🔴 A TEMPORADA DE BALANÇOS DO 2T25 VAI COMEÇAR: ACOMPANHE A COBERTURA COMPLETA

Larissa Vitória

Larissa Vitória

É repórter do Seu Dinheiro. Formada em jornalismo na Universidade de São Paulo (ECA-USP), já passou pelo portal SpaceMoney e pelo departamento de imprensa do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).

OPORTUNIDADES EM FIIs

Onde investir: 5 fundos imobiliários com desconto na B3 para quem busca ganho de capital e dividendos

Com a mudança de cenário macro, os FIIs recuperaram parte do desconto que acumulavam desde o início da alta dos juros, mas ainda há oportunidades na classe

Larissa Vitória
Larissa Vitória
10 de julho de 2023
7:03 - atualizado às 22:10
Montagem para Onde Investir em fundos imobiliários

A inércia é um nome complicado para um fenômeno simples de entender: um objeto parado ou em movimento retilíneo uniforme permanecerá assim se o resultado de todas as forças que o afetam for nulo. É o que explica a primeira lei de Newton.

Os objetos em questão neste texto são os fundos de investimento imobiliário, e, segundo André Freitas, CEO e CIO da Hedge Investments, a inércia tinha um efeito negativo sobre as cotas no início do ano.

Mas o cenário mudou no segundo semestre: “Até o momento, a inércia levava à queda. Ou seja, mesmo sem nenhuma notícia negativa, os FIIs caíam. Agora a inércia leva à alta das cotas”, diz o gestor.

A alteração na trajetória até então descendente passa pelas novas perspectivas macroeconômicas brasileiras. A taxa Selic — que encarece os financiamentos imobiliários e as emissões de dívida, dois dos pilares do setor — vai começar a cair em breve, talvez já no próximo mês.

A previsão é apoiada pelos sinais emitidos pela ata da última reunião do Copom e a desaceleração da alta dos preços. Saiba mais sobre as previsões para o cenário econômico no segundo semestre na primeira matéria da série Onde Investir, publicada pelo Seu Dinheiro:

Fundos imobiliários subiram forte no último mês: ainda há valorização para capturar?

Como o mercado de renda variável funciona à base de expectativas, a virada das cotas começou antes mesmo da solidificação das novas condições de cenário.

Leia Também

Com isso, os fundos imobiliários recuperaram parte do desconto que acumulavam desde o início do aperto monetário. Especialmente os FIIs de tijolo: a classe — que investe em ativos reais como galpões logísticos, escritórios e shoppings — havia sido a mais penalizada pelos juros altos.

De acordo com um levantamento do Trix, aplicativo de investimentos da gestora TRX, o tijolo foi protagonista do fechamento do primeiro semestre. O índice ITRIX Tijolo subiu 14,22% na janela e superou a alta de 10,05% do IFIX, o índice de referência que reúne os principais FIIs da B3.

Uma pesquisa realizada pela Hedge confirma o protagonismo do tijolo e revela ainda que, dentro dos segmentos que investem ativos reais, foram os fundos de shopping que puxaram a fila das altas, com um retorno de 17,5% no acumulado de 2023%.

Já fundos de papel — cujo portfólio está em títulos de crédito do setor imobiliário — avançaram 5,9%, abaixo do IFIX. 

Fonte: Hedge

Caio Araújo, analista da Empiricus, também acredita que as cotas já anteciparam a queda dos juros, mas diz que ainda será possível capturar mais ganho de capital ao longo do ciclo. “O tijolo é a vertente que deve aproveitar melhor esse movimento”, diz o especialista em FIIs. 

A vez dos fundos imobiliários de shopping?

Para André Freitas, os shoppings devem seguir como o destaque entre os FIIs de ativos reais no segundo semestre. O segmento foi um dos mais afetados pela pandemia de covid-19 pois enfrentou um risco até então inédito: de ter que fechar as portas dos estabelecimentos por meses.

“A pandemia foi um momento muito difícil para o setor. Quem conseguiu sobreviver saiu mais forte”.

Na época, os administradores ofereceram descontos no aluguel dos lojistas para mitigar a crise. Boa parte desses descontos já foi eliminada, e o gestor aponta que, com a previsão de queda do desemprego e de aumento de renda da população, o tráfego de consumidores deve subir.

Um dos desafios para os shoppings é recuperar as receitas com estacionamento e cinema. O CEO da Hedge alega que o calendário de lançamentos do segundo semestre — que inclui estreias antecipadas como Barbie, Oppenheimer e a sequência da saga Missão Impossível — deve ajudar nessa frente dos negócios.

Vale destacar que os shoppings tradicionalmente negociam com um prêmio em relação ao valor patrimonial das cotas — uma medida de “valor justo” dos imóveis que compõem o portfólio.

Por isso, a hora de comprar FIIs do segmento com desconto deve estar perto de acabar, e Caio Araújo recomenda dois deles para a sua carteira. O primeiro é o XP Malls (XPML11), que acabou de captar R$ 375 milhões em sua última emissão de cotas e deve seguir um cronograma de aquisições e expansões nos próximos meses.

Já o segundo é o HSI Malls (HSML11). O fundo tomou dívidas para comprar ativos no passado, mas, com uma performance acima da esperada pela gestão, melhorou recentemente o perfil com uma liquidação extraordinária de juros.

Onde investir para ganho de capital

O analista da Empiricus acredita, porém, que outra categoria de fundos imobiliários de tijolo é ainda mais promissora para quem investe com foco em ganho de capital — ou seja, pensando não apenas nos dividendos, mas na valorização das cotas no longo prazo.

“Os escritórios são, hoje, o segmento mais descontado, pois ainda sofrem operacionalmente com a desocupação intensificada durante a pandemia”. O analista afirma que esse é um setor que tem capacidade de se valorizar, “mas é preciso fazer uma boa diligência dos fundos”.

A escolha do analista dentro do segmento é o CSHG Prime Offices (HGPO11). O FII opera com um desconto na casa dos 8% que, de acordo com Araújo, é bem atrativo quando considerada a qualidade da carteira.

“Além disso, o HGPO11 tem apresentado aumento real no valor do aluguel dos seus ativos, negociando cifras acima de R$ 300 por metro quadrado para novos contratos de locação, renovações e revisionais.”

Outro segmento que pode entregar valorização das cotas são os Fundos de Fundos, que ainda acumulam um “duplo de desconto” no mercado secundário — suas cotas estão abaixo do valor patrimonial e a dos FIIs que compõem o portfólio também.

Nessa categoria, o analista da Empiricus indica um fundo da gestora de André Freitas, o Hedge Top FOFII 3 (HFOF11). Um gigante da indústria com valor de mercado de R$ 1,66 bilhão, o HFOF11 tem um portfólio diversificado com representantes de todos os principais segmentos de FIIs.

Já a logística segue com boas perspectivas — a vacância está próxima das mínimas históricas e os aluguéis sobem nas renegociações de contrato —, mas ambos os especialistas não acreditam que há muito potencial de valorização das cotas.

“É uma indústria com um equilíbrio muito grande, então não deve ganhar preço”, diz Freitas. Já Araújo enxerga menos espaço para melhora operacional, mas destaca que os dividendos devem seguir em alta.

Onde investir com foco em dividendos

Já para quem investe com foco em ganhos de curto e médio prazo e em dividendos, os fundos imobiliários de papel — que aplicam em títulos de crédito do setor imobiliário — ainda são os mais recomendados.

Pode parecer contraintuitivo pensar em FIIs de papel agora pensando em dividendos. Afinal, a queda dos juros e o arrefecimento da inflação tendem a provocar uma fuga da classe. Isso ocorre pois a maior parte dos títulos que compõem as carteiras estão atrelados ao CDI ou ao IPCA, o que pode implicar em redução dos rendimentos.

Além disso, a percepção da categoria foi negativamente afetada pelos calotes que dominaram os noticiários nos últimos meses e levaram os fundos imobiliários de papel a negociarem com descontos inéditos.

Apesar das perspectivas levemente negativas, o analista da Empiricus relembra que a taxa média de retorno das carteiras está elevada, e os riscos devem diminuir com a redução do custo de carrego das dívidas.

E, para capturar o melhor retorno sem elevar as chances de lidar com uma crise de inadimplência na carteira, os especialistas indicam que é preciso focar nos FIIs do tipo high grade, cujos devedores possuem melhor avaliação de risco de crédito.

