Dado crucial de inflação nos EUA faz Dow Jones saltar quase 300 pontos e renovar máxima do ano — por que isso importa para você?
As preocupações com o PIB mais forte do terceiro trimestre cederam lugar ao esfriamento de preços na maior economia do mundo e isso mexe diretamente com o seu bolso; entenda alguns motivos

Quando o mercado conheceu ontem (29) os dados do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA do terceiro trimestre, viu a maior economia do mundo crescendo ainda mais do que o esperado — o que manteria a porta aberta para um convidado indesejado: o aumento da taxa de juros.
As preocupações com o PIB de 5,2%, no entanto, duraram 24h. Nesta quinta-feira (30), a medida preferida do Federal Reserve (Fed) para a inflação deu novos sinais de que o trabalho do banco central norte-americano em relação ao aumento dos preços pode realmente estar perto do fim.
O núcleo do índice de preços para gastos pessoais (PCE, na sigla em inglês) subiu em linha com as expectativas em outubro: 0,2% em base mensal e 3,5% em termos anuais.
Wall Street recebeu bem os dados da inflação: O Dow Jones deu um salto de quase 300 pontos hoje e renovar as máximas do ano.
EUA: o que vem por aí?
Não é de hoje que o mercado flerta com a possibilidade de o Fed não só parar de vez de subir os juros como começar a cortar a taxa referencial — e os motivos para isso não faltam: o esfriamento da inflação e o temor de uma recessão são alguns deles.
Com os dados econômicos recentes, essas apostas ganham ainda mais força. Até mesmo o bilionário Bill Ackman passou a prever que os juros devem baixar nos EUA antes mesmo do que o mercado espera.
Leia Também
Os traders estão precificando um corte na taxa em junho de 2024, com a chance de um corte acontecer em maio cotada em cerca de 80%, de acordo com dados compilados pelo CME Group.
Ackman, no entanto, acredita que o primeiro corte de juros desse novo ciclo pode começar já no primeiro trimestre do ano que vem, muito provavelmente em março.
13º SALÁRIO CAIU? VEJA SE VOCÊ TEM DIREITO A UM '14º SALÁRIO' DA RECEITA FEDERAL EM 2024
O que pensam os especialistas
Para João Piccioni, analista da Empiricus, o Fed tem espaço para cortar juros.
“Ainda vemos robustez na economia dos EUA, mas há dados que mostram que há um processo desinflacionário em curso que dá espaço para o Fed segurar a taxa de juros no patamar atual — que é elevado para os padrões lá de fora — e começar a pensar em um afrouxamento”, disse.
A mesma opinião é compartilhada por James Knightley, economista-chefe internacional do ING.
“Os dados fornecem cada vez mais provas da moderação do crescimento, do alívio das pressões inflacionistas e do arrefecimento do mercado de trabalho — o que confirma as expectativas do mercado de que a próxima ação do Fed será um corte nas taxas de juros”, afirma.
Shernette McLeod, economista da TD Economics, diz que o banco central norte-americano não pode baixar a guarda de vez.
“As informações sobre inflação no relatório de hoje são significativas. No entanto, com o PIB crescendo a um ritmo ainda acima da tendência, o Fed tem de permanecer ainda mais vigilante para garantir que o processo de desinflação não estagne ou, pior ainda, se desfaça”, diz.
- Leia também: Braço-direito de Warren Buffett: 7 lições de Charlie Munger para os investimentos e uma de bônus para a vida
Por que isso importa pra você
Quando os juros estão altos, os ativos de risco sofrem. As empresas, de modo geral, pagam mais caro para se financiar, passam a valer menos e as ações sentem esse impacto — um sinal nada positivo para o investidor.
No entanto, com o fim do ciclo de aperto monetário nos EUA cada vez mais próximo, a tendência é que a bolsa sinta o alívio do afrouxamento monetário que começa a se desenhar na maior economia do mundo.
“A economia dos EUA até caminha para desaceleração ou uma eventual recessão, mas quando a gente olha o caminho da política monetária, vejo espaço para a bolsa continuar subindo em 2024”, diz Piccioni, da Empiricus.
Segundo ele, as empresas vêm arrumando a casa desde 2022, ainda que alguns setores tenham sofrido bastante, e 2024 pode ser um ano mais positivo para as empresas de capital aberto.
“Dessa vez, o Fed está com muito cartucho na agulha. O banco central norte-americano vai conseguir proteger se vier algum momento de ruptura e as empresas estão muito mais blindadas agora do que antes”, acrescenta.
Como a volta do Oasis aos palcos pode levar a Ticketmaster a uma disputa judicial
Poucos dias antes do retorno dos irmãos Noel e Liam Gallagher, separados desde 2009, o órgão britânico de defesa da concorrência ameaça processar a empresa que vendeu 900 mil ingressos para os shows no Reino Unido
Cidadania portuguesa: quem tem direito e como solicitar em meio a novas propostas?
Em meio a discussões que ameaçam endurecer o acesso à nacionalidade portuguesa, especialistas detalham o cenário e adiantam o que é preciso para garantir a sua
A culpa é de Trump? Powell usa o maior evento dos BCs no mundo para dizer por que não cortou os juros ainda
O evento organizado pelo BCE reuniu os chefes dos principais bancos centrais do mundo — e todos eles têm um inimigo em comum
Agência vai na contramão de Trump e afirma que Irã pode voltar a enriquecer urânio nos próximos meses; confira a resposta de Teerã
Em meio a pronunciamentos dos governos iraniano e norte-americano neste fim de semana, o presidente francês, Emmanuel Macron, cobrou retorno do Irã à mesa de negociações
G7 blinda empresas dos EUA de impostos mínimos globais após pressão de Trump
O acordo para a tributação das companhias norte-americanas foi firmado em meio a uma decisão do governo Trump no megaprojeto de gastos
Trump tem vitória no Senado com avanço de megaprojeto de gastos, e Elon Musk solta o verbo: “Completamente insano”
Apesar da vitória, a votação não foi fácil. O projeto vem sendo criticado pela oposição e também por aliados, incluindo o CEO da Tesla
Recebendo currículos, Trump diz o que o candidato precisa ter para ser escolhido presidente do Fed
O mandato do atual chefe do banco central norte-americana acaba em maio do ano que vem e o republicano já está em busca de nomes para a sucessão
Será que deu ruim? Titãs de Wall Street passam por teste de estresse; confira se algum dos grandes bancos EUA foi reprovado
A avaliação considerou uma recessão global severa, com desemprego em 10% e queda acumulada do Produto Interno Bruto (PIB) real de 7,8%
A guerra dos EUA com a China acabou? O sinal de Trump que pode colocar fim à disputa entre as duas maiores economias do mundo
Um ponto crucial para as tarifas serem suspensas teria sido acordado nesta semana, segundo fontes da Casa Branca
A guerra acabou, decreta Trump sobre Israel e Irã — mas nem ele mesmo tem certeza disso
Presidente norte-americano deu declarações conflituosas sobre o status do conflito entre os dois inimigos no Oriente Médio, que mantêm um cessar-fogo frágil
Trump dá aval para Powell subir juros, mas impõe uma condição para isso acontecer nos EUA
O presidente do banco central norte-americano participou do segundo dia de depoimentos semestrais no Congresso; já o republicano usou os holofotes da Otan para falar da política monetária norte-americana
A Europa corre perigo? Otan sobe meta de gastos para 5% em mudança histórica e Trump manda recado duro para um membro
A medida mais decisiva da aliança em mais de uma década ocorre em meio à escalada de tensões no Oriente Médio e ao conflito entre Ucrânia e Rússia — mas um país europeu ainda resiste
Trump falhou: peças centrais do programa nuclear do Irã seguem intactas, diz inteligência dos EUA
Enquanto a Casa Branca nega as informações, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, promete atacar novamente se Teerã retomar seu programa nuclear
Após cessar-fogo entre Irã e Israel, Donald Trump é indicado ao Nobel da Paz (de novo)
Mais que prestígio, a indicação ao prêmio entra no jogo político da Casa Branca — e no xadrez internacional
Israel e Irã podem mexer com a política de juros nos EUA? Powell responde
O presidente do Federal Reserve presta depoimento ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara e fala dos reflexos da instabilidade no Oriente Médio nas decisões do banco central norte-americano
Powell diz o que pensa na guerra pelo corte de juros após ser chamado de burro por Trump
O presidente do Federal Reserve presta depoimento ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara e fala o que vai acontecer com os juros, o que pensa sobre as tarifas e sobre a guerra entre Israel e Irã
A guerra não acabou: Trump anuncia cessar-fogo entre Israel e Irã — mas tem o maior dos desafios pela frente
Mais cedo, Teerã respondeu à ofensiva norte-americana contra instalações nucleares com um ataque com mísseis à Base Aérea de Al Udeid, no Catar
Brasil na guerra: governo se posiciona sobre ataque dos EUA ao Irã; veja o que diz o Itamaraty
Ministério das Relações Exteriores emite nota oficial sobre a escalada do conflito no Oriente Médio; mais cedo o ex-chanceler e agora assessor especial Celso Amorim havia se manifestado sobre os confrontos
Empresas começam a suspender atividades com escalada da guerra entre Israel e Irã
Do setor marítimo ao setor aéreo, as primeiras companhias começam a anunciar uma paralisação temporária das operações na esteira dos ataques dos EUA às instalações nucleares iranianas
Apagando fogo com gasolina: a oferta da Rússia ao Irã que pode desencadear uma guerra nuclear
Um dos homens fortes do governo de Putin questiona sucesso do ofensiva norte-americana, que atacou três instalações nucleares iranianas, afirmando que uma futura produção de armas atômicas segue sobre a mesa