Ações da Petrobras disparam mais de 10%, mas Brasília tira o brilho do Ibovespa e pressiona juros; dólar zera queda e avança
Embora o clima no Ibovespa seja de otimismo, puxada principalmente pelos papéis da estatal, o clima em Brasília ainda é uma preocupação

Sem surpresas, o Banco Central brasileiro decidiu elevar a taxa de juros de 4,25% para 5,25% ao ano, com uma postura mais dura que busca ancorar as expectativas para a inflação dos próximos anos. Com um dia positivo no exterior, a decisão em linha com o esperado parecia o gancho necessário para que o mercado voltasse suas atenções para os fortes números da temporada de balanço. Mas não é esse o caminho seguido pelo Ibovespa hoje.
O dia até abriu em forte alta, com o mercado doméstico refletindo o balanço positivo da Petrobras divulgado na noite de ontem (04). Os investidores já esperavam números fortes, mas a petroleira conseguiu superar as expectativas, com uma redução expressiva de alavancagem. A companhia também surpreendeu ao antecipar o pagamento de R$ 31,6 bilhões em dividendos.
Com as ações preferenciais e ordinárias da Petrobras subindo mais de 10%, o Ibovespa acompanhou e chegou a subir mais de 1,5%. Mas a sombra dos problemas político-fiscais não demorou a eclipsar os bons números. O mercado de juros opera em forte alta e por volta das 16h10, o principal índice da bolsa brasileira tinha queda de 0,22%, aos 121.521 pontos.
Com o banco central adotando um tom mais duro com relação à elevação da taxa de juros, o esperado era uma forte descompressão do câmbio, mas o dólar à vista, que mais cedo recuou ao patamar de R$ 5,11, agora opera em alta firme de 0,29%, a R$ 5,2026.
A piora do humor dos investidores coincidiu com novos ataques do presidente Jair Bolsonaro aos ministros do Supremo Tribunal Federal, Luis Barroso e Alexandre de Moraes, e ao sistema de urnas eletrônicas. Além disso, o presidente voltou a afirmar que o Bolsa Família irá passar por um reajuste de “pelo menos 50%”.
Além disso, o parecer do novo Refis não agradou. O programa permite o parcelamento de débitos tributários e o relator do projeto determinou que os descontos de encargos podem ir de 75% a 100%, e os descontos de juros e multas, de 65% a 90%.
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Após o comunicado do Banco Central indicar uma elevação dos juros acima do patamar neutro, o mercado ajusta as suas posições e pesa o riso fiscal, o que leva os principais contratos de DI a operarem em alta nesta quinta-feira. Confira:
- Janeiro/22: de 6,37% para 6,42%
- Janeiro/23: de 7,93% para 8,04%
- Janeiro/25: de 8,82% para 8,92%
- Janeiro/27: de 9,11% para 9,24%
Antes de falar do dia de otimismo, vale lembrar que a Raízen estreou na bolsa nesta quinta-feira (5) e, segundo análise da nossa colunista Larissa Quaresma, a ação pode subir mais de 50%. Confira a análise (e aproveite para se inscrever e ativar as notificações do nosso canal no YouTube):
Rondando o Ibovespa
O brilho dos bons números da Petrobras são eclipsados pelas preocupações em Brasília. A Câmara aprovou ontem, em caráter de urgência, a proposta de reforma tributária do Imposto de Renda, o que abre espaço para a PEC dos precatórios e o parcelamento das dívidas do governo com a justiça. No curto prazo, o alongamento desses pagamentos pressiona os gastos em 2022.
Essa manobra é vista como um movimento do presidente Jair Bolsonaro para aprovar o aumento do Auxílio Brasil, o Bolsa Família do governo atual, e aumentar seu apoio para a eleição de 2022. Mais cedo, além de atacar novamente o STF, Bolsonaro voltou a falar sobre o reajuste do programa social, mas não detalhou como o montante seria financiado.
Nas últimas semanas, a preocupação com os riscos fiscais voltou a se intensificar após alguns meses de tranquilidade. Para o Banco Central, essas incertezas podem acabar pressionando ainda mais a inflação, obrigando a instituição a elevar os juros em uma medida maior do que a programada no momento.
Sobe e desce
Confira as maiores altas do dia:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
PETR4 | Petrobras PN | R$ 28,93 | 10,08% |
PETR3 | Petrobras ON | R$ 29,83 | 11,72% |
BRKM5 | Braskem PNA | R$ 56,84 | -1,69% |
BBAS3 | Banco do Brasil ON | R$ 31,92 | 1,62% |
SULA11 | SulAmérica units | R$ 29,31 | 1,07% |
Confira também as maiores quedas:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VAR |
BRAP4 | Bradespar PN | R$ 73,03 | -4,35% |
CSNA3 | CSN ON | R$ 43,48 | -4,29% |
GOAU4 | Metalúrgica Gerdau PN | R$ 14,11 | -3,62% |
VALE3 | Vale ON | R$ 108,64 | -3,45% |
GGBR4 | Gerdau PN | R$ 30,68 | -2,94% |
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