No pós-Copom, Ibovespa tem tudo para amanhecer com céu azul e sol brilhante
Com o Banco Central fora da cena principal, bolsa brasileira tem tudo para acompanhar o apetite por risco no exterior
O dia pode ter amanhecido um pouco nublado, é verdade. Aqui em São Paulo pelo menos está assim. Mas quando a névoa é baixa, o sol racha, costuma-se dizer. O dia começou com céu azul e sol brilhante para os ativos de risco nos mercados financeiros internacionais e tem tudo para ser assim por aqui também, pelo menos na abertura.
É verdade que ontem o dólar recuou 1,17%, para R$ 5,3661, e o Ibovespa registrou uma alta bastante robusta, de 1,57%, voltando a ficar cara a cara com a marca dos 120 mil pontos. Será que agora vai? Se depender das sinalizações para a abertura, tudo indica que sim.
Os principais mercados financeiros asiáticos voltaram com tudo de um feriado prolongado, as bolsas de valores europeias andam meio de lado, os indicadores futuros de Wall Street sinalizam abertura no azul, o dólar cai ante a maior parte das moedas e os yields das Treasuries de 10 anos estão acomodados abaixo de 1,60%.
Copom confirma a expectativa e eleva Selic a 3,50% ao ano
Ainda ontem, depois do fechamento, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) confirmou as expectativas e elevou a taxa Selic em 75 pontos-base, para 3,50% ao ano.
A autoridade monetária também sinalizou a continuidade do aperto monetário, antecipando a intenção de promover uma nova elevação da Selic em 75 pontos-base na reunião marcada para meados de junho.
Tradicionalmente, as altas nas taxas de juro não são lá muito boas para a renda variável, uma vez que aumentam a atratividade da renda fixa. Mas em tempos de taxa de juro real negativa, como o atual, o impacto de uma elevação na taxa básica de juro é consideravelmente menor.
CPI da pandemia ouve ministro Queiroga
Com o Copom fora de cena pelo menos até a divulgação da ata da reunião, na semana que vem, as atenções se voltam para a persistente temporada de tornados políticos em Brasília. Depois de ter ouvido os ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, hoje a CPI da pandemia colherá o testemunho do atual chefe da pasta, Marcelo Queiroga.
Os depoimentos dos ex-ministros evidenciaram que o poço aparentemente sem fundo da pandemia de covid-19 no Brasil poderia ser menos fundo – tanto tem termos sanitários quanto econômicos – e mantiveram o Palácio do Planalto nas cordas.
Biden apoia quebra de patentes de vacinas
Outro tema relacionado com a pandemia e que precisa ser acompanhado com atenção é a inesperada e histórica manifestação do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em apoio à quebra das patentes das vacinas contra a covid-19.
Ao mesmo tempo em que a notícia é negativa para os papéis das grandes multinacionais farmacêuticas, ela é positiva para as perspectivas de uma recuperação econômica global menos heterogênea, uma vez que quatro em cada cinco doses das diversas vacinas existentes foram parar em países ricos ou de renda média.
Uma eventual quebra de patentes pode ser positiva para o Brasil, país de renda média cujo governo vacilou no campo da vacinação. Em contrapartida, a contrariedade da atual cúpula do Itamaraty à quebra de patentes mesmo em meio à pandemia pode se transformar num empecilho. A ver quais serão os desdobramentos do tema e a postura da chancelaria brasileira depois da manifestação da Biden.
Poucos indicadores, muitos balanços
Um dia depois da decisão do Copom, hoje é dia de os bancos centrais da Inglaterra e da Turquia anunciarem suas decisões de política monetária, influenciando os rumos da libra esterlina e a lira turca e podendo respingar sobre o real.
Nos EUA serão conhecidos os dados semanais de auxílio-desemprego.
Enquanto isso, se o calendário de indicadores econômicos relevantes dá uma trégua hoje no Brasil, a agenda de resultados corporativos segue a todo o vapor.
Hoje é dia de conhecer os resultados trimestrais de Ambev, Azul, B2W, B3, Banco do Brasil, JHSF, Lojas Americanas e NeoEnergia.
Campos Neto estragou a festa do mercado e mexeu com as apostas para a próxima reunião do Copom. Veja o que os investidores esperam para a Selic agora
Os investidores já se preparavam para celebrar o fim do ciclo de ajuste de alta da Selic, mas o presidente do Banco Central parece ter trazido o mercado de volta à realidade
Um dos maiores especialistas em inflação do país diz que não há motivos para o Banco Central elevar a taxa Selic em setembro; entenda
Heron do Carmo, economista e professor da FEA-USP, prevê que o IPCA registrará a terceira deflação consecutiva em setembro
O que acontece com as notas de libras com a imagem de Elizabeth II após a morte da rainha?
De acordo com o Banco da Inglaterra (BoE), as cédulas atuais de libras com a imagem de Elizabeth II seguirão tendo valor legal
Banco Central inicia trabalhos de laboratório do real digital; veja quando a criptomoeda brasileira deve estar disponível para uso
Essa etapa do processo visa identificar características fundamentais de uma infraestrutura para a moeda digital e deve durar quatro meses
Copia mas não faz igual: Por que o BC dos Estados Unidos quer lançar um “Pix americano” e atrelar sistema a uma criptomoeda
Apesar do rali do dia, o otimismo com as criptomoedas não deve se estender muito: o cenário macroeconômico continua ruim para o mercado
Com real digital do Banco Central, bancos poderão emitir criptomoeda para evitar “corrosão” de balanços, diz Campos Neto
O presidente da CVM, João Pedro Nascimento, ainda afirmou que a comissão será rigorosa com crimes no setor: “ fraude não se regula, se pune”
O real digital vem aí: saiba quando os testes vão começar e quanto tempo vai durar
Originalmente, o laboratório do real digital estava previsto para começar no fim de março e acabar no final de julho, mas o BC decidiu suspender o cronograma devido à greve dos servidores
O ciclo de alta da Selic está perto do fim – e existe um título com o qual é difícil perder dinheiro mesmo se o juro começar a cair
Quando o juro cair, o investidor ganha porque a curva arrefeceu; se não, a inflação vai ser alta o bastante para mais do que compensar novas altas
Banco Central lança moedas em comemoração ao do bicentenário da independência; valores podem chegar a R$ 420
As moedas possuem valor de face de 2 e 5 reais, mas como são itens colecionáveis não têm equivalência com o dinheiro do dia a dia
Nubank (NUBR33) supera ‘bancões’ e tem um dos menores números de reclamações do ranking do Banco Central; C6 Bank lidera índice de queixas
O banco digital só perde para a Midway, conta digital da Riachuelo, no índice calculado pelo BC
Leia Também
-
3R Petroleum (RRRP3) e Enauta (ENAT3): esse bancão diz o que esperar da fusão entre as petroleiras juniores da B3 — e qual ação comprar agora
-
A bolsa nunca mais vai fechar? O plano da Bolsa de Valores de Nova York para negociar ações 24 horas por dia, sete dias da semana
-
Lula liberou os dividendos extraordinários da Petrobras (PETR4) e pode vir mais por aí — chegou a hora de comprar as ações para aproveitar a oportunidade?
Mais lidas
-
1
Meu pai me ajudou a comprar um imóvel; agora ele faleceu, e meu irmão quer uma parte do valor; foi adiantamento de herança?
-
2
Ficou mais difícil investir em LCI e LCA após mudanças nas regras? Veja que outras opções você encontra no mercado
-
3
Novo imposto vem aí? Governo avalia criar cota e sobretaxar em até 25% excesso de importação de aço, mas teme disparada da inflação