Dólar recua quase 3% e bolsa tem alta moderada após fala de diretor do BC
No Brasil, os investidores focam na fala de diretor do BC, que disse que um aumento da taxa Selic depende de uma análise mais aprofundada de conjuntura. Lá fora, a possibilidade de novos estímulos é combustível para a recuperação

O dia prometia ser de calmaria após a forte realização de lucros e cautela em escala global ontem. Enquanto o mercado de fato segue em ritmo mais contido no exterior, com as bolsas americanas operando de forma mista, no Brasil os investidores ganharam fôlego ao longo da manhã.
Por volta das 16h20, o principal índice da bolsa brasileira, subia 0,56%, aos 123.945,64. Mais cedo,o Ibovespa chegou a subir mais de 1%.
O grande destaque do dia tem sido o dólar. A moeda americana recua 2,78%, a R$ 5,3360, após a alta expressiva de mais de 6% nos últimos dias e que levou a divisa acima dos R$ 5,50.
Em Nova York, as bolsas rondam a estabilidade, de olho na temporada de balanços que começa em breve e ainda refletindo o clima morno no exterior.
No Brasil, os investidores começaram o dia repercutindo o índice oficial de inflação do Brasil, o IPCA, que terminou 2020 com a maior taxa acumulada desde 2016 — 4,52%. O resultado ficou acima da mediana das estimativas dos economistas consultados pelo Banco Central (BC) no último relatório Focus.
Embora o número tenha ficado acima do centro da meta para 2020, que era de 4%, o IPCA ficou dentro do intervalo de tolerância. Esse resultado aumenta as expectativas para as próximas decisões do Copom e, segundo Marcio Lórega, analista técnico da Ativa Investimentos, era justamente isso que estava segurando o ímpeto dos investidores pela manhã.
Leia Também
Em participação em um evento online, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, afirmou que a alta dos juros deve acompanhar uma análise da conjuntura. O mercado, que estava receoso com a probabilidade de uma alta na Selic já na próxima reunião, respirou um pouco mais aliviado após a declaração e voltou ao ritmo de compras.
Esse alívio se reflete também nos juros futuros, que chegaram a subir de forma intensa mais cedo. Confira as cotações do dia:
- Janeiro/2022: de 3,19% para 3,22%
- Janeiro/2023: de 4,86% para 4,92%
- Janeiro/2025: de 6,48% para 6,48%
- Janeiro/2027: de 7,21% para 7,20%
Ditando o ritmo
Na agenda do dia, o mercado ainda monitora discursos de alguns dirigentes do Federal Reserve, o banco central americano. Nos últimos dias, alguns deles se pronunciaram dizendo que a instituição pode reduzir o ritmo de compra de títulos já em 2021, o que não agradou.
O avanço do coronavírus pelo mundo segue preocupando, mas de forma menos pronunciada do que ontem, quando os investidores embolsaram boa parte da alta recente.
Com a situação do coronavírus ameaçando deteriorar ainda mais a economia, os investidores aguardam ansiosos pela divulgação do plano econômico do presidente eleito Joe Biden e a sinalização de novos estímulos fiscais que devem continuar financiando a liquidez do mercado. Biden já se pronunciou dizendo que a ajuda ficará "na casa dos trilhões de dólares".
Vale lembrar que nos Estados Unidos não é só a pandemia que atrapalha os negócios. Faltando menos de 8 dias para o fim do mandato de Donald Trump, os democratas entraram com um segundo pedido formal de impeachment, citando "incitação à insurreição". O temor é que cenas semelhantes as que foram vistas na semana passada, com a invasão do Capitólio, se repitam durante a posse de Biden.
No Brasil, onde o coronavírus também segue lotando hospitais e endurecendo regras de isolamento social, ainda existe a expectativa para novidades com relação ao uso emergencial de vacinas pela Anvisa.
Atualmente, existem dois pedidos em análise. No entanto, o mercado opta por focar nos aspectos mais positivos nesta tarde.
Em alta
Segundo Marcio Lórega, da Ativa Investimentos, as maiores altas do dia acompanham mais um "ataque" dos investidores às blue chips, ou seja, as principais empresas da bolsa brasileira, do que de fato um noticiário específico.
A preferência, no entanto, é por aquelas ações que já vinham performando bem nos últimos tempos, como por exemplo o setor de commodities. O gás renovado do investidor brasileiro (e do estrangeiro) faz o resto do trabalho. Confira as principais altas do dia:
CÓDIGO | COMPANHIA | VALOR | VARIAÇÃO |
EMBR3 | Embraer ON | R$ 9,21 | 6,97% |
RAIL3 | Rumo ON | R$ 20,57 | 4,68% |
YDUQ3 | Yduqs On | R$ 33,94 | 4,14% |
CYRE3 | Cyrela ON | R$ 28,73 | 4,09% |
WEG3 | Weg ON | R$ 90,48 | 3,96% |
Em baixa
Depois de altas expressivas nos últimos dois pregões, em reação ao anúncio da possibilidade de fusão entre as duas operadoras, Hapvida e Intermédica passam por um movimento de realização de lucros, liderando as quedas do dia.
CÓDIGO | COMPANHIA | VALOR | VARIAÇÃO |
GNDI3 | Intermédica ON | R$ 99 | -2,41% |
HAPV3 | Hapvida ON | R$ 17,84 | -1,98% |
CPLE6 | Copel PNB | R$ 66,84 | -3,56% |
QUAL3 | Qualicorp ON | R$ 32,79 | -1,68% |
BRKM5 | Braskem PNA | R$ 24,95 | -0,60% |
WEG (WEGE3) tem preço-alvo cortado pelo JP Morgan após queda recente; banco diz se ainda vale comprar a ‘fábrica de bilionários’
Preço-alvo para a ação da companhia no fim do ano caiu de R$ 66 para R$ 61 depois de balanço fraco no primeiro trimestre
Um mês da ‘libertação’: guerra comercial de Trump abalou mercados em abril; o que esperar desta sexta
As bolsas ao redor do mundo operam em alta nesta manhã, após a China sinalizar disposição de iniciar negociações tarifárias com os EUA
Esta empresa mudou de nome e ticker na B3 e começa a negociar de “roupa nova” em 2 de maio: confira quem é ela
Transformação é resultado de programa de revisão de estratégia, organização e cultura da empresa, que estreia nova marca
Ficou com ações da Eletromidia (ELMD3) após a OPA? Ainda dá tempo de vendê-las para não terminar com um ‘mico’ na mão; saiba como
Quem não vendeu suas ações ELMD3 na OPA promovida pela Globo ainda consegue se desfazer dos papéis; veja como
Santander (SANB11) divulga lucro de R$ 3,9 bi no primeiro trimestre; o que o CEO e o mercado têm a dizer sobre esse resultado?
Lucro líquido veio em linha com o esperado por Citi e Goldman Sachs e um pouco acima da expectativa do JP Morgan; ações abriram em queda, mas depois viraram
Fundos imobiliários: ALZR11 anuncia desdobramento de cotas e RBVA11 faz leilão de sobras; veja as regras de cada evento
Alianza Trust Renda Imobiliária (ALZR11) desdobrará cotas na proporção de 1 para 10; leilão de sobras do Rio Bravo Renda Educacional (RBVA11) ocorre nesta quarta (30)
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Azul (AZUL4) volta a tombar na bolsa; afinal, o que está acontecendo com a companhia aérea?
Empresa enfrenta situação crítica desde a pandemia, e resultado do follow-on, anunciado na semana passada, veio bem abaixo do esperado pelo mercado
Bolsa de Metais de Londres estuda ter preços mais altos para diferenciar commodities sustentáveis
Proposta de criar prêmios de preço para metais verdes como alumínio, cobre, níquel e zinco visa incentivar práticas responsáveis e preparar o mercado para novas demandas ambientais
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Prio (PRIO3): Conheça a ação com rendimento mais atrativo no setor de petróleo, segundo o Bradesco BBI
Destaque da Prio foi mantido pelo banco apesar da revisão para baixo do preço-alvo das ações da petroleira.
Negociação grupada: Automob (AMOB3) aprova grupamento de ações na proporção 50:1
Com a mudança na negociação de seus papéis, Automob busca reduzir a volatilidade de suas ações negociadas na Bolsa brasileira
Evasão estrangeira: Fluxo de capital externo para B3 reverte após tarifaço e já é negativo no ano
Conforme dados da B3, fluxo de capital externo no mercado brasileiro está negativo em R$ 242,979 milhões no ano.
Smart Fit (SMFT3) entra na dieta dos investidores institucionais e é a ação preferida do varejo, diz a XP
Lojas Renner e C&A também tiveram destaque entre as escolhas, com vestuário de baixa e média renda registrando algum otimismo em relação ao primeiro trimestre
Ação da Azul (AZUL4) cai mais de 30% em 2 dias e fecha semana a R$ 1,95; saiba o que mexe com a aérea
No radar do mercado está o resultado da oferta pública de ações preferenciais (follow-on) da companhia, mais um avanço no processo de reestruturação financeira
OPA do Carrefour (CRFB3): de ‘virada’, acionistas aprovam saída da empresa da bolsa brasileira
Parecia que ia dar ruim para o Carrefour (CRFB3), mas o jogo virou. Os acionistas presentes na assembleia desta sexta-feira (25) aprovaram a conversão da empresa brasileira em subsidiária integral da matriz francesa, com a consequente saída da B3
JBS (JBSS3) avança rumo à dupla listagem, na B3 e em NY; isso é bom para as ações? Saiba o que significa para a empresa e os acionistas
Próximo passo é votação da dupla listagem em assembleia marcada para 23 de maio; segundo especialistas, dividendos podem ser afetados
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Lucro líquido da Usiminas (USIM5) sobe 9 vezes no 1T25; então por que as ações chegaram a cair 6% hoje?
Empresa entregou bons resultados, com receita maior, margens melhores e lucro alto, mas a dívida disparou 46% e não agradou investidores que veem juros altos como um detrator para os resultados futuros