Onde Investir: A bolsa ainda está barata e estas 13 ações são as favoritas dos analistas para investir em 2024
Mesmo com alta de 22% em 2023, o Ibovespa ainda é negociado abaixo da média histórica e tem espaço para repetir o desempenho positivo neste ano
O investidor da bolsa passou por poucas e boas ao longo de 2023, mas a persistência foi recompensada. O Ibovespa, principal índice de ações da B3, encerrou o ano em alta de 22%, bem perto das máximas históricas.
Em momentos assim, é natural refletir se ficou tarde demais para entrar na bolsa ou se estamos apenas no começo de um movimento de alta que deve se estender para este ano.
Questionados pela reportagem para a série Onde Investir em 2024, os analistas foram unânimes: a bolsa continua “barata” e tem espaço para dar mais alegrias aos investidores.
Essa visão se baseia na comparação entre o preço e o lucro (P/L) das ações que compõem o Ibovespa. Esse indicador procura mostrar em quantos anos o investidor tem de volta o valor investido com base nos lucros das companhias. Ou seja, quanto menor o P/L, mais baratas estão as ações.
De acordo com os especialistas, o P/L da bolsa brasileira está em aproximadamente 8 vezes — bem abaixo, portanto, da média histórica de 11 vezes.
Mas isso não significa que dá para sair comprando qualquer ação na B3 de olhos fechados. Isso porque muitas empresas devem seguir lidando com seus próprios desafios ao longo do ano.
Leia Também
Ibovespa retoma ganhos com Petrobras (PETR4) e sobe 2% na semana; dólar cai a R$ 5,2973
Então onde investir na bolsa em 2024? Nesta reportagem você encontra pelo menos 13 ações que prometem trazer alegrias aos investidores, além dos setores de destaque e os que devem ficar sob pressão ao longo do ano.
Para essa reportagem, o Seu Dinheiro conversou com Augusto Lange, gestor da Neo Investimentos; Isabel Lemos, gestora de renda variável do Fator; Leonardo Rufino, sócio e gestor de renda variável da Mantaro Capital; Matheus Amaral, analista do Inter; Ricardo Peretti, estrategista de ações da Santander Corretora; e Victor Natal, estrategista de ações do Itaú BBA.
Esta matéria faz parte de uma série especial do Seu Dinheiro sobre onde investir em 2024. Eis a lista completa:
- Investimentos no exterior
- Cenário macro: a visão do gestor
- Bolsa (você está aqui)
- Renda fixa
- Bitcoin e criptomoedas
- FII e imóveis
- Dólar e ouro
- 5 ideias de negócios e franquias de até R$ 50 mil para abrir em 2024
- Guia completo disponível em 17/1. Cadastre-se para receber seu exemplar gratuito
Bolsa: Onde Investir em 2024
A visão para a renda variável neste ano é (quase) unânime: se for investir na bolsa, que seja em ações que se beneficiam do ciclo da economia doméstica.
Em um cenário de desaceleração dos juros — com a perspectiva de taxa Selic terminal em torno de 8,5% a 9,5% ao ano — e início do afrouxamento monetário nos Estados Unidos, apostar em ações mais sensíveis aos juros, com potencial retorno de crescimento, é o caminho, pelo menos para começar o ano na bolsa de valores brasileira.
Na visão do Santander, por exemplo, a projeção é de que o lucro médio das empresas no Ibovespa cresça 10% em relação ao ano de 2023, com o ambiente de um juros menor. O que, como efeito prático, aumenta o apetite ao risco dos investidores, incluindo os estrangeiros.
“O nível de múltiplo ainda muito abaixo da média histórica faz com que mercados como o México e o Brasil se tornem mais atraentes”, diz Matheus Amaral, analista do Inter.
ESPECIAL DE NATAL A DINHEIRISTA - ELE FOI TRAÍDO PELA NOIVA E AGORA ELA AINDA QUER FICAR COM TUDO
13 ações para comprar na B3 — e alguns bônus
Entre os papéis mais citados pelos analistas está justamente um dos setores que mais sofreram com a aceleração dos juros nos últimos dois anos: o setor de varejo.
