Por que o BTG acha que RD Saúde (RADL3) é uma das maiores histórias de sucesso do varejo brasileiro em 20 anos — e o que esperar para 2026
Para os analistas, a RADL3 é o “compounder perfeito”; entenda como expansão, tecnologia e medicamentos GLP-1 devem fortalecer a empresa nos próximos anos
No varejo brasileiro — um setor acostumado a conviver com volatilidade, competição acirrada e margens cada vez mais pressionadas — poucas empresas conseguiram construir uma trajetória tão consistente quanto a RD Saúde (RADL3), na visão do BTG Pactual. Para o banco, a rede de farmácias é uma das grandes vencedoras dos últimos 20 anos.
A tese central do BTG é que a RD se transformou em um “compounder clássico”, desses que conseguem entregar crescimento consistente ano após ano, sustentado por estratégia, eficiência operacional e disciplina na execução.
Mais do que isso: o ciclo de expansão que sustenta o apetite dos investidores por RADL3 ainda está longe de se esgotar.
- LEIA TAMBÉM: Conheça as análises da research mais premiada da América Latina: veja como acessar os relatórios do BTG Pactual gratuitamente com a cortesia do Seu Dinheiro
“A RD é vista cada vez mais como um ‘safe compounder’ para investidores estrangeiros e como uma das principais teses compradas no mercado brasileiro”, disse o BTG.
Na avaliação dos analistas, a RD Saúde não apenas atravessou com habilidade os ciclos de consumo mais difíceis, como também abriu caminho para uma nova fase de expansão a partir de 2026.
A fórmula, segundo o BTG, está ancorada em três pilares: uma abordagem multicanal robusta, expansão física consistente e rentável; o fortalecimento das categorias de maior margem; e o uso intensivo de tecnologia para ampliar o valor de cada cliente ao longo do tempo (lifetime value).
Leia Também
A virada dos fundos de ações e multimercados vem aí: Fitch projeta retomada do apetite por renda variável no próximo ano
As 10 melhores small caps para investir ainda em 2025, segundo o BTG
Expansão agressiva — e ainda com muito espaço para avançar
A presença da RD hoje é privilegiada: são lojas em 653 cidades, quase sempre posicionadas a poucos quilômetros da casa dos consumidores.
Ainda assim, o mapa está longe de estar completo. A empresa identifica “áreas brancas” em grandes centros e municípios menores onde a expansão continua economicamente viável.
Mas, para o BTG, é o retorno dessas aberturas que chama a atenção. O retorno interno (IRR) das novas lojas, que historicamente orbitava 20%, saltou para mais de 25% nos últimos três anos. Isso reforça que o ciclo de aberturas não está apenas ativo — está mais rentável do que antes.
Para 2026, a previsão é de mais 330 a 350 inaugurações, mantendo um ritmo de expansão que poucas varejistas conseguiram sustentar com tanta rentabilidade por tanto tempo.
Os motores de margem da RD Saúde
Se a expansão física é a base, as categorias de beleza e marca própria são o combustível que turbina a margem bruta.
Para os analistas, é aqui que a RD construiu uma vantagem estrutural. Segundo o BTG, essas verticais seguem com fundamentos crescentes, reforçando a força da RD em categorias com margens superiores e maior fidelização.
Esse movimento ainda tem novas camadas para 2026. Para o BTG, essa é uma avenida de margem que seguirá crescendo — especialmente porque a linha própria de medicamentos OTC (que não precisam de receita) tende a ganhar relevância e escalar rapidamente no próximo ciclo.
"Um novo formato físico premiumizado em beleza e bem-estar, previsto para o segundo semestre de 2026, deve aprofundar barreiras competitivas e reforçar a diferenciação omnicanal da RD”, projetam os analistas.
Ameaça do e-commerce mais controlada — por enquanto
O avanço de plataformas como Mercado Livre, Amazon e Shopee no mercado de higiene e cosméticos (HPC) chegou a gerar apreensão no setor no início de 2025.
A categoria, que representa cerca de 25% das vendas da RD Saúde (RADL3), de fato enfrentou pressão de preços e de conveniência.
Mas a fotografia começou a mudar. Nos dois últimos trimestres, as margens de HPC estabilizaram e as vendas voltaram a crescer. Para o BTG, isso indica que o risco competitivo não desapareceu, mas passou a ser mais controlável. Dois fatores explicam essa “estabilização competitiva”:
- Parcerias mais estreitas com a indústria; e
- Uso da capilaridade da rede física para entregar conveniência e rapidez, que o e-commerce por si só não conseguiria replicar.
