Small caps, as pesos-mosca da bolsa que prometem retornos expressivos com a retomada da economia
Ações de empresas de menor capitalização, as small caps têm tudo para passar por uma onda volumosa de ganhos no médio e longo prazo. Mas é preciso ter em mente os riscos associados a esses papéis

Todo mundo adora uma boa história de superação. Sabe como é, quando aquele azarão surpreende o mundo e derrota o favorito — pense no Rocky Balboa virando uma luta praticamente perdida, ou no Luke Skywalker e os rebeldes desafiando o Império Galático. Ver os pequenos derrotando os grandes dá aquela sensação de bem-estar.
Pois saiba que esse enredo não precisa ficar restrito ao universo do cinema ou da literatura: no mundo do mercado financeiro, é perfeitamente possível ver Davi derrotando Golias. Basta olhar com atenção para as small caps — as ações das empresas de menor capitalização — e identificar as melhores oportunidades.
É claro que essa não é uma missão simples, já que essa é uma modalidade de investimento que exige estudo e disciplina. E, para dificultar ainda mais, o universo de companhias com esse perfil é muito grande, o que pode dar a impressão de que o desafio é praticamente impossível.
E é por isso que eu entrei em contato com muitos analistas e especialistas nesse assunto nos últimos dias — se preferir, pode chamá-los de Mestres Miyagi. E eles me passaram uma rotina de treinamentos para que você, investidor pessoa física, também possa se transformar num Karate Kid.
Como ponto de partida, é importante destacar que as small caps são opções mais arriscadas. Sem dúvida, é mais fácil e cômodo partir para ações de empresas de grande porte, como Petrobras ou Vale, uma vez que há um amplo leque de informações disponíveis a respeito dessas empresas — e, em geral, um número maior de casas de análise acompanha tais ativos.
Mas quem tiver disposição para procurar boas small caps pode encontrar tesouros escondidos: num cenário de economia aquecida, essas ações podem ter um elevado potencial de valorização no médio e longo prazo. Afinal, as empresas de menor capitalização, caso bem gerenciadas, tendem a apresentar um ritmo de expansão mais elevado.
Leia Também
Fabricante do Ozempic corta 9 mil empregos; entenda o que está por trás dos cortes da Novo Nordisk (N1VO34)
Um termômetro importante para as ações de empresas de menor capitalização é o índice de small caps da B3 (SMLL) — uma carteira que, atualmente, é composta por 75 ativos. No primeiro semestre de 2019, esse portfólio acumulou ganhos de 19,26%, um desempenho superior ao do Ibovespa no mesmo período.
E o que explica essa alta mais forte do índice de small caps? Bom, em linhas gerais, as companhias de menor porte estão mais ligadas ao mercado doméstico, e, assim, perspectivas melhores para economia local dão força extra a esse tipo de ativo.
"Ah, mas o boletim Focus projeta um crescimento de menos de 1% para a economia local", pode pensar um leitor mais atento às projeções do mercado financeiro. Sim, é verdade, mas há outro detalhe importante nas estimativas: entre 2020 e 2022, o avanço estimado do PIB é de mais de 2% ao ano.
E, dadas as perspectivas de retomada do crescimento econômico e da confiança empresarial a partir da aprovação da reforma da Previdência, o momento parece ideal para apostar que um lutador peso-mosca possa nocautear os campeões dos pesados.
Separando o joio do trigo
Dentro das centenas de opções de small caps atualmente disponíveis no mercado brasileiro, como saber quais são boas opções e quais são furadas? Bom, infelizmente não há uma poção mágica como a do Asterix, que dá força sobre-humana para os gauleses combaterem as tropas romanas. A saída é estudar e analisar bem as diversas variáveis.
Ter conhecimento das métricas financeiras, da estratégia de crescimento e dos diferentes fatores que podem afetar as atividades de uma empresa são fatores fundamentais: não é porque o panorama para small caps está favorável que todos os ativos dessa classe terão um bom desempenho daqui para frente.
"A análise [das small caps] é semelhante à de qualquer outro investimento", destaca Filipe Villegas, analista de ações da Genial Investimentos. "Por exemplo: com a expectativa de aprovação da reforma e de um cenário de juros mais baixos no país, companhias do setor bancário, de varejo e boas pagadoras de dividendos tendem a ir melhor, e dentro dessas possibilidades de escolha, o investidor consegue sim encontrar boas opções".
