Ibovespa sobe 6,1% no mês, renova as máximas e deixa a maldição de maio para trás
O Ibovespa renovou os recordes de fechamento e intradiário pelo segundo dia seguido, fechando o mês sem qualquer sinal de assombração
O mercado financeiro é supersticioso. Em dia de vencimento de opções, tome cuidado com gatos pretos; em véspera de decisão do Copom, não passe debaixo de escadas; em maio, venda tudo e vá embora — o conhecido sell in May and go away. Mas, veja só: o Ibovespa mostra que não há maldição que dure para sempre.
Afinal, a má sorte passou longe da bolsa brasileira. O Ibovespa fechou o pregão deste 31 de maio em alta de 0,52%, aos 126.215,73 pontos, acumulando ganhos de 6,16% no mês. Mais que isso: o índice cravou um novo recorde de encerramento em termos nominais.
Um desempenho que, em grande parte, se deve à valorização das commodities em escala global, puxando para cima as ações da Vale e das siderúrgicas. Mas, independente disso, fato é que a bolsa segue avançando depois do crash em março de 2020.
Tanto é que, desde o começo do ano, o Ibovespa já acumula ganhos de 6,05% — vale lembrar que, em 2020, o principal índice da bolsa brasileira subiu 2,92%.
E mesmo o mercado de câmbio teve um mês bastante tranquilo, sem nenhuma influência de forças sobrenaturais. Pelo contrário: fatores completamente mundanos fizeram o dólar à vista fechar maio com uma queda acumulada de 3,81%, a R$ 5,2249 — hoje, a moeda americana subiu 0,25%.
Maldição furada no Ibovespa
Maio tem má fama entre os investidores: entre toques de piada e misticismo, muitos cruzam os dedos antes de finalizar as ordens no home broker. Afinal, eu não acredito em bruxas, mas que elas existem, existem.
Leia Também
Só que uma rápida consulta ao histórico do Ibovespa nos mostra que o tal do sell in May and go away é meio furado. Nos últimos três anos, o Ibovespa sempre terminou o mês no campo positivo.

Naturalmente, o comportamento da bolsa é fruto do contexto macro que se verifica num determinado período — e, tanto no exterior quanto no Brasil, as condições mostraram-se mais favoráveis para a bolsa nos últimos 31 dias.
Commodities em alta, fluxo de recursos estrangeiros, avanços nas pautas econômicas no Congresso — tudo isso deu sustentação ao mercado local e amenizou eventuais fatores de pressão, como as dúvidas quanto à situação fiscal do país.
"Se a gente olhar para os mercados globais, tivemos um mês bem positivo para os ativos de risco de forma geral", diz Rafael Passos, sócio da Ajax Capital, destacando que o tripé entre juros americanos em acomodação, commodities fortes e dólar fraco foi fundamental para o bom desempenho do Ibovespa.
E, de fato, o minério de ferro foi a estrela dos mercados mundiais em maio. A commodity chegou a superar a inédita barreira dos US$ 200 a tonelada, puxando todo o setor de mineração e siderurgia para o alto. Nos últimos dias, os preços recuaram das máximas, mas ainda estão em níveis elevados.
Os contratos futuros do minério de ferro com vencimento em junho (TIOM21), por exemplo, fecharam a última sexta (28) a US$ 184,63, acumulando ganhos de 2,7% em maio; a tonelada da commodity física negociada no porto chinês de Qingdao era negociada a US$ 198,83 hoje — em 30 de abril, valia US$ 188,85.
Nesse cenário de rali do minério, as ações ON da Vale (VALE3) subiram mais de 5% em maio, acumulando ganhos de 37% em 2021. E, não custa nada lembrar: os papéis da mineradora respondem, sozinhos, por mais de 12% da carteira do Ibovespa entre maio e agosto.

Ou seja: a ação mais importante do Ibovespa teve um mês (e está tendo um ano) muito benéfico — o que, por si só, explica boa parte do momento positivo atravessado pelo índice.
Mas não só isso: Passos ressalta que, no âmbito doméstico, um clima ligeiramente mais ameno em Brasília também ajudou a levar o Ibovespa às máximas.
"A agenda de reformas está sendo discutida novamente. Seja tributária, seja administrativa, a gente vê um ganho de tração nas duas casas [Câmara e Senado]", diz o sócio da Ajax.