O CSHG Recebíveis Imobiliários (HGCR11) é o escolhido por Caio Araújo. Com mais de 84 mil cotistas e um valor de mercado de R$ 1,6 bilhão, o ativo é um gigante não só entre os FIIs de papel, mas em toda a indústria.

Outro ponto positivo, além da liquidez elevada das cotas, é o fato de que o HGCR11 também traz diversificação para o portfólio de recebíveis ao alocar cerca de 41,9% da carteira em CDI e outros 57,4% em IPCA.

Evitar ou investir nos Fiagros?

Além dos principais segmentos do tijolo e papel, não nos esquecemos dos “primos da roça” dos FIIs na hora de falar sobre os melhores investimentos para o segundo semestre. Mas a perspectiva para os Fundo de Investimento em Cadeias Agroindustriais (Fiagros) não é tão favorável.

O analista da Empiricus cita alguns fatores de risco para a classe, como o atual momento do crédito, o ciclo de queda das commodities agrícolas e os devedores de porte menor e maior chance de calote.

“Quem investe em Fiagro está exposto a um risco de menor controle e muito mais difícil de mensurar do que o dos FIIs”, diz Araújo.

Apesar do potencial de crescimento da categoria, o sócio da Hedge também recomenda cautela com os Fiagros. “A margem de remuneração da agricultura vai diminuir, e os Fiagros do tipo high grade e high yield estão muito próximos em termo de risco.”

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
SD ENTREVISTA

Fuga do investidor estrangeiro? Não para a sócia da Armor Capital. Mesmo com Trump, ainda tem muito espaço para gringo comprar bolsa brasileira

16 de julho de 2025 - 16:02

Para Paula Moreno, sócia e co-diretora de investimentos da Armor Capital, as tensões comerciais com os EUA criam uma oportunidade para o estrangeiro aumentar a aposta no Brasil

ANTES DO RESULTADO

Quão ruim pode ser o balanço do Banco do Brasil (BBAS3)? O JP Morgan já traçou as apostas para o 2T25

16 de julho de 2025 - 12:41

Na visão dos analistas, o BB pode colher ainda mais provisões no resultado devido a empréstimos problemáticos no agronegócio. Saiba o que esperar do resultado

O QUE ESPERAR?

Banco do Brasil (BBAS3) terá a pior rentabilidade (ROE) em quase uma década no 2T25, prevê Goldman Sachs. É hora de vender as ações?

16 de julho de 2025 - 11:09

Para analistas, o agronegócio deve ser outra vez o vilão do balanço do BB no segundo trimestre de 2025; veja as projeções

SD ENTREVISTA

Investidor ainda está machucado e apetite pela bolsa é baixo — e isso não tem nada a ver com a tarifa do Trump, avalia CEO da Bradesco Asset

16 de julho de 2025 - 6:36

Apetite por renda fixa já começou a dar as caras entre os clientes da gestora, enquanto bolsa brasileira segue no escanteio, afirma Bruno Funchal; entenda

ENTREVISTA EXCLUSIVA

Com ou sem Trump, Selic deve fechar 2025 aos 15% ao ano — se Lula não der um tiro no próprio pé, diz CEO da Bradesco Asset

16 de julho de 2025 - 6:08

Ao Seu Dinheiro, Bruno Funchal, CEO da Bradesco Asset e ex-secretário do Tesouro, revela as perspectivas para o mercado brasileiro; confira o que está em jogo

FICOU BARATO DEMAIS?

FII Arch Edifícios Corporativos (AIEC11) sai na frente e anuncia recompra de cotas com nova regra da CVM; entenda a operação

15 de julho de 2025 - 19:00

Além da recompra de cotas, o fundo imobiliário aprovou conversão dos imóveis do portfólio para uso residencial ou misto

MUDANDO O TIME

As apostas do BTG para o Ibovespa em setembro; confira quem pode entrar e sair da carteira

15 de julho de 2025 - 18:42

O banco projeta uma maior desconcentração do índice e destaca que os grandes papéis ligados às commodities perderão espaço

TELA AZUL

Na guerra de tarifas de Trump, vai sobrar até para o Google. Entenda o novo alerta da XP sobre as big techs

15 de julho de 2025 - 16:15

Ações das gigantes da tecnologia norte-americana podem sofrer com a taxação do republicano, mas a desvalorização do dólar oferece alívio nas receitas internacionais

