Ibovespa ignora NY, sobe no último pregão da semana e fecha mês com ganho de 6%
No mercado de câmbio, o dólar à vista terminou o dia em alta, rondando aos R$ 5,42, depois da divulgação de dados de inflação nos EUA e com a questão fiscal no radar dos investidores locais

Quem olhou para o mercado hoje, viu o Ibovespa renovando máxima atrás de máxima, em um movimento que descolou o principal índice da bolsa brasileira das perdas de Wall Street e da retaliação do Brasil aos EUA — que puniu as ações de empresas como a Embraer (EMBR3), que chegaram a recuar mais de 1% hoje.
De acordo com analistas, a desaceleração da inflação por aqui e a chance de alternância de poder nas eleições de 2026, com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, se destacando em pesquisa eleitoral, ajuda a embalar os ganhos do Ibovespa neste último pregão do mês.
“As negociações de hoje estão precificando muito mais a pesquisa eleitoral do que a reciprocidade do Brasil. A expectativa de corte de juros nos EUA também ajuda a embalar a alta do mercado”, disse Enzo Pacheco, analista da Empiricus Research, durante o programa Giro do Mercado, do Money Times.
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O Ibovespa fechou o dia com alta e 0,26%, aos 141.422,26 pontos. No mês, o principal índice da bolsa brasileira acumulou ganho de 6%. No mercado de câmbio, o dólar à vista teve alta de 0,29%, cotado a R$ 5,4220.
Mas nem tudo são flores para os investidores brasileiros: a questão fiscal segue no radar. Mais cedo, dados do Banco Central mostraram que as contas do setor público consolidado — governo central, Estados, municípios e estatais com exceção de Petrobras e Eletrobras — voltaram a mostrar déficit primário no acumulado de 12 meses em julho.
O setor público acumulou déficit primário de R$ 27,293 bilhões no período, o equivalente a 0,22% do Produto Interno Bruto (PIB). Em junho, o resultado era positivo em R$ 17,925 bilhões, ou 0,15% do PIB. Em maio, o superávit acumulado era de R$ 24,143 bilhões, 0,20% do PIB. Com isso, o déficit primário acumulado em 12 meses até julho é o maior, como proporção do PIB, desde janeiro de 2025. O rombo, nessa época, era de 0,39% do PIB.
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O índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) — a pedida preferida do Federal Reserve (Fed) para a inflação — subiu 0,2% em julho ante junho. Na comparação anual, houve alta de 2,6% em julho. Os dois dados vieram em linha com as projeções dos analistas ouvidos pela FactSet.
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O núcleo do PCE, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, avançou 0,3% em julho ante junho. Na comparação anual, a alta foi de 2,9% em julho. Ambos os dados vieram em linha com as projeções.
“Os dados da inflação de hoje vieram em linha, mas Powell já havia avisado que o PCE fechou julho em 2,9%, então não tem como um dado já avisado antes fazer preço quando é divulgado”, diz Pacheco. “Apesar de Powell ter sinalizado que pode cortar os juros, vale lembrar que a inflação em 2,9% está acima da meta”, acrescenta.
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Segundo o analista da Empiricus, o dado de emprego de agosto, que deve ser divulgado na semana que vem, será determinante para o corte de juros na reunião do Fed de setembro. “Depois dos dados muito fracos de julho, se os de agosto vierem em linha, o corte de 0,25 ponto percentual dos juros deve acontecer”, disse Pacheco.
O Fed se reúne em 16 e 17 de setembro. Quatro dias antes, porém, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) será divulgado e, segundo o analista da Empiricus, o mercado deve acompanhar de perto os números ainda que eles não sejam a métrica preferida do banco central norte-americano para a inflação.
Com a divulgação dos dados de inflação de hoje, o Morgan Stanley passou a prever dois cortes de juros nos EUA este ano: 0,25 pp em setembro e mais 0,25 pp em dezembro. Segundo o banco norte-americano, a reunião de política monetária de outubro será usada como um “esperar para ver” o que acontece.
O Dow Jones caiu 0,20%, aos 45.544,88 pontos; o S&P 500 teve queda de 0,64%, aos 6.460,26 pontos; e o Nasdaq recuou 1,15%, aos 21.455,55 pontos.
O mercado manteve como probabilidade majoritária o corte de juros de 0,25 pp após o PCE. Segundo a ferramenta de monitoramento do CME Group, a chance de corte em setembro subiu de 85,2% antes dos dados para 87,2% logo depois. Já a probabilidade de manutenção caiu de 14,8% a 12,8% no período.
Os investidores também continuam a ver uma redução acumulada de 0,50 pp nos juros norte-americanos até dezembro como o cenário mais provável, com aumento marginal de 48,1% a 48,3% após o PCE.
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