Possibilidade de novo pacote de estímulos nos EUA embala os mercados em dia de Copom
Expectativa de que o novo pacote de estímulos dos EUA seja fechado até o fim de semana empolga os mercados internacionais. No Brasil, a expectativa é pela decisão do Copom.
Os investidores brasileiros possuem um dia de decisão pela frente. O Comitê de Política Monetária (Copom) decide hoje o futuro da taxa Selic. A maior parte dos analistas esperam um novo corte 'residual' de 0,25 ponto percentual e o fim do ciclo de cortes, como adiantado nos pronunciamentos anteriores do Banco Central.
No exterior, o clima é de otimismo. Os investidores aguardam o desfecho das negociações em torno de um novo pacote de estímulos fiscais nos Estados Unidos e deixam de lado a queda no índice de serviços (PMI) chinês.
No vermelho
O Ibovespa foi mais uma vez na contramão dos mercados globais e fechou em queda de 1,57%, aos 101.215,87 pontos, enquanto os mercados americanos tiveram mais um dia de alta.
A cautela doméstica se deu principalmente em torno dos papéis dos grandes bancos. O Itaú - que divulgou os seu resultado trimestral na última segunda-feira - teve queda de mais de 40% no lucro do segundo trimestre.
A notícia de que um projeto de lei pode limitar os juros do cheque especial e do cartão de crédito também mexeu com os investidores.
Além disso, os ruídos envolvendo a proposta de reforma tributária do governo também ajudaram a manter o clima de aversão ao risco.
No entanto, o câmbio teve um dia de alívio, apesar do clima no mercado local. A moeda americana fechou o dia cotada a R$ 5,2857, uma queda de 0,53%.
Novo pacote de estímulos empolga
Lá fora, os investidores seguem monitorando as negociações para a criação de um novo pacote de estímulos fiscais do governo americano para combater os efeitos do coronavírus.
O tema tem sido motivo de discórdia no Congresso americano. O secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, disse acreditar que o pacote fiscal deva ser fechado até o fim de semana.
Mesmo assim, as bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em alta, com exceção do índice NIkkei, no Japão. Os investidores do continente deixaram de lado a queda no índice de gerentes de compras (PMI) do setor de serviços chinês. O indicador foi de 58,4 para 54,1 em julho.
Na Europa o clima também é de otimismo nesta manhã. Indicadores da economia local mostram que o velho continente se recupera dos danos causados pela pandemia, talvez não no ritmo acelerado que muitos esperam.
O PMI composto da zona do euro teve alta de 48,5 em junho para 54,9 em julho, porém, o PMI de serviços (54,7) ficou abaixo da leitura preliminar. As vendas no varejo também tiveram um bom desempenho, subindo 5,7% de maio para junho .
Em compasso de espera pelo novo pacote de estímulo e refletindo os últimos balanços corporativos divulgados, os índices futuros amanhecem no azul em Wall Street.
Ouro brilha
Os contratos futuros do ouro seguem em rali, com as incertezas em torno da economia e a desvalorização do dólar no cenário global. O metal negociado na Comex para dezembro exibe uma alta de quase 2% nesta manhã, a US$ 2.056.
Agenda
Além da decisão do Copom, os investidores também monitoram a participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, em audiência virtual da comissão mista da reforma tributária (11h).
Nos Estados Unidos, temos a divulgação dos dados de emprego no setor privado, da ADP, e números da balança comercial do país. O PMI de serviços dos EUA também é divulgado nesta manhã.
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