Os melhores fundos imobiliários para investir em setembro segundo 7 corretoras
Temos um novo campeão de indicações em setembro; os fundos mais diversificados e defensivos continuam sendo os preferidos em tempos de crise

Apesar do mau desempenho da maioria dos ativos de risco em agosto, os fundos imobiliários fecharam o mês passado em alta, indo mais uma vez na contramão do Ibovespa.
Enquanto o principal índice de ações da B3 caiu 3,44%, o Índice de Fundos Imobiliários (IFIX) fechou em alta de 1,79%, ou 1,97%, se considerada a valorização das cotas mais a distribuição de rendimentos.
O mercado de fundos de investimento imobiliário (FII) assistiu a uma recuperação após ter caído 2,61% em julho, também descolado do movimento positivo dos ativos de risco naquele mês. Ainda assim, o IFIX ainda acumula perda de 12,99% até o fim de agosto.
O mês passado foi positivo sobretudo para os segmentos de shopping centers e lajes corporativas, os mais castigados pela crise, com perdas da ordem de 20% até o fim de agosto.
Os segmentos foram beneficiados pela flexibilização ainda maior da quarentena, o funcionamento em horário maior dos shoppings, a retomada das atividades presenciais das empresas e o afastamento do temor de uma utilização mais ampla e permanente do home office.
Os fundos de papel, aqueles que investem em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) - títulos de renda fixa atrelados ao mercado imobiliário -, não sofreram impacto negativo com a alta de juros decorrente do aumento do risco fiscal ao longo do mês de agosto, mostrando-se uma boa alternativa aos títulos públicos para diversificação na renda fixa.
Leia Também
Segundo relatório do Banco Inter, além de terem apresentado uma recuperação do mau resultado de julho, os fundos de CRI também se beneficiaram da redução do risco do crédito privado com a tendência de recuperação econômica.
Os fundos imobiliários preferidos de setembro
Em setembro, o antigo rei perdeu a majestade. Após três meses como o fundo imobiliário preferido das corretoras consultadas pelo Seu Dinheiro, o BTG Pactual Fundo de Fundos (BCFF11) perdeu o lugar para o BTG Pactual Logística (BTLG11), que aparece no top 3 de três corretoras: Ativa, Guide e Mirae.
Após uma formidável alta de 6,3% em agosto, o BCFF11 até permanece entre os mais indicados, mas apareceu no top 3 de apenas duas corretoras, a Ativa e a Terra Investimentos. A Mirae, que o havia indicado no mês passado, o substituiu justamente pelo BTLG11, embora não o tenha retirado da carteira recomendada geral.
O Vinci Logística (VILG11) também figurou no top 3 de duas corretoras: Necton e Santander. Outro que teve duas indicações foi o RBR Alpha Multiestratégia Real Estate (RBRF11), citado por Banco Inter e Necton.
Confira a seguir os três fundos prediletos da carteira recomendada de cada corretora que participou da matéria neste mês:

Após ficar de fora da matéria do mês passado, o Santander voltou a participar neste mês. Entre as demais corretoras, apenas duas fizeram alterações nas suas indicações de três fundos prediletos.
A Necton trocou o XP Malls (XPML11) pelo JS Real Estate Multigestão (JSRE11). A mudança, entretanto, foi apenas no top 3, pois a carteira recomendada geral da corretora permaneceu inalterada.
Já a Mirae trocou o BTG Pactual Fundo de Fundos (BCFF11) e o CSHG Logística (HGLG11) pelos fundos BTG Pactual Logística (BTLG11) e XP Malls (XPML11). O XPML11, inclusive, foi adicionado na carteira recomendada geral da corretora neste mês.
BTG Pactual Logística (BTLG11)
Presente no top 3 das corretoras Ativa, Guide e Mirae, o BTLG11 foi o FII mais indicado para setembro. No mês passado, já tinha aparecido entre os preferidos de duas corretoras, mas recuou 1,7%.
O fundo é dono de oito galpões logísticos e tem, entre seus locatários, empresas como BRF, Femsa (fabricante da Coca-Cola) e Itambé.
Mais de 90% da sua receita advém de contratos atípicos de locação - contratos de longo prazo (10 anos ou mais) que não contam com revisional de aluguel no meio do contrato e são considerados mais defensivos.
O segmento logístico é um dos preferidos da Mirae e, como salientou a Guide, tem se mostrado o mais defensivo no período de crise, em grande parte pela questão dos contratos atípicos, muito comuns no aluguel de galpões.
A corretora considera o BTLG11 como o melhor nome do segmento, devido ao seu amplo pipeline de aquisições, potencial de valorização dos ativos da sua carteira e por considerá-lo barato em relação a seus pares.
Vinci Logística (VILG11)
O Vinci Logística (VILG11) figura no top 3 de duas corretoras: Necton e Santander. Focado em galpões logísticos e dono de nove empreendimentos, localizados nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Espírito Santo, o FII teve valorização de 6,2% em agosto.
Para o Santander, o VILG11 é o fundo mais defensivo do cenário atual, uma vez que 53% das suas receitas são oriundas de locatários da área de e-commerce. A corretora do banco destaca ainda a relevância de alguns inquilinos, como Tok & Stok, Magazine Luiza e Ambev, que correspondem a 20%, 16% e 14% da receita contratada, respectivamente.
Entre as vantagens do fundo, o Santander, cita ainda o controle do nível de vacância e o fato de 46% dos contratos de locação são atípicos. "Estimamos um yield [retorno com dividendos] de aproximadamente 5,9% nos próximos 12 meses, isento de IR", diz o relatório do banco.
BTG Pactual Fundo de Fundos (BCFF11)
Como eu mencionei anteriormente, o BCFF11 saiu do top 3 da Mirae, embora tenha permanecido na carteira recomendada geral. Agora presente no top 3 de apenas duas corretoras - Ativa e Terra - o fundo de fundos do BTG deixou de ser o queridinho absoluto, mas ainda segue entre os preferidos. No mês de agosto, sua valorização foi de 6,3%.
O BCFF11 investe em outros fundos imobiliários. Suas maiores participações são nos FII BTG Pactual Crédito Imobiliário (BTCR11), com 7,0% da carteira; CSHG Renda Urbana (HGRU11), com 6,4% da carteira; e BTG Pactual Shoppings (BPML11), com 5,2% da carteira.
Segundo a Ativa, o fundo se beneficiou de ter 30% do seu patrimônio líquido em caixa no mês de março, o que lhe possibilitou fazer aquisições de cotas de outros fundos a preços bastante atrativos quando os mercados entraram em pânico.
RBR Alpha Multiestratégia Real Estate (RBRF11)
O fundo RBRF11 aparece entre os mais indicados pelo segundo mês consecutivo, tendo sido citado entre os preferidos do Banco Inter e da Necton. Em agosto, o fundo teve queda de 6,2%.
O RBR Alpha é um fundo de fundos que investe em outros FII e também diretamente em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), títulos de renda fixa atrelados ao mercado imobiliário. Seus retornos advêm tanto do ganho de capital quanto dos dividendos.
Atualmente, o fundo encontra-se mais exposto a fundos de lajes corporativas, considerando que, apesar da crise, a oferta de locação de lajes de alta qualidade em São Paulo não tem perspectiva de crescer no médio prazo, o que pode resultar numa manutenção ou aumento no valor dos aluguéis à medida que a economia for se recuperando.
Hoje, o fundo tem 49 outros fundos na carteira, sendo 35 de tijolo e 14 de papel. As principais posições são os fundos Tellus Properties (TEPP11), antigo SDI Properties (SDIP11); VBI FL 4440 (FVBI11), que está em processo de liquidação após a venda do seu único ativo; e o BTG Pactual Corporate Office (BRCR11). Todos os três são fundos de lajes corporativas.
O Banco Inter atribui sua recomendação à qualidade da gestão do fundo e à expectativa de um rendimento "adequado" no médio e longo prazo.
Já a Necton diz que acredita que o fundo esteja bem posicionado para continuar gerando bons dividendos, dado o foco nas suas estratégias e bom histórico de gestão. A corretora enxerga também potencial de ganho de capital para o fundo com a venda do imóvel do FBVI11.
