As ações da Movida (MOVI3) têm hoje um dia de gala na B3 após a companhia ter divulgado resultados do segundo trimestre melhores que o esperado pelo mercado, na noite de ontem (28). Os papéis subiam 8,50%, a R$ 22,85, em dia negativo para o Ibovespa.
Embora ainda impactada por restrições em razão da pandemia no começo do segundo trimestre, a locadora de veículos e vendedora de seminovos conseguiu reportar um lucro líquido de R$ 174 milhões no segundo trimestre, crescimento de 58,8% em relação ao trimestre anterior, 6.588,5% ante o mesmo período do ano passado (trimestre mais afetado pela pandemia) e 319,0% em comparação com o segundo trimestre de 2019.
O consenso de mercado, segundo a Bloomberg, era um lucro líquido esperado de R$ 134 bilhões.
A receita líquida consolidada totalizou R$ 1,211 bilhão, acima da estimativa de R$ 1,099 bilhão, sendo que a receita de aluguéis foi de R$ 538 milhões. Ambos os números foram recordes para um trimestre. O crescimento da receita foi de apenas 1,5% ante o trimestre anterior, mas foi de 80,1% na comparação anual e 44,4% em relação a 2019.
Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado foi de R$ 388 milhões, com margem de 32,1%, ante uma expectativa de R$ 341 milhões e 31% dos analistas. O crescimento foi de 27,6% ante o trimestre anterior, 156,8% na comparação anual e 156,6% em comparação ao segundo trimestre de 2019.
O Ebitda foi puxado principalmente pela divisão de Seminovos, que apresentou Ebitda recorde de R$ 120 milhões no trimestre, com margem de 17,8%. Foram vendidos 12,5 mil carros no período, e o ticket médio subiu para R$ 54,5 mil, também recorde.
O que dizem os analistas
Analistas do Credit Suisse, no entanto, chamam atenção para o fato de que parte do Ebitda da divisão de Seminovos não é recorrente, sendo "consequência de preços elevados na venda para carros adquiridos a preços muito mais baixos", o que "deve normalizar para margens de um dígito no final de 2022 ou 2023".
Os analistas do banco gostaram dos resultados da Movida, mas mantiveram a recomendação neutra e o preço-alvo de R$ 21 para a ação, lembrando também que a depreciação deve aumentar daqui para frente, com o envelhecimento da frota da companhia.
Já os analistas da XP reiteraram sua recomendação de compra para o papel, que tem preço-alvo de R$ 23. Eles destacaram o forte desempenho do aluguel de frotas e a dinâmica positiva das vendas de carros usados, refletindo a elevação dos preços. Para eles, o setor tem sólida perspectiva de crescimento estrutural.