Os mercados passaram por fortes emoções. Mas, ao fim do dia, o Ibovespa subiu e o dólar caiu
Após abrir o dia pressionado pelo noticiário político global, o Ibovespa se recuperou e terminou no campo positivo, repercutindo a melhora de humor no exterior e no Brasil

Os agentes financeiros começaram a sessão desta quarta-feira (25) com o coração acelerado. Logo de cara, a montanha-russa do Ibovespa e das bolsas globais reservou uma queda forte e súbita, em resposta às instabilidades geradas pela abertura de um pedido de impeachment contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
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Mas essa descida rápida não durou para sempre. Ainda durante a manhã, os trilhos deram um looping e, logo em sequência, assumiram uma trajetória mais suave. A emoção do passeio, mais uma vez, foi influenciada pelo cenário político — mas, desta vez, as notícias lá de fora fizeram a adrenalina diminuir.
Tanto é que, depois desse início cheio de idas e vindas, os mercados acalmaram: durante a tarde, a montanha-russa parou de dar sustos e entrou num leve trajeto ascendente — e permaneceu assim até o fim do dia.
Colocando em números: o Ibovespa terminou a sessão na máxima do dia, em alta de 0,58%, aos 104.48,98 pontos, mas, durante a manhã, chegou a cair 0,81%, aos 103.033,84 pontos. Lá fora, a toada foi a mesma: o Dow Jones (+0,61%), o S&P 500 (+0,62%) e o Nasdaq (+1,05%) subiram em bloco, após terem iniciado o pregão em baixa.
O dólar à vista também passou por um processo de despressurização ao longo do dia: a moeda americana fechou em baixa de 0,35%, aos R$ 4,1547, após tocar os R$ 4,1946 na máxima (+0,61%) — a maior cotação em termos intradiários desde 17 de setembro do ano passado (R$ 4,2041).
O mercado passou por diversas fases nesta quarta-feira: depois de um início tenso, os ativos globais experimentaram uma onda de alívio, influenciados pelo noticiário político dos EUA e por declarações mais amenas de Trump a respeito da guerra comercial.
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No cenário doméstico, os agentes financeiros também reagiram positivamente às falas do ministro da Economia, Paulo Guedes, na Comissão Mista do Orçamento (CMO) e ao resultado mais forte do mercado de trabalho brasileiro em agosto, de acordo com os dados do Caged.
Assim, para entender melhor a dinâmica dos mercado nesta sessão tumultuada, fica mais fácil ir por etapas. E, indo pela ordem cronológica, vamos iniciar nossa discussão com as turbulências do cenário político americano.
Tensão na Casa Branca
Ontem, a presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, abriu um processo de impeachment contra Trump, em meio ao imbróglio envolvendo o chefe da Casa Branca, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e o senador democrata Joe Biden.
O caso é bastante complexo e está explicado nesta matéria. Em resumo: durante uma ligação telefônica, o presidente americano teria pressionado Zelensky a investigar as atividades de um dos filhos de Biden na Ucrânia — o senador democrata é um potencial adversário de Trump eleições presidenciais de 2020.
O argumento de Pelosi é o de que o republicano teria violado a constituição ao pressionar entes internacionais com objetivos próprios — no caso, prejudicar um concorrente na disputa presidencial. Vale lembrar que, em julho, o governo americano cortou o repasse de uma verba à Ucrânia.
Por mais que haja pouca expectativa de que esse processo consiga avançar — o Senado americano tem maioria republicana, estando alinhado com Trump —, o noticiário trouxe instabilidade ao cenário político do país, num momento em que começa a ganhar força um novo ciclo eleitoral.
E, sem saber qual rumo o processo de impeachment poderia tomar, os agentes financeiros optaram por não se expor a riscos desnecessários no início do dia, jogando as bolsas globais ao campo negativo e fazendo o dólar disparar em escala global.
E um segundo aspecto de instabilidade decorrente da abertura do processo de impeachment contra Trump dizia respeito aos potenciais impactos que esse movimento traria à guerra comercial entre EUA e China.
Na terça-feira, o republicano assumiu um tom mais agressivo em relação à China em seu discurso na ONU. Assim, com a questão do impeachment vindo à tona, surgiu uma dúvida na cabeça dos mercados: a postura de Trump em relação à China ficaria mais suave ou ainda mais agressiva?
"Há uma clara aversão ao risco por causa do noticiário envolvendo o Trump", me disse Marcio Gomes, analista da Necton, durante a manhã. Naquele momento, ele ponderava que tanto o Ibovespa quanto as bolsas americanas estavam em níveis elevados, o que abria espaço para movimentos de realização de lucro.
Mas, ainda durante a primeira parte do pregão, esse cenário de maior cautela começou a mudar. E o gatilho para a melhora do humor partiu da Casa Branca.
Telefone sem fio
Mais cedo, foi divulgada a transcrição da conversa telefônica entre os dois presidentes. No diálogo, Trump realmente pede que o líder ucraniano investigue Biden e sua família, embora o tom da conversa não tenha sido agressivo.

"Há muita conversa a respeito do filho do Biden, que o Biden interferiu na promotoria [da Ucrânia] e que muitas pessoas querem saber mais sobre isso, então tudo o que você puder fazer junto à Procuradoria-Geral seria ótimo", disse Trump a Zelensky, de acordo com o documento divulgado pela Casa Branca.
A ausência de um tom mais incisivo de Trump na conversa — a transcrição dá a entender que o diálogo entre os dois foi bastante cordial — trouxe alívio aos investidores americanos, que passaram a ver uma ameaça menor no processo de impeachment aberto por Pelosi.
Com isso, o Ibovespa e as bolsas dos Estados Unidos passaram por uma primeira onda de melhora, afastando-se das mínimas e passando a operar perto da estabilidade. O fluxo de fatores de alívio para os mercados financeiros, contudo, continuaria ao longo do dia.
Contra-ataque
Como era de se esperar, Trump aproveitou a divulgação da transcrição do telefonema para atacar o partido Democrata, afirmando que a ligação "não teve nada demais". Ainda na Assembleia Geral da ONU, o presidente americano falou com jornalistas e aproveitou para dar pistas sobre as negociações com a China.
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) September 25, 2019
"Eles querem muito fechar um acordo. E isso pode acontecer, pode acontecer mais cedo do que vocês imaginam", disse Trump — ele começa a falar sobre as relações entre Estados Unidos e China por volta de 1:20 do vídeo acima.
Essa indicação de que as negociações entre os dois países estariam progredindo e poderiam culminar em algum tipo de acerto no curto prazo injetou mais uma dose de ânimo nos mercados financeiros, firmando as bolsas americanas no campo positivo e tirando força do dólar em escala global.
Por mais que declarações nesse teor já tenham sido ditas por Trump no passado e não tenham resultado em nada, fato é que o investidores reagiram positivamente às sinalizações do presidente americano nesta quarta-feira. Com isso, o tema do impeachment acabou sendo jogado para o segundo plano — ao menos, nos mercados financeiros.
Agitação doméstica
Por aqui, as instabilidades no cenário político americano, somados aos atrasos na tramitação da reforma da Previdência no Senado, traziam apreensão aos agentes financeiros durante a manhã. No entanto, com a melhora do humor lá fora, o Ibovespa e o dólar à vista conseguiram se afastar do momento de maior pressão.
E, durante a tarde, dois fatores domésticos contribuíram para dar ânimo aos ativos locais. Em depoimento à CMO, Guedes voltou a defender a política econômica do governo, afirmando, entre outros pontos, que o salário mínimo deve seguir desindexado.
Embora não tenham trazido elementos novos, as falas de Guedes foram bem recebidas pelo mercado, num momento em que o Congresso — em específico, o Senado — parece começar a entrar em rota de colisão com o governo.
Além disso, os dados do Caged em agosto também foram comemorados pelo mercado: o saldo líquido de empregos formais ficou positivo em 121 mil novas vagas de trabalho, uma indicação de que a atividade doméstica começa a dar sinais de recuperação.
Alívio nos juros
Toda essa onda de despressurização vista nos ativos globais e a virada do dólar à vista ao campo negativo fizeram com que as curvas de juros também mudassem de tendência no meio da tarde: os DIs, que abriram o dia em alta, terminaram perto das mínimas.
Na ponta curta, as curvas com vencimento em janeiro de 2021 fecharam em baixa de 5,02% para 5,01%. Na longa, os DIs para janeiro de 2023 recuaram de 6,15% para 6,12%, e os com vencimento e janeiro de 2025 foram de 6,79% para 6,73%.
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