Bolsa, dólar e juros fecham o dia no vermelho, com balanços no radar e Wall Street em alta
Em movimento raro, bolsa, dólar e juros fecharam o dia no vermelho. É que enquanto o apetite por risco reinava no exterior, os balanços levaram o Ibovespa a um movimento de correção

Pelo segundo dia consecutivo, as bolsas americanas e a brasileira seguiram caminhos distintos. Se ontem o Ibovespa brilhou enquanto Wall Street amargava perdas, a quinta-feira (29) foi marcada pelo movimento inverso.
O Produto Interno Bruto americano decepcionou, mas isso é uma boa notícia. O número abaixo do esperado reforça a tese de que o Federal Reserve de fato terá que manter a política monetária acomodatícia por mais algum tempo, confirmando o comunicado emitido ontem pelo BC americano.
Com o apetite por risco voltando à mesa de negociações, o Nasdaq, que foi o único índice em alta na tarde de ontem, avançou apenas 0,11% nesta quinta, enquanto o S&P 500 e o Dow Jones avançaram 0,42% e 0,44%, respectivamente.
No Brasil, no entanto, a história foi outra. O Ibovespa recuou 0,48%, aos 125.675 pontos. É bem verdade que o cenário político se deteriorou um pouco mais ao longo do dia, mas para Leonardo Milane, sócio e economista da VLG Investimentos, e Nicolas Borsoi, economista da Nova Futura Investimentos, esse descolamento de um dia não passa de um ajuste de posições após os últimos resultados da temporada de balanços.
Prova disso está no comportamento do câmbio e do mercado de juros, que também cederam. O dólar à vista acompanhou o movimento de enfraquecimento da divisa em escala global e fechou o dia com um recuo de 0,60%, a R$ 5,0792.
Depois de dois dias de avanço, os juros futuros fecharam em queda, ainda em ajuste antes da decisão do Copom na semana que vem. Para os investidores, uma alta de 1 ponto percentual é dada como certa. Confira as taxas de fechamento:
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- Janeiro/22: de 6,26% para 6,20%
- Janeiro/23: de 7,68% para 7,60%
- Janeiro/25: de 8,45% para 8,39%
- Janeiro/27: de 8,77% para 8,75%
Confira quais são as ações que podem turbinar sua carteira:
A saga política da vez
O atrito entre o presidente da República e o Supremo Tribunal Federal (STF) ganhou um novo capítulo nesta manhã. O STF divulgou um vídeo em que afirmava não ter limitado os poderes do presidente Jair Bolsonaro no combate à pandemia, mas Bolsonaro rebateu, dizendo que o Supremo cometeu crime ao dizer que "prefeitos e governadores podem suprimir direitos".
Com a popularidade em queda, Bolsonaro tenta se blindar no Congresso para não sofrer um processo de impeachment, cedendo cargos ao chamado "Centrão". Reverter o desgaste criado pela CPI da covid-19 é um dos objetivos principais da reforma ministerial anunciada na última semana, que recriou o ministério do Trabalho e Previdência e tirou poderes de Paulo Guedes.
Outro ponto delicado é que Bolsonaro insiste em desgastar ainda mais o relacionamento entre os Poderes ao afirmar, sem provas, a existência de fraudes eleitorais.
Quando bom é melhor que ótimo
Os dados macroeconômicos dos Estados Unidos seguem mostrando um país com recuperação desigual. O Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu à taxa anualizada de 6,5% no segundo trimestre, abaixo da mediana de estimativas dos analistas consultados pelo Projeções Broadcast, de 8,5%. Para Borsoi, da Nova Futura Investimentos, o número veio “bom na medida certa”.
Isso porque a leitura é de que a economia poderia estar pior, mas no nível atual garante o prolongamento dos estímulos monetários por parte do Fed. Somado a isso, os pedidos de auxílio-desemprego também vieram acima do esperado pelo mercado. A previsão era de 380 mil novas solicitações, mas o número chegou a 400 mil.
Relembrando: embora a inflação seja uma preocupação para o banco central americano, uma elevação dos preços acima da meta de 2% será permitida enquanto os números do mercado de trabalho não mostrarem recuperação satisfatória.
Não é só política
Além de Brasília e balanços, os investidores ainda reagiram a outros dois indicadores importantes: os dados de emprego do Caged apontaram para uma criação líquida de 309.114 vagas em junho; já o déficit fiscal veio pior que o esperado, a R$ 73,553 bilhões em junho, contra os R$ 64 bilhões da expectativa do mercado.
As estrelas do dia
O noticiário corporativo brilhou hoje e deve continuar brilhando pela próxima semana, enquanto empresas do Ibovespa seguem divulgando os seus números do segundo trimestre.
Basta olhar para os destaques do dia. Depois de números fortes da CSN e da Vale, as ações do setor de siderurgia avançaram, refletindo as expectativas fortes do mercado. As administradoras de shoppings centers também ganharam um gás extra após os bons resultados mostrados pela Multiplan.
Fora do Ibovespa, o destaque fica com as ações da Movida, também em reação aos resultados. Confira as maiores altas do dia:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
CSNA3 | CSN ON | R$ 48,01 | 5,35% |
MULT3 | Multiplan ON | R$ 24,15 | 5,32% |
USIM5 | Usiminas PNA | R$ 20,90 | 3,52% |
IGTA3 | Iguatemi ON | R$ 42,28 | 3,22% |
GGBR4 | Gerdau PN | R$ 31,42 | 2,25% |
O grande destaque negativo do dia foi o GPA, que viu o seu lucro cair expressivamente no último trimestre. Já a Weg ficou na ponta negativa da tabela após o bom resultado divulgado ontem, em um movimento de realização de lucros. Confira:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VAR |
PCAR3 | GPA ON | R$ 31,26 | -7,87% |
WEGE3 | Weg ON | R$ 36,09 | -2,98% |
COGN3 | Cogna ON | R$ 3,71 | -2,88% |
TOTS3 | Totvs ON | R$ 35,43 | -2,66% |
CPFE3 | CPFL Energia ON | R$ 25,80 | -2,57% |
Fique de olho
A 39ª estreia do ano na bolsa já está entre nós. As ações da provedora de internet independente Brisanet começaram a ser negociadas nesta quinta-feira. O dia foi de forte volatilidade para os papéis, que chegaram a desabar quase 10%, mas fecharam praticamente no zero a zero.
Ibovespa | -0,48% | 125.675 pontos |
Dólar à vista | -0,60% | R$ 5,0792 |
Bitcoin | -1,17% | R$ 203.587 |
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