Por que o efeito Americanas vai fazer o lucro dos grandes bancos dar um salto no 4T23
Sem o peso da varejista, o resultado combinado de Itaú Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil e Santander deve aumentar 30% em relação ao mesmo período de 2022

Pouco mais de um ano após a revelação da fraude multibilionária, a Americanas (AMER3) vai voltar a aparecer com frequência no noticiário a partir desta semana, com o início da temporada de balanços dos grandes bancos brasileiros.
O calote da varejista derrubou o lucro das instituições financeiras, em especial das que fizeram a provisão de 100% dos créditos concedidos à empresa de uma única vez no quarto trimestre de 2022.
Mas agora a base de comparação mais fraca vai provocar o efeito oposto nos balanços.
Ou seja, o resultado combinado de Itaú Unibanco (ITUB4), Bradesco (BBDC4), Banco do Brasil (BBAS3) e Santander (SANB11) deve dar um salto de 30% no quarto trimestre de 2023, de acordo com a média das projeções dos analistas que o Seu Dinheiro compilou.
O Santander abre a temporada nesta quarta-feira (31), antes da abertura dos mercados. O Itaú apresenta o resultado do quarto trimestre no próximo dia 5 de fevereiro, após o fechamento da bolsa. O Banco do Brasil divulga os números no dia 8, também após os mercados fecharem.
Mas a maior expectativa do mercado é com o Bradesco, que publica o resultado no dia 7, antes da abertura da bolsa. Essa será a primeira divulgação do banco após a troca de comando, em novembro passado.
Leia Também
Junto com o balanço do 4T23, o novo CEO do banco, Marcelo Noronha, deve apresentar um plano para reerguer o Bradesco, que sofre com o aumento da inadimplência e a concorrência dos bancos digitais.
Por falar nisso, o Nubank segue correndo em uma raia à parte dos principais concorrentes, até porque não tinha nenhuma exposição ao caso Americanas. O banco digital divulga os resultados no dia 22 de fevereiro.
Saiba mais sobre o que esperar para cada balanço dos grandes bancos no quarto trimestre:
Santander Brasil (SANB11)
- Data da divulgação: 31 de janeiro (antes da abertura dos mercados)
- Projeção de lucro líquido: R$ 2,926 bilhões (+73%)
O Santander Brasil é o único entre os grandes bancos que ainda não fez provisão de 100% para as perdas com a Americanas, de acordo com o Bank of America (BofA).
Assim, o balanço que a unidade brasileira do banco espanhol divulga nesta quarta-feira ainda deve trazer o impacto do calote da varejista.
Por outro lado, os números do Santander devem mostrar resultados melhores na margem financeira, a linha do balanço que contabiliza a receita com as operações de crédito menos os custos de captação.
Mas apesar da recuperação na comparação com o quarto trimestre de 2022, a rentabilidade (ROE, na sigla em inglês) do Santander deve se manter pressionada e ficar em 14,6%, de acordo com a XP.
PODCAST TOUROS E URSOS - O ano das guerras, Trump rumo à Casas Branca e China mais fraca: o impacto nos mercados
Itaú Unibanco (ITUB4)
- Data da divulgação: 5 de fevereiro (após o fechamento dos mercados)
- Projeção de lucro líquido: R$ 9,373 bilhões (+22%)
Enquanto Santander e Bradesco derraparam com o aumento da inadimplência e perdas na tesouraria, o Itaú reinou entre os grandes bancos privados nos últimos resultados. E a tendência deve se manter no balanço do quarto trimestre de 2023.
A estimativa do JP Morgan para o ROE do banco é de 21,5%. “O Itaú tem sido o banco brasileiro mais proativo na adequação de seu modelo de negócios ao ambiente de negócios mais desafiador dos últimos anos”, escreveram os analistas.
Se os números do balanço em si não devem surpreender, o mercado deve reagir às projeções (guidance) que o Itaú deve fornecer para o desempenho deste ano.
Além disso, fica a expectativa com relação a um possível aumento no pagamento de dividendos após o Banco Central editar uma medida que, na prática, vai liberar recursos que hoje estão no balanço.
Aliás, podemos dizer que o Itaú já está gastando “por conta” ao fechar a compra do edifício Faria Lima 3500, atual sede do Itaú BBA, pela bagatela de R$ 1,5 bilhão.
Bradesco (BBDC4)
- Data da divulgação: 7 de fevereiro (antes da abertura dos mercados)
- Projeção de lucro líquido: R$ 4,622 bilhões (+190%)
O Bradesco (BBDC4) será o banco com maior crescimento no lucro no quarto trimestre de 2023 em relação ao mesmo período do ano anterior. Mas isso nem de longe será motivo de comemoração na Cidade de Deus.
Assim como o rival histórico Itaú, o Bradesco também provisionou 100% do calote da Americanas no balanço do quarto trimestre de 2022, o que derrubou o lucro na ocasião.
Os problemas do banco, contudo, vão muito além das perdas com a varejista. Mesmo com o lucro maior na comparação com os últimos meses de 2022, a rentabilidade do Bradesco deve ser a menor entre os concorrentes.
Uma das projeções mais pessimistas com o balanço vem do Bank of America (BofA), que estima uma rentabilidade (ROE) de apenas 10%. Ou seja, menos da metade do Itaú.
Junto com os resultados, o Bradesco deve anunciar as projeções para os números de 2024, que devem apontar uma recuperação. Mas o que o mercado mais aguarda é a fala de Marcelo Noronha, o novo CEO do banco, sobre a estratégia de médio e longo prazo para o banco.
Banco do Brasil (BBAS3)
- Data da divulgação: 8 de fevereiro (após o fechamento dos mercados)
- Projeção de lucro líquido: R$ 9,028 bilhões (estável)
Com uma exposição menor à Americanas em relação aos principais concorrentes, o Banco do Brasil (BBAS3) foi o que menos sofreu com o calote da varejista.
Por isso mesmo, deve ser o único dos grandes a não registrar crescimento nos resultados em relação ao quarto trimestre do ano passado, já que a base de comparação era mais forte.
De todo modo, o BB hoje é praticamente uma unanimidade no mercado. A projeção dos analistas para o balanço mais uma vez é favorável. O Itaú BBA, por exemplo, espera que o banco entregue um retorno de 21,1%.
Além dos resultados, o Banco do Brasil pode trazer boas surpresas do lado dos dividendos. O mercado espera o anúncio de um aumento do percentual do lucro distribuído aos acionistas (payout), atualmente em 40%.
Nubank (NU)
- Data da divulgação: 22 de fevereiro (após o fechamento dos mercados)
- Projeção de lucro líquido: US$ 411 milhões (prejuízo de US$ 298 milhões no 4T22)
Se antes a dúvida de parte do mercado era se o Nubank seria um dia lucrativo, agora o céu parece ser o limite. O crescimento acelerado tanto na base de clientes como no crédito, somado a um custo baixo operacional e de captação, aparentemente tornaram o banco digital imbatível.
Nas projeções do Bank of America, o Nubank deve alcançar 77 milhões de clientes ativos — ou seja, que efetivamente usam o cartão roxo.
A fintech também passou no teste da alta da inadimplência em meio ao último ciclo de alta dos juros. É verdade que o índice de calotes aumentou bastante, mas não houve um descontrole como temiam os mais pessimistas.
Seja como for, o Nubank agora pode ser vítima do próprio sucesso. Isso porque as ações do banco já subiram forte neste início de ano à espera de um bom resultado. Então não seria uma surpresa se os papéis "caírem no fato" após a divulgação do balanço.
