Shutdown nos EUA: governo é paralisado pela 1ª vez desde 2019 e divulgação de dados é adiada; o que acontece agora?
Divulgação dos dados do payroll, previstas para a sexta, foi adiada para o fim do shutdown, quando o Congresso deverá entrar em acordo sobre o Orçamento

O Congresso dos Estados Unidos não conseguiu entrar em um acordo sobre o Orçamento, na noite da terça-feira (30) e desencadeou a primeira paralisação do governo americano ("shutdown") em quase sete anos. Milhares de servidores federais devem entrar em licença ou ser demitidos.
Uma proposta para estender o financiamento da máquina pública por sete semanas foi rejeitada pelo Senado, apesar de ter recebido 55 votos favoráveis e 45 contrários. O texto precisava de um mínimo de 60 apoios para entrar em vigor.
O impasse entre democratas e republicanos impediu a apreciação do projeto orçamentário e também de uma proposta alternativa apresentada pela oposição.
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De um lado, os democratas exigiam a extensão de subsídios e a reversão de cortes realizados pelo governo de Donald Trump na assistência de saúde. Já os conservadores não estavam dispostos a ceder no projeto que garantia o financiamento do governo até o dia 21 de novembro.
A última paralisação da máquina federal ocorreu no primeiro mandato de Trump, entre dezembro de 2018 e janeiro de 2019. Na ocasião, o presidente exigia que o Congresso aprovasse o financiamento para o projeto de construção de um muro entre os Estados Unidos e o México. Após 35 dias (o "shutdown" mais longo da história do país), Trump recuou.
Desta vez, o presidente americano parece não estar disposto a ceder e provocou a oposição, ao dizer que a paralisação traria "resultados positivos" para o governo. "Vamos demitir muita gente quando houver um shutdown", afirmou. Trump ainda ameaçou eliminar políticas defendidas por democratas enquanto o governo estiver sem financiamento.
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Impactos da paralisação
O Escritório de Orçamento do Congresso dos Estados Unidos (CBO, na sigla em inglês) alertou que o shutdown pode levar à dispensa temporária de cerca de 750 mil funcionários públicos, com impacto direto sobre a folha de pagamento.
O órgão afirmou que a maioria dos servidores deve interromper as atividades, a menos que sejam considerados "essenciais" para a proteção de vidas, propriedades ou serviços definidos em planos de contingência.
O diretor do CBO, Phillip Swagel, disse que uma paralisação curta não teria grande impacto na economia, especialmente porque os funcionários federais, por lei, são pagos retroativamente. Mas se a situação se prolongar, poderá haver "incertezas sobre qual é o papel do governo em nossa sociedade e qual é o impacto financeiro em todos os programas que o governo financia".
Divulgação de dados estatísticos é adiada até o fim do shutdown
O Departamento de Estatísticas do Trabalho (BLS, na sigla em inglês) confirmou que suspenderá a divulgação de indicadores econômicos, incluindo o relatório de empregos americano (payroll), com a paralisação. A leitura de setembro do indicador seria revelada na sexta-feira (3).
O presidente do Federal Reserve (Fed) de Chicago, Austan Goolsbee, afirmou na terça que a não publicação do dado teria impacto na decisão do banco central sobre a política monetária.
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O impacto do shutdown nas decisões de política monetária do Fed mantém cautela nas bolsas americanas nesta quarta. Perto das 14h, o Dow Jones e o S&P 500 mantinham tom negativo, operando perto da estabilidade. Apenas o Nasdaq registrava alta modesta de 0,16%.
O Bureau of Economic Analysis (BEA, na sigla em inglês), agência de estatísticas dos EUA ligada ao Departamento do Comércio, também informou que manterá suas operações suspensas "até que o Congresso aprove o financiamento para este ano fiscal". Segundo o BEA, isso inclui "suspensão de qualquer divulgação de dados econômicos que estava programada para ocorrer enquanto o governo federal estiver paralisado".
Em comunicado, o órgão afirma, neste caso, um novo cronograma de divulgação de dados será emitido "assim que possível". Dentre os dados divulgados pelo BEA estão os de PIB, consumo e renda.
Nesta quarta-feira, não foram divulgados os dados previstos de investimentos em construção, que ficam sob responsabilidade do Census Bureau, também relacionado ao Departamento do Comércio.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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