Por que a decisão do maior cartel de petróleo do mundo emite um sinal perigoso sobre a economia global — e o Brasil pode fazer parte disso
A Opep e seus aliados, grupo conhecido como Opep+, se reuniram nesta quinta-feira (30) e na pauta do encontro estava um corte na produção de cerca de 2 milhões de barris por dia

Os maiores produtores de petróleo do mundo finalmente se reuniram nesta quinta-feira (30) e em jogo estava mais do que um corte de oferta que ajudaria a sustentar os preços da commodity: a decisão daria sinais da saúde da economia global — e o Brasil pode ter envolvimento direto nisso.
A imprensa estrangeira noticiou que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados concordaram em reduzir a produção em cerca de 2 milhões de barris por dia (bpd) para o início do próximo ano.
No entanto, o comunicado oficial não especifica se houve acordo para a diminuição da oferta dos integrantes do grupo conhecido como Opep+ e as cotações passaram a cair.
Os futuros de petróleo iniciaram o dia com mais de 1% de alta na expectativa de que seriam anunciados hoje cortes voluntários de cerca de 2 milhões de bpd, com a Arábia Saudita estendendo um corte voluntário de 1 milhão de bpd que está em vigor desde julho.
Como a decisão ficou em aberto, os futuros imediatamente passaram a operar em queda. O WTI, usado como referência para o mercado norte-americano, recuava 1,98%, a US$ 76,32 perto de 16h, enquanto o Brent — a referência internacional e também para a Petrobras (PETR4) — caía 0,25%, a US$ 82,89.
O sinal do corte para a economia global e para você
A discussão do corte de oferta da Opep+ neste momento envia mais do que um sinal de que o cartel quer sustentar os preços da commodity — ela mostra como está a saúde da economia global e influencia as decisões de investidores sobre ter petroleiras na carteira.
Leia Também
Segundo João Piccioni, analista da Empiricus, era esperado que os preços do petróleo subissem na expectativa de cortes adicionais dos grandes produtores, mas ele lembra que a decisão em si esconderia sinais de alerta importantes.
“Olhando para os EUA, há uma certa queda no consumo dos combustíveis. O preço da gasolina desabou por lá nos últimos meses, enquanto os estoques estão se avolumando. Há 20 dias, o hub de petróleo estava superestocado e a curva do petróleo mostrou que a entrega para três meses estava mais cara do que a do curto prazo”, diz.
Piccioni explica que todos esses são sinais de que a economia não está conseguindo absorver a produção de petróleo neste momento.
“A economia está se afogando e não vai consumir o suficiente neste momento. Desde que a curva mostrou que o petróleo para três meses estava mais caro, as coisas voltaram um pouco, mas só o fato de os sauditas estarem dispostos a cortar 1 milhão de barris por dia da oferta é a prova de que simplesmente não tem demanda para entrega no curto prazo”, afirma.
Há motivos então para ter petroleiras na carteira? Piccioni diz que sim, mas faz uma ressalva importante para os investidores que querem ter exposição ao setor: fugir da compra da commodity em si e apostar nas empresas com fundamentos específicos.
“Definitivamente não é um bom negócio comprar a commodity em si — a menos que você seja um exímio trader que opere nas pontas longas e curtas. Mas ter petroleiras na carteira faz sentido. Eu apostaria naquelas que pagam bons dividendos, que conseguem fazem bom hedge e tem um bom fluxo de caixa”, diz.
VALE (VALE3) ESTÁ COM AÇÕES TÃO BARATAS E DIVIDENDOS TÃO 'GORDOS' QUE ATÉ A EMPRESA ESTÁ COMPRANDO?
Brasil na Opep+?
O comunicado da Opep+ pode não ter indicado claramente qual é o novo compromisso de seus integrantes com os cortes de produção, mas explicitou o convite para que o Brasil faça parte do grupo formado por 23 dos maiores produtores de petróleo do mundo.
De acordo com a assessoria de comunicação do Ministério de Minas e Energia, o ministro Alexandre Silveira analisa a proposta, mas não há uma decisão tomada. A Opep+, no entanto, já confirmou a entrada do Brasil no grupo a partir de 2024.
“A reunião deu as boas-vindas a Alexandre Silveira de Oliveira, ministro de Minas e Energia da República Federativa do Brasil, que aderirá à carta de cooperação da Opep+ a partir de janeiro de 2024”, diz o comunicado do grupo.
Fontes próximas a Silveira, no entanto, disseram que o ministro não aceitaria um convite para ingressar o Brasil ingressasse apenas na Opep — cujos membros têm obrigações a cumprir, como o aumento ou a redução da produção de petróleo.
Na Opep+, grupo formado por 23 países entre membros da Opep e aliados, isso não acontece. Entre os aliados que compõem a Opep+ estão, atualmente, países como Rússia, México, Azerbaijão, Bahrein e Malásia.
