Até o Banco do Brasil (BBAS3) pode pagar a conta das tarifas de Trump: Moody’s revela o impacto da guerra comercial para os bancos brasileiros
Para a Moody’s, o setor financeiro já vivia um cenário complexo, dadas as taxas de juros elevadas e as tendências de inadimplência — e as tarifas dos EUA devem ajudar a complicar a situação
Quando Donald Trump anunciou tarifas de 50% contra o Brasil, ninguém imaginava que o impacto da guerra comercial dos EUA chegaria até os bancos brasileiros, mas até o Banco do Brasil (BBAS3) pode ser forçado a pagar a conta dessa tensão comercial.
Na avaliação da Moody’s, o setor financeiro brasileiro já estava em rota de colisão com um cenário mais complexo, dadas as taxas de juros elevadas no Brasil e as tendências de inadimplência — e agora as tarifas dos EUA devem ajudar a complicar a situação.
Isso porque os bancos brasileiros podem sentir os efeitos de uma desaceleração no comércio exterior, com a pressão do endividamento crescente, um cenário inflacionário e um risco iminente à qualidade dos ativos.
- LEIA TAMBÉM: Quer se atualizar do que está rolando no mercado? O Seu Dinheiro liberou como cortesia uma curadoria das notícias mais quentes; veja aqui
Qual será o impacto das tarifas dos EUA para os bancos brasileiros?
Embora os bancos brasileiros tenham uma exposição direta limitada ao crédito voltado para o comércio exterior, o aumento das tarifas de Trump pode afetar as condições operacionais para o setor.
Isso porque, mesmo com a natureza de baixo risco de muitos novos empréstimos, os efeitos da inflação — impulsionada pelas novas tarifas dos EUA — devem forçar o Banco Central a manter a taxa Selic elevada por mais tempo, segundo a Moody’s.
Esse cenário pode enfraquecer a qualidade e a lucratividade dos ativos dos bancos, de acordo com a agência de classificação de risco.
Leia Também
Segundo as projeções, a pressão inflacionária seria intensificada pelas tarifas de importação, o que levaria ao aumento dos custos operacionais e ao risco de deterioração da qualidade do crédito.
Além disso, como os exportadores brasileiros devem enfrentar dificuldades adicionais com o aumento das tarifas, isso afetaria a concessão de novos empréstimos para clientes de setores mais vulneráveis às tarifas, como os produtores de café, celulose e carne bovina.
A avaliação da Moody’s é que, com o mercado enfraquecido pela desaceleração nas exportações e os volumes de negócios reduzidos, as empresas devem ver um impacto sobre as receitas futuras.
“A natureza de baixo risco dos novos empréstimos protegeria sua qualidade. No entanto, a pressão inflacionária provavelmente obrigaria o Banco Central a manter os juros elevados por um longo período, o que prejudicaria a qualidade dos ativos dos bancos, uma vez que o endividamento das famílias já está em níveis elevados”, afirmou a agência.
Como as tarifas de Trump podem afetar o Banco do Brasil (BBAS3)
A Moody’s avalia que o Banco do Brasil (BBAS3) teria uma exposição mínima à nova tarifa de 50% imposta pelos EUA.
A instituição financeira possui uma carteira de empréstimos rurais que soma R$ 366 bilhões (aproximadamente US$ 66 bilhões), e, dentro desse total, apenas 2,9% são direcionados a produtores de café e 0,3% a produtores de celulose.
Já o setor de carne bovina, que representa 17% dos empréstimos agrícolas do BB, também não deve ser impactado pelas tarifas de Trump de forma significativa, segundo a Moody’s.
Apesar dessa exposição limitada, a tendência geral é que os bancos brasileiros optem por reduzir o financiamento ao comércio exterior em 2025.
Vale lembrar que o alto endividamento e o aumento da inadimplência tornaram os bancos mais conservadores quanto à concessão de novos empréstimos ao consumidor, e altas taxas de juros prolongadas desencorajariam a atividade comercial.
“As altas taxas de juros podem prejudicar a lucratividade dos credores nos próximos meses, à medida que os bancos reduzirem os empréstimos a famílias que já lutam para pagar suas dívidas em meio à inflação elevada e às taxas de juros altas”, afirmou a Moody’s.
Ambipar (AMBP3) perde avaliação de crédito da S&P após calote e pedidos de proteção judicial
A medida foi tomada após a empresa dar calote e pedir proteção contra credores no Brasil e nos Estados Unidos, alegando que foram descobertas “irregularidades” em operações financeiras
A fortuna de Silvio Santos: perícia revela um patrimônio muito maior do que se imaginava
Inventário do apresentador expõe o tamanho real do império construído ao longo de seis décadas
UBS BB rebaixa Raízen (RAIZ4) para venda e São Martinho (SMTO3) para neutro — o que está acontecendo no setor de commodities?
