🔴 AÇÕES PARA INVESTIR EM JULHO: CONFIRA CARTEIRA COM 10 RECOMENDAÇÕES – ACESSE GRATUITAMENTE

Ricardo Gozzi

É jornalista e escritor. Passou quase 20 anos na editoria internacional da Agência Estado antes de se aventurar por outras paragens. Escreveu junto com Sócrates o livro 'Democracia Corintiana: a utopia em jogo'. Também é coautor da biografia de Kid Vinil.

ONDE INVESTIR

Onde investir no 2º semestre: Com Trump no poder e dólar na berlinda, especialistas apontam onde investir no exterior, com opções nos EUA e na Europa

O painel sobre onde investir no exterior contou com as participações de Andressa Durão, economista do ASA, Matheus Spiess, estrategista da Empiricus Research, e Bruno Yamashita, analista da Avenue

Ricardo Gozzi
5 de julho de 2025
8:00 - atualizado às 9:37

Donald Trump atuou nos primeiros seis meses de 2025 como uma das principais fontes de instabilidade internacional. Como nada indica que ele mudará de comportamento, é provável que as incertezas persistam não apenas durante o segundo semestre do ano, mas por todo o restante do mandato do presidente norte-americano. 

Diante disso, quem investe no exterior está de olho em outros destinos que não os EUA para suas economias. Quem tende a se beneficiar muito com isso nos próximos meses é a Europa, segundo os participantes do painel sobre investimentos no exterior, da série do Seu Dinheiro sobre Onde Investir no Segundo Semestre de 2025.

Se não for por causa da guerra comercial, vai ser por outras questões da agenda de Donald Trump, como temas regulatórios ou imposto, afirma Andressa Durão, economista do ASA.

O que talvez seja diferente a partir de agora é que não haverá surpresa ou frustração com a postura de Trump, diz Matheus Spiess, estrategista da Empiricus Research e colunista do Seu Dinheiro.

Para Bruno Yamashita, analista de alocação e inteligência da Avenue, a tendência é que os participantes do mercado passem a olhar mais para o cenário micro no que se refere aos Estados Unidos, investindo em cases específicos de empresas ou setores.

Andressa Durão, Bruno Yamashita e Matheus Spiess foram os convidados do painel sobre onde investir no exterior.

Leia Também

Esta matéria faz parte de uma série especial do Seu Dinheiro sobre onde investir no segundo semestre de 2025. Eis a lista completa:

Onde investir no exterior

A Europa desponta como um destino promissor para se investir fora do Brasil neste momento.

“A Europa pegou um timing bom com esse afastamento dos Estados Unidos e a decisão de estimular a economia”, afirma Andressa Durão.

Há ressalvas, no entanto. Uma delas é que os estímulos podem demorar a pegar, diz ela.

Diante disso, o ASA mantém no radar o risco de uma recessão global nos próximos meses, com investidores correndo para o dólar como porto seguro em um cenário de aversão ao risco.

Matheus Spiess, por sua vez, chama a atenção para o fato de o brasileiro investir pouco no exterior.

O estrategista recomenda que o investidor mantenha de 15% a 30% de sua carteira lá fora, sem grandes loucuras, concentrando-se em ativos saudáveis e levando em conta a tolerância de exposição ao risco de cada um.

Para ele, embora com menos espaço, os Estados Unidos se manterão no centro da economia global ainda por muito tempo e é importante ter uma parcela relevante dos investimentos internacionais por lá.

Em relação à Europa, ele é favorável a direcionar investimentos especificamente ao setor de defesa.

Embora admita o fato de se tratar de uma tese polêmica, Spiess considera que o acordo para o aumento do orçamento de defesa entre os países europeus beneficiará o setor nos próximos meses.

Bruno Yamashita, por sua vez, chama a atenção no mercado de renda fixa de dívida corporativa norte-americana, especialmente para quem pensa num prazo mais longo.

“Principalmente daquelas empresas que a gente chama de grau de investimento, com balanços saudáveis, sem problemas de endividamento e posição dominante no mercado”, diz ele.

Quem se arrisca a prever o dólar?

“Os Estados Unidos não vão deixar de ser os Estados Unidos. O que parece ocorrer é uma inversão de dinâmica na qual o curto prazo parece mais incerto do que o longo prazo”, afirma Spiess, citando análise da casa de research Gavekal.

Nesse sentido, grande parte da apreciação relativa de moedas como o real e o euro entram na conta das incertezas de curto prazo provocadas por Donald Trump. Elas favorecem uma rotação de recursos que tem como uma de suas consequências o enfraquecimento do dólar em escala global.

“É claro que o real se beneficia dessa dinâmica”, afirmou Matheus Spiess, depois de brincar que prever o dólar é o cemitério dos economistas.

No momento, porém, parece haver certa margem de segurança para antecipar pelo menos o rumo do real ante o dólar. “Até porque tem muito ativo descontado no Brasil, há muito tempo”, diz Spiess.

Além disso, o fato de os juros estarem muito altos no Brasil fortalece o chamado carry-trade, por meio do qual os investidores arbitram as taxas e buscam tirar proveito da volatilidade de moedas emergentes para acelerar os ganhos.

“Existe um espaço para um fortalecimento salutar do real frente ao dólar”, afirma o estrategista da Empiricus.

A ampliação desse espaço, segundo ele, vai depender da manutenção do enfraquecimento do dólar frente a outras moedas e da possibilidade de um “rali eleitoral” baseado na chance de uma eventual mudança do pêndulo político no Brasil nas eleições do ano que vem.

Onde não investir no exterior

Se a Europa desponta como um dos destinos apontados pelos participantes do painel sobre onde investir no exterior no segundo semestre, há uma classe de ativos na qual é melhor não investir agora. Estamos falando de commodities.

Em junho, por exemplo, o envolvimento dos Estados Unidos na breve guerra entre Irã e Israel até provocou uma alta na cotação do petróleo, mas tímida em relação aos piores cenários.

Para Andressa Durão, parte do atual desinteresse por commodities em geral deriva da perspectiva de uma desaceleração da economia global em 2025, em grande medida por causa do que vem ocorrendo nos Estados Unidos sob Trump.

Há uma exceção, no entanto: o ouro.

O metal precioso vem renovando sucessivamente suas máximas históricas ao longo dos últimos anos. Ainda assim, a Empiricus mantém sua tese construtiva para o ouro, afirma Spiess.

“Além de ser a principal reserva de valor da história da humanidade, existe uma forte demanda por ouro por parte de autoridades monetárias ao redor do mundo”, diz ele.

O principal motor dessa demanda é a crescente tensão geopolítica desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, em 2022, mas não é a única.

“Os próximos anos continuam incertos”, diz Spiess.

“Se a inflação aumenta por causa da guerra comercial, o ouro se beneficia. Se os juros norte-americanos caem, o ouro se beneficia. Se os bancos centrais continuam fortalecendo suas reservas em ouro, ele também se beneficia.”
Matheus Spiess, estrategista da Empiricus Research.

Para Andressa Durão, trata-se de uma questão estrutural. Isso significa o vislumbre de uma tendência de apreciação do ouro no longo prazo.

EUA, China e a disputa pela primazia na IA

Embora o mercado de ações norte-americano esteja em segundo plano no momento, o interesse por papéis de empresas de tecnologia continua vivo, principalmente daquelas envolvidas no desenvolvimento das inteligências artificiais.

No início do ano, o advento da DeepSeek mostrou aos investidores que é possível desenvolver IAs eficientes e por um custo muito inferior ao que vinha sendo observado até ali.

Além disso, o “DeepSeek day” mostrou que os chineses estão muito mais avançados do que supunha a maioria dos analistas do setor.

Só a concorrência entre Estados Unidos e China já seria suficiente para sustentar uma perspectiva positiva para o setor de tecnologia, afirma Bruno Yamashita.

Mas o analista de alocação e inteligência da Avenue vai além e cita a Apple como exemplo: “Quantos negócios não surgiram anos depois por causa da chegada do iPhone em 2007, 2008?”

“A inteligência artificial é uma tese secular, que vai estar em diferentes frentes, seja em carros autônomos, na parte de chat, no desenvolvimento de softwares e por aí vai”, afirma Yamashita.

Isso permite imaginar como será daqui a alguns anos, diz ele. “Não vai ser uma empresa só que vai dominar todo o espaço. Tem muita coisa que a gente ainda não conhece surgindo. Dá para fazer muita coisa legal com muito menos capital.”

Nesse sentido, ele considera que as atuais big techs serão aquelas que vão suprir a infraestrutura para que empresas menores consigam se estabelecer e desenvolver novos produtos.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
A RÚSSIA MANDOU O RECADO

Putin bate de frente com Trump, ignora ameaça de tarifa e diz que não recua da Ucrânia

15 de julho de 2025 - 18:59

Presidente russo endurece exigências, mantém a ofensiva militar e aposta em pressão até 2025; para o Kremlin, a paz só virá em termos próprios

FORA DO CONSENSO

Fabio Kanczuk vê chance de recessão nos EUA e aqui estão os três dados que o mercado está negligenciando com otimismo cego

15 de julho de 2025 - 16:28

Ex-diretor do Banco Central participou de conversa com jornalistas organizada pelo ASA para falar sobre impactos da macroeconomia no segundo semestre

GUERRA DE ARMAS E NO COMÉRCIO

Nem a Rússia escapou: Trump ameaça Putin com tarifas e a motivação não é o comércio

14 de julho de 2025 - 19:23

Presidente dos EUA endurece discurso contra Moscou, anuncia plano com a Otan e promete sanções severas se não houver acordo em 50 dias

FED NO OLHO DO FURACÃO

Gasto de US$ 2,5 bilhões tira Trump do sério e coloca Powell na berlinda (de novo)

14 de julho de 2025 - 16:42

A atualização da sede do banco central norte-americano é a mais nova fonte de tensão com o governo norte-americano; entenda essa história

PANO PARA MANGA

Trump Media e Rumble acionam Justiça dos EUA contra Alexandre de Moraes após nova decisão do magistrado

