Dólar alto pode tirar R$ 1,8 bi das vendas de Natal
Em 12 meses até setembro, o dólar subiu mais de 35% ante o real. O impacto da alta da moeda americana no varejo ocorre por meio da elevação dos preços ao consumidor.
A disparada do câmbio, em um cenário de fraqueza do mercado de trabalho e queda da renda dos brasileiros, pode tirar até R$ 1,8 bilhão das vendas de Natal deste ano. Se a projeção de retração, de 3% a 5% do volume de vendas, se confirmar, será a primeira queda em quatro anos na data mais importante do varejo, aponta a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Fabio Bentes, economista-chefe da CNC, acompanha o desempenho do câmbio e das vendas de Natal desde 2009. Ele lembra que, em anos de forte desvalorização do real, o comércio sente o baque. "O câmbio por si só não explica como vai ser Natal, mas que ele atrapalha quando há uma desvalorização forte do real, como a que temos hoje, não há dúvida."
Em 12 meses até setembro, o dólar subiu mais de 35% ante o real. O impacto da alta da moeda americana no varejo ocorre por meio da elevação dos preços ao consumidor. O dólar alto pressiona custos de insumos, componentes e matérias-primas. Essa pressão ocorre especialmente agora, após a freada abrupta que houve no segundo trimestre pela pandemia da covid-19, com a atividade econômica está sendo retomada.
O repasse de custos para o varejo já aparece em vários produtos, embora não seja generalizado a ponto de colocar a inflação em risco. Neste ano até agosto, o preço ao consumidor da TV e do computador pessoal, por exemplo, já subiu 11,58% e 16,9%, respectivamente, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esses itens levam muitos componentes importados.
Outros, como tinta de parede, que ficou 5,77% mais cara no mesmo período, pneu (5,5%) e tecidos (2,95%) têm forte relação com matérias-primas cotadas em dólar no mercado internacional - como derivados de petróleo, borracha e algodão.
O economista da Fundação Getulio Vargas (FGV) André Braz ressalta que o Natal deste ano será mais magro, além do câmbio, pela queda na renda do consumidor. "A crise vai limitar a compra de bens duráveis. Na época do ano mais esperada pelo comércio, os produtos estão mais caros e o consumidor, com menos recursos. Celulares e computadores também subiram de preço pelo aumento da demanda com o home office."
Novo normal
"A variação cambial é uma dor de cabeça", admite José Jorge do Nascimento, presidente da Eletros (que reúne os fabricantes de eletrodomésticos e eletroeletrônicos). Ele lembra que os eletrônicos levam componentes importados e eletrodomésticos e eletroportáteis têm aço e plásticos, cujos preços subiram, em média, 20%. Ele diz que a maioria dos fabricantes tem de repassar a alta para o preço. "Integralmente não, absorvemos uma parte."
O economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Rafael Cagnin, lembra que a alta dos custos na indústria também ocorrem por que os diferentes segmentos terem voltando em ritmo irregular. "Como a indústria tem absorvido parte do aumento de custos, houve redução da margem de lucro. O risco é de uma alta do endividamento das empresas."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Itaú recomenda aumento da exposição à bolsa brasileira a clientes: ‘correção abriu oportunidade de compra’
Para o banco, ações brasileiras estão baratas em relação aos pares e devem se beneficiar de queda da Selic; já bolsa americana tem boas perspectivas, mas preços já estão salgados
Ações da Casas Bahia (BHIA3) disparam 10% e registram maior alta do Ibovespa; ‘bancão’ americano aumentou participação na varejista
O JP Morgan agora é dono de mais de 5,57 milhões de papéis da companhia e deve entrar oficialmente para a lista de maiores acionistas
Bolsas hoje: Ibovespa fecha em alta, mas acumula tombo de 4,5% no primeiro trimestre; dólar sobe e volta aos R$ 5
RESUMO DO DIA: O Ibovespa iniciou a sessão desta quinta-feira (28) com dificuldade para manter o fôlego em meio à liquidez reduzida na véspera do feriado de Sexta-feira Santa. Porém, com alta do petróleo impulsionando as ações da Petrobras, o principal índice da B3 firmou-se em território positivo e fechou com um avanço de 0,33%, […]
Fundo imobiliário GARE11 anuncia novo aumento de dividendos; confira os planos do gestor para manter os proventos em alta
De acordo com Gustavo Asdourian, o plano é buscar novas oportunidades para vender ativos da carteira do FII comprados a preços mais baixos com lucro
Bolsa hoje: Wall Street e bancos dão ‘empurrão’ e Ibovespa fecha em alta; dólar cai
RESUMO DO DIA: Na véspera do último pregão de março e do fim do primeiro trimestre do ano, a bolsa brasileira voltou a acompanhar o tom positivo dos mercados internacionais, em dia de agenda cheia de indicadores locais. O Ibovespa encerrou o pregão com alta de 0,65%, aos 127.690 pontos. Já o dólar fechou a […]
Por que essa ação que disparou mais de 50% em minutos na bolsa de Nova York
A euforia dos investidores com o papel foi tamanha que forçou a interrupção das negociações em meio ao aumento da volatilidade
Ação do ex-dono do Grupo Pão de Açúcar desaba quase 50% na bolsa francesa em um único dia e vira “penny stock”
A companhia atravessa um longo processo de reestruturação das dívidas e hoje vale apenas milhões na Bolsa de Paris
Fundo imobiliário XP Log (XPLG11) é a nova ‘vítima’ da recuperação judicial do Dia, que quer devolver galpão e não pagou o aluguel ao FII
O Grupo já havia rescindido antecipadamente outro contrato de locação com o fundo, mas não pagou a parcela de verbas rescisórias deste mês
Prejuízo bilionário: Por que a Casas Bahia (BHIA3) emplacou sexto trimestre seguido no vermelho — e o que o mercado achou
Ação da Casas Bahia abriu em forte queda no pregão de hoje; quantidade de itens não recorrentes no balanço chamou a atenção dos analistas
Bolsa hoje: Ibovespa é arrastado pela baixa de NY e pela prévia de inflação e fecha no vermelho; dólar sobe
RESUMO DO DIA: Na reta final de março, o Ibovespa até tentou retomar os 127 mil pontos. Mas novos indicadores locais, a queda das commodities e o tom negativo de Wall Street foram os verdadeiros obstáculos para o tom positivo. O Ibovespa fechou em queda de 0,05%, aos 126.863 pontos. Já o dólar subiu 0,19% […]
Leia Também
-
Por que o iene japonês está perdendo valor e atingiu o menor patamar frente ao dólar em mais de 34 anos?
-
Bolsas hoje: Ibovespa fecha em alta, mas acumula tombo de 4,5% no primeiro trimestre; dólar sobe e volta aos R$ 5
-
Cenário apocalíptico, crise bilionária e centenas de lojas fechadas: o que está acontecendo com os Supermercados Dia?
Mais lidas
-
1
Ações da Casas Bahia (BHIA3) disparam 10% e registram maior alta do Ibovespa; 'bancão' americano aumentou participação na varejista
-
2
O carro elétrico não é essa coisa toda — e os investidores já começam a desconfiar de uma bolha financeira e ambiental
-
3
Acordo bilionário da Vale (VALE3): por que a mineradora pagou US$ 2,7 bilhões por 45% da Cemig GT que ainda não tinha