🔴 AÇÕES PARA INVESTIR EM JULHO: CONFIRA CARTEIRA COM 10 RECOMENDAÇÕES – ACESSE GRATUITAMENTE

Camille Lima

Camille Lima

Repórter de bancos e empresas no Seu Dinheiro. Bacharel em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). Já passou pela redação do TradeMap.

A VISÃO DO GESTOR

Onde Investir em 2024: Bolsa tem espaço para subir mais e juros podem cair a 8,5% ao ano — se fiscal permitir, diz CEO da Bradesco Asset

Para Bruno Funchal, CEO da Bram e ex-secretário do Tesouro, com a queda dos juros será inevitável ver uma migração de recursos da renda fixa para a bolsa em 2024

Camille Lima
Camille Lima
2 de janeiro de 2024
6:53 - atualizado às 8:45
Bruno Funchal, CEO da Bradesco Asset Management
Bruno Funchal, CEO da Bradesco Asset Management - Imagem: Divulgação

Ex-secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal fala com propriedade ao ser questionado sobre o cenário para 2024 nos fundos que comanda hoje como CEO da Bradesco Asset Management (Bram).

Tanto aqui quanto no exterior, o risco fiscal deve permanecer no centro das atenções dos investidores neste ano, de acordo com o executivo, responsável por um patrimônio de quase R$ 550 bilhões na gestora.

Lá fora, temos a dívida norte-americana e um déficit elevado pressionando os juros de longo prazo. Enquanto isso, o Brasil tem seus próprios desafios para colocar de pé o novo arcabouço fiscal.

Mas o tema dos riscos ocupou pouco tempo da entrevista de quase uma hora que Funchal concedeu ao Seu Dinheiro na sede da gestora de fundos do Bradesco. Ao contrário, o executivo se revelou até mais animado do que a média do mercado.

No caso da Selic, por exemplo, a expectativa da Bram é que o Banco Central só interrompa o ciclo de cortes quando a taxa básica de juros chegar aos 8,5% ao ano.

“O mercado está na casa de 9% ao ano de projeção para a Selic no fim de 2024, mas a gente está ainda mais otimista”, afirmou Funchal.

Leia Também

A queda da Selic deve provocar outro movimento que é praticamente inevitável, na visão do CEO da Bram: a migração de recursos que hoje estão na renda fixa para a bolsa.

Esta matéria faz parte de uma série especial do Seu Dinheiro sobre onde investir em 2024. Eis a lista completa:

  • Investimentos no exterior
  • Cenário macro: a visão do gestor (você está aqui)
  • Bolsa
  • Renda fixa
  • Bitcoin e criptomoedas
  • FII e imóveis
  • Dólar e ouro
  • 5 ideias de negócios e franquias de até R$ 50 mil para abrir em 2024

A bolsa vai voltar em 2024?

Para Funchal, com os cortes da Selic propostos pelo Comitê de Política Monetária (Copom), haverá uma forte retomada do apetite ao risco em 2024.

Se nos anos de 2022 e 2023 os fundos DI e de crédito brilharam, neste ano a situação deve mudar. Assim, uma das classes de investimentos diretamente beneficiada é a renda variável.

Um estudo da Bram revelou que a bolsa tende a se valorizar cerca de dois dígitos em ciclos de queda de juros no Brasil.

“Quando você analisa os últimos cinco ciclos de queda, a valorização média da bolsa é de mais de 60%. Isso começa a ser um indicativo de que é possível ter um retorno acima do CDI. E, com CDI menor, é natural que o público comece a procurar ativos de risco”, disse Funchal.

Segundo a pesquisa da gestora do Bradesco, historicamente, a bolsa valorizou 64% na média, a partir do período de queda. Desse percentual, cerca de 40% de alta tende a acontecer no primeiro ano, enquanto o avanço no segundo ano chega a aproximadamente 20%.

Ou seja, os recordes sucessivos do Ibovespa em dezembro são um sinal de que podemos estar em um novo ciclo positivo para a bolsa.

De todo modo, a disparada recente ainda não afetou de forma significativa o comportamento do investidor, que nos últimos dois anos sacou bilhões de reais dos fundos multimercados e de renda variável.

