Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais reagem mal à disparada de inflação na China e caem pela manhã; Ibovespa acompanha ‘novo cálculo da rota’ do Banco Central
A temporada de balanços nos Estados Unidos começa esta semana e as movimentações políticas no Brasil agitam ainda mais os negócios
A semana mais curta em virtude do feriado da Sexta-feira da Paixão começa com as bolsas internacionais de olho nas falas de diversos dirigentes do Federal Reserve, o Banco Central americano. Por aqui, o Ibovespa também aguarda palestra do presidente do nosso BC, Roberto Campos Neto.
Depois que o IBGE divulgou que a inflação de março acelerou o passo, a autoridade monetária local deve realizar um aperto monetário ainda maior para conter a alta nos preços.
De acordo com o instituto, o IPCA de março subiu 1,62%, acima das projeções; por sua vez, o ciclo de aumento dos juros básicos não deve acabar nos 12,75%, como eram os planos do BC.
Enquanto isso, o clima eleitoral começa a esquentar antes do pleito em outubro. Os candidatos da chamada terceira via buscam um nome para orbitar, enquanto o atual presidente, Jair Bolsonaro, e seu principal opositor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, lideram as pesquisas.
Com isso, o Ibovespa encerrou o pregão da última sexta-feira (08) em queda de 0,45%, aos 118.322 pontos, um recuo acumulado de 2,67% na semana. Por sua vez, o dólar à vista fechou aquele dia em baixa de 0,67%, a R$ 4,7089, revertendo o comportamento que havia exibido ao longo da manhã e acumulando uma alta de 0,89% na semana.
Saiba o que movimenta a bolsa, o dólar e o Ibovespa hoje:
Leia Também
Bolsas pelo mundo pressionadas
Os índices asiáticos encerraram o pregão desta segunda-feira em queda, com o avanço da covid-19 na maior economia da região. A China ainda divulgou os dados inflacionários, que também vieram acima das projeções.
O índice de preços ao consumidor (CPI) subiu 1,5%, acima das projeções de 1,2%, enquanto o indicador de preços ao produtor (PPI) aumentou 8,3% em março, superior às projeções de 8,0%.
Já no Velho Continente, as eleições na França colocaram o atual presidente, Emmanuel Macron, e sua principal opositora de extrema-direita, Marine Le Pen, no segundo turno das votações. Com isso, a cautela derrubou as bolsas por lá nesta manhã.
Por fim, os futuros de Nova York também permanecem pressionados e apontam para uma abertura no vermelho antes de uma semana recheada de eventos importantes.
Commodities em queda
A principal commodity energética do mundo sofreu uma descompressão na manhã desta segunda-feira. Com a injeção de reservas internacionais e perspectivas de baixa demanda da China, o petróleo recua nas primeiras horas de hoje.
O barril do Brent, utilizado como referência internacional, caiu 2,47%, negociado a US$ 100,22; enquanto isso, o WTI caía 2,67%, cotado a US$ 95,62.
Na próxima terça-feira (12), o relatório da Opep pode trazer novidades sobre a produção de petróleo, o que pode trazer surpresas ao investidor.
O que movimenta as bolsas no exterior
As falas de dirigentes do Fed ao longo da semana devem colocar os negócios em compasso de espera nos próximos dias. A inflação galopante em todos os países do mundo deve alterar os planos de grandes Bancos Centrais, enquanto os investidores tentam se antecipar ao aperto monetário.
Além disso, nesta semana começa a temporada de balanços nos EUA. Nomes como Black Rock, JP Morgan, Wells Fargo e Goldman Sachs divulgam seus resultados do último trimestre nos próximos dias.
Ainda nesta semana os Estados Unidos divulgam o índice preços ao consumidor (CPI) e ao produtor (PPI) de março. Por último, a semana mais curta pode reduzir a liquidez dos negócios.
Ibovespa contra a inflação
Após o dado de março romper com o teto de 1,44% das estimativas, diversas instituições financeiras recalibraram o ritmo de aperto monetário para o Brasil.
As previsões menos otimistas do Bank of America estimam que a inflação deve terminar o ano em 4,5%, enquanto o Itaú espera que o ciclo da Selic acabe em 13,25% — e não mais em 12,75%, como esperava o BC.
No entanto, o índice de preços pode ter atingido seu pico neste mês, como defende o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que discursa em evento nesta segunda-feira.
O Brasil deve sentir uma deflação nos próximos meses, com o alívio da conta de luz e do dólar. Por outro lado, a guerra na Ucrânia pode continuar pressionando as cotações do petróleo — consequentemente dos combustíveis, principal vilão da inflação nos últimos meses.
Greve dos servidores suspende divulgação de indicadores
A continuidade da greve dos servidores do Banco Central adiou a divulgação do Boletim Focus desta segunda-feira. Somado a isso, a publicação da prévia do PIB, o IBC-Br, que estava marcada para esta semana, também foi suspensa.
A elite do funcionalismo público, encabeçada pelo Banco Central e pelos funcionários da Receita Federal, exigem um reajuste que recomponha as perdas inflacionárias do governo Bolsonaro.
Por sua vez, o presidente prometeu um reajuste apenas aos policiais federais, tidos como base eleitoral do governo. A disputa por aumento de salários culminou na greve que já caminha para sua segunda semana.
Petrobras no foco do Ibovespa
Está marcada para quarta-feira (13) a assembleia que decidirá o novo nome da presidência da estatal de petróleo brasileira — e uma das maiores empresas da bolsa.
José Mauro Coelho é o nome que deve chefiar a Petrobras (PETR4), enquanto Márcio Weber foi o escolhido pelo governo para o cargo de presidente do conselho de administração da empresa. Ambos precisam ser aprovados pela Assembleia da quarta-feira.
A perspectiva é de que os nomes sejam aprovados, tendo em vista que ambos foram elogiados por entidades do mercado.
E os indicadores que mexem com o Ibov
Nesta semana, o volume de serviços do IBGE deve dar início à semana de divulgação de indicadores. Com o IBC-Br — que estava marcado para a quinta-feira (14) — suspenso, permanecem em foco os dados do varejo na quarta-feira (13).
Somado a isso, as movimentações políticas ficam no radar do investidor nos próximos dias.
Agenda da semana
Segunda-feira (11)
- FGV: IPC-S Capitais de abril (8h)
- Estados Unidos: Presidente do Fed de Atlanta participa de evento (10h30)
- Estados Unidos: Presidente do Fed de Chicago participa de evento (12h30)
- Estados Unidos: Presidente do Fed de Nova York participa de evento (13h)
- Secex: Balança comercial semanal (15h)
Terça-feira (12)
- IBGE: Volume de serviços em fevereiro (9h)
- Estados Unidos: CPI e Núcleo do CPI de março (9h30)
- Estados Unidos: Lael Brainard, diretora do Fed, discursa na Wall Street Journal Jobs Summit (13h10)
- Estados Unidos: Presidente do Fed da Filadélfia participa de evento (14h)
- Áustria: Relatório mensal da Opep (sem horário específico)
Quarta-feira (13)
- China: Balança comercial de março (0h)
- IBGE: Varejo ampliado e restrito em fevereiro (9h)
- Estados Unidos: PPI e Núcleo do PPI de março (9h30)
- Estados Unidos: Estoques de petróleo (11h30)
Quinta-feira (14)
- Estados Unidos: Vendas no varejo de março (9h30)
- Estados Unidos: Pedidos de auxílio desemprego (9h30)
- Estados Unidos: Sentimento do consumidor em abril (11h)
- Estados Unidos: Presidente do Fed de Cleveland participa de evento (15h30)
- Estados Unidos: Presidente do Fed da Filadélfia participa de evento (19h)
Sexta-feira (15)
- Feriado da Sexta-Feira da Paixão mantém mercados financeiros fechados no Brasil, Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha e Itália
- Estados Unidos: Índice de atividade industrial Empire State de abril (9h30)
- Estados Unidos: Produção industrial de março (10h15)
Balanços da semana
Confira o calendário completo de balanços aqui.
Quarta-feira (13)
- BlackRock (Estados Unidos)
- JP Morgan (Estados Unidos)
Quinta-feira (14)
- Citigroup (Estados Unidos)
- Wells Fargo (Estados Unidos)
- Goldman Sachs (Estados Unidos)
- Morgan Stanley (Estados Unidos)
Maiores quedas e altas do Ibovespa na semana: com cenário eleitoral e Copom ‘jogando contra’, índice caiu 1,4%; confira os destaques
Com Copom firme e incertezas políticas no horizonte, investidores reduziram risco e pressionaram o Ibovespa; Brava (BRAV3) é maior alta, enquanto Direcional (DIRR3) lidera perdas
Nem o ‘Pacman de FIIs’, nem o faminto TRXF11, o fundo imobiliário que mais cresceu em 2025 foi outro gigante do mercado; confira o ranking
Na pesquisa, que foi realizada com base em dados patrimoniais divulgados pelos FIIs, o fundo vencedor é um dos maiores nomes do segmento de papel
De olho na alavancagem, FIIs da TRX negociam venda de nove imóveis por R$ 672 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo comunicado divulgado ao mercado, os ativos estão locados para grandes redes do varejo alimentar
“Candidatura de Tarcísio não é projeto enterrado”: Ibovespa sobe e dólar fecha estável em R$ 5,5237
Declaração do presidente nacional do PP, e um dos líderes do Centrão, senador Ciro Nogueira (PI), ajuda a impulsionar os ganhos da bolsa brasileira nesta quinta-feira (18)
‘Se eleição for à direita, é bolsa a 200 mil pontos para mais’, diz Felipe Miranda, CEO da Empiricus
CEO da Empiricus Research fala em podcast sobre suas perspectivas para a bolsa de valores e potenciais candidatos à presidência para eleições do próximo ano.
Onde estão as melhores oportunidades no mercado de FIIs em 2026? Gestores respondem
Segundo um levantamento do BTG Pactual com 41 gestoras de FIIs, a expectativa é que o próximo ano seja ainda melhor para o mercado imobiliário
Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025
Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira
Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall
A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão
Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo
Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic
Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade
Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva
‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú
Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros
Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander
Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores
Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI
Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50
Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa
As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores
Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema
Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem
BTG escala time de ações da América Latina para fechar o ano: esquema 4-3-3 tem Brasil, Peru e México
O banco fez algumas alterações em sua estratégia para empresas da América Latina, abrindo espaço para Chile e Argentina, mas com ações ainda “no banco”
A torneira dos dividendos vai secar em 2026? Especialistas projetam tendências na bolsa diante de tributação
2025 caminha para ser ano recorde em matéria de proventos; em 2026 setores arroz com feijão ganham destaque
As ações que devem ser as melhores pagadoras de dividendos de 2026, com retornos de até 15%
Bancos, seguradoras e elétricas lideram e uma empresa de shoppings será a grande revelação do próximo ano
Bancos sobem na bolsa com o fim das sanções contra Alexandre de Moraes — Banco do Brasil (BBAS3) é o destaque
Quando a sanção foi anunciada, em agosto deste ano, os papéis dos bancos desabaram devido as incertezas em relação à aplicação da punição
