Ibovespa opera instável com sanções ao petróleo russo no radar; dólar volta a cair
Os investidores seguem monitorando a alta do petróleo e o seu efeito inflacionário, mas no Brasil a bolsa também reflete preocupações com o futuro da Petrobras

A forte aversão ao risco observada ontem nos mercados globais parece ter desaparecido na última hora, ainda que o Ibovespa acompanhe o movimento com mais lentidão.
Depois de cair mais de 2% no pregão anterior e engatar uma nova queda nas primeiras horas do pregão, o principal índice da bolsa brasileira opera instável. Por volta das 16h30, a alta é de 0,26%, aos 111.880 pontos. O dólar à vista também está volátil e recua 0,50%, a R$ 5,0547. Em Wall Street, os principais índices chegaram a subir mais de 1%, mas agora operam mistos.
A aparente calmaria esconde o furacão que passou pelos mercados globais no início da tarde. Confirmando o que já vinha sendo noticiado, o presidente americano Joe Biden anunciou sanções ao petróleo, gás e energia russos – um forte catalisador de uma nova alta do petróleo e tensão nas bolsas.
Enquanto Biden falava, os mercados entraram em queda livre o barril do petróleo tipo Brent ultrapassou a casa dos US$ 135, mas não é mais essa a realidade do mercado. Logo após a declaração do presidente americano, os investidores passaram a reagir a uma fala do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky que mostra uma postura mais morna sobre a possível entrada da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), um dos motivos da agressão russa ao seu país.
No Brasil, a elevação do petróleo se reflete na preocupação do governo com o preço dos combustíveis e um temor de que a decisão para contornar o problema acabe afetando o caixa da Petrobras e, consequentemente, o Ibovespa.
Além da questão energética, a notícia de que corredores humanitários foram enfim implementados na Ucrânia traz maior tranquilidade para a comunidade internacional.
Leia Também
Inter (INBR32) bate recorde de lucro e cresce rentabilidade no 1T25, mas ainda tem chão até chegar no 60-30-30
Onda de euforia nas bolsas: Ibovespa busca novos recordes na esteira do acordo entre EUA e China
Recuperando terreno
A nuvem de uma possível intervenção governamental na Petrobras segue sobre a bolsa brasileira, mas as ações da petroleira aproveitam o dia mais ameno para recuperarem parte das fortes perdas da véspera.
Os investidores aguardam um desfecho para a reunião do governo com a estatal para entender melhor qual será a medida adotada para segurar o preço dos combustíveis para o consumidor. Caso as mudanças sejam feitas na política de preços da companhia, o impacto deve ser sentido no caixa da estatal, desagradando os acionistas minoritários da companhia.
Buscando alternativas
Além da proposta de aumentar os investimentos no setor energético, a Comissão Europeia também anunciou planos para transformar a Europa em um continente independente dos combustíveis fósseis russos antes de 2030. A estratégia busca conter o avanço do preço da energia e manter o abastecimento da região até o próximo inverno com a utilização de gases renováveis e um maior leque de produtores de gás.
Sobe e desce do Ibovespa
Após um dia de forte queda, puxadas pela valorização do petróleo e pelos dados operacionais fracos da Gol, as ações do setor aéreo possuem uma alta pontual, mas o destaque fica mesmo com as petroleiras. O preço do barril do Brent já acumula alta de mais de 70% em 2022. Confira as maiores altas do dia:
CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
PRIO3 | PetroRio ON | R$ 29,29 | 6,32% |
RRRP3 | 3R Petroleum ON | R$ 39,90 | 4,18% |
PETR4 | Petrobras PN | R$ 32,83 | 3,24% |
GOLL4 | Gol PN | R$ 12,65 | 3,01% |
PETR3 | Petrobras ON | R$ 35,12 | 2,87% |
Confira também as maiores quedas da bolsa:
CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
HAPV3 | Hapvida ON | R$ 11,41 | -3,39% |
LWSA3 | Locaweb ON | R$ 8,59 | -2,39% |
MRFG3 | Marfrig ON | R$ 20,87 | -2,02% |
BRKM5 | Braskem PNA | R$ 44,36 | -1,97% |
RADL3 | Raia Drogasil ON | R$ 22,47 | -1,96% |
“O Itaú nunca esteve tão preparado para enfrentar desafios”, diz CEO do bancão. É hora de comprar as ações ITUB4 após o balanço forte do 1T25?
Para Milton Maluhy Filho,após o resultado trimestral forte, a expressão da vez é um otimismo cauteloso, especialmente diante de um cenário macroeconômico mais apertado, com juros nas alturas e desaceleração da economia em vista
Uma janela para a bolsa: Ibovespa busca novos recordes em dia de IPCA e sinais de novo estágio da guerra comercial de Trump
Investidores também repercutem a temporada de balanços do primeiro trimestre, com destaque para os números do Itaú e do Magazine Luiza
Itaú (ITUB4) tem lucro quase 14% maior, a R$ 11,1 bilhões, e mantém rentabilidade em alta no 1T25
Do lado da rentabilidade, o retorno sobre o patrimônio líquido médio atingiu a marca de 22,5% no primeiro trimestre; veja os destaques
Último credor da Gol (GOLL4) aceita acordo e recuperação judicial nos EUA se aproxima do fim
Companhia aérea afirma que conseguirá uma redução significativa de seu endividamento com o plano que será apresentado
Bradesco (BBDC4) salta 15% na B3 com balanço mais forte que o esperado, mas CEO não vê “surpresas arrebatadoras” daqui para frente. Vale a pena comprar as ações do banco?
Além da surpresa com rentabilidade e lucro, o principal destaque positivo do balanço veio da margem líquida — em especial, o resultado com clientes. É hora de colocar BBDC4 na carteira?
Não há escapatória: Ibovespa reage a balanços e Super Quarta enquanto espera detalhes de acordo propalado por Trump
Investidores reagem positivamente a anúncio feito por Trump de que vai anunciar hoje o primeiro acordo no âmbito de sua guerra comercial
Itaú Unibanco (ITUB4) será capaz de manter o fôlego no 1T25 ou os resultados fortes começarão a fraquejar? O que esperar do balanço do bancão
O resultado do maior banco privado do país está marcado para sair nesta quinta-feira (8), após o fechamento dos mercados; confira as expectativas dos analistas
Mesmo com apetite ao risco menor, Bradesco (BBDC4) supera expectativas e vê lucro crescer quase 40% no 1T25, a R$ 5,9 bilhões
Além do aumento na lucratividade, o banco também apresentou avanços na rentabilidade, com inadimplência e provisões contidas; veja os destaques
Conselho de administração da Mobly (MBLY3) recomenda que acionistas não aceitem OPA dos fundadores da Tok&Stok
Conselheiros dizem que oferta não atende aos melhores interesses da companhia; apesar de queda da ação no ano, ela ainda é negociada a um preço superior ao ofertado, o que de fato não justifica a adesão do acionista individual à OPA
Balanço fraco da RD Saúde (RADL3) derruba ações e aumenta pressão sobre rede de farmácias. Vale a pena comprar na queda?
Apesar das expectativas mais baixas para o trimestre, os resultados fracos da RD Saúde decepcionaram o mercado, intensificando a pressão sobre as ações
Bola de cristal monetária: Ibovespa busca um caminho em dia de Super Quarta, negociações EUA-China e mais balanços
Investidores estão em compasso de espera não só pelas decisões de juros, mas também pelas sinalizações do Copom e do Fed
Balanço da BB Seguridade (BBSE3) desagrada e ações caem forte na B3. O que frustrou o mercado no 1T25 (e o que fazer com os papéis agora)?
Avaliação dos analistas é que o resultado do trimestre foi negativo, pressionado pela lucratividade abaixo das expectativas; veja os destaques do balanço
É recorde: Ações da Brava Energia (BRAV3) lideram altas do Ibovespa com novo salto de produção em abril. O que está por trás da performance?
A companhia informou na noite passada que atingiu um novo pico de produção em abril, com um aumento de 15% em relação ao volume visto em março
Expectativa e realidade na bolsa: Ibovespa fica a reboque de Wall Street às vésperas da Super Quarta
Investidores acompanham o andamento da temporada de balanços enquanto se preparam para as decisões de juros dos bancos centrais de Brasil e EUA
Fundo imobiliário TRXF11 anuncia a maior emissão de cotas da sua história, para captar R$ 1 bilhão
Segundo a gestora TRX Investimentos, valor pode chegar a R$ 1,25 bilhão e cerca de 85% do montante já está praticamente garantido
Veja as empresas que pagam dividendos e juros sobre capital próprio nesta semana
Magalu, Santander, Fleury e mais 15 empresas pagam proventos nos próximos dias; confira o calendário
Espírito olímpico na bolsa: Ibovespa flerta com novos recordes em semana de Super Quarta e balanços, muitos balanços
Enquanto Fed e Copom decidem juros, temporada de balanços ganha tração com Itaú, Bradesco e Ambev entre os destaques
Veja as empresas que pagam dividendos e juros sobre capital próprio na próxima semana
Magalu, Santander, Fleury e mais 15 empresas pagam proventos nos próximos dias; confira o calendário
Semana mais curta teve ganhos para a Bolsa brasileira e o real; veja como foram os últimos dias para Ibovespa e dólar
O destaque da semana que vem são as reuniões dos comitês de política monetária do Brasil e dos Estados Unidos para decidir sobre as taxas de juros dos seus países, na chamada “Super Quarta”
Warren Buffett não foi às compras: Berkshire Hathaway tem caixa recorde de US$ 347,7 bilhões no primeiro trimestre; lucro cai 14%
Caixa recorde indica que Buffett não aproveitou a queda do mercado de ações no primeiro trimestre para aplicar o dinheiro em novas oportunidades