Stuhlberger à procura de proteção: lendário fundo Verde inicia posição vendida na bolsa brasileira e busca refúgio no dólar
Com apostas em criptomoedas e dólar forte, o Verde teve desempenho consolidado mensal positivo em 3,29% e conseguiu bater o CDI em novembro

O pessimismo com o cenário macroeconômico do Brasil e a sombra do risco de dominância fiscal mantiveram um dos mais tradicionais gestores da Faria Lima cético quanto aos ativos locais. O lendário fundo Verde, de Luis Stuhlberger, iniciou uma posição liquidamente vendida em bolsa brasileira após três mês consecutivos zerado.
Na tentativa de proteger a exposição do fundo aos ativos brasileiros, o Verde deixou o portfólio “levemente vendido” em ações — e buscou refúgio na moeda norte-americana, com posição comprada em dólar contra o real.
De acordo com a carta mensal de novembro, os principais desempenhos positivos do fundo vieram de posições em dólar contra o euro e o yuan chinês, além de apostas em inflação implícita no Brasil, ações, cupom cambial e em criptomoedas.
Vale lembrar que o Verde se rendeu ao “Trump Trade” do bitcoin (BTC) antes da vitória do republicano nas eleições nos Estados Unidos e construiu uma “pequena posição comprada” na criptomoeda na véspera da votação — mas já diminuiu marginalmente essa posição após o rali recente da moeda digital.
No entanto, o desempenho do Verde foi impactado por perdas, marginais, de apostas em commodities.
Com isso, o fundo teve uma performance consolidada mensal positiva de 3,29% e conseguiu bater (em muito) o CDI em novembro, que acompanha a taxa básica de juros (Selic) e rendeu 0,79% no mês passado.
Leia Também
Em 2024, o Verde acumula desempenho positivo de 9,69%, mas ainda rende abaixo do CDI no intervalo.
Por que o fundo Verde está vendido na bolsa brasileira
Assim como nos últimos meses, uma das questões principais que deixam Luis Stuhlberger de fora da bolsa brasileira é o cenário fiscal do Brasil e a “opção pelo populismo” do governo quanto ao pacote de corte de gastos.
Na avaliação do Verde, o governo brasileiro jogou fora a pouca credibilidade que ainda tinha sobre as contas públicas ao anunciar, junto ao plano de corte de gastos, uma renúncia fiscal bilionária com a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês.
Com o fiscal incerto e a política econômica desancorada, somente a ação do Banco Central em tentar controlar a inflação “oferece algum conforto”, segundo o fundo.
Sobre o panorama doméstico incide ainda a sombra do risco de dominância fiscal, que ocorre quando a política fiscal do Brasil se sobrepõe à política monetária.
Esse conceito de dominância fiscal diz que, em situações de altos déficits e aumento da dívida pública, as tentativas do BC de controlar a inflação podem até mesmo atrapalhar a tentativa de disciplinar as contas do governo.
Isso geralmente acontece quando o governo enfrenta dificuldades para financiar seus déficits sem elevar os juros, levando à impressão de mais dinheiro e, consequentemente, aumentando a inflação.
Essa perda de confiança na capacidade do governo de gerir suas finanças de maneira sustentável tende a resultar em um ciclo vicioso de alta inflação e descontrole fiscal, piorando a percepção de risco do país.
As apostas globais de Stuhlberger
Ainda que o fundo esteja liquidamente vendido em bolsa brasileira, o Verde manteve a exposição global estável.
Stuhlberger continuou com a alocação comprada em juro real nos EUA, mas começou uma posição de hedge parcial (proteção) em juros nominais.
Na renda fixa local, a posição comprada em inflação implícita longa continuou no portfólio.
Do lado das moedas, a gestora zerou a venda do euro e a posição comprada na rúpia indiana — o que levou à redução na aposta vendida em yuan.
O Verde também seguiu com uma “pequena posição comprada em petróleo” e manteve os livros de crédito “high yield” — de alto risco e retorno — local e global.
Com o pé na pista e o olho no céu: Itaú BBA acredita que esses dois gatilhos vão impulsionar ainda mais a Embraer (EMBR3)
Após correção nas ações desde as máximas de março, a fabricante brasileira de aviões está oferecendo uma relação risco/retorno mais equilibrada, segundo o banco
Ações, ETFs e derivativos devem ficar sujeitos a alíquota única de IR de 17,5%, e pagamento será trimestral; veja todas as mudanças
Mudanças fazem parte da MP que altera a tributação de investimentos financeiros, publicada ontem pelo governo; veja como ficam as regras
Banco do Brasil (BBAS3) supera o Itaú (ITUB4) na B3 pela primeira vez em 2025 — mas não do jeito que o investidor gostaria
Em uma movimentação inédita neste ano, o BB ultrapassou o Itaú e a Vale em volume negociado na B3
Adeus, dividendos isentos? Fundos imobiliários e fiagros devem passar a ser tributados; veja novas regras
O governo divulgou Medida Provisória que tira a isenção dos dividendos de FIIs e Fiagros, e o investidor vai precisar ficar atento às regras e aos impactos no bolso
Fim da tabela regressiva: CDBs, Tesouro Direto e fundos devem passar a ser tributados por alíquota única de 17,5%; veja regras do novo imposto
Governo publicou Medida Provisória que visa a compensar a perda de arrecadação com o recuo do aumento do IOF. Texto muda premissas importantes dos impostos de investimentos e terá impacto no bolso dos investidores
Gol troca dívida por ação e muda até os tickers na B3 — entenda o plano da companhia aérea depois do Chapter 11
Mudança da companhia aérea vem na esteira da campanha de aumento de capital, aprovado no plano de saída da recuperação judicial
Petrobras (PETR4) não é a única na berlinda: BofA também corta recomendação para a bolsa brasileira — mas revela oportunidade em uma ação da B3
O BofA reduziu a recomendação para a bolsa brasileira, de “overweight” para “market weight” (neutra). E agora, o que fazer com a carteira de investimentos?
Cemig (CMIG4), Rumo (RAIL3), Allos (ALOS3) e Rede D’Or (RDOR3) pagam quase R$ 4 bilhões em dividendos e JCP; veja quem tem direito a receber
A maior fatia é da Cemig, cujos proventos são referentes ao exercício de 2024; confira o calendário de todos os pagamentos
Fundo Verde: Stuhlberger segue zerado em ações do Brasil e não captura ganhos com bolsa dos EUA por “subestimar governo Trump”
Em carta mensal, gestora criticou movimentação do governo sobre o IOF e afirmou ter se surpreendido com recuo rápido do governo norte-americano em relação às tarifas de importação
Santander Renda de Aluguéis (SARE11) está de saída da B3: cotistas aprovam a venda do portfólio, e cotas sobem na bolsa hoje
Os investidores aceitaram a proposta do BTG Pactual Logística (BTLG11) e, com a venda dos ativos, também aprovaram a liquidação do FII
Fundo imobiliário do segmento de shoppings vai pagar mais de R$ 23 milhões aos cotistas — e quem não tem o FII na carteira ainda tem chance de receber
A distribuição de dividendos é referente a venda de um shopping localizado no Tocantins. A operação foi feita em 2023
Meu medo de aviões: quando o problema está na bolsa, não no céu
Tenho brevê desde os 18 e já fiz pouso forçado em plena avenida — mas estou fora de investir em ações de companhias aéreas
Bank of America tem uma ação favorita no setor elétrico, com potencial de alta de 23%
A companhia elétrica ganhou um novo preço-alvo, que reflete as previsões macroeconômicas do Brasil e desempenho acima do esperado
Sem dividendos para o Banco do Brasil? Itaú BBA mantém recomendação, mas corta preço-alvo das ações BBSA3
Banco estatal tem passado por revisões de analistas depois de apresentar resultados ruins no primeiro trimestre do ano e agora paga o preço
Santander aumenta preço-alvo de ação que já subiu mais de 120% no ano, mas que ainda pode se valorizar e pagar dividendos
De acordo com analistas do banco, essa empresa do ramo da construção civil tem uma posição forte, sendo negociada com um preço barato mesmo com lucros crescendo em 24%
Dividendos e recompras: por que esta empresa do ramo dos seguros é uma potencial “vaca leiteira” atraente, na opinião do BTG
Com um fluxo de caixa forte e perspectiva de se manter assim no médio prazo, esta corretora de seguros é bem avaliada pelo BTG
“Caixa de Pandora tributária”: governo quer elevar Imposto de Renda sobre JCP para 20% e aumentar CSLL. Como isso vai pesar no bolso do investidor?
Governo propõe aumento no Imposto de Renda sobre JCP e mudanças na CSLL; saiba como essas alterações podem afetar seus investimentos
FIIs e fiagros voltam a entrar na mira do Leão: governo quer tirar a isenção de IR e tributar rendimentos em 5%; entenda
De acordo com fontes ouvidas pelo Valor Econômico, a tributação de rendimentos de FIIs e fiagros, hoje isentos, entra no pacote de medidas alternativas ao aumento do IOF
UBS BB considera que essa ação entrou nos anos dourados com tarifas de Trump como um “divisor de águas”
Importações desse segmento já estão sentindo o peso da guerra comercial — uma boa notícia para essa empresa que tem forte presença no mercado dos EUA
Maior fundo imobiliário de renda urbana da B3 vende imóvel locado pelo Insper por R$ 170 milhões; veja o que muda para os cotistas
O FII anunciou nesta segunda-feira (9) que firmou um acordo para a venda total do edifício localizado na Rua Quatá, em São Paulo