Barata demais? Por que esse bancão recomenda a compra dos papéis da Ternium após queda de 40% do lucro
Os BDRs e as ADRs da siderúrgica operam em queda nesta quarta-feira (19) em reflexo ao balanço do quarto trimestre de 2024, mas o BTG Pactual diz que é hora de colocar os papéis na carteira

Enquanto a Usiminas vive um dia de recuperação na B3, a acionista majoritária da companhia parece estar longe dos dias de glória: a Ternium, que detém 51,5% da empresa mineira, divulgou resultados desanimadores no quarto trimestre de 2024 e os investidores reagem negativamente ao balanço.
Por volta das 17h, os BDRs (Brazilian Depositary Receipt) do conglomerado ítalo-argentino (TXSA34) caíam 0,28%, a R$ 172,06. No exterior, os papéis também não foram poupados: os ADRs (American Depositary Receipt) da companhia (TX) apresentavam queda de 4,39%, a US$ 29,99, às 17h (horário de Brasília).
Segundo o balanço divulgado na noite de terça-feira (18), a Ternium teve um lucro líquido de US$ 333 milhões no quarto trimestre, o que representa uma queda de 40% em comparação aos US$ 554 milhões reportados no mesmo período do ano anterior.
Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da siderúrgica foi de US$ 270 milhões. Na comparação trimestral, o montante representa uma queda de 27%, enquanto na comparação com anual indica uma redução de 10%.
O Ebitda ajustado também veio abaixo das expectativas do mercado: 10% abaixo das projeções do Itaú BBA e 22% abaixo das estimativas do BTG Pactual.
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O imbróglio da Usiminas na ponta do lápis
O ano de 2024 não foi dos melhores para Ternium, porém os resultados também foram impactados por um processo jurídico que a companhia vem enfrentando há mais de 12 anos sobre a aquisição de ações da Usiminas.
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Em 2012, o conglomerado adquiriu o equivalente a 27,7% do total do capital votante da Usiminas. Porém, a CSN, que na época detinha cerca de 17,4% do capital social da empresa mineira, entrou com uma ação judicial contra a operação.
Segundo o processo, a aquisição das ações teria alterado a gestão política da Usiminas, que teria sido assumida pela Ternium. Logo o conglomerado ítalo-argentino deveria realizar uma oferta pública para a aquisição das ações dos minoritários.
Até 2023, a Ternium vinha ganhando decisões favoráveis à empresa. Porém, em junho, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) revisou o caso e acatou o pedido da CSN. Com a decisão, a Ternium deverá indenizar a siderúrgica brasileira. Porém, o colegiado reduziu o valor da indenização.
Assim, segundo o comunicado sobre os resultados do quarto trimestre de 2024, o lucro líquido de US$ 333 milhões inclui a reversão de US$ 404 milhões que haviam sido reservados para possíveis perdas relacionadas ao litígio.
Sem o montante, a companhia teria apresentado um prejuízo líquido de US$ 71 milhões no período.
Além disso, a Ternium registrou uma provisão líquida de US$ 410 milhões devido ao litígio. Assim, sem o peso do processo judicial, o lucro líquido de 2024 do conglomerado sairia de US$ 174 milhões para US$ 584 milhões.
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Além da Usiminas: o peso de Trump e tensões geopolíticas na Ternium
Não foi apenas a disputa judicial que pesou nos resultados da Ternium. O conglomerado também enfrentou queda nos preços e uma menor demanda por aço em todas as regiões.
A empresa viu as vendas chegaram a US$ 3,87 bilhões entre outubro e dezembro, o que representa uma redução de 21% na comparação anual.
Segundo o BTG Pactual, a siderúrgica é afetada pela sazonalidade e pela alta incerteza na indústria siderúrgica global.
Em documento, a Ternium chegou a indicar que os resultados foram impactados pela desaceleração do mercado siderúrgico no México, devido à sazonalidade e também pelo momento de fraqueza do setor comercial no país.
Além disso, destacou as incertezas geradas pela mudança de governo no México e nos Estados Unidos. Vale lembrar que desde o retorno de Donald Trump à Casa Branca, o governo do republicano vem aumentando a retórica de taxação das importações.
O Brasil exporta 60% da produção siderúrgica para o mercado norte-americano e, segundo alguns bancos, a Ternium é uma das mais afetadas pelo tarifaço de Trump. O Seu Dinheiro contou essa história e você pode conferir tudo aqui.
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Apesar dos pesares? A visão do BTG para a Ternium
Ainda que os resultados não sejam animadores, o BTG Pactual enxerga um futuro levemente positivo para a siderúrgica ítalo-argentina.
Os analistas avaliam que, “apesar dos desafios, a Ternium mantém um balanço extremamente sólido” e recomendam a compra dos papéis da companhia.
Entre os pontos positivos analisados, o BTG Pactual ressaltou a indicação do conglomerado sobre um aumento modesto no Ebitda ajustado do primeiro trimestre de 2025.
De acordo com o relatório, a Ternium enxerga que o resultado seja impulsionado por melhorias nas margens e no comércio, especialmente no Brasil, enquanto os números do México e da Argentina devem permanecer estáveis.
Além disso, o banco avalia que o custo por tonelada também deve melhorar, devido ao consumo de placas e matérias-primas adquiridas a preços mais baixos, o que também deve trazer algum impulso para os resultados da siderúrgica.
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