Todos os meses, a Genial Investimentos divulga uma carteira recomendada com oito ações de empresas de menor capitalização, cada uma com peso relativo de 12,5%. E, para julho, o portfólio da instituição possui ativos bastante diversificados, com companhias de diferentes ramos de atuação.
Procedimento semelhante é adotado pelo BTG Pactual, embora a instituição opte por indicar apenas cinco small caps por mês, todas com o peso de 20% cada. E, para julho, o banco aponta Totvs ON (TOTS3), Omega ON (OMGE3), Ser Educacional ON (SEER3), Santos Brasil ON (STBP3) e Tegma ON (TGMA3) como boas opções de investimento.
E há vários motivos que explicam as preferências do BTG. No caso da Totvs, a estratégia corporativa é apontada como fator de valorização, enquanto a Omega é vista como como uma empresa capaz de entregar crescimento apesar do cenário ainda desafiador no setor de geração de energia.
A Ser Educacional, por sua vez, desponta como a principal escolha da instituição no setor de educação, em meio aos fortes resultados do primeiro trimestre de 2019. O investimento na Santos Brasil tem como base a melhoria na demanda no porto de Santos, enquanto a Tegma se beneficia da recuperação nas vendas de veículos leves.
"A análise é feita caso a caso. Começamos estudando as companhias isoladamente, e depois fazemos uma análise do setor", diz Jerson Zanlorenzi, responsável pela mesa de renda variável do BTG Pactual digital. "Gostamos muito de comparar os cenários das empresas".
A corretora Mirae Asset, por sua vez, conta com 10 ativos em sua carteira de recomendações, com participação unitária de 10%. A lista inclui bancos, como o Banrisul; educacionais, como a Estácio; elétricas, como a Taesa; e seguradoras, como a SulAmérica — a única novidade em julho é a inclusão de Via Varejo ON (VVAR3), substituindo as units da Sanepar (SAPR11).
"As small caps são empresas pequenas, que não tiveram uma performance ao longo do tempo tão boa quanto às companhias do Ibovespa", diz Pedro Galdi, analista da corretora. "São papéis que vão ficando meio esquecidos, que não têm aquela demanda forte".
Galdi ainda pondera que, num cenário de recuperação da bolsa, muitos investidores saem à procura desses ativos que ficaram 'defasados' em termos de ajuste de preço, por não estarem tão em evidencia. "Quem compra papéis de empresas pequenas está apostando que, um dia, elas ficarão grandes. Então, são ações que, normalmente, o pessoal carrega por um tempo na carteira, é uma questão de gestão de estratégia".
Como você pode perceber, não há nenhuma ação que apareça mais de uma vez nesses três portfólios, reforçando a noção de que há uma gama elevada de opções de small caps a serem analisadas — e diversas jóias a serem garimpadas. No entanto, é preciso ficar atento: também há diversos riscos associados a esses investimentos.
Fique atento
Villegas, da Genial Investimentos, chama a atenção para o fato de que as small caps costumam apresentar níveis maiores de endividamento, uma vez que tais empresas possuem planos para expansão. "Elas acabam ficando mais expostas às oscilações da economia e às dúvidas quanto ao desempenho no futuro. Assim, costumam apresentar maior volatilidade".
Assim, ele pondera que as apostas costumam ser mais bem sucedidas quando o investidor conhece bem o ambiente das ações e está familiarizado com as companhias em que irá alocar os recursos. "Sabendo dos riscos, é possível encontrar small caps tão boas quanto as grandes empresas. No longo prazo, é uma excelente oportunidade".
Linha semelhante é adotada por Zanlorenzi, do BTG Pactual digital. Ele ressalta que as empresas menores são capazes de darem um salto de rentabilidade com a melhora da economia, mas também acabam sofrendo o dobro numa situação de volatilidade — especialmente por não terem liquidez tão elevadas quanto as companhias de maior porte.
Já Galdi, da Mirae Asset, lembra que, mesmo num cenário de otimismo, as small caps não vão sempre trazer retornos expressivos. "A estratégia de comprar [essas ações] é interessante, mas isso não quer dizer que, no curto prazo, você não possa ter pulos. Teoricamente, você só colhe o fruto mais para frente".
Unidos, venceremos

Dito tudo isso: é possível investir nas small caps, mas sem correr os riscos mencionados acima? Bom, se você se identifica com essa linha de pensamento, eu trago boas notícias.
Caso você não tenha condições para analisar uma grande quantia de ativos até decidir quais são as melhores opções, uma alternativa bastante comum é o fundo de índice (ETF, na sigla em inglês) SMAL11. Trata-se de um ativo que replica o índice de small caps da B3 — assim, você pode ter exposição às empresas de menor porte, mas sem estar exposto aos riscos ou inconveniências associadas a esse tipo de investimento.
"Investir num ETF de small caps traz proteção à questão da liquidez, ao mesmo tempo que diminui bastante os perigos associados a uma companhia específica", destaca Zanlorenzi, do BTG Pactual digital. "É difícil que o investidor do varejo consiga fazer uma análise profunda de uma companhia, então, talvez seguir uma carteira ou comprar um fundo possa ser uma vantajoso".
Zanlorenzi ainda ressalta que as small caps são uma opção interessante para quem busca diversificar seu portfólio de investimentos, mesmo que a alocação seja feita num porcentual menor em relação a outros ativos. "Faz sentido apostar em empresas pequenas e com boa eficiência. Elas podem ser mais frágeis, mas também tendem a entregar um retorno maior no longo prazo".
Já Villegas, da Genial Investimentos, destaca que, ao optar pelo ETF, o investidor consegue ter acesso a uma carteira diversificada de empresas de menor porte a um custo relativamente baixo — atualmente, o ativo é negociado por pouco mais de R$ 100.
E como um lote padrão é composto por 10 ativos, seria necessário cerca de R$ 1.000 para começar a investir. "A principal vantagem é essa: com pouco recurso, é possível obter uma carteira bastante diversificada e deixar de lado o pensamento sobre qual a melhor small cap para investir hoje", diz o analista.
Villegas ainda pondera que as empresas de menor capitalização também tendem a ser beneficiadas por um 'efeito manada' a partir da aprovação da reforma da Previdência. Para ele, caso as novas regras da aposentadoria recebam sinal verde, os investidores estrangeiros devem voltar em peso à bolsa brasileira.
E se é verdade que, num, primeiro momento, os gringos tendem a se concentrar nas empresas maiores e mais tradicionais, num segundo instante, as small caps tendem a também ser mais procuradas pelos estrangeiros — e o potencial de alta dos papéis tende a ser expressivo, já que tais ações são menos visadas.
"Para o investidor que acredita na reforma e tem um pouco de paciência, já que essas empresas tendem a oscilar, eu acredito que as small caps tendem a ter valorizações bem superiores às das empresas de maior liquidez no longo prazo", diz o analista da Genial.
Reag Investimentos (REAG3) fecha venda da Empírica por R$ 25 milhões — e a Ciabrasf pode ser a próxima
As negociações ocorrem após a gestora ser alvo de investigação da Polícia Federal em uma megaoperação envolvendo o PCC
Vem dividendo extraordinário na Vale (VALE3)? Mineradora corta projeção de investimentos em 2025 e acende expectativas de proventos adicionais
A mineradora reduziu a estimativa de investimento total para crescimento e manutenção para uma faixa entre US$ 5,4 bilhões e US$ 5,7 bilhões em 2025
YouCom, a força da juventude na Lojas Renner: por que a marca tem ganhado cada vez mais relevância no grupo, segundo o diretor Claudio Barone
Em entrevista ao Seu Dinheiro, o diretor explica os pilares por trás do crescimento da marca e como planeja dobrar o número de lojas no longo prazo
Reag Investimentos (REAG3) elege novo presidente do conselho e diretor financeiro
As mudanças ocorrem na esteira das turbulências internas provocadas pela Operação Carbono Oculto e da troca de controle da gestora
Depois de ter compra barrada, Fitch rebaixa rating do Banco Master e revisa perspectiva do BRB para negativa
A decisão ocorreu após o Banco Central vetar a transação proposta entre os bancos, na noite da última quarta-feira (3)
Derrota de Milei na Argentina e expansão da Amazon (AMZO34) são riscos para o Mercado Livre (MELI34)
Argentina tem desempenhado um papel central no desempenho do Mercado Livre, e o segmento de entregas utrarrápidas pode ser a nova frente de batalha no varejo on-line
JP Morgan eleva Eztec (EZTC3) e corta recomendação de Cury (CURY3) e Direcional (DIRR3), mas outro papel é o favorito dos analistas
Cenário macroeconômico e ciclo eleitoral motivam ajustes do JP Morgan em ações de incorporadoras, e papéis revisados se encontram entre as maiores altas e baixas do Ibovespa
Mais fino e mais resistente: iPhone Air rouba a cena no lançamento do iPhone 17
Apple apresenta linha iPhone 17, novo Apple Watch e AirPods Pro 3; destaque fica para o inédito iPhone Air, o mais fino da história
Pão de Açúcar (PCAR3) sobe mais de 10% e ação entra em leilão em meio à visita do CEO do Casino ao Brasil; saiba o que está em jogo
O grupo francês abriu mão do controle do GPA no ano passado, mas ainda detém uma fatia de 22,5% na rede de supermercados brasileira
PetroReconcavo (RECV3) lidera ganhos entre petroleiras mesmo após BTG cortar preço-alvo. Vale a pena comprar?
