🔴 ONDE INVESTIR EM NOVEMBRO: AÇÕES, DIVIDENDOS, FIIS E CRIPTOMOEDAS – CONFIRA

Victor Aguiar

Victor Aguiar

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.

Presente de grego

Por que as ações da Saraiva (SLED4 e SLED3) estão desabando mais de 20% após o grupamento?

A Saraiva promoveu um grupamento na proporção de 35 para 1 de suas ações PN (SLED4) e ON (SLED3), reduzindo fortemente a liquidez

Victor Aguiar
Victor Aguiar
23 de dezembro de 2021
13:15
Fachada de unidade da Saraiva (SLED3) no Botafogo Praia Shopping (RJ)
Imagem: Wikimedia Commons

Está atrasado com as compras de Natal e ainda não tem um presente para o seu amigo secreto? Bem, você pode comprar um lote de ações: há muitas companhias cujos ativos têm um preço bem baixo — o que nem sempre é sinônimo de bom negócio. Veja o caso da Saraiva (SLED4): ela bem que tentou dar uma lembrancinha de fim de ano para os seus acionistas, mas o tiro saiu pela culatra. E, como resultado, seus papéis despencam na B3.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

E 'despencam' não é modo de dizer: as ações PN da rede de livrarias (SLED4) operam em baixa de 23% nesta quinta (23), a R$ 7,76; os papéis ON (SLED3), menos líquidos, caem 26%, a R$ 15,36. São os piores desempenhos de toda a bolsa brasileira nesta antevéspera de Natal — o mercado ficará fechado na sexta e só retorna no dia 27.

Essa desvalorização intensa ocorre justamente no primeiro pregão após o enorme grupamento de ações promovido pela Saraiva, na proporção de 35 para 1; antes, os papéis da companhia eram negociados na casa dos centavos. E, ao que tudo indica, os acionistas detestaram essa concentração de valor.

Mas, para explicar melhor o racional por trás desse movimento, é preciso dar alguns passos para trás e contextualizar o atual momento da Saraiva.

Saraiva com a corda no pescoço

Antes uma gigante do mercado de livrarias, a Saraiva afundou-se em dívidas e em problemas operacionais das mais diversas naturezas. Suas megalojas mostraram-se custosas demais, exigindo um número elevado de funcionários e estoques bastante volumosos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A situação ficou insustentável em 2019, quando a empresa entrou com um pedido de recuperação judicial. O plano de reestruturação das dívidas só foi aprovado no começo desse ano, mas, até agora, o grupo tem tido pouco sucesso: o programa de venda de ativos não tem atraído interessados, e a paciência dos credores só diminui.

Leia Também

Nesse contexto, as ações da Saraiva despencaram para abaixo da linha de R$ 1,00, o que acendeu um alerta na Comissão de Valores Mobiliários (CVM): pelo regulamento do órgão, as empresas de capital aberto devem manter suas ações acima desse patamar de preço.

E por que a CVM não admite que as ações custem menos de R$ 1,00? Bem, é uma medida para afastar movimentos de especulação da bolsa. Pense num ativo que custa, digamos, R$ 0,10: um aumento de apenas um centavo em sua cotação implica numa alta de 10%; portanto, quanto mais barato o papel, maiores são as oscilações em termos percentuais — uma questão matemática.

No fechamento de ontem, a Saraiva contava com 39,9 milhões de papéis PN (SLED4) cotados a R$ 0,29 cada, e 23,5 milhões de ações ON (SLED3) valendo R$ 0,60 a unidade. Portanto, levando em consideração o grupamento na proporção de 35 para 1, chegamos ao pregão de hoje com a seguinte configuração:

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
  • 1,14 milhão de ações PN (SLED4), a R$ 10,15; e
  • 671,8 mil ações ON (SLED3), a R$ 21,00.

Um belo presente de Natal, não é mesmo? Bem...

SLED4 e SLED3: por que a reação negativa?

A priori, grupamentos e desdobramentos de ações não deveriam influenciar na cotação dos papéis. Ambas as operações apenas ajustam a base acionária, sem qualquer tipo de mudança nos fundamentos da empresa.

Dito isso, por que essa reação tão negativa vista nos papéis da Saraiva?

Em primeiro lugar, há a magnitude do grupamento: 35 para 1 é uma proporção muito elevada e bastante incomum — o que pode ser interpretado como uma medida extrema adotada pela administração da empresa para manter o preço dos papéis acima da linha de R$ 1,00, dadas as perspectivas nada animadoras para o futuro.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Em segundo, há o fator liquidez: os papéis SLED4 e SLED3 já não tinham um volume de negociação muito intenso antes do grupamento; agora, com o número de ações em circulação sendo reduzido de maneira tão drástica, fica ainda mais difícil fechar uma operação com esses ativos.

Ter pouca liquidez não necessariamente é um problema. Veja o caso da Berkshire Hathaway, o conglomerado de investimentos de Warren Buffett: uma ação do tipo A da companhia custa mais de US$ 400 mil; há muito poucos papéis em circulação, justamente para que eles não fiquem passando de mão em mão — uma escolha deliberada por parte da administração da companhia.

Mas, veja só, a Saraiva não é exatamente a Berkshire Hathaway. Então, coloque-se na posição de um acionista da rede de livrarias: caso a situação da empresa piore ainda mais, será 35 vezes mais difícil para conseguir vender os papéis. E, como não há nada que indique que as coisas vão melhorar... Muitos estão se desfazendo de suas posições agora.

Com a forte queda de hoje, as ações PN da Saraiva (SLED4) acumulam perdas de 64% desde o começo do ano — a série histórica já foi ajustada para refletir o grupamento. A situação não é muito melhor para os papéis ON (SLED3), com queda de quase 60% em 2021.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
ONDA DE REVISÕES CONTINUA

Hapvida (HAPV3) lidera altas do Ibovespa após tombo da semana passada, mesmo após Safra rebaixar recomendação

17 de novembro de 2025 - 15:53

Papéis mostram recuperação após desabarem mais de 40% com balanço desastroso no terceiro trimestre, mas onda de revisões de recomendações por analistas continua

REAÇÃO AOS BALANÇOS

Maiores quedas do Ibovespa: Rumo (RAIL3), Raízen (RAIZ4) e Cosan (CSAN3) sofrem na bolsa. O que acontece às empresas de Rubens Ometto?

17 de novembro de 2025 - 15:15

Trio do grupo Cosan despenca no Ibovespa após balanços fracos e maior pressão sobre a estrutura financeira da Raízen

FUNDOS IMOBILIÁRIOS

Os FIIs mais lucrativos do ano: shoppings e agro lideram altas que chegam a 144%

15 de novembro de 2025 - 16:23

Levantamento mostra que fundos de shoppings e do agronegócio dominaram as maiores valorizações, superando com sobra o desempenho do IFIX

ESTRATÉGIA DOS GESTORES

Gestora aposta em ações ‘esquecidas’ do Ibovespa — e faz o mesmo com empresas da Argentina

15 de novembro de 2025 - 15:30

Logos Capital acumula retorno de quase 100% no ano e está confiante com sua carteira de ações

FECHAMENTO DOS MERCADOS

Ibovespa retoma ganhos com Petrobras (PETR4) e sobe 2% na semana; dólar cai a R$ 5,2973

14 de novembro de 2025 - 18:44

Na semana, MBRF (MBRF3) liderou os ganhos do Ibovespa com alta de mais de 32%, enquanto Hapvida (HAPV3) foi a ação com pior desempenho da carteira teórica do índice, com tombo de 40%

O DIA DEPOIS DO BALANÇO

Depois do balanço devastador da Hapvida (HAPV3) no 3T25, Bradesco BBI entra ‘na onda de revisões’ e corta preço-alvo em quase 50%

14 de novembro de 2025 - 17:37

Após reduzir o preço-alvo das ações da Hapvida (HAPV3) em quase 50%, o Bradesco BBI mantém recomendação de compra, mas com viés cauteloso, diante de resultados abaixo das expectativas e pressões operacionais para o quarto trimestre

QUEM É VIVO SEMPRE APARECE. OU MELHOR: QUEM É OI

Depois de escapar da falência, Oi (OIBR3) volta a ser negociada na bolsa e chega a subir mais de 20%

14 de novembro de 2025 - 16:52

Depois de a Justiça reverter a decisão que faliu a Oi atendendo um pedido do Itaú, as ações voltaram a ser negociadas na bolsa depois de 3 pregões de fora da B3

O QUE BOMBOU NA BOLSA

Cogna (COGN3), C&A (CEAB3), Cury (CURY3): Veja as 20 empresas que mais se valorizaram no Ibovespa neste ano 

14 de novembro de 2025 - 15:02

Companhias de setores como educação, construção civil e bancos fazem parte da lista de ações que mais se valorizaram desde o começo do ano

AÇÕES QUE FICARAM PARA TRÁS

Com rentabilidade de 100% no ano, Logos reforça time de ações com ex-Itaú e Garde; veja as 3 principais apostas da gestora na bolsa

14 de novembro de 2025 - 12:02

Gestora independente fez movimentações no alto escalão e destaca teses de empresas que “ficaram para trás” na B3

GALPÕES LOGÍSTICOS

A Log (LOGG3) se empolgou demais? Possível corte de payout de dividendos acende alerta, mas analistas não são tão pessimistas

14 de novembro de 2025 - 6:07

Abrir mão de dividendos hoje para acelerar projetos amanhã faz sentido ou pode custar caro à desenvolvedora de galpões logísticos?

“REALMENTE ME ASSUSTA”

A bolha da IA pode estourar onde ninguém está olhando, alerta Daniel Goldberg: o verdadeiro perigo não está nas ações

13 de novembro de 2025 - 19:01

Em participação no Fórum de Investimentos da Bradesco Asset, o CIO da Lumina chamou atenção para segmento que está muito exposto aos riscos da IA… mas parece que ninguém está percebendo

A VOZ DOS GESTORES

A bolsa ainda está barata depois da disparada de 30%? Pesquisa revela o que pensam os “tubarões” do mercado

13 de novembro de 2025 - 14:01

Empiricus ouviu 29 gestoras de fundos de ações sobre as perspectivas para a bolsa e uma possível bolha em inteligência artificial

HORA DO “GRANDE CORTE”

De longe, a maior queda do Ibovespa: o que foi tão terrível no balanço da Hapvida (HAPV3) para ações desabarem mais de 40%?

13 de novembro de 2025 - 11:59

Os papéis HAPV3 acabaram fechando o dia com queda de 42,21%, cotados a R$ 18,89 — a menor cotação e o menor valor de mercado (R$ 9,5 bilhões) desde a entrada da companhia na B3, em 2018

REAÇÃO AO RESULTADO

A tormenta do Banco do Brasil (BBAS3): ações caem com balanço fraco, e analistas ainda não veem calmaria no horizonte

13 de novembro de 2025 - 9:35

O lucro do BB despencou no 3T25 e a rentabilidade caiu ao pior nível em décadas; analistas revelam quando o banco pode começar a sair da tempestade

SÓ NA RENDA FIXA

Seca dos IPOs na bolsa vai continuar mesmo com Regime Fácil da B3; veja riscos e vantagens do novo regulamento

13 de novembro de 2025 - 6:03

Com Regime Fácil, companhias de menor porte poderão acessar a bolsa, por meio de IPOs ou emissão dívida

EFEITO MCMV

Na onda do Minha Casa Minha Vida, Direcional (DIRR3) tem lucro 25% maior no 3T25; confira os destaques

12 de novembro de 2025 - 20:03

A rentabilidade (ROE) anualizada chegou a 35% no entre julho e setembro, mais um recorde para o indicador, de acordo com a incorporadora

APURAÇÃO SEU DINHEIRO

O possível ‘adeus’ do Patria à Smart Fit (SMFT3) anima o JP Morgan: “boa oportunidade de compra”

12 de novembro de 2025 - 13:45

Conforme publicado com exclusividade pelo Seu Dinheiro na manhã desta quarta-feira (12), o Patria está se preparando para se desfazer da posição na rede de academias, e o banco norte-americano não se surpreende, enxergando uma janela para comprar os papéis

SEGUNDA OFERTA DE AÇÕES

Forte queda no Ibovespa: Cosan (CSAN3) desaba na bolsa depois de companhia captar R$ 1,4 bi para reforçar caixa

12 de novembro de 2025 - 12:11

A capitalização visa fortalecer a estrutura de capital e melhorar liquidez, mas diluição acionária preocupa investidores

ESTÁ ARRISCADO DEMAIS?

Fundo Verde diminui exposição a ações no Brasil, apesar de recordes na bolsa de valores; é sinal de atenção?

12 de novembro de 2025 - 10:25

Fundo Verde reduz exposição a ações brasileiras, apesar de recordes na bolsa, e adota cautela diante de incertezas globais e volatilidade em ativos de risco

FIM DO TREINO?

Exclusivo: Pátria prepara saída da Smart Fit (SMFT3); leilão pode movimentar R$ 2 bilhões, dizem fontes

12 de novembro de 2025 - 8:35

Venda pode pressionar ações após alta de 53% no ano; Pátria foi investidor histórico e deve zerar participação na rede de academias.

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar