Os EUA escaparam em 2023 — como será 2024: a maior economia do mundo vai entrar em recessão?
Especialistas consultados pelo Seu Dinheiro dizem o que pode acontecer com a economia norte-americana no próximo ano; saiba o que esperar
As projeções para 2023 eram praticamente unânimes: os EUA iam enfrentar uma recessão. Mas, à medida que o ano chega ao fim, a previsão não se concretizou: a maior economia do mundo cresceu em muitos momentos bem mais do que o esperado. Então, o que está reservado para 2024?
Mais de três quartos dos economistas, ou 76%, acreditam que as probabilidades de uma recessão nos próximos 12 meses nos EUA são de 50% ou menos, de acordo com um levantamento feito neste mês pela Associação Nacional de Economia Empresarial norte-americana (Nabe, na sigla em inglês).
A mesma visão, no entanto, não é compartilhada pelos cidadãos norte-americanos comuns. Para a maioria dos que têm lutado com preços elevados em um contexto de inflação, a recessão já é uma realidade nos EUA.
Levantamento do MassMutual mostrou que 56% acreditam que a economia entrou em recessão em algum momento do ano.
Vale lembrar que a recessão é definida como dois trimestres consecutivos de Produto Interno Bruto (PIB) negativo — algo que, tecnicamente, não aconteceu nos EUA este ano.
- Leia também: Dinheiro na gringa: 5 ideias para quem quer começar 2024 com exposição ao mercado estrangeiro
A recessão está no caminho dos EUA em 2024?
No geral, as previsões para a maior economia do mundo em 2024 são mais otimistas, com alguns economistas acreditando que a recessão pode ser evitada novamente no ano que vem.
Apesar dos riscos negativos, os especialistas consultados pelo Seu Dinheiro preveem uma desaceleração no crescimento norte-americano — isso se nenhum evento extraordinário, como uma crise bancária ou uma outra pandemia, por exemplo, acontecerem.
“A maior probabilidade é de uma desaceleração gradual e não de uma recessão nos EUA. Com os juros menores, a chance de uma retomada econômica é maior”, disse Bruno Lima, analista de ações do BTG Pactual.
A última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed) de 2023 mostrou que o banco central norte-americano pode cortar os juros pelo menos três vezes no ano que vem. Atualmente, a taxa está no nível mais alto em 22 anos, entre 5,25% e 5,50% ao ano.
IBOVESPA FEZ 1 ANO DE CDI EM 30 DIAS: AÇÃO DE BANCO PODE SURFAR RALI DA BOLSA E SUBIR ATÉ 87%; VEJA
Essa projeção, feita pelos membros do comitê de política monetária (Fomc, na sigla em inglês) tem impulsionado os sucessivos ganhos no mercado de ações lá fora e aqui no Brasil. Acompanhe nossa cobertura ao vivo dos mercados.
Thomas Feltmate, diretor da TD Economics, espera que a economia já dê sinais de desaceleração no quarto trimestre de 2023.
“Embora esperemos que o crescimento diminua no quarto trimestre, projetamos que a economia dos EUA vai se expandir 1,8% neste fim de ano”, disse Feltmate, acrescentando que um abrandamento mais forte da economia pode acontecer logo no início de 2024.
João Piccioni, CIO da Empiricus Gestão, tem um pouco mais de cautela sobre o futuro da economia norte-americana.
“Acho que os EUA entram em uma leve recessão, que será contornada rapidamente pela máquina do Federal Reserve”, disse. “Me parece que o movimento será muito mais estatístico do que realmente uma perda da capacidade de geração de riqueza”, acrescentou.
Piccioni lembra que 2024 é um ano de eleição nos EUA, um período que costuma ser mais difícil para as economias e que alguns dos gastos do Fed para promover liquidez e também benefícios de renda devem chegar ao fim.
Os juros não sobem mais nos EUA? A declaração de Powell que animou os investidores — e os dois fatores determinantes para a taxa começar a cair
Na decisão desta quarta-feira (1), o comitê de política monetária do Fed manteve a taxa de juros inalterada como era amplamente esperado; foi Powell o encarregado de dar os sinais ao mercado
Juros nos EUA não caíram, mas decisão do Fed traz uma mudança importante para o mercado
Com amplamente esperado, o banco central norte-americano manteve os juros na faixa entre 5,25% e 5,50% ao ano, mas a autoridade monetária marcou uma data para mudar uma das políticas mais importantes em vigor desde a pandemia
O impacto da decisão do Fed: como os juros americanos afetam o Brasil e o futuro da Selic
Fed comandado por Jerome Powell deve mostrar postura cautelosa sobre os cortes nas taxas de juros, sem previsões imediatas de redução
Novo round de Milei contra o Congresso na Argentina tem proposta para regularizar fortunas, minirreforma trabalhista e corte em isenção de impostos
O texto precisou passar por uma série de alterações e terminou com 232 artigos, sendo 112 deles relativos a medidas fiscais
Nova pesquisa eleitoral liga sinal amarelo para governo de Joe Biden: Donald Trump segue à frente do democrata
No topo da lista de prioridades do eleitorado norte-americano, estão a proteção à democracia — sendo considerada extremamente importante por 58% dos entrevistados
Exército russo tem avanço diário sobre Ucrânia, que enfrenta soldados exaustos após mais de dois anos de guerra
Na semana passada, os Estados Unidos aprovaram um novo pacote bilionário para ajuda à Ucrânia, Israel e Taiwan
O que a queda do lucro da indústria da China pode significar para o mundo neste momento? Exportação de carros elétricos preocupa EUA e Europa
No acumulado do trimestre, o lucro cresceu 4,3%, para US$ 208 bilhões, o que representa uma desaceleração em relação à recuperação após a pior fase da pandemia de covid-19
Desdobramentos da crise dos bancos regionais nos EUA: Fulton Bank assume todos os depósitos e ativos do Republic First Bank
A partir deste sábado (27), as 32 agências do Republic First em Nova Jersey, Pensilvânia e Nova York reabrirão como agências do Fulton Bank
Obrigada, Milei? Carros na Argentina devem ficar mais baratos com nova medida
O governo ainda anunciou que será mantida a isenção de direitos de vendas ao exterior para as exportações incrementais
Os EUA conseguem viver com os juros nas alturas — mas o resto do mundo não. E agora, quem vai ‘pagar o pato’?
Talvez o maior ‘bicho papão’ dos mercados hoje em dia sejam os juros nos EUA. Afinal, o que todo mundo quer saber é: quando a taxa vai finalmente começar a cair por lá? As previsões têm adiado cada vez mais a tesourada inicial do Federal Reserve (Fed, BC dos EUA). Mas a questão é: a […]
Leia Também
-
Fundo imobiliário Riza Terrax (RZTR11) compra trio de imóveis por mais de R$ 130 milhões e já tem outros cinco ativos na mira
-
Bradesco (BBDC4): CEO diz que inadimplência deve seguir em queda — mas outro indicador pesa sobre as ações na B3
-
Weg (WEGE3) vê lucro crescer no 1T24, mas um indicador acende o sinal amarelo entre os analistas
Mais lidas
-
1
O dólar já era? Campos Neto diz quem vence a disputa como moeda da vez no mundo — e não é quem você pensa
-
2
Bradesco (BBDC4) tem nova queda no lucro no 1T24, mas supera previsões; veja os destaques do balanço
-
3
Subsidiária da Oi (OIBR3) anuncia emissão de 14,9 bilhões de ações a um preço total de R$ 4; operação renderá economia de R$ 1,78 bi à tele