Negócio entre Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3) naufraga, mas existe um lado positivo para o Santander
A futura MBRF anunciou que a venda de unidades no Uruguai para a rival foi cancelada devido a questões envolvendo o órgão antitruste uruguaio
RD Saúde (RADL3) ganha novo concorrente de peso, mas você não deveria se apavorar com isso: Mercado Livre pressiona, mas farmácias têm 5 pontos a favor
Apesar de a notícia ser negativa para a RD, analistas avaliam o impacto como limitado e o movimento ainda inicial. Entenda os pilares da tese
Hapvida (HAPV3) investe R$ 35 milhões em unidade premium e dá o primeiro passo para conquistar o mercado de alta renda
A operadora deu o primeiro passo no segmento premium com a inauguração da Unidade Avançada Brigadeiro em São Paulo. A intenção é abrir mais duas unidades até 2026
Salão do Automóvel 2025 abre venda antecipada de ingressos; preços vão de R$ 58 a R$ 1 mil
Evento acontece de 22 a 30 de novembro com atrações inéditas e mais de 300 modelos em exposição
Mercado Livre (MELI34) versão drogaria: o que a empresa tem a ganhar e o que esperar do movimento, segundo BTG e XP
Empresa argentina adquiriu a Target, de propriedade da Memed, e confirmou suas intenções de explorar este setor no Brasil
Saem Petrobras (PETR4) e Eletrobras (ELET3) e entram Prio (PRIO3) e Equatorial (EQTL3). As dez ideias da Empiricus para setembro
Segundo a casa, o enfraquecimento do mercado de trabalho norte-americano e a mudança no tom do Fed colocam o corte de juros nos EUA em setembro como cenário-base, o que pode intensificar o fluxo para ativos emergentes
Log (LOGG3) vê no e-commerce o segredo para expansão; confira os planos do braço logístico de Rubens Menin
A empresa de galpões tem como seus maiores clientes a Shopee, o Mercado Livre (MELI34) e a Amazon (AMZO34)
Como ataque hacker explorou brecha do sistema financeiro para tentar desviar mais de R$ 1 bilhão da rede Pix — e roubou quase R$ 700 milhões da Sinqia
O Seu Dinheiro foi atrás de especialistas para entender a dinâmica dos ataques hackers e por que os assaltos cibernéticos vêm se espalhando no sistema brasileiro
Havaianas agora é cool… e a Alpargatas (ALPA4) também. UBS BB eleva a recomendação para a ação e espera alta de quase 30%
Após turnaround no Brasil e acordo de distribuição nos EUA, UBS BB vê potencial de valorização de quase 30% para as ações da Alpargatas e projeta dividendos robustos
Reag Investimentos à venda: controle da gestora pode mudar de mãos após investigações sobre megaesquema do PCC
Holding anuncia tratativas para venda do bloco de controle da Reag, enquanto autoridades apuram supostos vínculos de players da Faria Lima em megaesquema do crime organizado
Nvidia que se cuide: Ações do Alibaba disparam mais de 18% após aumento na receita de inteligência artificial
Em meio à guerra comercial entre China e EUA, o grupo Alibaba se destaca como uma carta na manga contra a dependência dos chips da Nvidia
O ‘segredo’ da estratégia da Petz (PETZ3): CFO revela por que decidiu expandir os negócios para plano de saúde pet só agora
Em entrevista ao Seu Dinheiro, a diretora financeira da Petz, Aline Penna, revelou as estratégias da companhia para manter o crescimento nos próximos anos
Mercado Livre (MELI34) pode desbloquear novo potencial catalisador no Brasil, afirma XP — e acende sinal de alerta para um setor na B3
Potencial aquisição de uma farmácia em São Paulo é vista pela XP como o primeiro passo para expandir a presença do gigante do e-commerce em um setor estratégico
Mais um ataque ao Pix: hackers invadem sistemas da Sinqia e pelo menos R$ 380 milhões são levados do HSBC
Autoridades investigam o caso enquanto a Sinqia trabalha para recuperar os valores; cerca de R$ 350 milhões já foram bloqueados
Xô, montanha-russa! Infracommerce (IFCM3) quer fazer um novo grupamento de ações na bolsa. O que isso significa para o investidor?
Após meses negociando as ações IFCM3 na casa dos centavos na bolsa brasileira, a empresa tentará outra vez aumentar as cotações dos papéis; entenda
Lucro do BRB salta 461% no primeiro semestre e banco promete mais de R$ 140 milhões em JCP aos acionistas
O Banco de Brasília registrou um lucro líquido recorrente de R$ 518 milhões no primeiro semestre de 2025; veja os destaques do resultado
Iguatemi (IGTI11) fecha contrato para vender ao RBR Malls uma fatia de sua participação no shopping Pátio Higienópolis
A celebração de contrato vinculante prevê a venda de 7% do empreendimento, por R$ 169,9 milhões
Novidades no streaming: os últimos lançamentos na Netflix, no Prime Video, na HBO Max e na Apple TV+
Confira os principais lançamentos de filmes, séries e documentários que chegam aos serviços de streaming no Brasil nesta semana.
Embraer (EMBR3) reforça imagem no setor de defesa com venda para o Panamá — e o BTG gosta da mensagem que o negócio passa
Estimada em US$ 80 milhões, a transação foi formalizada durante a visita do presidente panamenho ao Brasil
XP eleva preço-alvo de bancão e mantém ação como preferida no setor financeiro; saiba qual é
A corretora reiterou a recomendação de compra e manteve o papel como top pick (preferido) do setor financeiro, destacando o potencial de valorização de 17%, mesmo após a alta de 38% acumulada neste ano