Alívio no dólar
No mercado de câmbio, o dólar tem passado por uma certa reversão de expectativas: no começo do ano, muitos colocavam o nível dos R$ 6,00 como uma questão de tempo. Mas, já há alguns meses, a moeda americana vem recuando, aproximando-se dos R$ 5,20.
"É basicamente uma questão de fluxo", diz Jefferson Rugik, diretor da corretora Correparti. "A gente teve um fluxo positivo [de recursos], o mundo tá com uma liquidez exagerada".
Além disso, ele cita a própria elevação da Selic, de 3% para 3,5% ao ano, como um fator de atração para o investimento estrangeiro — níveis que ainda estão historicamente baixos, mas que podem ter chamado a atenção para alguma operação de arbitragem.
Por fim, Rugik também elenca o ambiente interno menos turbulento, especialmente no que diz respeito às preocupações fiscais.
Quanto ao mercado de juros, as curvas de curto prazo seguem se ajustando às indicações do Copom em relação à Selic e às modificações vistas no boletim Focus — hoje, o documento trouxe pela primeira vez uma previsão de juros a 5,75% ao fim de 2021. Veja como encerraram os DIs mais líquidos:
- Janeiro/2022: de 5,04% para 5,07%;
- Janeiro/2023: de 6,61% para 6,70%;
- Janeiro/2024: de 7,38% para 7,47%;
- Janeiro/2025: de 7,83% para 7,89%.
Altas e baixas
Veja abaixo as cinco maiores altas do Ibovespa nesta segunda-feira:
| CÓDIGO | NOME | COTAÇÃO | VARIAÇÃO |
| CSAN3 | Cosan ON | R$ 23,37 | 6,61% |
| ENEV3 | Eneva ON | R$ 18,46 | 4,59% |
| RADL3 | Raia Drogasil ON | R$ 28,18 | 3,11% |
| VALE3 | Vale ON | R$ 114,78 | 2,86% |
| TOTS3 | Totvs ON | R$ 34,47 | 2,74% |
Confira também as cinco maiores quedas do índice hoje:
| CÓDIGO | NOME | COTAÇÃO | VARIAÇÃO |
| BRKM5 | Braskem PNA | R$ 50,07 | -3,23% |
| EQTL3 | Equatorial ON | R$ 24,73 | -2,71% |
| SBSP3 | Sabesp ON | R$ 39,13 | -2,08% |
| IGTA3 | Iguatemi ON | R$ 43,25 | -2,61% |
| ENGI11 | Engie units | R$ 46,47 | -1,59% |
Onde estão as melhores oportunidades no mercado de FIIs em 2026? Gestores respondem
Segundo um levantamento do BTG Pactual com 41 gestoras de FIIs, a expectativa é que o próximo ano seja ainda melhor para o mercado imobiliário
Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025
Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira
Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall
A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão
Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo
Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic
Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade
Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva
‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú
Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros
Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander
Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores
Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI
Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50
Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa
As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores
Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema
Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem
BTG escala time de ações da América Latina para fechar o ano: esquema 4-3-3 tem Brasil, Peru e México
O banco fez algumas alterações em sua estratégia para empresas da América Latina, abrindo espaço para Chile e Argentina, mas com ações ainda “no banco”
As ações que devem ser as melhores pagadoras de dividendos de 2026, com retornos de até 15%
Bancos, seguradoras e elétricas lideram e uma empresa de shoppings será a grande revelação do próximo ano
A torneira dos dividendos vai secar em 2026? Especialistas projetam tendências na bolsa diante de tributação
2025 caminha para ser ano recorde em matéria de proventos; em 2026 setores arroz com feijão ganham destaque
Bancos sobem na bolsa com o fim das sanções contra Alexandre de Moraes — Banco do Brasil (BBAS3) é o destaque
Quando a sanção foi anunciada, em agosto deste ano, os papéis dos bancos desabaram devido as incertezas em relação à aplicação da punição
TRXF11 volta a encher o carrinho de compras e avança nos setores de saúde, educação e varejo; confira como fica o portfólio do FII agora
Com as três novas operações, o TRXF11 soma sete transações só em dezembro. Na véspera, o FII já tinha anunciado a aquisição de três galpões
BofA seleciona as 7 magníficas do Brasil — e grupo de ações não tem Petrobras (PETR4) nem Vale (VALE3)
O banco norte-americano escolheu empresas brasileiras de forte crescimento, escala, lucratividade e retornos acima da Selic
Ibovespa em 2026: BofA estima 180 mil pontos, com a possibilidade de chegar a 210 mil se as eleições ajudarem
Banco norte-americano espera a volta dos investidores locais para a bolsa brasileira, diante da flexibilização dos juros
JHSF (JHSF3) faz venda histórica, Iguatemi (IGTI3) vende shoppings ao XPML11, TRXF11 compra galpões; o que movimenta os FIIs hoje
Nesta quinta-feira (11), cinco fundos imobiliários diferentes agitam o mercado com operações de peso; confira os detalhes de cada uma delas
Concurso do IBGE 2025 tem 9,5 mil vagas com salários de até R$ 3.379; veja cargos e como se inscrever
Prazo de inscrição termina nesta quinta (11). Processo seletivo do IBGE terá cargos de agente e supervisor, com salários, benefícios e prova presencial