Retrospectiva
O FII preferido das corretoras em agosto foi o BTG Pactual Fundo de Fundos (BCFF11), que fechou o mês em alta de 6,3%. Veja na tabela a seguir o desempenho em agosto de todos os fundos dos top 3 das corretoras no mês passado:

Carteiras recomendadas completas das corretoras

Cessar-fogo no radar dos investidores: Ibovespa se aproxima dos 140 mil pontos, enquanto dólar e petróleo perdem fôlego
O Irã sinaliza que busca um fim para as hostilidades e a retomada das negociações sobre seu programa nuclear
17 OPA X 0 IPO: Em meio à seca de estreias na bolsa, vimos uma enxurrada de OPAs — e novas regras podem aumentar ainda mais essa tendência
Mudança nas regras para Ofertas Públicas de Aquisição (OPA) que entram em vigor em 1º de julho devem tornar mais simples, ágil e barato o processo de aquisição de controle e cancelamento de registro das companhias listadas
Dividendos bilionários: JBS (JBSS32) anuncia data de pagamento de R$ 2,2 bilhões em proventos; veja quem tem direito a receber
Após o pagamento dos dividendos, há ainda uma previsão de leilão das frações de ações do frigorífico
Quatro fundos imobiliários estão em vias de dizer adeus à B3, mas envolvem emissões bilionárias de outros FIIs; entenda o imbróglio
A votação para dar fim aos fundos imobiliários faz parte de fusões entre FIIs do Patria Investimentos e da Genial Investimentos
É hora de comprar Suzano? Bancão eleva recomendação para ações e revela se vale a pena colocar SUZB3 na carteira agora
O Goldman Sachs aponta quatro razões principais para apostar nas ações da Suzano neste momento; veja os pilares da tese otimista
Méliuz (CASH3) levanta R$ 180,1 milhões com oferta de ações; confira o valor do papel e entenda o que acontece agora
O anúncio de nova oferta de ações não foi uma surpresa, já que a plataforma de cashback analisava formas de levantar capital para adquirir mais bitcoin
Compensação de prejuízos para todos: o que muda no mecanismo que antes valia só para ações e outros ativos de renda variável
Compensação de prejuízos pode passar a ser permitida para ativos de renda fixa e fundos não incentivados, além de criptoativos; veja as regras propostas pelo governo
Com o pé na pista e o olho no céu: Itaú BBA acredita que esses dois gatilhos vão impulsionar ainda mais a Embraer (EMBR3)
Após correção nas ações desde as máximas de março, a fabricante brasileira de aviões está oferecendo uma relação risco/retorno mais equilibrada, segundo o banco
Ações, ETFs e derivativos devem ficar sujeitos a alíquota única de IR de 17,5%, e pagamento será trimestral; veja todas as mudanças
Mudanças fazem parte da MP que altera a tributação de investimentos financeiros, publicada ontem pelo governo; veja como ficam as regras
Banco do Brasil (BBAS3) supera o Itaú (ITUB4) na B3 pela primeira vez em 2025 — mas não do jeito que o investidor gostaria
Em uma movimentação inédita neste ano, o BB ultrapassou o Itaú e a Vale em volume negociado na B3
Adeus, dividendos isentos? Fundos imobiliários e fiagros devem passar a ser tributados; veja novas regras
O governo divulgou Medida Provisória que tira a isenção dos dividendos de FIIs e Fiagros, e o investidor vai precisar ficar atento às regras e aos impactos no bolso
Fim da tabela regressiva: CDBs, Tesouro Direto e fundos devem passar a ser tributados por alíquota única de 17,5%; veja regras do novo imposto
Governo publicou Medida Provisória que visa a compensar a perda de arrecadação com o recuo do aumento do IOF. Texto muda premissas importantes dos impostos de investimentos e terá impacto no bolso dos investidores
Gol troca dívida por ação e muda até os tickers na B3 — entenda o plano da companhia aérea depois do Chapter 11
Mudança da companhia aérea vem na esteira da campanha de aumento de capital, aprovado no plano de saída da recuperação judicial
Petrobras (PETR4) não é a única na berlinda: BofA também corta recomendação para a bolsa brasileira — mas revela oportunidade em uma ação da B3
O BofA reduziu a recomendação para a bolsa brasileira, de “overweight” para “market weight” (neutra). E agora, o que fazer com a carteira de investimentos?
Cemig (CMIG4), Rumo (RAIL3), Allos (ALOS3) e Rede D’Or (RDOR3) pagam quase R$ 4 bilhões em dividendos e JCP; veja quem tem direito a receber
A maior fatia é da Cemig, cujos proventos são referentes ao exercício de 2024; confira o calendário de todos os pagamentos
Fundo Verde: Stuhlberger segue zerado em ações do Brasil e não captura ganhos com bolsa dos EUA por “subestimar governo Trump”
Em carta mensal, gestora criticou movimentação do governo sobre o IOF e afirmou ter se surpreendido com recuo rápido do governo norte-americano em relação às tarifas de importação
Santander Renda de Aluguéis (SARE11) está de saída da B3: cotistas aprovam a venda do portfólio, e cotas sobem na bolsa hoje
Os investidores aceitaram a proposta do BTG Pactual Logística (BTLG11) e, com a venda dos ativos, também aprovaram a liquidação do FII
Fundo imobiliário do segmento de shoppings vai pagar mais de R$ 23 milhões aos cotistas — e quem não tem o FII na carteira ainda tem chance de receber
A distribuição de dividendos é referente a venda de um shopping localizado no Tocantins. A operação foi feita em 2023
Meu medo de aviões: quando o problema está na bolsa, não no céu
Tenho brevê desde os 18 e já fiz pouso forçado em plena avenida — mas estou fora de investir em ações de companhias aéreas
Bank of America tem uma ação favorita no setor elétrico, com potencial de alta de 23%
A companhia elétrica ganhou um novo preço-alvo, que reflete as previsões macroeconômicas do Brasil e desempenho acima do esperado