FECHAMENTO DOS MERCADOS

Ibovespa come poeira enquanto S&P 500 faz história aos 6.300 pontos; dólar cai a R$ 5,5581

15 de julho de 2025 - 13:50

Papéis de primeira linha puxaram a fila das perdas por aqui, liderados pela Vale; lá fora, o S&P 500 não sustentou os ganhos e acabou terminando o dia com perdas

INVESTIMENTOS

O Brasil não vale o risco: nem a potencial troca de governo em 2026 convence essa casa de análise gringa de apostar no país

15 de julho de 2025 - 11:59

Analistas revelam por que não estão dispostos a comprar o risco de investir na bolsa brasileira; confira a análise

TOUROS E URSOS #230

Trump tarifa o Brasil em 50%: o que fazer agora? O impacto na bolsa, dólar e juros

15 de julho de 2025 - 11:04

No Touros e Ursos desta semana, o analista da Empiricus, Matheus Spiess, analisa os impactos imediatos e de médio prazo das tarifas para o mercado financeiro

MERCADOS

Ibovespa cai, dólar sobe a R$ 5,57 e frigoríficos sofrem na bolsa; entenda o que impacta o setor hoje

14 de julho de 2025 - 15:06

Enquanto Minerva e BRF lideram as maiores perdas do Ibovespa nesta segunda-feira (14), a Brava Energia desponta como maior alta desta tarde

A LIDERANÇA ESCAPOU

Na batalha da B3, Banco do Brasil (BBAS3) volta a perder para o Itaú (ITUB4) em junho, mas segue à frente de Bradesco (BBDC4)

14 de julho de 2025 - 12:25

Em junho, as ações do banco estatal caíram para o quarto lugar em volume negociado na B3, segundo levantamento do DataWise+

O SOL NASCERÁ?

Gestores de fundos imobiliários passam a ficar otimistas, após sentimento negativo do 1º semestre; saiba os motivos

13 de julho de 2025 - 15:57

Após pessimismo da primeira metade do ano, sentimento vira e volta para o campo positivo, com destaque para os setores de escritórios e aluguel residencial

RANKING SEMANAL

Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) se salvaram, mas não a Embraer (EMBR3); veja as maiores altas e quedas do Ibovespa na última semana

12 de julho de 2025 - 15:46

Bolsa brasileira sentiu o impacto do tarifaço de Trump, sobretudo sobre as empresas mais sensíveis a juros; BRF (BRFS3) fechou com a maior alta, na esteira da fusão com a Marfrig (MRFG3)

MERCADOS HOJE

Trump volta a derrubar bolsas: Ibovespa tem a maior perda semanal desde 2022; dólar sobe a R$ 5,5475

11 de julho de 2025 - 12:59

A taxação de 35% ao Canadá pressionou os mercados internacionais; por aqui, a tarifa de 50% anunciada nesta semana pelo presidente norte-americano seguiu pesando sobre os negócios

FIIS HOJE

BRPR Corporate Offices (BROF11) estabelece novo contrato de locação com a Vale (VALE3) e antecipa R$ 44 milhões

10 de julho de 2025 - 16:16

O acordo, no modelo atípico, define que a mineradora passará a ser responsável por todos os encargos referentes ao empreendimento localizado em Minas Gerais

AÇÕES BLINDADAS

XP aponta seis ações defensivas para enfrentar o novo choque de 50% imposto pelos EUA — e duas possíveis beneficiadas

10 de julho de 2025 - 14:56

Enquanto a aversão a risco toma conta do mercado, a XP lista seis papéis da B3 com potencial para proteger investidores em meio ao tarifaço de Trump

FECHAMENTO DOS MERCADOS

Ibovespa escapa da sangria após tarifas de Trump, mas cai 0,54%; dólar sobe a R$ 5,5452

10 de julho de 2025 - 11:33

Após o anúncio da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, que deve entrar em vigor em 1 de agosto, algumas ações conseguiram escapar de uma penalização dos mercados

VOLATILIDADE CRESCENTE

Embraer (EMBR3) não é a única a sofrer com as tarifas de Trump: as ações mais impactadas pela guerra comercial e o que esperar da bolsa agora

10 de julho de 2025 - 10:26

A guerra comercial chegou ao Brasil e promete mexer com os preços e a dinâmica de muitas empresas brasileiras; veja o que dizem os analistas

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar