Dia 49 de Bolsonaro: Esperando Bebianno
Enquanto não temos definição, o que fica é uma incerteza sobre o custo político desse imbróglio e se o evento pode ou não ter algum reflexo na tramitação das reformas
Até o momento da publicação desse registro no diário, o presidente Jair Bolsonaro ainda não tinha se pronunciado sobre a exoneração do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, que tinha sido dado como certa já na sexta-feira, depois uma história que começou em 10 de fevereiro, com a publicação de denúncias sobre candidaturas laranjas do PSL, partido de Bolsonaro, divulgação de áudios para confirmar que o ministro mentiu ao dizer que falou com o presidente, e diversas notas sobre Bebianno estar magoado, que não cairia sozinho, ofertas de cargos no governo e até mesmo embaixadas na Europa.
O vice-presidente, general Hamilton Mourão, disse que “de hoje não passa”, mas enquanto não temos definição, o que fica é uma incerteza sobre o custo político desse imbróglio e se o evento pode ou não ter algum reflexo na tramitação das reformas, notadamente a da Previdência no Congresso.
Aliás, a tentativa do governo de montar uma agenda positiva, mandando ao Congresso a agenda de medidas contra corrupção e combate ao crime organizado, na terça-feira, e a reforma completa da Previdência, na quarta-feira, fica eclipsada pelo evento palaciano.
Ainda sobre o tema Previdência, o secretário especial, Rogério Marinho, afirmou que Bolsonaro levará pessoalmente o texto da reforma ao Congresso. Até o momento, sabemos que as idades mínimas serão de 62 anos para as mulheres e 65 anos para os homens, com prazo de transição de 12 anos. As movimentações de sindicatos e associação também já começaram, conforme relato da “Folha de S.Paulo”, para reduzir idades e alongar a transição. A batalha está só no começo e seria bom iniciar o embate sem faturas políticas em aberto.
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