“As ações do setor já perderam muito o seu valor em 2023. Neste ano, tem menos espaço para perder e mais para voltar a se valorizar”, afirma Ricardo Peretti, da Santander Corretora. “Dado o nível dos preços dos ativos, o investidor tende a ficar reticente em apostar contra o varejo.”
Contudo, ainda não é hora de investir nas chamadas companhias de varejo discricionárias, como Casas Bahia (BHIA3) e Magazine Luiza (MGLU3), que são empresas que precisam do consumo muito mais aquecido.
Para os analistas ouvidos pelo Seu Dinheiro, o considerado varejo “premium”, que é focado nas classes de renda A e B, é o mais atrativo para surfar o atual momento da economia.
Sendo assim, Vivara (VIVA3) aparece como a principal aposta para o setor. Arezzo (ARZZ3) e Lojas Renner (LREN3) também surgem entre as recomendações mais citadas.
A alternativa para quem quiser se expor ao consumo, mas não diretamente ao setor de varejo, é investir em shoppings — que, na visão dos analistas, ainda estão muito descontados. Iguatemi (IGTI3) e Multiplan (MULT3) são os mais recomendados.
O vento favorável do programa “Minha Casa, Minha Vida” ainda deve impulsionar as incorporadoras Cury (CURY3) e Direcional (DIRR3). Lembrando que as incorporadoras já foram um dos destaques da B3 no ano passado.
No setor de transportes, o destaque é a Localiza (RENT3), líder absoluta em locação de automóveis no mercado brasileiro.
Para completar a carteira, os papéis considerados mais conservadores também mantiveram algum espaço. Queridinha há muitos anos por vários gestores de fundos, Equatorial (EQTL3) é a mais citada pelos analistas, no setor energético.
O Santander também vê potencial na Eletrobras (ELET6), que ainda não engrenou conforme o previsto após a privatização da companhia.
Por fim, os bancos tendem a sentir uma redução significativa na inadimplência neste ano que se inicia. Para os analistas, Banco do Brasil (BBAS3) é a preferência no setor. Itaú (ITUB4) e BTG Pactual (BPCA11) também conquistam o seu lugar ao sol, ou melhor, na carteira.
Além dessas 13 ações, Sabesp (SBSP3), Prio (PRIO3), Suzano (SUZB3), Hypera (HYPE3), Rumo (RAIL3), Cyrela (CYRE3), Totvs (TOTS3) e 3Tentos (TTEN3) são outros papéis citados como boas opções na bolsa no primeiro semestre de 2024.
Um sinal amarelo para commodities
E como ficam as blue chips Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3)? Com o crescimento da China menor do que o esperado no ano passado e o temor de uma eventual recessão nos Estados Unidos, o setor de commodities como um todo passou a ser visto com mais cautela.
Em consequência, as ações das exportadoras perderam um pouco de brilho com base na retrospectiva de desempenho em 2023 e as incertezas no curto prazo que já estão colocadas sobre a mesa.
“A Vale passou por um ano difícil, com o minério de ferro desvalorizando ao longo do ano, principalmente por conta do mercado imobiliário na China que não respondeu”, afirma Victor Natal, do Itaú BBA.
Além disso, a persistente dificuldade em aumentar a produção também prejudicou o desempenho das ações da mineradora, na visão do analista Leonardo Rufino, da Mantaro Capital.
No caso da Petrobras (PETR4), o otimismo reduzido vem, entre outros fatores, do constante temor em relação a uma maior intervenção do governo federal na companhia.
Alguns sinais disso apareceram no plano de investimentos que a estatal divulgou em novembro. O documento traz um capex total de US$ 102 bilhões (cerca de R$ 495 bilhões, na cotação atual) para os próximos cinco anos. Os valores incluem investimentos em áreas nas quais a estatal havia decidido reduzir a atuação, como o refino.
Para os analistas, a Petrobras deveria distribuir o lucro na forma de dividendos aos acionistas em vez de investir em projetos com perspectiva de baixo retorno.