Quanto vale um jantar com Trump? Para Zuckerberg, Cook e figurões do Vale do Silício pode custar bilhões de dólares
Executivos das big techs estiveram reunidos na noite de quinta-feira (4) com o presidente norte-americano, que fez questão de reforçar o aviso: em breve o governo norte-americano taxará a importação de semicondutores
“O mundo deve escolher entre a paz e a guerra”, diz Xi Jinping em discurso aberto — mas um microfone capta o que ninguém deveria ter ouvido
A quarta-feira (3) foi marcada por um dos maiores desfiles militares que a China já fez e contou com a presença de dezenas de autoridades, entre elas Vladimir Putin e Kim Jong-un; enquanto a parada acontecia em Pequim, Trump usava as redes sociais para falar de conspiração
O quarteto fantástico contra Trump: como Xi, Putin, Modi e Kim articulam o novo eixo que quer tirar os EUA do tabuleiro global
Enquanto o republicano enaltece suas relações próximas com os presidentes de China, Rússia e Índia, eles se juntam ao líder norte-coreano para reforçar os planos de uma nova ordem mundial
US Open 2025: Mesmo eliminados de maneira precoce, Bia Haddad e João Fonseca embolsaram juntos mais de R$ 3 milhões
Enquanto João Fonseca subiu no ranking da ATP, Bia Haddad perderá algumas posições, mas seguirá no Top 30 ao término do US Open 2025
US Open 2025: após bater freguesa, Bia Haddad encara a 9ª melhor do mundo, Amanda Anisimova; veja horário e onde assistir
Após vencer a ‘freguesa’ Maria Sakkari, Bia Haddad enfrenta Amanda Anisimova nas oitavas-de-final do US Open
Como uma minúscula ilha do Caribe está aproveitando um bônus acidental da inteligência artificial para faturar milhões de dólares
Assim como ocorreu com Tuvalu e o domínio .tv nos anos 1990, Anguilla recorre ao boom da inteligência artificial para capitalizar o domínio .ai, mas com uma estratégia diferente
A maioria das tarifas de Trump é ilegal, afirma Tribunal Federal dos EUA. O republicano vai ter que voltar atrás das sobretaxas?
Decisão do Tribunal de Apelações dos EUA aponta uso excessivo de poderes de emergência por Trump; entenda o que esperar dos próximos capítulos
Brasil tem muito o que ensinar aos EUA, diz The Economist; para revista, julgamento de Jair Bolsonaro é “lição de democracia”
Reportagem de capa da publicação britânica traça paralelo entre os dois países e elogia a postura da Suprema Corte brasileira — também diz que julgamento do ex-presidente será exemplo para o mundo
A aliança global dos bancos contra o aquecimento global subiu no telhado; o que isso significa?
Entidade enfrentou debandada de grandes instituições financeiras, principalmente dos Estados Unidos
US Open 2025: Depois de ‘virar a chave’ na estreia, Bia Haddad Maia enfrenta Viktorija Golubic hoje; veja horário e onde assistir
Bia Haddad Maia busca embalar no US Open depois de quebrar sequência de derrotas em sua estreia no Grand Slam
Oneflip: o método que ‘hipnotiza’ a inteligência artificial — e é quase impossível de defender ou rastrear
A boa notícia é que o método de invasão analisado exige conhecimento técnico avançado e algum nível de acesso ao sistema onde opera o modelo de inteligência artificial
Natal em risco? Depois de café, suco de laranja e manga, tarifaço dos EUA também pode atingir panetone
Quem aponta este problema iminente é a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias, Pães e Bolos Industrializados (Abimapi)
Filho do bilionário George Soros entra na mira de Trump e pode cair na lei antimáfia — e o motivo tem a ver com o Brasil
O presidente norte-americano ameaçou nesta quarta-feira (27) acusar Alex Soros na lei de organizações corruptas e influenciadas por extorsão
Taylor Swift, Travis Kelce e um anel de noivado avaliado em quase R$ 3 milhões
Anel de noivado de Taylor Swift, com diamante raro de 8 quilates, transforma a joia em peça única e repercute até no mercado financeiro
US Open 2025: após vitória em estreia João Fonseca enfrenta campeão olímpico nesta quarta (27); veja onde assistir
João Fonseca, invicto em estreias de Grand Slam, enfrenta Tomas Machac, campeão olímpico, na segunda rodada do US Open 2025, nesta quarta-feira (27)
Os EUA vão virar a Turquia? O cenário traçado por Paul Krugman, bancos e corretoras após crise no Fed
Depois que o republicano demitiu a diretora Lisa Cook e ela decidiu se defender na justiça, especialistas passaram a questionar a independência do BC norte-americano e tentar saber até onde o chefe da Casa Branca pode ir nessa história
O que está em jogo para Trump com a demissão de Lisa Cook, diretora do Fed?
As tentativas de interferência do republicano no banco central norte-americano adiciona pressão sobre a autarquia, que vem sendo cobrada pelo início da queda de juros nos EUA
Bia Haddad Maia enfrenta ‘carrasca’ em estreia no US Open; veja quanto ela vai faturar caso consiga a revanche e onde assistir
Brasileira Bia Haddad estreia no US Open 2025 em busca do maior prêmio da história do tênis; só por entrar na quadra ela vai receber US$ 110 mil
Quem é a mulher que quer desafiar a ordem de demissão de Trump
Apesar de Trump afirmar que a decisão tem efeito imediato, a diretora do Federal Reserve diz que não pretende sair do cargo
João Fonseca estreia hoje no US Open; veja quanto ele vai faturar se vencer o melhor tenista sérvio depois de Djokovic
Brasileiro João Fonseca estreia no US Open 2025 em busca do maior prêmio da história do tênis; só por entrar na quadra ele vai receber US$ 110 mil