Alta do petróleo impulsiona petroleiras na bolsa e leva PetroReconcavo a subir mais de 4%, mesmo após o BTG reduzir o preço-alvo das ações de R$ 21 para R$ 19
Família Murdoch chega a acordo sobre futuro de império de mídia; veja quem vai comandar a News Corp na ausência do patriarca
O império Murdoch tem seu novo “rei trust” e encerra disputa pela herança bilionária entre os irmãos
Apple lança hoje o iPhone 17; veja o que esperar do evento, horários e onde assistir
Saiba como acompanhar o lançamento da Apple e fique por dentro do que pode mudar na linha de iPhones
Problemas no home office do Itaú (ITUB4)? Por que o banco cortou funcionários em trabalho remoto
Os desligamentos foram revelados pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, que publicou uma nota de repúdio às demissões do banco
Mubadala adquire 22,8 milhões de ações para fechar capital da Zamp (ZAMP3), dona do Burger King e do Starbucks no Brasil
A empresa já havia informado que a controladora avaliava uma OPA pelas ações da companhia, mas a transação havia sido questionada por acionistas minoritários
Casamento confirmado: Marfrig (MRFG3) e BRF (BRFS3) divulgam data de mudança nas ações e aprovam distribuição de R$ 5,6 bi
Após o casamento ter sido aprovado sem restrições pelo Cade, a Marfrig (MRFG3) e a BRF (BRFS3) informaram ao mercado que a data de fechamento está marcada para 22 de setembro de 2025
Raízen (RAIZ4): ações disparam com rumores de aportes; empresa não nega negociação
Na última semana, o Pipeline afirmou que a empresa conversa com os controladores da Suzano (SUZB3) e com o banqueiro André Esteves do BTG Pactual
Nubank (ROXO34) ensina, Mercado Livre (MELI34) aprende: analistas do Itaú BBA escolhem qual ação colocar na carteira agora
Relatório do Itaú BBA compara o desempenho do Mercado Livre e do Nubank e indica qual ação deve ter melhor performance no 3T25
Giant Steps e Dao Capital: o negócio na Faria Lima que chega a R$ 1,2 bilhão sob gestão
Processo de incorporação da Dao conclui o plano estratégico de três anos da Giant Steps e integra o pilar final da iniciativa “Foundation”, lançada em 2023, que busca otimizar a combinação de sinais de alpha, custos de execução e governança de risco
Ação da Azul (AZUL4) chega a saltar mais de 60% nesta segunda (8); o que explica a disparada?
O movimento forte das ações do setor aéreo hoje dá sequência ao fluxo de compra dos últimos dias em ativos de risco e papéis “baratos” da bolsa brasileira, segundo analista
Petrobras avalia aquisição no mercado de etanol de milho, diz jornal, mas Raízen (RAIZ4) não aparece no radar da estatal
Estatal mira o etanol de milho em meio à pressão por diversificação e sustentabilidade, mas opções de aquisição no mercado ainda levantam dúvidas entre analistas