A RD, segundo o banco, encontrou um ponto de equilíbrio entre competir no digital e preservar margem no físico.
Logística e IA: a nova vantagem competitiva da RD
Além disso, o BTG avalia que a RD Saúde (RADL3) não é mais apenas uma empresa de varejo: está também virando uma companhia de tecnologia e logística. Esse ponto, para os analistas, é fundamental.
Hoje, são 15 centros de distribuição espalhados pelo país, com mais dois previstos para 2026, além de uma frota sustentável de 60 caminhões elétricos.
Cada nova unidade melhora a eficiência da malha, construindo uma cadeia de suprimentos robusta e de baixa latência para o varejo omnichannel.
Do lado digital, são mais de 100 casos de uso de IA já implementados — de previsão de demanda a sistemas que resolvem automaticamente 80% das demandas internas. Essa eficiência operacional deve continuar reduzindo custos e elevando margens.
“Canetas do emagrecimento”: a próxima grande avenida de crescimento da RD Saúde
Nos últimos anos, um fenômeno recente do varejo farmacêutico global ganhou força no Brasil: as chamadas “canetas do emagrecimento”, medicamentos que replicam o GLP-1, como o Ozempic.
A RD já obtém cerca de 9% de suas vendas desse segmento — e, na visão do BTG, isso é apenas o começo. O banco projeta que o mercado brasileiro de GLP-1 movimentará R$ 9 bilhões em 2026, impulsionado por novos pacientes e pela entrada dos genéricos.
Com escala logística e capilaridade física, a RD deve capturar uma participação expressiva desse salto, segundo os analistas.
“Combinado à expansão omnichannel e ao alto engajamento digital, esse motor deve sustentar crescimento de receita em ‘mid-teens’ [duplo dígito médio] e recuperação consistente de margens a partir de 2026”, prevê o BTG.
2026: previsibilidade, margens mais equilibradas e um novo ciclo de lucros
Apesar dos ventos contrários — como a concorrência e a pressão das vendas digitais —, o BTG acredita que 2026 tende a ser um ano de lucros mais previsíveis para a RD Saúde (RADL3).
A expectativa do banco para o ano que vem é de vendas acima da inflação, margens mais estáveis, maior diluição de despesas, e uma contribuição crescente das canetas e dos genéricos.
Na avaliação do BTG, embora a ação RADL3 já negocie a múltiplos elevados, de cerca de 25 vezes os lucros estimados para 2026, o valuation é coerente com a trajetória de compounder da companhia.
"Não há dúvida de que a companhia foi uma das histórias de maior sucesso entre os varejistas brasileiros nos últimos 20 anos, construindo os pilares típicos de um compounder: sólido pipeline de expansão, roteiro completo de investimentos no canal online e retorno crescente", disse o banco.
Para os analistas, a recuperação do crescimento acima da inflação e margens mais equilibradas nos últimos dois trimestres "reforçam os pilares sustentáveis da tese" e mantêm a visão positiva de longo prazo para as ações da RD Saúde.
O “ano de Troia” dos mercados: por que 2026 pode redefinir investimentos no Brasil e nos EUA
De cortes de juros a risco fiscal, passando pela eleição brasileira: Kinea Investimentos revela os fatores que podem transformar o mercado no ano que vem
Ibovespa dispara 6% em novembro e se encaminha para fechar o ano com retorno 10% maior do que a melhor renda fixa
Novos recordes de preço foram registrados no mês, com as ações brasileiras na mira dos investidores estrangeiros
Ibovespa dispara para novo recorde e tem o melhor desempenho desde agosto de 2024; dólar cai a R$ 5,3348
Petrobras, Itaú, Vale e a política monetária ditaram o ritmo dos negócios por aqui; lá fora, as bolsas subiram na volta do feriado nos EUA
Ações de Raízen (RAIZ4), Vibra (VBBR3) e Ultrapar (UGPA3) saltam no Ibovespa com megaoperação contra fraudes em combustíveis
Analistas avaliam que distribuidoras de combustíveis podem se beneficiar com o fim da informalidade no setor
Brasil dispara na frente: Morgan Stanley vê só dois emergentes com fôlego em 2026 — saiba qual outro país conquistou os analistas
Entenda por que esses dois emergentes se destacam na corrida global e onde estão as maiores oportunidades de investimentos globais em 2026
FII Pátria Log (HGLG11) abocanha cinco galpões, com inquilinos como O Boticário e Track & Field, e engorda receita mensal
Segundo o fundo, os ativos adquiridos contam com características que podem favorecer a valorização futura
Bolsa nas alturas: Ibovespa fecha acima dos 158 mil pontos em novo recorde; dólar cai a R$ 5,3346
As bolsas nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia também encerraram a sessão desta quarta-feira (26) com ganhos; confira o que mexeu com os mercados
Hora de voltar para o Ibovespa? Estas ações estão ‘baratas’ e merecem sua atenção
No Touros e Ursos desta semana, a gestora da Fator Administração de Recursos, Isabel Lemos, apontou o caminho das pedras para quem quer dar uma chance para as empresas brasileiras listadas em bolsa
Vale (VALE3) patrocina alta do Ibovespa junto com expectativa de corte na Selic; dólar cai a R$ 5,3767
Os índices de Wall Street estenderam os ganhos da véspera, com os investidores atentos às declarações de dirigentes do Fed, em busca de pistas sobre a trajetória dos juros
Ibovespa avança e Nasdaq tem o melhor desempenho diário desde maio; saiba o que mexeu com a bolsa hoje
Entre as companhias listadas no Ibovespa, as ações cíclicas puxaram o tom positivo, em meio a forte queda da curva de juros brasileira
Maiores altas e maiores quedas do Ibovespa: mesmo com tombo de mais de 7% na sexta, CVC (CVCB3) teve um dos maiores ganhos da semana
Cogna liderou as maiores altas do índice, enquanto MBRF liderou as maiores quedas; veja o ranking completo e o balanço da bolsa na semana
JBS (JBSS3), Carrefour (CRFB3), dona do BK (ZAMP3): As empresas que já deixaram a bolsa de valores brasileira neste ano, e quais podem seguir o mesmo caminho
Além das compras feitas por empresas fechadas, recompras de ações e idas para o exterior também tiraram papéis da B3 nos últimos anos
A nova empresa de US$ 1 trilhão não tem nada a ver com IA: o segredo é um “Ozempic turbinado”
Com vendas explosivas de Mounjaro e Zepbound, Eli Lilly se torna a primeira empresa de saúde a valer US$ 1 trilhão
Maior queda do Ibovespa: por que as ações da CVC (CVCB3) caem mais de 7% na B3 — e como um dado dos EUA desencadeou isso
A combinação de dólar forte, dúvida sobre o corte de juros nos EUA e avanço dos juros futuros intensifica a pressão sobre companhia no pregão
Nem retirada das tarifas salva: Ibovespa recua e volta aos 154 mil pontos nesta sexta (21), com temor sobre juros nos EUA
Índice se ajusta à baixa dos índices de ações dos EUA durante o feriado e responde também à queda do petróleo no mercado internacional; entenda o que afeta a bolsa brasileira hoje
O erro de R$ 1,1 bilhão do Grupo Mateus (GMAT3) que custou o dobro para a varejista na bolsa de valores
A correção de mais de R$ 1,1 bilhão nos estoques expôs fragilidades antigas nos controles do Grupo Mateus, derrubou o valor de mercado da companhia e reacendeu dúvidas sobre a qualidade das informações contábeis da varejista
Debandada da B3: quando a onda de saída de empresas da bolsa de valores brasileira vai acabar?
Com OPAs e programas de recompras de ações, o número de empresas e papéis disponíveis na B3 diminuiu muito no último ano. Veja o que leva as empresas a saírem da bolsa, quando esse movimento deve acabar e quais os riscos para o investidor
Medo se espalha por Wall Street depois do relatório de emprego dos EUA e nem a “toda-poderosa” Nvidia conseguiu impedir
A criação de postos de trabalho nos EUA veio bem acima do esperado pelo mercado, o que reduz chances de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro; bolsas saem de alta generalizada para queda em uníssono
Depois do hiato causado pelo shutdown, Payroll de setembro vem acima das expectativas e reduz chances de corte de juros em dezembro
Os Estados Unidos (EUA) criaram 119 mil vagas de emprego em setembro, segundo o relatório de payroll divulgado nesta quinta-feira (20) pelo Departamento do Trabalho
Sem medo de bolha? Nvidia (NVDC34) avança 5% e puxa Wall Street junto após resultados fortes — mas ainda há o que temer
Em pleno feriado da Consciência Negra, as bolsas lá fora vão de vento em poupa após a divulgação dos resultados da Nvidia no terceiro trimestre de 2025
