Após lucro do GPA desabar, mercado fala em avanço, mas vê concorrência melhor posicionada
Analistas destacam melhora de iniciativas omnichannel e de portfólio, mas investidores penalizam papéis da varejista, que caem quase 6%

Após o GPA, controlador do Pão de Açúcar e do Extra, apresentar uma queda de 95,9% do lucro no segundo trimestre, analistas apontaram uma melhora da empresa em iniciativas digitais e de portfólio.
No entanto, ao menos três bancos de investimento mantiveram a recomendação "neutra" para as ações da companhia. Nesta quinta (29), os papéis (PCAR3) caíram 7,87%, para R$ 31,26.
O Itaú BBA apontou progresso em iniciativas de busca por maior rentabilidade da companhia e disse que já esperava impacto nas receitas do Pão de Acúçar, no Brasil, desde os resultados do primeiro trimestre.
O banco destacou a capacidade do GPA de sustentar ganhos de produtividade e continuar avançando na implementação de suas iniciativas estratégicas (lojas G7 na bandeira Pão de Açúcar e o novo formato Extra).
Segundo o Itaú BBA, o grupo registrou marcos importantes em seu ecossistema omnichannel - uso de todos os canais -, com a maior penetração digital entre os varejistas de alimentos do universo de cobertura do banco.
- O Itaú BBA tem recomendação neutra para PCAR3, com preço-alvo de R$ 39.
Para o BTG Pactual, o segundo trimestre do GPA mostra uma tendência de receita "suave (mas esperada)", com desempenho inferior ao de seus principais pares listados no Brasil.
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Assaí e Carrefour Brasil, que divulgaram os resultados na terça (27), tiveram, respectivamente, alta de 40% do lucro, a R$ 264 milhões, e baixa de 16,8% da linha final do balanço, R$ 592 milhões.
O BTG vê menos espaço para o GPA expandir sua área de vendas e margens no Brasil nos próximos anos, mas diz que a soma das partes que compõe o grupo justificaria uma alta das ações.
- O BTG tem recomendação de compra para PCAR3, com preço-alvo de R$ 47.
O Goldman Sachs disse que vê uma dinâmica risco/ retorno mais atraente em outros nomes do varejo de alimentos, que teriam maior crescimento orgânico.
"Nos níveis atuais, PCAR3 está sendo negociado a 2022E P/E [preço/lucro] de 15,7X, contra 13,8X do ASAI3", disse o banco em relatório desta quinta-feira (29).
- Goldman Sachs tem recomendação neutra para PCAR3, com preço-alvo R$ 41.
A XP destacou que, apesar do GPA Brasil ter apresentado uma rentabilidade acima do esperado, o Grupo Éxito teve piora na rentabilidade, levando a um Ebitda consolidado 4% abaixo das estimativa da casa.
Para os analistas da corretora, entre os destaques positivos no Pão de Açúcar está a "forte penetração de marcas próprias, em 21,5% das vendas de alimentos, "o que contribui para rentabilidade da companhia".
Outro ponto positivo seriam o recorde de vendas no ecommerce, que chegaram R$ 428 milhões e 8% das vendas de alimentos, com novas parcerias com iFood, Mercado Livre e Americanas Mercado.
A rentabilidade segue em níveis "sólidos", com expansão da margem Ebitda (+0,6p.p. A/A) para 8,3%, beneficiada por melhorias de produtividade nas lojas e Centros de Distribuição, avaliou a XP.
"Apesar de termos uma visão positiva em relação às iniciativas do Grupo Pão de Açúcar e vermos riscos positivos para o papel, acreditamos que parte disso já está refletido no nível de valuation atual, em 27x P/L 2021e".
- A XP tem recomendação neutra para as ações PCAR3 e preço alvo para R$ 39.
O 2º trimestre do GPA
O GPA teve uma queda anual de 95,9% no lucro líquido atribuído aos acionistas controladores durante o segundo trimestre, a R$ 4 milhões — abaixo da previsão de analistas, que girava em torno de R$ 50 milhões.
O resultado em parte reflete a forte base de comparação, disse a empresa. Há um ano, os supermercados registraram forte movimento com o início da pandemia de covid-19.
O GPA também fala em "novas restrições" por conta da piora da pandemia como reflexo do desempenho, mas diz que o resultado foi parcialmente compensado pelo "rigoroso controle de despesas" e manutenção de margem Ebitda ajustada, a 7,6%.
Segundo a empresa, o Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado do período recuou 7,7%, na base anual, para R$ 899 milhões.
A margem líquida saiu de 0,7% no segundo trimestre do ano passado para 0,0% no mesmo período deste ano, de acordo com a companhia. A receita líquida caiu 5,3%, para 11,8 milhões.
Para o CEO do GPA, Jorge Faiçal, a companhia conseguiu "um elevado patamar de rentabilidade, controle de custos e lucro líquido positivo", mesmo considerando os impactos da base de comparação.
"Nossa percepção está ainda mais clara sobre as mudanças de comportamento do consumidor a favor da omnicanalidade", disse o executivo.
Faiçal destacou a evolução do ecossistema digital da companhia, transformação de portfólio de lojas, novas parcerias, foco na eficiência operacional e inovação.
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