“É provável que tenhamos dividendos extraordinários em breve”, diz executivo da Vale — eis o que precisa acontecer para isso
Após desempenho operacional e financeiro considerados robustos no terceiro trimestre, o CFO Marcelo Bacci e o CEO Gustavo Pimenta dizem se a compra bilionária de debêntures e se a tributação de dividendos podem afetar a distribuição dos proventos da mineradora daqui para frente
As ações da Vale (VALE3) abriram a sexta-feira (31) em alta na esteira da leitura do mercado de que a mineradora entregou resultados sólidos na véspera, mas foi quando o CEO Gustavo Pimenta declarou que a companhia estava a caminho de entregar os guidances, abrindo caminho para os dividendos extraordinários, que o papel ganhou tração e passou a subir mais de 2%, figurando entre as maiores altas do Ibovespa.
“Entregamos uma performance sólida e estamos no caminho para entregar guidances. Esse desempenho sólido caminha para entregar a parte superior do guidance de produção”, disse Pimenta em conferência sobre os resultados financeiros do terceiro trimestre de 2025.
A produção de minério de ferro da Vale somou 94,403 milhões de toneladas métricas (Mt) no entre julho e setembro, o que representa um aumento de 3,8% em base anual. Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, também houve alta, de 12,9%. Esse é o maior nível desde 2018.
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O desempenho levou a mineradora a superar as projeções para lucro e receita no terceiro trimestre — o lucro no período chegou a US$ 2,7 bilhões, enquanto a receita somou US$ 10,420 bilhões. Você pode conferir aqui os detalhes do balanço da Vale no terceiro trimestre.
“Em 2025, ajustamos nosso portfólio de minério de ferro, o que gerou valor", disse Pimenta, acrescentando que o trimestre foi o melhor para o negócio de cobre desde 2019. Ele também destacou o Programa Novo Carajás, no Pará, que visa acelerar o desenvolvimento de projetos chave em depósitos minerais dos mais atraentes.
Dividendos extraordinários no horizonte da Vale
Apesar do desempenho que superou as projeções, a Vale não anunciou a distribuição de dividendos extraordinários aos acionistas no terceiro trimestre — mas a seca de proventos pode estar perto do fim.
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“Com o minério de ferro acima de US$ 100, a geração de caixa deve chegar ao ponto médio da projeção, colocando nossa dívida líquida expandida na faixa estimada de US$ 10 bilhões a US$ 20 bilhões, o que deve liberar recursos para os acionistas”, disse Marcelo Bacci, vice-presidente executivo de finanças e relações com investidor (CFO).
No terceiro trimestre, os preços de referência do minério de ferro praticados pela Vale foram de US$ 102 a tonelada, 2% maiores do que os do mesmo período do ano anterior e 4% acima dos três meses anteriores.
Nesta sexta-feira (31), o minério de ferro negociado na bolsa de Dalian, na China, recuou 0,56% no contrato futuro para entrega em janeiro de 2026, cotado a 800 yuans, o equivalente a US$ 112,50 a tonelada — a única queda da semana, fazendo a commodity acumular alta de 4,10% no período.
“Não podemos antecipar, mas é provável que tenhamos dividendos extraordinários em breve”, disse Bacci.
Sobre a distribuição ordinária de proventos, o executivo disse que “a política de dividendos atual da Vale permite o pagamento no formato de juros sobre capital próprio”.
A compra bilionária de debêntures pode atrapalhar a distribuição aos acionistas?
O CFO da Vale esclareceu ainda que a compra de debêntures anunciada pela companhia não deve alterar a perspectiva de pagamento de dividendos extraordinários.
“A compra de debêntures não tem efeito até aqui e não vai mudar a estratégia de jeito nenhum”, afirmou Bacci.
A mineradora propôs pagar R$ 42 por debênture, um montante que representa um prêmio de cerca de 15% em relação ao preço de fechamento das debêntures no dia útil anterior ao anúncio da oferta. Caso consiga recomprar todos os 388.559.056 papéis em circulação, a companhia pode desembolsar R$ 16,3 bilhões na operação.
No último dia 6, a Vale informou que a iniciativa da compra de debêntures busca otimizar a estrutura de capital por meio da gestão de passivos financeiros, além de reforçar a estratégia de alocação de recursos.
Vale lembrar que o posicionamento da mineradora se tornou público um dia depois da notícia de que um grupo de investidores, que possuem debêntures perpétuas da companhia, vinha pressionando por termos mais atrativos, buscando um preço mais próximo de R$ 50 por papel.
Segundo Bacci, a oferta deve ser concluída nesta sexta-feira (31)e é a única desde a emissão, há 28 anos.
Questionado sobre a tributação de dividendos, Bacci disse que não tem impacto nos planos da Vale de distribuição de proventos aos acionistas.
A Câmara aprovou neste mês a proposta que prevê 10% de taxação sobre os lucros distribuídos por empresas a partir de 2026. O texto precisa passar pelo Senado e ser aprovado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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Comprar ou não comprar ações da Vale?
Com o desempenho operacional e o resultado financeiro do terceiro trimestre em mãos — e antes mesmo da perspectiva do pagamento de dividendos extraordinários —, os bancos e corretoras reafirmaram as recomendações para as ações da mineradora, que não são unânimes.
O Safra seguiu com a indicação outperform (equivalente à compra) para os ADRs da Vale, com preço-alvo de US$ 11,50, o que representa um potencial de queda de 3,3% ante o fechamento do papel no pregão de quinta-feira (30).
O banco acredita que os resultados da Vale aumentarão sequencialmente no quarto trimestre. Além disso, as perspectivas sobre os preços realizados são construtivas até o momento.
“Estamos mais otimistas quanto à resiliência dos preços do minério de ferro. O management da Vale pode querer reduzir ainda mais a dívida líquida expandida antes de pagar dividendos extraordinários, mas acreditamos que esses dividendos serão distribuídos juntamente com os resultados do quarto trimestre de 2025, a menos que os preços do minério de ferro caiam significativamente daqui para frente”, afirma o banco.
O Citi também manteve a recomendação de compra para a Vale, com preço-alvo de US$ 14, o que corresponde a um potencial de valorização de 17,7% em relação ao último fechamento.
A Empiricus Research manteve a Vale na carteira da série Vacas Leiteiras. “Apesar de entender que parte da grande melhora de resultados já esteja precificada, após a alta de mais de 25% neste ano, os papéis ainda negociam por apenas 4x Ebitda”, disse o analista Ruy Hungria.
“Em nossa visão, as ações podem se aproveitar de uma melhora na perspectiva de dividendos e de um re-rating caso a Vale Base Metals continue entregando evolução de resultados — o negócio de cobre merece múltiplos bem acima de 4x Ebitda, e isso não está refletido no valuation da mineradora hoje”, acrescenta.
O BTG Pactual, que na véspera do balanço elevou a recomendação para a Vale de neutra para compra, disse que os dados do terceiro trimestre evidenciam um bom momento para a mineradora, com expectativas de que dividendos possam ser anunciados em breve.
“Embora dividendos extraordinários não tenham sido anunciados, acreditamos que isso seja apenas uma questão de tempo e atribuímos uma alta probabilidade de que algo seja declarado até o final do ano. A empresa está claramente cumprindo suas metas e merece o bom desempenho e as atualizações recentes”, disseram os analistas Leonardo Correa e Marcelo Arazi, em relatório.
Mas nem todo mundo segue confiante para mudar a recomendação para as ações da Vale agora. A XP, por exemplo, manteve a indicação neutra para os papéis da mineradora.
“Embora reconheçamos esses desenvolvimentos positivos nos lucros e vejamos potencial para dividend yields saudáveis no curto prazo, reiteramos nossa recomendação neutra, dada a nossa perspectiva relativamente cautelosa sobre os preços do minério de ferro no médio prazo”, disseram os analistas Luca Laghi, Guilherme Nippes e Fernanda Urbano.
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