O cenário para açúcar e etanol na safra de 2026/27 é bastante apertado, o que levou o banco a rever as recomendações e preços-alvos de cobertura
Vale (VALE3): as principais projeções da mineradora para os próximos anos — e o que fazer com a ação agora
A companhia deve investir entre US$ 5,4 bilhões e US$ 5,7 bilhões em 2026 e cerca de US$ 6 bilhões em 2027. Até o fim deste ano, os aportes devem chegar a US$ 5,5 bilhões; confira os detalhes.
Mesmo em crise e com um rombo bilionário, Correios mantêm campanha de Natal com cartinhas para o Papai Noel
Enquanto a estatal discute um empréstimo de R$ 20 bilhões que pode não resolver seus problemas estruturais, o Papai Noel dos Correios resiste
Com foco em expansão no DF, Smart Fit compra 60% da rede de academias Evolve por R$ 100 milhões
A empresa atua principalmente no Distrito Federal e, segundo a Smart Fit, agrega pontos comerciais estratégicos ao seu portfólio
Por que 6 mil aviões da Airbus precisam de reparos: os detalhes do recall do A320
Depois de uma falha de software expor vulnerabilidades à radiação solar e um defeito em painéis metálicos, a Airbus tenta conter um dos maiores recalls da sua história
Os bastidores da crise na Ambipar (AMBP3): companhia confirma demissão de 35 diretores após detectar “falhas graves”
Reestruturação da Ambipar inclui cortes na diretoria e revisão dos controles internos. Veja o que muda até 2026
As ligações (e os ruídos) entre o Banco Master e as empresas brasileiras: o que é fato, o que é boato e quem realmente corre risco
A liquidação do Banco Master levantou dúvidas sobre possíveis impactos no mercado corporativo. Veja o que é confirmado, o que é especulação e qual o risco real para cada companhia
Ultrapar (UGPA3) e Smart Fit (SMFT3) pagam juntas mais de R$ 1,5 bilhão em dividendos; confira as condições
A maior fatia desse bolo fica com a Ultrapar; a Smartfit, por sua vez, também anunciou a aprovação de aumento de capital
RD Saúde (RADL3) anuncia R$ 275 milhões em proventos, mas ações caem na bolsa
A empresa ainda informou que submeterá uma proposta de aumento de capital de R$ 750 milhões
Muito além do Itaú (ITUB4): qual o plano da Itaúsa (ITSA4) para aumentar o pagamento de dividendos no futuro, segundo a CFO?
Uma das maiores pagadoras de dividendos da B3 sinaliza que um novo motor de remuneração está surgindo
Petrobras (PETR4) amplia participação na Jazida Compartilhada de Tupi, que detém com Shell e a portuguesa Petrogal
Os valores a serem recebidos pela estatal serão contabilizados nas demonstrações financeiras do quarto trimestre de 2025
Americanas (AMER3) anuncia troca de diretor financeiro (CFO) quase três anos após crise e traz ex-Carrefour e Dia; veja quem assume
Sebastien Durchon, novo diretor financeiro e de Relações com Investidores da Americanas, passou pelo Carrefour, onde conduziu o IPO da varejista no Brasil e liderou a integração do Grupo Big, e pelo Dia, onde realizou um plano de reestruturação
Essa empresa aérea quer que você pague mais de R$ 100 para usar o banheiro do avião
Latam cria regras para uso do banheiro dianteiro – a princípio, apenas passageiros das 3 primeiras fileiras terão acesso ao toalete
Ambipar (AMBP3): STJ suspende exigência de depósito milionário do Deutsche Bank
Corte superior aceitou substituir a transferência dos R$ 168 milhões por uma carta de fiança e congelou a ordem do TJ-RJ até a conclusão da arbitragem
Sinal verde: Conselho dos Correios dá aval a empréstimo de R$ 20 bilhões para reestruturar a estatal
Com aprovação, a companhia avança para fechar o financiamento bilionário com cinco bancos privados, em operação que ainda depende do Tesouro e promete aliviar o caixa e destravar a reestruturação da empresa
Oi (OIBR3) consegue desbloqueio de R$ 517 milhões após decisão judicial
Medida permite à operadora acessar recursos bloqueados em conta vinculada à Anatel, enquanto ações voltam a oscilar na bolsa após suspensão da falência
WEG (WEGE3) pagará R$ 1,9 bilhão em dividendos e JCP aos acionistas; veja datas e quem recebe
Proventos refletem o desempenho resiliente da companhia, que registrou lucro em alta mesmo em cenário global incerto
O recado da Petrobras (PETR4) para os acionistas: “Provavelmente não teremos dividendos extraordinários entre 2026 e 2030”
Segundo o diretor financeiro da companhia, Fernando Melgarejo, é preciso cumprir o pré-requisito de fluxo de caixa operacional robusto, capaz de deixar a dívida neutra, para a distribuição de proventos adicionais
