Guerra comercial arrasta o Ibovespa e leva o dólar acima da marca de R$ 5,40
Trump eleva o tom contra a China e Ibovespa encerra a primeira semana de agosto em queda; dólar fecha no nível mais alto desde 30 de junho

O Ibovespa tinha tudo pra encerrar em território positivo uma semana de agenda cheia e que começou esquisita, com o principal índice da bolsa brasileira descolado das altas nos ativos de risco pelo mundo. O mercado local até que se recuperou bem no meio da semana e acertou o passo com o exterior, mas havia uma pedra - ou melhor, uma guerra comercial - no fim do caminho.
Donald Trump elevou o tom de sua guerra comercial contra os chineses e azedou o clima da festa do excesso de liquidez nos mercados financeiros globais. A aversão ao risco dominou a cena no pregão desta sexta-feira e o Ibovespa fechou em queda de 1,30%, a 102.755,55 pontos. No acumulado da primeira semana de agosto, a queda foi de 0,13%.
Os investidores reagiram às ações do governo dos EUA contra as empresas controladoras do TikTok e do Wechat. Os aplicativos de origem chinesa podem ser banidos do território norte-americano em 45 dias se o controle dos apps no país não for vendido para empresas locais.
Além do mercado de ações, a escalada na tensão entre EUA e China pressionou também as taxas de câmbio e juro, os principais índices de ações em Wall Street e as cotações internacionais de petróleo.
Uma pausa para respirar antes de seguir ladeira abaixo
Houve, no entanto, uma pausa para respirar, pelo menos no Ibovespa. No meio da tarde, o índice reduziu as perdas depois de o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM/RJ), ter sinalizado a possibilidade de engavetar o projeto de lei aprovado ontem no Senado para limitar a cobrança de juros pelos bancos para os serviços de cheque especial e rotativo do cartão de crédito.
Logo depois dos comentários de Maia, as ações dos bancos começaram a subir e o Ibovespa por pouco não zerou as perdas. Mas o alívio durou pouco.
Leia Também
Os fatores externos voltaram a pesar, as ações dos bancos logo voltaram a cair e o principal índice do mercado brasileiro de ações voltou a descer a ladeira da aversão ao risco.
Além da guerra comercial, pesaram sobre o Ibovespa a demora para que democratas e republicanos alcancem um acordo para um programa de estímulo à economia dos Estados Unidos e as recorrentes preocupações com questões fiscais no Brasil.
Entre os papéis listados no Ibovespa, o destaque positivo ficou por conta das ações ON da Hering (HGTX3), que subiram mais de 7% na esteira da alta registrada ao longo da semana nas ações de shopping centers e das varejistas com grande presença dentro deles.
Já as operadoras de shopping centers passaram por realização de lucro hoje em meio à aversão ao risco.
Confira a seguir as maiores altas e baixas do dia entre as ações listadas no Ibovespa.
MAIORES ALTAS
- Hering ON (HGTX3) +7,31%
- Rumo ON (RAIL3) +2,46%
- BRF ON (BRFS3) +2,33%
- Tim Participações ON (TIMP3) +1,45%
- Pão de açúcar ON (PCAR3) +0,92%
MAIORES QUEDAS
- Cielo ON (CIEL3) -6,25%
- BR Malls ON (BRML3) -4,24%
- Yduqs ON (YDUQ3) -3,59%
- Multiplan ON (MULT3) -3,43%
- Gol PN (GOLL4) -3,39%
Dólar e juro
O dólar manteve hoje a trajetória de alta observada na véspera. Mas ao contrário de ontem, quando o real depreciou-se principalmente por questões locais, nesta sexta-feira o dólar ganhou força com o mais novo desdobramento da guerra comercial entre EUA e China.
A moeda norte-americana encerrou o dia em alta de 1,33%, cotada a R$ 5,4143 (+1,1%). Trata-se do nível mais alto desde 30 de junho. Na semana, o dólar acumulou alta de 3,8%.
Pelo mesmo motivo do dólar, os contratos de juros futuros fecharam em alta nos vencimentos intermédios e longos. Já os mais curtos ficaram perto da estabilidade depois de ontem terem se ajustado à redução da taxa básica e ao comunicado do Copom com sinais para os próximos passos da política monetária do Banco Central do Brasil.
Confira os vencimentos com mais liquidez:
- Janeiro/2021: de 1,865% para 1,870%;
- Janeiro/2022: de 2,570% para 2,650%;
- Janeiro/2023: de 3,640% para 3,720%;
- Janeiro/2025: de 5,250% para 5,400%.
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
OPA do Carrefour (CRFB3): de ‘virada’, acionistas aprovam saída da empresa da bolsa brasileira
Parecia que ia dar ruim para o Carrefour (CRFB3), mas o jogo virou. Os acionistas presentes na assembleia desta sexta-feira (25) aprovaram a conversão da empresa brasileira em subsidiária integral da matriz francesa, com a consequente saída da B3
Vale (VALE3) sem dividendos extraordinários e de olho na China: o que pode acontecer com a mineradora agora; ações caem 2%
Executivos da companhia, incluindo o CEO Gustavo Pimenta, explicam o resultado financeiro do primeiro trimestre e alertam sobre os riscos da guerra comercial entre China e EUA nos negócios da empresa
JBS (JBSS3) avança rumo à dupla listagem, na B3 e em NY; isso é bom para as ações? Saiba o que significa para a empresa e os acionistas
Próximo passo é votação da dupla listagem em assembleia marcada para 23 de maio; segundo especialistas, dividendos podem ser afetados
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Dona do Google vai pagar mais dividendos e recomprar US$ 70 bilhões em ações após superar projeção de receita e lucro no trimestre
A reação dos investidores aos números da Alphabet foi imediata: as ações chegaram a subir mais de 4% no after market em Nova York nesta quinta-feira (24)
Subir é o melhor remédio: ação da Hypera (HYPE3) dispara 12% e lidera o Ibovespa mesmo após prejuízo
Entenda a razão para o desempenho negativo da companhia entre janeiro e março não ter assustado os investidores e saiba se é o momento de colocar os papéis na carteira ou se desfazer deles
A culpa é da Gucci? Grupo Kering entrega queda de resultados após baixa de 25% na receita da principal marca
Crise generalizada do mercado de luxo afeta conglomerado francês; desaceleração já era esperada pelo CEO, François Pinault
Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar
China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam
Ação da Neoenergia (NEOE3) sobe 5,5% após acordo com fundo canadense e chega ao maior valor em cinco anos. Comprar ou vender agora?
Bancos que avaliaram o negócio não tem uma posição unânime sobre o efeito da venda no caixa da empresa, mas são unânimes sobre a recomendação para o papel
Bolsa nas alturas: Ibovespa sobe 1,34% colado na disparada de Wall Street; dólar cai a R$ 5,7190 na mínima do dia
A boa notícia que apoiou a alta dos mercados tanto aqui como lá fora veio da Casa Branca e também ajudou as big techs nesta quarta-feira (23)
Agora 2025 começou: Ibovespa se prepara para seguir nos embalos da festa do estica e puxa de Trump — enquanto ele não muda de ideia
Bolsas internacionais amanheceram em alta nesta quarta-feira diante dos recuos de Trump em relação à guerra comercial e ao destino de Powell
Ibovespa pega carona nos fortes ganhos da bolsa de Nova York e sobe 0,63%; dólar cai a R$ 5,7284
Sinalização do governo Trump de que a guerra tarifária entre EUA e China pode estar perto de uma trégua ajudou na retomada do apetite por ativos mais arriscados
Orgulho e preconceito na bolsa: Ibovespa volta do feriado após sangria em Wall Street com pressão de Trump sobre Powell
Investidores temem que ações de Trump resultem e interferência no trabalho do Fed, o banco central norte-americano
Trump x Powell: uma briga muito além do corte de juros
O presidente norte-americano seguiu na campanha de pressão sobre Jerome Powell e o Federal Reserve e voltou a derrubar os mercados norte-americanos nesta segunda-feira (21)
É recorde: preço do ouro ultrapassa US$ 3.400 e já acumula alta de 30% no ano
Os contratos futuros do ouro chegaram a atingir US$ 3.433,10 a onça na manhã desta segunda-feira (21), um novo recorde, enquanto o dólar ia às mínimas em três anos
A última ameaça: dólar vai ao menor nível desde 2022 e a culpa é de Donald Trump
Na contramão, várias das moedas fortes sobem. O euro, por exemplo, se valoriza 1,3% em relação ao dólar na manhã desta segunda-feira (21)
Com ou sem feriado, Trump continua sendo o ‘maestro’ dos mercados: veja como ficaram o Ibovespa, o dólar e as bolsas de NY durante a semana
Possível negociação com a China pode trazer alívio para o mercado; recuperação das commodities, especialmente do petróleo, ajudaram a bolsa brasileira, mas VALE3 decepcionou
‘Indústria de entretenimento sempre foi resiliente’: Netflix não está preocupada com o impacto das tarifas de Trump; empresa reporta 1T25 forte
Plataforma de streaming quer apostar cada vez mais na publicidade para mitigar os efeitos do crescimento mais lento de assinantes