14 de julho de 2025 - 14:27

Empresas ligadas ao presidente americano intensificam ofensiva contra ministro do STF; governo brasileiro aciona AGU para acompanhar o caso

QUEM GANHA E QUEM PERDE

Dólar fraco e juros altos nos EUA — o cenário do Itaú BBA para 2025 tem a China fortalecida após tarifas

14 de julho de 2025 - 12:22

Retomada das tarifas de importação diminuiu o otimismo do mercado em relação a corte de juros nos EUA e colocou em dúvida — de novo — a preferência pelo dólar

NOVAS CARTAS

Trump anuncia tarifas de 30% sobre importações da União Europeia e do México a partir de agosto; veja os motivos

12 de julho de 2025 - 12:22

Déficits comerciais não foram a única razão mencionada pelo presidente norte-americano, que enviou cartas às líderes da UE e do país latino-americano

SD ENTREVISTA

Trump always chickens out: As previsões de um historiador da elite universitária dos EUA sobre efeitos de tarifas contra o Brasil

11 de julho de 2025 - 10:46

Em entrevista ao Seu Dinheiro, o historiador norte-americano Jim Green, da Brown University, analisou a sobretaxa de 50% imposta ao Brasil por Donald Trump

DE NOVO!

Trump ataca novamente: EUA impõem mais tarifa — desta vez, de 35% sobre importações do Canadá

11 de julho de 2025 - 9:30

Em carta publicada na rede Truth Social, o presidente republicano acusa o país vizinho pela crise do fentanil nos Estados Unidos

NÃO É SOBRE ECONOMIA

A visão do gringo: Trump quer ajudar Bolsonaro com tarifas de 50% e tenta interferir nas decisões do STF

10 de julho de 2025 - 16:40

Jornais globais sinalizam cunho político do tarifaço do presidente norte-americano contra o Brasil, e destacam diferença no tratamento em relação a taxas para outros países

TRUMP CURTIU?

Fed caminha na direção de juros menores, mas ata mostra racha sobre o número de cortes em 2025

9 de julho de 2025 - 16:06

Mercado segue apostando majoritariamente no afrouxamento monetário a partir de setembro, embora a reunião do fim deste mês não esteja completamente descartada

LÁ VAMOS NÓS DE NOVO

Trump cumpre promessa e anuncia tarifas de 20% a 30% para mais seis países

9 de julho de 2025 - 13:58

As taxas passarão a vale a partir do dia 1º de agosto deste ano, conforme mostram as cartas publicadas por Trump no Truth Social

PRESSÃO INTERNA

Trump cedeu: os bastidores do adiamento das tarifas dos EUA para 1 de agosto

9 de julho de 2025 - 12:37

Fontes contam o que foi preciso acontecer para que o presidente norte-americano voltasse a postergar a entrada dos impostos adicionais, que aconteceria nesta quarta-feira (9)

SEM INTROMISSÃO

O Brasil vai encarar? Lula dá resposta direta à ameaça de tarifa de Trump; veja o que ele disse dessa vez

8 de julho de 2025 - 19:26

Durante a cúpula do Brics, o presidente brasileiro questionou a centralização do comércio em torno do dólar e da figura dos EUA

PACOTAÇO

As novas tarifas de Trump: entenda os anúncios de hoje com 14 países na mira e sobretaxas de até 40%

7 de julho de 2025 - 18:40

Documentos detalham alíquotas específicas, justificativas econômicas e até margem para negociações bilaterais

DE VOLTA ÀS TARIFAS

Trump dispara, mercados balançam: presidente anuncia tarifas de 25% ao Japão e à Coreia do Sul

7 de julho de 2025 - 14:53

Anúncio por rede social, ameaças a parceiros estratégicos e críticas do Brics esquentam os ânimos às vésperas de uma virada no comércio global

MADE FOR U.S.A.

Venda do TikTok nos EUA volta ao radar, com direito a versão exclusiva para norte-americanos, diz agência

7 de julho de 2025 - 12:47

Trump já prorrogou três vezes o prazo para que a chinesa ByteDance venda as operações da plataforma de vídeos curtos no país

POLÍTICAS ‘ANTIAMERICANAS’

EUA têm medo dos Brics? A ameaça de Trump a quem se aliar ao bloco

7 de julho de 2025 - 9:12

Neste fim de semana, o Rio de Janeiro foi sede da cúpula dos Brics, que mandou um recado para o presidente norte-americano

GUERRA COMERCIAL

Trump vai enviar carta para 12 países com proposta de ‘pegar ou largar’ as tarifas impostas, mas presidente não revela se o Brasil está na lista

6 de julho de 2025 - 16:01

Tarifas foram suspensas até o dia 9 de julho para dar mais tempo às negociações e acordos

AMERICA PARTY

Nem republicano, nem democrata: Elon Musk anuncia a criação de um partido próprio nos Estados Unidos 

6 de julho de 2025 - 8:55

O anúncio foi feito via X (ex-Twitter); na ocasião, o bilionário também aproveitou para fazer uma crítica para os dois partidos que dominam o cenário político dos EUA

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar