Weg (WEGE3) tem companhia: Gerdau (GGBR4) ganha com tarifas de Trump sobre o aço. Como ficam CSN (CSNA3), Usiminas (USIM5) e outras gigantes do setor?
O presidente norte-americano prometeu taxar em 25% as importações de aço e alumínio dos EUA, medida que pega em cheio o Brasil — o País manda 60% da produção siderúrgica para lá

Crises geralmente abrem uma porta de oportunidades para quem quer investir e não é diferente agora, que o presidente norte-americano, Donald Trump, colocou o Brasil na mira de suas tarifas com a proposta de taxação de 25% das importações que os EUA fazem de aço e alumínio.
O impacto dessas tarifas não será irrelevante para o Brasil. Atualmente, os EUA são o segundo maior mercado comprador de aço brasileiro, consumindo 60% de nossa produção siderúrgica, ficando atrás apenas do Canadá.
Mas há quem ganhe com mais essa taxação de Trump e a Gerdau (GGBR4) é uma das empresas brasileiras que podem tirar proveito desse momento já que tem parte da sua produção nos EUA.
“A Gerdau é normalmente vista como uma beneficiária-chave neste contexto”, dizem os analistas Lucas Marquiori e Fernanda Recchia, do BTG Pactual.
A dupla, no entanto, alerta os investidores de que ainda não está claro por quanto tempo essas tarifas permanecerão em vigor, e que os fundamentos do aço dos EUA permanecem um tanto pressionados no curto prazo — a indústria está operando a cerca de 73% da capacidade.
“Além disso, também destacamos que os fundamentos do aço brasileiro se deterioraram ultimamente, com descontos relevantes de 4% a 5% nos preços de vergalhões em janeiro, o que deve impulsionar os lucros no curto prazo”, dizem os analistas.
Leia Também
Ainda sobe antes de cair: Ibovespa tenta emplacar mais uma alta após decisões do Fed e do Copom
O BTG tem recomendação de compra para a Gerdau (GGBR4).
Como ficam as outras siderúrgicas brasileiras?
As outras siderúrgicas brasileiras tem impacto limitado ao mercado norte-americano, segundo Bruno Henriques, Luís Mollo e Marcel Zambello, do BTG.
No caso da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), a exportação para os EUA varia de 3% a 5% de suas receitas. Segundo os analistas, como o faturamento está vinculado a um cliente específico na região, existe a possibilidade de repasse do impacto tarifário.
A Usiminas (USIM5) vai na mesma linha. "As exportações diretas para os EUA são muito pequenas, com a maioria dos embarques indo para a Argentina", dizem os analistas, acrescentando que as exportações de aço para os EUA representam cerca de 5% das receitas consolidadas totais.
No caso da CSN (CSNA3), os volumes de exportação representam cerca de 20% dos embarques ou cerca de 15% da receita consolidada total.
"A CSN tem operações na Alemanha (fabricação de aço) e Portugal (produtos acabados), mas também opera um centro de distribuição nos EUA, vendendo dentro do sistema de cotas atual (200-250kt de remessas de aço enviadas para os EUA). Esperamos que esses volumes sejam impactados por novas tarifas, mas a empresa deve ser capaz de realocá-los facilmente", afirmam.
Já Ternium deve ter impactos relevantes, segundo os analistas, ainda que as exportações da companhia para os EUA representam apenas 6% dos volumes produzidos no México.
"No entanto, esperamos impactos indiretos relevantes, pois grande parte dos clientes finais da Ternium exportam seus produtos para os EUA, o que pode eventualmente afetar os níveis de demanda de aço da empresa", afirmam.
- SAIBA MAIS: Com o 4T24 no radar, analista acredita que uma ação exportadora deve ter “resultado excelente” e ser um dos grandes destaques de fevereiro
Gerdau é compra sob efeito Trump, mas não é a única
Se a Gerdau é uma vencedora clara das tarifas de Trump sobre o aço e o alumínio, ela não está sozinha. A Weg (WEGE3) é outra ação que vale a pena ter na carteira neste momento, segundo o BTG, em meio às taxações do republicano.
A queridinha da bolsa é mais diretamente afetada pelas tarifas de 25% sobre o México e Canadá e os 10% da China.
Segundo Marquiori e Recchia, essa taxação provavelmente levará a algumas estratégias de mitigação, incluindo o aumento da capacidade de produção nos EUA, que já está em andamento.
A dupla ainda considera que a Weg vai acelerar o processo para usar toda a capacidade disponível nos ativos da Regal Rexnord — a brasileira comprou no final de 2023 os negócios de motores e geradores do grupo norte-americano por US$ 400 milhões.
“Acreditamos que a estratégia de mitigação da Weg se concentrará principalmente na realocação da produção para regiões com impostos mais baixos e capacidade disponível, o que pode não compensar tudo”, dizem os analistas.
ONDE INVESTIR EM FEVEREIRO: Ações, criptomoedas, pagadoras de dividendos, FIIs e BDRs para este mês
E os países? Quem ganha com o tarifaço de Trump
Talvez sem surpresa, o maior vencedor das tarifas comerciais provavelmente sejam os EUA.
As importações de aço norte-americanas diminuíram substancialmente na última década, segundo dados oficiais, caindo 35% entre 2014 e 2024 — apesar de um aumento anual de 2,5% para 26,2 milhões de toneladas métricas no ano passado.
Muitos especialistas atribuem essa queda às tarifas introduzidas durante o primeiro governo de Trump.
As importações de alumínio dos EUA, no entanto, aumentaram 14% na última década, com as exportações do metal dos EUA aumentando progressivamente desde 2020.
Além disso, desde a primeira onda de tarifas de Trump, em 2018, os EUA viram o investimento aumentar nos setores de aço e alumínio. Além disso, dados do Congressional Research Service mostraram que nos primeiros cinco meses do tarifaço, o governo de Trump arrecadou mais de US$ 1,4 bilhão em receita.
Na primeira gestão, Trump aplicou tarifas sobre as importações de aço e alumínio do Canadá, México e União Europeia (UE) e colocou limites de volume nas importações de várias outras nações, incluindo Coreia do Sul, Argentina e Austrália.
- VEJA TAMBÉM: Ações, papéis pagadores de dividendos, FIIs, BDRs e criptomoedas – quais são os melhores para comprar em fevereiro? Programa Onde Investir dá o veredito
Os países que mais perdem
México e Canadá estão entre os maiores exportadores de aço e alumínio para os EUA e, provavelmente, serão prejudicados se as tarifas entrarem em vigor — mesmo depois de receberem uma trégua de 30 dias de impostos gerais sobre todas as exportações.
A Alemanha também é uma grande exportadora de aço para os EUA e deve ser afetada negativamente pelas tarifas.
A alemã Thyssenkrupp, uma das maiores siderúrgicas da Europa, indicou mais cedo que espera um "impacto muito limitado" em seus negócios se os EUA cobrarem tarifas adicionais sobre aço e alumínio.
Os exportadores asiáticos Coreia do Sul, Vietnã e Japão também estão entre os países que verão seus metais atingidos por novas tarifas de importação se Trump seguir em frente.
As importações do Vietnã cresceram mais de 140% em relação ao ano anterior, de acordo com dados comerciais dos EUA. Taiwan também exportou 75% mais aço para os EUA em 2024 em comparação ao ano anterior.
*Com informações da CNBC
Entre a crise e a oportunidade: Prejuízo trimestral e queda no lucro anual da Petrobras pesam sobre o Ibovespa
Além do balanço da Petrobras, os investidores reagem hoje à revisão do PIB dos EUA e à taxa de desemprego no Brasil
WEG (WEGE3) apanha na B3 após um trimestre não tão perfeito. Quais linhas do balanço do 4T24 desagradaram os investidores?
Na avaliação do BTG Pactual, era necessário que o balanço da WEG (WEGE3) fosse perfeito, e não foi, com uma receita forte, mas margem frustrante — um leve déjà vu do resultado do terceiro trimestre, aliás.
Um olhar pelo retrovisor: Ibovespa tenta manter alta com investidores de olho em balanços e Petrobras em destaque
Além dos números da Petrobras, investidores repercutem balanços da Ambev, do IRB, da Klabin e da WEG, entre outros
Dividendos da ‘fábrica de bilionários’: Weg (WEGE3) pagará mais de R$ 1 bilhão em proventos; saiba como receber
Fabricante de equipamentos elétricos também anunciou uma proposta de aumento de capital no valor de R$ 5 bilhões
Sem querer parecer chato: Ibovespa reage a prejuízo da Vale e ao andamento de temporada de balanços
Em dia de agenda fraca, investidores repercutem reversão de lucro para prejuízo pela Vale no quarto trimestre de 2024
Gigante do aço em expansão: Gerdau (GGBR4) prevê investimento de R$ 6 bilhões em 2025 com foco em competitividade e sustentabilidade
Do total previsto, cerca de R$ 1,6 bilhão será direcionado a iniciativas com retorno ambiental, incluindo expansão de ativos florestais
Memórias de uma janela fechada: Ibovespa busca manter alta com Wall Street de volta ao jogo e negociações sobre guerra na Ucrânia
Diante da agenda fraca, negociações entre EUA e Rússia ocorrem na Arábia Saudita, mas exclui os ucranianos da conversa
Onde está a ‘mina de ouro’ da Weg (WEGE3)? Para o BTG, um país da América é a fronteira mais promissora para a empresa
Segundo o banco, investimentos em transformadores colocaram a companhia em posição estratégica para a crescente demanda energética
Brasil vai sobreviver às tarifas de Trump? A visão de André Esteves sobre os erros e os acertos do republicano até agora
O chairman do BTG Pactual falou sobre a guerra tarifária que pegou o Brasil em cheio e diz o que desagrada e o que agrada nas políticas recentes anunciadas pelo presidente norte-americano
A um passo do El Dorado: Ibovespa reage a IPCA, tarifas de Trump, Powell no Congresso dos EUA e agenda de Haddad
Investidores esperam desaceleração da inflação enquanto digerem confirmação das tarifas de Trump sobre o aço e o alumínio
Um olho na estrada, outro no retrovisor: Ibovespa reage à ata do Copom enquanto se prepara para temporada de balanços
Investidores também repercutem a relatório de produção e vendas da Petrobras enquanto monitoram desdobramentos da guerra comercial de Trump
Fim da linha para a Weg (WEGE3)? A onda de tarifas de Trump é uma marola ou um tsunami para a queridinha da bolsa?
As ações da companhia operam em queda nesta segunda-feira (3) na B3, acompanhando a aversão ao risco que tomou conta os mercados mundo afora depois do tarifaço do republicano
A bolsa assim sem você: Ibovespa chega à última sessão de janeiro com alta acumulada de 5,5% e PCE e dados fiscais no radar
Imposição de tarifas ao petróleo do Canadá e do México por Trump coloca em risco sequência de nove sessões em queda do dólar
O que esperar da safra de balanços do 4T24? BTG traça previsões para Azul (AZUL4), Gol (GOLL4), Embraer (EMBR3) e Weg (WEGE3)
A previsão do mercado é de resultados mistos entre os setores de transportes e bens de capital — resta saber quais serão as estrelas da temporada
A ação da Weg (WEGE3) ficou barata? Como a DeepSeek abriu uma janela de oportunidade para comprar a queridinha da bolsa
A versão melhorada do ChatGPT na China fez diversas techs amargarem perdas, mas, para os analistas do Itaú BBA, esta é uma boa oportunidade de colocar WEGE3 na carteira
Super-juros, ativar: Ibovespa busca recuperação improvável em dia de Fed, Copom e reação a relatório de produção e vendas da Vale
Investidores antecipam interrupção de corte de juros nos EUA e aumento da taxa Selic no Brasil na primeira Super Quarta de 2025
Weg (WEGE3) se junta à Nvidia e sofre com o ‘ChatGPT da China’: multinacional pode sobreviver ao DeepSeek? O JP Morgan tem a resposta
Um dia após ter o pior dia na bolsa desde outubro de 2023, a Weg aparentava ser mais uma vítima do ‘Chat GPT da China’ – não na opinião de analistas do JP Morgan
Depois do bombardeio: Ibovespa repercute produção da Petrobras enquanto mundo se recupera do impacto da DeepSeek
Petrobras reporta cumprimento da meta de produção e novo recorde no pré-sal em 2024; Vale divulga relatório hoje
Weg (WEGE3) é a queridinha, mas Localiza (RENT3) exige cautela: as apostas dos gestores no setor de transporte e bens de capital em 2025
Gestores de fundos ouvidos pelo BTG Pactual se mostram pessimistas com o setor neste ano e preferem focar em ações de multinacionais e grandes exportadoras, com foco no curto prazo
Projeto Stargate vai investir meio trilhão de dólares em IA nos EUA — e a Weg (WEGE3) é uma das poucas empresas que podem lucrar com isso
Iniciativa bilionária prevê investimentos nos próximos quatro anos em infraestrutura ligada à tecnologia, com participação da OpenAI, Oracle, Nvidia e SoftBank