Ainda que o risco de intervenção não se concretize, as cotações das ações da Petrobras hoje na B3 já refletem boa parte do cenário positivo, segundo o analista do Itaú BBA. De fato, os papéis da companhia ficaram entre as dez ações com melhor desempenho no Ibovespa, com valorização de 93,45% em 2023.
Por outro lado, há uma grata surpresa no setor de commodities do ano passado que pode ganhar mais espaço em 2023. A forte valorização do papel e da celulose nos últimos seis meses se refletiu positivamente nas ações da Suzano (SUZB3) — o que garante a visão positiva, e unânime, dos analistas ouvidos pelo Seu Dinheiro.
Os riscos que não podem ser esquecidos
Mais um ano começa com a incerteza sobre o crescimento da economia chinesa, que além de ser o principal parceiro comercial do Brasil, é também uma das grandes forças-motrizes da economia mundial.
Por outro lado, o risco de recessão dos Estados Unidos também está no radar do mercado financeiro. A concretização da percepção do mercado de que a inflação na maior economia do mundo está desacelerando e o esperado “pouso suave”, com o corte gradual nos juros ao longo do ano, são os riscos a serem observados, na visão de Augusto Lange, da Neo Investimentos.
Isabel Lemos, do Fator, também lembra das eleições presidenciais na maior economia do mundo, que podem trazer alguma volatilidade no mercado a depender dos candidatos.
Mas, para além dos fatores externos, no ambiente doméstico, o cenário fiscal é o principal ponto de atenção no Brasil. Nisso, estão as expectativas sobre o cumprimento da meta fiscal, de déficit zero.
“O mercado já não acha que o governo vai conseguir zerar o déficit primário, mas que vai reduzi-lo o máximo possível”, diz Ricardo Peretti, do Santander Corretora.
“Uma coisa é saber da dificuldade de atingir a meta, mas outra coisa é o governo jogar a toalha de forma muito antecipada. Isso poderia levar os investidores a acreditar que o compromisso fiscal nesse governo não é tão forte e, como efeito secundário, teríamos provavelmente uma disparada do dólar, uma inclinação de novo da curva de juros, e a gente veria a bolsa caindo.”
A Log (LOGG3) se empolgou demais? Possível corte de payout de dividendos acende alerta, mas analistas não são tão pessimistas
Abrir mão de dividendos hoje para acelerar projetos amanhã faz sentido ou pode custar caro à desenvolvedora de galpões logísticos?
A bolha da IA pode estourar onde ninguém está olhando, alerta Daniel Goldberg: o verdadeiro perigo não está nas ações
Em participação no Fórum de Investimentos da Bradesco Asset, o CIO da Lumina chamou atenção para segmento que está muito exposto aos riscos da IA… mas parece que ninguém está percebendo
A bolsa ainda está barata depois da disparada de 30%? Pesquisa revela o que pensam os “tubarões” do mercado
Empiricus ouviu 29 gestoras de fundos de ações sobre as perspectivas para a bolsa e uma possível bolha em inteligência artificial
De longe, a maior queda do Ibovespa: o que foi tão terrível no balanço da Hapvida (HAPV3) para ações desabarem mais de 40%?
Os papéis HAPV3 acabaram fechando o dia com queda de 42,21%, cotados a R$ 18,89 — a menor cotação e o menor valor de mercado (R$ 9,5 bilhões) desde a entrada da companhia na B3, em 2018
A tormenta do Banco do Brasil (BBAS3): ações caem com balanço fraco, e analistas ainda não veem calmaria no horizonte
O lucro do BB despencou no 3T25 e a rentabilidade caiu ao pior nível em décadas; analistas revelam quando o banco pode começar a sair da tempestade
Seca dos IPOs na bolsa vai continuar mesmo com Regime Fácil da B3; veja riscos e vantagens do novo regulamento
Com Regime Fácil, companhias de menor porte poderão acessar a bolsa, por meio de IPOs ou emissão dívida
Na onda do Minha Casa Minha Vida, Direcional (DIRR3) tem lucro 25% maior no 3T25; confira os destaques
A rentabilidade (ROE) anualizada chegou a 35% no entre julho e setembro, mais um recorde para o indicador, de acordo com a incorporadora
O possível ‘adeus’ do Patria à Smart Fit (SMFT3) anima o JP Morgan: “boa oportunidade de compra”
Conforme publicado com exclusividade pelo Seu Dinheiro na manhã desta quarta-feira (12), o Patria está se preparando para se desfazer da posição na rede de academias, e o banco norte-americano não se surpreende, enxergando uma janela para comprar os papéis
Forte queda no Ibovespa: Cosan (CSAN3) desaba na bolsa depois de companhia captar R$ 1,4 bi para reforçar caixa
A capitalização visa fortalecer a estrutura de capital e melhorar liquidez, mas diluição acionária preocupa investidores
Fundo Verde diminui exposição a ações de risco no Brasil, apesar de recordes na bolsa de valores; é sinal de atenção?
Fundo Verde reduz exposição a ações brasileiras, apesar de recordes na bolsa, e adota cautela diante de incertezas globais e volatilidade em ativos de risco
Exclusivo: Pátria prepara saída da Smart Fit (SMFT3); leilão pode movimentar R$ 2 bilhões, dizem fontes
Venda pode pressionar ações após alta de 53% no ano; Pátria foi investidor histórico e deve zerar participação na rede de academias.
Ibovespa atinge marca histórica ao superar 158 mil pontos após ata do Copom e IPCA; dólar recua a R$ 5,26 na mínima
Em Wall Street, as bolsas andaram de lado com o S&P 500 e o Nasdaq pressionados pela queda das big techs que, na sessão anterior, registraram fortes ganhos
Ação da Isa Energia (ISAE4) está cara, e dividendos não saltam aos olhos, mas endividamento não preocupa, dizem analistas
Mercado reconhece os fundamentos sólidos da empresa, mas resiste em pagar caro por uma ação que entrega mais prudência do que empolgação; veja as projeções
Esfarelando na bolsa: por que a M.Dias Branco (MDIA3) cai mais de 10% depois do lucro 73% maior no 3T25?
O lucro de R$ 216 milhões entre julho e setembro não foi capaz de ofuscar outra linha do balanço, que é para onde os investidores estão olhando: a da rentabilidade
Não há mais saída para a Oi (OIBR3): em “estado falimentar irreversível”, ações desabam 35% na bolsa
Segundo a 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, a Oi está em “estado falimentar” e não possui mais condições de cumprir o plano de recuperação ou honrar compromissos com credores e fornecedores
Ibovespa bate mais um recorde: bolsa ultrapassa os 155 mil pontos com fim do shutdown dos EUA no radar; dólar cai a R$ 5,3073
O mercado local também deu uma mãozinha ao principal índice da B3, que ganhou fôlego com a temporada de balanços
Adeus ELET3 e ELET5: veja o que acontece com as ações da Axia Energia, antiga Eletrobras, na bolsa a partir de hoje
Troca de tickers nas bolsas de valores de São Paulo e Nova York coincide com mudança de nome e imagem, feita após 60 anos de empresa
A carteira de ações vencedora seja quem for o novo presidente do Brasil, segundo Felipe Miranda
O estrategista-chefe da Empiricus e sócio do BTG Pactual diz quais papéis conseguem suportar bem os efeitos colaterais que toda votação provoca na bolsa
Ibovespa desafia a gravidade e tem a melhor performance desde o início do Plano Real. O que esperar agora?
Em Wall Street, as bolsas de Nova York seguiram voando às cegas com relação à divulgação de indicadores econômicos por conta do maior shutdown da história dos EUA, enquanto os valuations esticados de empresas ligadas à IA seguiram como fonte de atenção
Dólar em R$ 5,30 é uma realidade que veio para ficar? Os 3 motivos para a moeda americana não subir tão cedo
A tendência de corte de juros nos EUA não é o único fato que ajuda o dólar a perder força com relação ao real; o UBS WM diz o que pode acontecer com o câmbio na reta final de 2025