Quem sobe?

Recentemente, porém, essa sangria diminuiu, e a tendência é que os fundos mais arrojados voltem às carteiras, segundo Funchal. E quem perdeu essa primeira "pernada" da bolsa ainda pode ganhar dinheiro com ações?

“Acredito que, em 2024, veremos uma queda dos juros também no exterior, e isso favorece muito os ativos de risco. Ou seja, ainda tem espaço para o investidor extrair valor tanto no curto quanto no médio prazo”, disse Funchal.

Nesse sentido, as ações que ficaram para trás no rali mais recente da B3 e as empresas cíclicas e mais sensíveis aos juros estão entre as com maior potencial, ainda de acordo com o CEO da Bradesco Asset.

Além disso, a queda da Selic ainda pode dar um gás extra para as companhias mais endividadas. “Existe um benefício da queda dos juros no balanço das empresas, especialmente para as mais alavancadas.”

Na prática, o juro menor deve melhorar o resultado dessas empresas e por consequência, provocar uma reprecificação dos papéis na B3, segundo Funchal.

É claro que esse caminho não será uma linha reta e não está livre de riscos. Por isso mesmo, ele recomenda prudência para o investidor mais conservador na hora de realocar a carteira.

Juros e dólar em 2024

No fim das contas, o que embasa a tese da Bradesco Asset Management para bolsa é a expectativa de queda da Selic em 2024. Esse otimismo se sustenta em dois principais pilares: a inflação no Brasil e os juros nos Estados Unidos.

Sobre o primeiro ponto, Funchal chama a atenção para uma métrica que parte do mercado tem deixado de lado ao avaliar a dinâmica dos preços: o núcleo da inflação — que exclui os itens mais voláteis do cálculo.

“A gente vê espaço para uma queda maior dos juros porque os núcleos dos índices de inflação apontam para uma desinflação muito forte, além de já estarem abaixo do centro da meta”, destaca Funchal.

Já em relação ao exterior, a expectativa mais controlada com os juros nos EUA ajuda nas previsões de cortes da Selic pelo Copom.

Apesar do discurso mais contido das autoridades, em particular do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, o mercado já dá o início do corte de juros nos Estados Unidos como favas contadas.

Tudo isso dá impulso aos ativos de risco no mundo inteiro, incluindo a bolsa, e também aumenta a margem para o BC brasileiro cortar a Selic, segundo Funchal.

Por outro lado, ele afirma não ver espaço para o Copom acelerar o ritmo de cortes da Selic. Ele inclusive enxerga uma aceleração do afrouxamento monetário por Roberto Campos Neto como um possível “tiro no pé” para o futuro dos juros e da inflação no Brasil.

Câmbio comportado

Com a expectativa de bolsa para cima e juros para baixo, para onde vai o câmbio? Para nenhum lugar, de acordo com a expectativa do CEO da Bradesco Asset. 

Na visão de Funchal, o dólar é uma das variáveis econômicas mais bem precificadas para este ano e não deve passar por mudanças intensas.

A Bram defende que o real está protegido de novas desvalorizações — mas também não tem muitos gatilhos para subir contra o dólar.

A projeção de Bruno Funchal é que o dólar encerre 2024 próximo dos patamares atuais, entre R$ 4,90 e R$ 5,00.

Risco fiscal por todo lado em 2024

Responsável pela "chave do cofre" do governo federal entre 2020 e 2021, Bruno Funchal reforçou o discurso dos tempos em que atuou como secretário do Tesouro ao destacar a importância do controle fiscal para o cenário econômico e dos mercados neste ano.

E essa não é uma questão exclusiva do Brasil. O risco fiscal também promete dar dor de cabeça aos investidores nos Estados Unidos, onde não há uma previsão de uma redução de déficit no curto prazo. 

“A dívida americana vai aumentar muito, podendo manter os juros [projetados pelos títulos de dívida do governo] de 10 anos altos. Isso é um risco porque tira liquidez do mundo, e pode ser um dificultador aqui para o Copom avançar nos cortes de juros no Brasil”, afirma Funchal.

