anos, mas, de lá para cá, a regulação da previdência privada mudou muito, permitindo maior flexibilidade de limites de alocação em cada classe de ativos e novas regras para a escolha da tabela de tributação. O novo produto, portanto, nasce adequado a essas novas regras.
A Verde Asset tem R$ 17 bilhões sob gestão, estando mais de um quarto deste montante alocado em previdência.
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