Esquenta dos mercados: Bolsas estrangeiras recuam e euro flerta paridade com o dólar antes da inflação nos EUA; Ibovespa acompanha PEC dos benefícios
Além da inflação nos Estados Unidos, temores referentes ao fornecimento de gás à Europa ajudam a azedar o humor dos investidores hoje
Pior do que uma notícia ruim em si muitas vezes é a ansiedade diante da espera. Isso se aplica aos mercados financeiros hoje. Mais uma vez. As bolsas de valores estrangeiras iniciam o dia em queda generalizada diante da expectativa em torno da divulgação dos números da inflação de junho nos Estados Unidos.
Os principais mercados de ações da Europa e os índices futuros de Wall Street amanheceram no vermelho e o euro sustenta-se ligeiramente acima da paridade com o dólar. Trata-se de uma continuidade do movimento de ontem, quando os temores inflacionários já azedavam o humor dos investidores.
A cautela foi tamanha que o Ibovespa encerrou o pregão da última segunda-feira (11) em queda de 2,07%, aos 98.212 pontos. O dólar à vista disparou 1,96%, a R$ 5,3710. No mercado de juros, o dia também foi de pressão.
Além do aguardo da inflação dos EUA, que, na visão do governo norte-americano, deve vir mais salgada do que o esperado, os investidores acompanham o avanço da covid-19 na China.
Uma nova sub variante da ômicron é o motivo da nova onda de casos que colocou diversas cidades chinesas em lockdowns. Ainda que Pequim tenha anunciado medidas de contenção de danos à economia, os investidores estão céticos quanto a sua eficácia no momento.
Confira o que movimenta o dia das bolsas, do dólar e do Ibovespa hoje:
Leia Também
A inflação nos EUA gera tensão nas bolsas
O problema é que os dados da inflação de junho nos EUA só serão conhecidos amanhã. O índice já se encontra nos níveis mais elevados em 40 anos. Em maio, a inflação avançou 8,6% no acumulado em 12 meses nos Estados Unidos.
E a expectativa dos analistas é de que a leitura referente a junho venha ainda mais elevada — e quem garante que todos os tons de pessimismo tomem o mercado é o governo dos Estados Unidos.
A porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, afirmou que o governo norte-americano espera uma leitura "altamente elevada" do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de junho. O índice deve ser impulsionado principalmente pelos preços elevados de combustível no período.
Em julho, os preços da gasolina no país recuam 7% "em relação ao pico de junho".
Europa sem gás
A manutenção programada do gasoduto Nord Stream 1 também pesa. A interrupção do fornecimento de gás para as atividades de manutenção alimenta temores de que a Rússia possa prolongar o trabalho e atrasar ainda mais o fornecimento de gás para a Alemanha.
- ESTÁ GOSTANDO DESTE CONTEÚDO? Tenha acesso a ideias de investimento para sair do lugar comum, multiplicar e proteger o patrimônio.
Por que o euro está próximo da paridade com o dólar?
O euro opera em queda de 0,4% na manhã de hoje, cotado a US$ 1,0004. Trata-se da primeira vez em quase duas décadas em que o euro flerta com a paridade com o dólar.
A moeda comum europeia é afetada pela crise no fornecimento de energia à zona do euro. O temor de uma recessão na Europa aumentou nas últimas semanas devido à crescente incerteza sobre o acesso do bloco a importações de gás natural e petróleo.
Opep e o petróleo em queda
A cautela internacional ganha ainda mais força hoje devido a publicação do relatório de julho da Opep. Os contratos do Brent, utilizados como referência internacional, seguem em queda de mais de 2%, refletindo as preocupações com os lockdowns na China.
Não apenas a baixa demanda projetada pelo cartel pressiona as cotações: é possível que os países exportadores não batam a meta de produção nos próximos meses, o que tem dado alta volatilidade à commodity.
Por volta das 8h, o barril do Brent recuava 2,22%, cotado a US$ 104,72.
PEC dos benefícios e o Ibovespa
Enquanto o exterior não dá maiores sinais de força, por aqui o Ibovespa ainda conta com a face brasileira da crise.
Se os EUA sentem os problemas do petróleo em alta, nós brasileiros sentimos em dobro: além do avanço da commodity, o dólar alto também afeta o poder de compra da população. Isso sem falar no efeito em cadeia da alta dos combustíveis, que impacta diversos outros produtos.
Por isso, a PEC dos benefícios — que também recebe os nomes de PEC Kamikaze e PEC dos Combustíveis — é o destaque do dia. A votação no plenário da Câmara é o grande foco dos investidores.
Uma mistura de alívio com desespero
A aprovação do texto que instaura uma série de benefícios fora do teto de gastos pode ser o fim de um capítulo do sofrimento dos investidores.
Acontece que a PEC foi inflada e modificada para durar até o final do ano, mas com gastos que, somados, chegam a R$ 38,7 bilhões fora da regra que limita as despesas do governo. Burlar o teto de gastos é extremamente mal visto pelos investidores porque aumenta o chamado risco Brasil.
De outra perspectiva, a aprovação da proposta traz um alívio porque impede o aumento ainda maior dos gastos públicos.
E na agenda…
A alta dos combustíveis, a disparada do petróleo e a PEC devem entrar no discurso do ministro da Economia, Paulo Guedes, desta terça-feira.
O chefe da pasta prestará esclarecimentos sobre a política nacional de preços e abastecimento de combustíveis no Senado hoje, às 9h.
Guedes deve abordar as temáticas referentes ao cenário internacional e pedir celeridade no processo de aprovação da PEC, que tem defendido ferrenhamente, apesar do furo no teto de gastos.
Agenda do dia
- IBGE: Volume de serviços em maio (9h)
- Congresso Nacional: Comissão de assuntos econômicos do Senado tem audiência pública com ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre esclarecimentos da política nacional de preços e abastecimento de combustíveis (9h)
- Estados Unidos: Diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva participa de conversa na Devex (10h30)
- Congresso Nacional: Câmara deve votar PEC dos benefícios (a partir das 14h)
- Bélgica: Reunião do Eurogrupo e da Ecofin (o dia todo)
- Áustria: Opep publica relatório mensal sobre petróleo em julho (sem horário marcado)
A torneira dos dividendos vai secar em 2026? Especialistas projetam tendências na bolsa diante de tributação
2025 caminha para ser ano recorde em matéria de proventos; em 2026 setores arroz com feijão ganham destaque
As ações que devem ser as melhores pagadoras de dividendos de 2026, com retornos de até 15%
Bancos, seguradoras e elétricas lideram e uma empresa de shoppings será a grande revelação do próximo ano
Bancos sobem na bolsa com o fim das sanções contra Alexandre de Moraes — Banco do Brasil (BBAS3) é o destaque
Quando a sanção foi anunciada, em agosto deste ano, os papéis dos bancos desabaram devido as incertezas em relação à aplicação da punição
TRXF11 volta a encher o carrinho de compras e avança nos setores de saúde, educação e varejo; confira como fica o portfólio do FII agora
Com as três novas operações, o TRXF11 soma sete transações só em dezembro. Na véspera, o FII já tinha anunciado a aquisição de três galpões
BofA seleciona as 7 magníficas do Brasil — e grupo de ações não tem Petrobras (PETR4) nem Vale (VALE3)
O banco norte-americano escolheu empresas brasileiras de forte crescimento, escala, lucratividade e retornos acima da Selic
Ibovespa em 2026: BofA estima 180 mil pontos, com a possibilidade de chegar a 210 mil se as eleições ajudarem
Banco norte-americano espera a volta dos investidores locais para a bolsa brasileira, diante da flexibilização dos juros
JHSF (JHSF3) faz venda histórica, Iguatemi (IGTI3) vende shoppings ao XPML11, TRXF11 compra galpões; o que movimenta os FIIs hoje
Nesta quinta-feira (11), cinco fundos imobiliários diferentes agitam o mercado com operações de peso; confira os detalhes de cada uma delas
Concurso do IBGE 2025 tem 9,5 mil vagas com salários de até R$ 3.379; veja cargos e como se inscrever
Prazo de inscrição termina nesta quinta (11). Processo seletivo do IBGE terá cargos de agente e supervisor, com salários, benefícios e prova presencial
Heineken dá calote em fundo imobiliário, inadimplência pesa na receita, e cotas apanham na bolsa; confira os impactos para o cotista
A gestora do FII afirmou que já realizou diversas tratativas com a locatária para negociar os valores em aberto
Investidor estrangeiro minimiza riscos de manutenção do governo atual e cenários negativos estão mal precificados, diz Luis Stuhlberger
Na carta mensal do Fundo Verde, gestor afirmou que aumentou exposição às ações locais e está comprado em real
Após imbróglio, RBVA11 devolve agências à Caixa — e cotistas vão sair ganhando nessa
Com o distrato, o fundo reduziu ainda mais sua exposição ao setor financeiro, que agora representa menos de 24% do portfólio total
Efeito Flávio derruba a bolsa: Ibovespa perde mais de 2 mil pontos em minutos e dólar beira R$ 5,50 na máxima do dia
Especialistas indicam que esse pode ser o começo da real precificação do cenário eleitoral no mercado local, depois de sucessivos recordes do principal índice da bolsa brasileira
FII REC Recebíveis (RECR11) mira R$ 60 milhões com venda de sete unidades de edifício em São Paulo
Apesar de não ter informado se a operação vai cair como um dinheiro extra no bolso dos cotistas, o RECR11 voltou a aumentar os dividendos em dezembro
Ações de IA em alta, dólar em queda, ouro forte: o que esses movimentos revelam sobre o mercado dos EUA
Segundo especialistas consultados pelo Seu Dinheiro, é preciso separar os investimentos em equities de outros ativos; entenda o que acontece no maior mercado do mundo
TRX Real Estate (TRXF11) abocanha novos imóveis e avança para o setor de educação; confira os detalhes das operações
O FII fez sua primeira compra no segmento de educação ao adquirir uma unidade da Escola Eleva, na Barra da Tijuca (RJ)
O estouro da bolsa brasileira: gestor rebate tese de bolha na IA e vê tecnologia abrindo janela de oportunidade para o Brasil
Em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro, Daniel Popovich, gestor da Franklin Templeton, rebate os temores de bolha nas empresas de inteligência artificial e defende que a nova tecnologia se traduzirá em crescimento de resultados para as empresas e produtividade para as economias
Aura (AURA33): small cap que pode saltar 50% está no pódio das ações para investir em dezembro segundo 9 analistas
Aura Minerals (AURA33) pode quase dobrar a produção; oferece exposição ao ouro; paga dividendos trimestrais consistentes e negocia com forte desconto.
CVM suspende 6 empresas internacionais por irregularidades na oferta de investimentos a brasileiros; veja quais são
Os sites, todos em português, se apresentam como plataformas de negociação em mercados globais, com ativos como moedas estrangeiras, commodities, metais, índices, ETFs, ações, criptoativos e outros
Bolsa perdeu R$ 183 bilhões em um único dia; Itaú Unibanco (ITUB4) teve maiores perdas
Essa é a maior queda desde 22 de fevereiro de 2021, ainda período da pandemia, e veio depois que Flávio Bolsonaro foi confirmado como candidato à presidência pelo PL
Do céu ao inferno: Ibovespa tem a maior queda desde 2021; dólar e juros disparam sob “efeito Flávio Bolsonaro”
Até então, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, era cotado como o mais provável candidato da direita, na avaliação do mercado, embora ele ainda não tivesse anunciado a intenção de concorrer à presidência