A B3 (B3SA3) na encruzilhada: com queda de 36% no ano, é hora de comprar ou vender as ações?
As ações ON da B3 (B3SA3) amargam perdas relevantes no ano, apesar do aumento no volume negociado na bolsa e no número de investidores.
Investir num negócio com barreiras de entrada é uma estratégia que, a priori, parece interessante: o cenário de concorrência escassa é bastante favorável para o desenvolvimento de uma empresa. Sendo assim, por que as ações da B3 (B3SA3) — uma companhia que nada praticamente sozinha em seu setor — caem tanto em 2021? No vídeo abaixo, o Seu Dinheiro discute o panorama para os papéis da bolsa:
Pare para pensar: a B3 não tem concorrentes diretos — não há outra bolsa no Brasil. E, para melhorar o quadro, o mercado de ações vem ganhando popularidade no país, atraindo milhares de novos investidores a cada mês.
O volume médio negociado por dia tem crescido de maneira consistente, dando impulso ao segmento listado — o mais importante na composição da receita líquida da B3.
Mas, se tudo vai às mil maravilhas… o que explica esse gráfico?

Dois dados chamam a atenção no desempenho recente da B3: a queda de 36%, muito superior à do próprio Ibovespa, que acumula baixa de 11% no ano; e a trajetória de desvalorização relativamente constante vista desde janeiro — os papéis não surfaram o bom momento visto no primeiro semestre e não pioraram com a deterioração da bolsa de julho para cá.
É um indício de que há motivos para desconfiança — e que eles existem há algum tempo.
Leia Também
B3 (B3SA3): futuro incerto?
Por mais que, no atual momento, a B3 esteja sozinha em sua área de atuação, muitos levantam dúvidas quanto ao dia de amanhã. A possibilidade de aumento na competição é um argumento constantemente usado por aqueles que estão reticentes com as ações B3SA3.
Diversas fintechs têm trabalhado para concorrer com a B3 em determinados pontos. Não, ninguém planeja abrir uma segunda bolsa (pelo menos não por enquanto); o que existem são iniciativas para abocanhar pequenas fatias em alguns ativos e contratos bastante específicos.
Outra hipótese, e essa promete ser bem mais agressiva, é a aplicação do blockchain. Da mesma maneira que a tecnologia permitiu a descentralização de operações financeiras com a criação de moedas digitais, há o argumento de que um processo semelhante poderia ocorrer com as negociações de ações e valores mobiliários no mundo.
Em ambos os casos, não há nada concreto para já — existem apenas suposições e esforços bastante incipientes. Ainda assim, como o mercado financeiro sempre tenta se antecipar ao futuro, a simples hipótese de aumento na competição é motivo para desencadear uma onda de insegurança quanto às ações da B3.
O próprio mau momento da bolsa e da economia brasileira também servem para acender um sinal amarelo.
Que os juros baixos trouxeram toda uma onda de novos investidores à bolsa, há pouco o que se discutir. Mas e agora, que a Selic deve cruzar novamente a linha dos 10% e a renda fixa volta a ganhar brilho? Será que teremos o efeito reverso?
B3: preço atrativo?
Também há argumentos para o outro lado, com destaque para o avanço da B3 no setor de tecnologia. Somente neste ano, ela acertou a compra da Neoway, por R$ 1,8 bilhão, e fechou uma parceria com a Totvs numa empresa de processamento de dados.
É um esforço por parte da bolsa para diversificar sua receita e capturar a forte demanda por informação — com cada vez mais investidores, corretoras, home brokers e sistemas de análise, o acesso aos dados da B3 deu um salto.
Por fim, há a questão do preço das ações B3SA3: com a desvalorização vista ao longo de 2021, os papéis estão com um valuation bastante descontado em relação aos patamares históricos. Tanto o múltiplo de Preço/Lucro quanto o de EV/Ebitda estão abaixo da média.
Ou seja: há argumentos para os dois lados. Seja como for, as grandes casas de análise possuem uma postura otimista em relação à B3: segundo dados do TradeMap, as ações B3SA3 possuem oito recomendações de compra, quatro de manutenção e apenas uma de venda; o preço-alvo médio é de R$ 20,01 — um potencial de alta de mais de 60% em relação aos patamares atuais.
No "Ações para ficar de olho" desta semana, o Seu Dinheiro dá mais detalhes sobre a tese de investimento nos papéis da B3 — e explica a fundo os prós e contras dessas ações:
LCIs e LCAs com juros mensais, 11 ações para dividendos em 2026 e mais: as mais lidas do Seu Dinheiro
Renda pingando na conta, dividendos no radar e até metas para correr mais: veja os assuntos que dominaram a atenção dos leitores do Seu Dinheiro nesta semana
R$ 40 bilhões em dividendos, JCP e bonificação: mais de 20 empresas anunciaram pagamentos na semana; veja a lista
Com receio da nova tributação de dividendos, empresas aceleraram anúncios de proventos e colocaram mais de R$ 40 bilhões na mesa em poucos dias
Musk vira primeira pessoa na história a valer US$ 700 bilhões — e esse nem foi o único recorde de fortuna que ele bateu na semana
O patrimônio do presidente da Tesla atingiu os US$ 700 bilhões depois de uma decisão da Suprema Corte de Delaware reestabelecer um pacote de remuneração de US$ 56 bilhões ao executivo
Maiores quedas e altas do Ibovespa na semana: com cenário eleitoral e Copom ‘jogando contra’, índice caiu 1,4%; confira os destaques
Com Copom firme e incertezas políticas no horizonte, investidores reduziram risco e pressionaram o Ibovespa; Brava (BRAV3) é maior alta, enquanto Direcional (DIRR3) lidera perdas
Nem o ‘Pacman de FIIs’, nem o faminto TRXF11, o fundo imobiliário que mais cresceu em 2025 foi outro gigante do mercado; confira o ranking
Na pesquisa, que foi realizada com base em dados patrimoniais divulgados pelos FIIs, o fundo vencedor é um dos maiores nomes do segmento de papel
De olho na alavancagem, FIIs da TRX negociam venda de nove imóveis por R$ 672 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo comunicado divulgado ao mercado, os ativos estão locados para grandes redes do varejo alimentar
“Candidatura de Tarcísio não é projeto enterrado”: Ibovespa sobe e dólar fecha estável em R$ 5,5237
Declaração do presidente nacional do PP, e um dos líderes do Centrão, senador Ciro Nogueira (PI), ajuda a impulsionar os ganhos da bolsa brasileira nesta quinta-feira (18)
‘Se eleição for à direita, é bolsa a 200 mil pontos para mais’, diz Felipe Miranda, CEO da Empiricus
CEO da Empiricus Research fala em podcast sobre suas perspectivas para a bolsa de valores e potenciais candidatos à presidência para eleições do próximo ano.
Onde estão as melhores oportunidades no mercado de FIIs em 2026? Gestores respondem
Segundo um levantamento do BTG Pactual com 41 gestoras de FIIs, a expectativa é que o próximo ano seja ainda melhor para o mercado imobiliário
Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025
Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira
Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall
A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão
Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo
Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic
Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade
Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva
‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú
Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros
Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander
Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores
Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI
Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50
Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa
As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores
Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema
Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem
BTG escala time de ações da América Latina para fechar o ano: esquema 4-3-3 tem Brasil, Peru e México
O banco fez algumas alterações em sua estratégia para empresas da América Latina, abrindo espaço para Chile e Argentina, mas com ações ainda “no banco”