No Brasil, o executivo destaca que a condução política em relação às metas fiscais é um dos principais riscos para 2024. Para ele, o país precisa lutar para manter a credibilidade, especialmente diante do novo arcabouço e da meta de déficit zero neste ano.

“O novo regime depende muito de expectativas. Se você tem um arcabouço que não tem credibilidade, o país começa a mexer nessa proposta para gastar mais, o que resulta em mais juros e na piora do crescimento da economia.” 

Funchal está no grupo dos que defendem o trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Mas defende que o governo siga perseguindo a meta de déficit zero.

“Por enquanto, Haddad tem tido algumas vitórias nas batalhas, mas a guerra ainda não acabou.”

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
APERTEM OS CINTOS!

O pior está por vir? As ações que mais apanham com as tarifas de Trump ao Brasil — e as três sobreviventes no pós-mercado da B3

9 de julho de 2025 - 20:19

O Ibovespa futuro passou a cair mais de 2,5% assim que a taxa de 50% foi anunciada pelo presidente norte-americano, enquanto o dólar para agosto renovou máxima, subindo mais de 2%

CHANCE DOURADA

A bolsa brasileira vai negociar ouro a partir deste mês; entenda como funcionará o novo contrato

9 de julho de 2025 - 18:00

A negociação começará em 21 de julho, sob o ticker GLD, e foi projetada para ser mais acessível, inspirada no modelo dos minicontratos de dólar

FECHAMENTO DOS MERCADOS

Ibovespa tropeça em Galípolo e na taxação de Trump ao Brasil e cai 1,31%; dólar sobe a R$ 5,5024

9 de julho de 2025 - 14:01

Além da sinalização do presidente do BC de que a Selic deve ficar alta por mais tempo do que o esperado, houve uma piora generalizada no mercado local depois que Trump mirou nos importados brasileiros

FIIS HOJE

FII PATL11 dispara na bolsa e não está sozinho; saiba o que motiva o bom humor dos cotistas com fundos do Patria

9 de julho de 2025 - 12:52

Após encher o carrinho com novos ativos, o Patria está apostando na reorganização da casa e dois FIIs entram na mira

VISÃO DO GESTOR

O Ibovespa está barato? Este gestor discorda e prevê um 2025 morno; conheça as 6 ações em que ele aposta na bolsa brasileira agora

9 de julho de 2025 - 6:08

Ao Seu Dinheiro, o gestor de ações da Neo Investimentos, Matheus Tarzia, revelou as perspectivas para a bolsa brasileira e abriu as principais apostas em ações

DIA DA LIBERTAÇÃO RELOADED

A bolsa perdeu o medo de Trump? O que explica o comportamento dos mercados na nova onda de tarifas do republicano

8 de julho de 2025 - 19:58

O presidente norte-americano vem anunciando uma série de tarifas contra uma dezena de países e setores, mas as bolsas ao redor do mundo não reagem como em abril, quando entraram em colapso; entenda por que isso está acontecendo agora

VOLTOU A VALER A PENA

Fundo Verde, de Stuhlberger, volta a ter posição em ações do Brasil

7 de julho de 2025 - 19:49

Em carta mensal, a gestora revelou ganhos impulsionados por posições em euro, real, criptomoedas e crédito local, enquanto sofreu perdas com petróleo

ENTREGOU TUDO

Ibovespa em disparada: estrangeiros tiveram retorno de 34,5% em 2025, no melhor desempenho desde 2016

7 de julho de 2025 - 17:24

Parte relevante da valorização em dólares da bolsa brasileira no primeiro semestre está associada à desvalorização global da moeda norte-americana

MERCADOS E TARIFAS

Brasil, China e Rússia respondem a Trump; Ibovespa fecha em queda de 1,26% e dólar sobe a R$ 5,4778

7 de julho de 2025 - 13:46

Presidente norte-americano voltou a falar nesta segunda-feira (7) e acusou o Brasil de promover uma caça às bruxas; entenda essa história em detalhes

DE ENDEREÇO NOVO

Em meio ao imbróglio com o FII TRBL11, Correios firmam acordo de locação com o Bresco Logística (BRCO11); entenda como fica a operação da agência

7 de julho de 2025 - 12:12

Enquanto os Correios ganham um novo endereço, a agência ainda lida com uma queda de braço com o TRBL11, que vem se arrastando desde outubro do ano passado

FII DO MÊS

De volta ao trono: Fundo imobiliário de papel é o mais recomendado de julho para surfar a alta da Selic; confira o ranking

7 de julho de 2025 - 6:01

Apesar do fim da alta dos juros já estar entrando no radar do mercado, a Selic a 15% abre espaço para o retorno de um dos maiores FIIs de papel ao pódio da série do Seu Dinheiro

PERDEU O RASTREIO

Ataque hacker e criptomoedas: por que boa parte do dinheiro levado no “roubo do século” pode ter se perdido para sempre

5 de julho de 2025 - 10:00

Especialistas consultados pelo Seu Dinheiro alertam: há uma boa chance de que a maior parte do dinheiro roubado nunca mais seja recuperada — e tudo por causa do lado obscuro dos ativos digitais

VOAR, VOAR, SUBIR, SUBIR

Eve, subsidiária da Embraer (EMBR3), lança programa de BDRs na B3; saiba como vai funcionar

4 de julho de 2025 - 16:03

Os certificados serão negociados na bolsa brasileira com o ticker EVEB31 e equivalerão a uma ação ordinária da empresa na Bolsa de Nova York

ONDE INVESTIR NO 2º SEMESTRE

Quem tem medo da taxação? Entenda por que especialistas seguem confiantes com fundos imobiliários mesmo com fim da isenção no radar

4 de julho de 2025 - 14:08

Durante o evento Onde Investir no Segundo Semestre de 2025, especialistas da Empiricus Research, da Kinea e da TRX debateram o que esperar para o setor imobiliário se o imposto for aprovado no Congresso

ONDE INVESTIR NO 2º SEMESTRE

FIIs na mira: as melhores oportunidades em fundos imobiliários para investir no segundo semestre

4 de julho de 2025 - 14:02

Durante o evento Onde Investir no Segundo Semestre de 2025, do Seu Dinheiro, especialistas da Empiricus Research, Kinea e TRX revelam ao que o investidor precisa estar atento no setor imobiliário com a Selic a 15% e risco fiscal no radar

FECHAMENTO DOS MERCADOS

Ibovespa sobe 0,24% e bate novo recorde; dólar avança e termina dia cotado em R$ 5,4248

4 de julho de 2025 - 12:37

As bolsas norte-americanas não funcionaram nesta sexta-feira (4) por conta de um feriado, mas o exterior seguiu no radar dos investidores por conta das negociações tarifárias de Trump

TREINO DE CARDIO

Smart Fit (SMFT3) falha na série: B3 questiona queda brusca das ações; papéis se recuperam com alta de 1,73%

3 de julho de 2025 - 19:02

Na quarta-feira (2), os ativos chegaram a cair 7% e a operadora da bolsa brasileira quis entender os gatilhos para a queda; descubra também o que aconteceu

AOS POUCOS

Ibovespa vale a pena, mas vá com calma: por que o UBS recomenda aumento de posição gradual em ações brasileiras

3 de julho de 2025 - 18:26

Banco suíço acredita que a bolsa brasileira tem espaço para mais valorização, mas cita um risco como limitante para alta e adota cautela

CHEGOU A HORA DE DAR TCHAU

Da B3 para as telinhas: Globo fecha o capital da Eletromidia (ELMD3) e companhia deixa a bolsa brasileira

3 de julho de 2025 - 15:54

Para investidores que ainda possuem ações da companhia, ainda é possível se desfazer delas antes que seja tarde; saiba como

O QUE EXPLICA?

Os gringos investiram pesado no Brasil no primeiro semestre e B3 tem a maior entrada de capital estrangeiro desde 2022

3 de julho de 2025 - 15:48

Entre janeiro e junho deste ano, os gringos aportaram cerca de R$ 26,5 bilhões na nossa bolsa — o que impulsionou o Ibovespa no período

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar