Deflação do IPCA deve reduzir os dividendos destes dez fundos imobiliários, incluindo cinco gigantes da B3
Confira uma lista de FIIs com carteiras majoritariamente indexadas ao IPCA e cuja deflação pode prejudicar os rendimentos dos portfólios

A divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é um dos destaques do mercado acionário nesta terça-feira (11). Mas o indicador não mexe apenas com as ações da B3, mas também com os fundos imobiliários — e de uma maneira ainda mais objetiva, pois pode afetar diretamente os dividendos de uma classe de FIIs.
Os fundos de papel recebem esse apelido pois têm o portfólio formado por Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), títulos de crédito do setor cuja rentabilidade costuma estar atrelada ao CDI ou ao IPCA.
No caso dos FIIs com carteiras majoritariamente indexadas ao segundo índice, a deflação de 0,08% registrada no mês passado pode reduzir os rendimentos dos CRIs e, consequentemente, os dividendos pagos pelos fundos.
Vale destacar que esta é a primeira vez que o IPCA apresenta uma variação negativa desde setembro de 2022 e a queda também é inédita em 2023.
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Deflação não deve ter impacto imediato nos dividendos
No ano passado, a deflação durou três meses consecutivos e provocou uma fuga dos cotistas de FIIs de papel. Mas a situação não deve se repetir em 2023, justamente porque a base de comparação para os próximos três meses está abaixo de zero.
É importante relembrar ainda que o índice de junho não terá um impacto imediato nos proventos dos FIIs, pois eles calculam os rendimentos com um atraso de dois ou três meses em relação à última divulgação do IPCA.
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Além disso, vários fundos costumam acumular reservas de resultados não distribuídos para estabilizar o pagamento de dividendos em momentos como este.
Os fundos imobiliários mais expostos ao IPCA
Feita as ressalvas, veja quais são os fundos imobiliários com os portfólios mais expostos ao IPCA.
A lista foi elaborada por Caio Araújo, analista da Empiricus, e considera apenas FIIs que fazem parte do IFIX — o principal índice da indústria — e possuem maior liquidez das cotas, com um volume médio acima de R$ 500 mil por dia.
Os dados sobre as carteiras foram levantados com base no último relatório gerencial disponível de cada fundo. Confira abaixo:
FII | Indexação ao IPCA | Indexação ao IGPM | Indexação ao CDI | Outros |
Valora CRI Índice de Preço (VGIP11) | 99,1% | 0,9% | - | - |
Kinea Índice de Preços (KNIP11) | 97,6% | 0,5% | - | 1,9% |
Kinea Creditas (KCRE11) | 94,7% | - | 5,3% | - |
Hectare CE(HCTR11) | 90% | 3% | 3% | 4% |
Vectis Juros Real (VCJR11) | 85,6% | - | 14,4% | - |
Urca Prime Renda (URPR11) | 83,6% | 6,2% | 10,2% | - |
Devant RI (DEVA11) | 83,2% | 3,9% | 0,3% | 12,6% |
Cartesia RI (CACR11) | 83% | - | 17% | - |
Fator Verita (VRTA11) | 81,6% | 10,5% | 5,9% | 2% |
Mauá Capital RI (MCCI11) | 81% | 3% | 5% | 11% |
IPCA menor é ruim para os dividendos, mas bom para a saúde da carteira
Apesar das perspectivas levemente negativas para os dividendos desses FIIs, o analista da Empiricus relembra que, mesmo com a deflação, a taxa média de retorno das carteiras está elevada.
O VGIP11, por exemplo, que está no topo da tabela, apresenta uma taxa média de aquisição de IPCA + 7,81% ao ano na carteira. O KNIP11, segundo colocado no quesito exposição à deflação, entrega um número muito próximo, de IPCA + 7,45% ao ano.
Além disso, Caio Araújo aponta que os riscos de inadimplência também devem cair com o arrefecimento da inflação, pois há uma redução do custo de carrego das dívidas para os emissores dos CRIs.
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