Ambev (ABEV3), JBS (JBSS3) e BRF (BRFS3): quem ganha e quem perde com o tarifaço de Trump, segundo o BTG
Analistas destacam possíveis impactos positivos e negativos para empresas brasileiras, com a redução da competitividade das exportações dos EUA e de países afetados
A promessa de um tarifaço feita por Donald Trump durante sua campanha presidencial começou a mostrar indícios de uma nova guerra comercial à frente. Já em seu segundo mandato, o republicano optou por impor tarifas a Canadá, México e China, que são os principais parceiros comerciais dos Estados Unidos, e também à União Europeia (UE).
O Brasil por ora não está no alvo de Trump. No entanto, de acordo com os analistas do BTG Pactual, essa nova guerra comercial pode ter um impacto significativo — ainda que indiretamente — na economia brasileira, especialmente nos setores agrícola e de alimentos.
Em relatório divulgado nesta terça-feira (4), os analistas Thiago Duarte, Guilherme Guttilla e Gustavo Fabris afirmam que, entre as empresas que podem ser afetadas negativamente, está a gigante de bebidas Ambev (ABEV3), que pode sofrer com a depreciação do dólar canadense.
O Canadá representa cerca de 10% do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado da Ambev, segundo os analistas. Dessa forma, um dólar canadense mais fraco levaria a menores ganhos em reais para a fabricante de bebidas.
Mas o tarifaço também pode criar um cenário favorável para o setor agrícola brasileiro, com oportunidades à vista para JBS (JBSS3) e BRF (BRFS3) em caso de retaliações.
LEIA TAMBÉM: as principais decisões de Trump em seus primeiros 100 dias na Casa Branca
Leia Também
Com a guerra comercial aberta entre outros países, o Brasil pode se beneficiar?
Apesar do anúncio da suspensão temporária de tarifas para Canadá e México, os países atingidos ainda podem decidir impor retaliações aos EUA — como no caso da China.
Vale lembrar que, em 2018, a China retaliou com tarifas de 25% sobre a soja americana, o que aumentou a demanda pela soja brasileira, elevando os preços. Caso um cenário semelhante ocorra, os produtores brasileiros de soja devem se beneficiar, segundo o BTG.
LEIA MAIS: Guia gratuito do BTG sobre a temporada de balanços – saiba os destaques das maiores empresas da bolsa no 4º tri de 2024
Uma oportunidade para JBS (JBSS3) e BRF (BRFS3)
Uma retaliação do México contra as tarifas americanas, por exemplo, também poderia beneficiar produtores brasileiros de aves, já que o México é um grande importador de frango dos EUA.
O Brasil tem aumentado suas exportações de aves para o México, que atingiram 4,5% do total das exportações brasileiras de aves em 2024, de acordo com o BTG.
“Se o México transferir mais de suas importações para o Brasil assim que as aves dos EUA se tornarem menos competitivas, a JBS (JBSS3) e, em maior medida, a BRF (BRFS3) poderiam estar entre os maiores beneficiários. Até certo ponto, isso também se aplica a outras proteínas, como carne bovina e suína”, afirmam os analistas.
O BTG tem recomendação de compra para as ações da JBS. Para os papéis da BRF, a classificação é neutra.
De acordo com o banco de investimentos, tanto o Brasil quanto os EUA estão entre os maiores exportadores mundiais de produtos agrícolas e outros subprodutos. Entretanto, o comércio entre os dois países é relativamente pequeno na maioria dos produtos.
“Isto significa que quaisquer desequilíbrios comerciais que tornem as exportações agrícolas dos Estados Unidos menos competitivas tendem a beneficiar o setor agrícola do Brasil. Poderíamos estar à beira de um desses caminhos”, dizem os analistas.
Falta de luz causa prejuízo de R$ 1,54 bilhão às empresas de comércio e serviços em São Paulo; veja o que fazer caso tenha sido lesado
O cálculo da FecomercioSP leva em conta a queda do faturamento na quarta (10) e quinta (11)
Nubank busca licença bancária, mas sem “virar banco” — e ainda pode seguir com imposto menor; entenda o que está em jogo
A corrida do Nubank por uma licença bancária expõe a disputa regulatória e tributária que divide fintechs e bancões
Petrobras (PETR4) detalha pagamento de R$ 12,16 bilhões em dividendos e JCP e empolga acionistas
De acordo com a estatal, a distribuição será feita em fevereiro e março do ano que vem, com correção pela Selic
Quem é o brasileiro que será CEO global da Coca-Cola a partir de 2026
Henrique Braun ocupou cargos supervisionando a cadeia de suprimentos da Coca-Cola, desenvolvimento de novos negócios, marketing, inovação, gestão geral e operações de engarrafamento
Suzano (SUZB3) vai depositar mais de R$ 1 bilhão em dividendos, anuncia injeção de capital bilionária e projeções para 2027
Além dos proventos, a Suzano aprovou aumento de capital e revisou estimativas para os próximos anos. Confira
Quase R$ 3 bilhões em dividendos: Copel (CPLE5), Direcional (DIRR3), Minerva (BEEF3) e mais; confira quem paga e os prazos
A maior fatia dessa distribuição é da elétrica, que vai pagar R$ 1,35 bilhão em proventos aos acionistas
Cade aprova fusão entre Petz (PETZ3) e Cobasi com exigência de venda de lojas em SP
A união das operações cria a maior rede pet do Brasil. Entenda os impactos, os “remédios” exigidos e a reação da concorrente Petlove
Crise nos Correios: Governo Lula publica decreto que abre espaço para recuperação financeira da estatal
Novo decreto permite que estatais como os Correios apresentem planos de ajuste e recebam apoio pontual do Tesouro
Cyrela (CYRE3) propõe aumento e capital e distribuição bilionária de dividendos, mas ações caem na bolsa: o que aconteceu?
A ideia é distribuir esses dividendos sem comprometer o caixa da empresa, assim como fizeram a Axia Energia (AXIA3), ex-Eletrobras, e a Localiza, locadora de carros (RENT3)
Telefônica Brasil (VIVT3) aprova devolução de R$ 4 bilhões aos acionistas e anuncia compra estratégica em cibersegurança
A Telefônica, dona da Vivo, vai devolver R$ 4 bilhões aos acionistas e ainda reforça sua presença em cibersegurança com a compra da CyberCo Brasil
Brasil registra recorde em 2025 com abertura de 4,6 milhões de pequenos negócios; veja quais setores lideram o crescimento
No ano passado, pouco mais de 4,1 milhões de empreendimentos foram criados
Raízen (RAIZ4) vira penny stock e recebe ultimato da B3. Vem grupamento de ações pela frente?
Com RAIZ4 cotada a centavos, a B3 exige plano para subir o preço mínimo. Veja o prazo que a bolsa estipulou para a regularização
Banco Pan (BPAN4) tem incorporação pelo BTG Pactual (BPAC11) aprovada; veja detalhes da operação e vantagens para os bancos
O Banco Sistema vai incorporar todas as ações do Pan e, em seguida, será incorporado pelo BTG Pactual
Dividendos e JCP: Ambev (ABEV3) anuncia distribuição farta aos acionistas; Banrisul (BRSR6) também paga proventos
Confira quem tem direito a receber os dividendos e JCP anunciados pela empresa de bebidas e pelo banco, e veja também os prazos de pagamento
Correios não devem receber R$ 6 bilhões do Tesouro, diz Haddad; ajuda depende de plano de reestruturação
O governo avalia alternativas para reforçar o caixa dos Correios, incluindo a possibilidade de combinar um aporte com um empréstimo, que pode ser liberado ainda este ano
Rede de supermercados Dia, em recuperação judicial, tem R$ 143,3 milhões a receber do Letsbank, do Banco Master
Com liquidação do Master, há dúvidas sobre os pagamentos, comprometendo o equilíbrio da rede de supermercados, que opera queimando caixa e é controlada por um fundo de Nelson Tanure
Nubank avalia aquisição de banco para manter o nome “bank” — e ainda pode destravar vantagens fiscais com isso
A fintech de David Vélez analisa dois caminhos para a licença bancária no Brasil; entenda o que está em discussão
Abra Group, dona da Gol (GOLL54) e Avianca, dá mais um passo em direção ao IPO nos EUA e saída da B3; entenda
Esse é o primeiro passo no processo para abertura de capital, que possibilita sondar o mercado antes de finalizar a proposta
Por que a Axia Energia (AXIA3), ex-Eletrobras, aprovou um aumento de capital de R$ 30 bilhões? A resposta pode ser boa para o bolso dos acionistas
O objetivo do aumento de capital é manter o equilíbrio financeiro da empresa ao distribuir parte da reserva de lucros de quase R$ 40 bilhões
Magazine Luiza (MGLU3) aposta em megaloja multimarcas no lugar da Livraria Cultura para turbinar faturamento
Com cinco marcas sob o mesmo teto, a megaloja Galeria Magalu resgata a memória da Livraria Cultura, cria palco para conteúdo e promete ser a unidade mais lucrativa da varejista
